quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

DVD Arautos do Rei "O Dia Enfim Chegou" Ao Vivo HD

Vislumbres do Nosso Deus

Lição 6                                      04 a 11 de fevereiro de 2012


Deus, o Legislador

Sábado à tarde  - Ano Bíblico: Lv 11, 12

VERSO PARA MEMORIZAR: 
“Porque o Senhor é o nosso Juiz, o Senhor é o nosso Legislador, o Senhor é o nosso Rei; Ele nos salvará” (Is 33:22).

Leituras da semana: Hb 12:21; Rm 7:8-13; Jó 24:14, 15; Êx 16:4-30; Hb 8:10; 10:16; Rm 13:8-10

Pensamento-chave: A lei de Deus é uma parte inseparável de toda a Bíblia, Antigo e Novo Testamentos. É também uma expressão do Seu amor. E assim, quando amamos, revelamos a plenitude e beleza da lei de Deus.

Como adventistas do sétimo dia, muitas vezes ouvimos a ideia de que a lei é uma cópia do caráter de Deus (sendo assim, visto que Deus não muda, a lei, que revela Seu caráter, também não deve mudar). O que, porém, significa essa ideia de que a lei é uma expressão do caráter de Deus?

Suponha que você vivesse em uma terra com um rei cuja palavra fosse lei (um rei francês disse uma famosa frase: “O Estado sou eu”). Agora, suponha que o rei decretasse leis repressivas, perversas, detestáveis, injustas, discriminatórias, e assim por diante. Essas leis não seriam uma boa representação do tipo de pessoa que o rei era? Elas não revelariam seu caráter?

Pense em alguns dos piores déspotas da história. As leis que eles estabeleceram revelam o tipo de pessoas que eram? Nesse sentido, a lei revela o caráter do legislador. O que a lei de Deus revela sobre Ele? Quando entendemos a lei de Deus como uma salvaguarda, uma proteção, algo criado para nosso bem, compreendemos mais acerca de como é Deus.

Nesta semana estudaremos a lei e, por meio dela, o Legislador.

Domingo                            Ano Bíblico: Lv 13, 14

A lei no Sinai

1. Por que a promulgação da lei no Monte Sinai foi tão terrível? Êx 19:18, 19; 20:18, Dt 5:22; Hb 12:21

O povo de Israel estava dominado pelo pavor. O terrível poder da fala de Deus parecia tal que seus trêmulos corações não poderiam suportar. Pois, ao ser apresentada diante deles a grande regra de justiça de Deus, compenetraram-se, como nunca antes, do caráter ofensivo do pecado, e de sua própria culpabilidade à vista do Deus santo. Recuaram da montanha com medo e espanto” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 309, 310).

Há algo muito poderoso na citação de Ellen G. White acima. Quando a lei foi apresentada, o povo percebeu, “como nunca antes”, a grande perversidade do pecado e sua própria culpa aos olhos de Deus.

Assim, desde o início do relacionamento de aliança de Israel com Deus, podemos ver na lei uma revelação do evangelho. A lei nunca foi destinada para ser um meio de salvação, nem mesmo no Sinai. Ao contrário, ela devia mostrar ao povo sua necessidade de salvação. Foi logo após a promulgação da lei que os israelitas receberam a instrução para construir o santuário, o qual revelava a eles o plano da salvação. A lei devia conduzir as pessoas para a cruz, para sua necessidade de expiação e redenção. Não é de admirar, então, que eles tremessem diante da lei, porque ela lhes mostrava exatamente o quanto eles eram pecadores e degenerados.

2. Qual é o papel da lei em nossa consciência de pecado? A lei produz pecado? Rm 7:8-13; Sl 119:6

Em certo sentido, Paulo diz aqui o que Ellen White disse que aconteceu no Sinai. O problema não estava com a lei de Deus, mas com os pecadores que transgrediam a lei, como todos temos feito. Paulo mostra como a lei está inseparavelmente ligada ao evangelho, e que a lei é o que nos mostra quanto somos pecadores e corrompidos.

Leia Êxodo 20:1-17. Você treme diante da lei? Você se sente culpado diante da lei? Quais são as suas emoções enquanto lê a lei e se compara com ela?

Segunda        Ano Bíblico: Lv 15, 16

A lei antes do Sinai

Como todo adventista do sétimo dia sabe, quando falamos sobre a lei, os Dez Mandamentos, e o Sinai, ouvimos o refrão de que os Dez Mandamentos foram primeiramente dados aos judeus no Sinai, e por essa razão, são uma instituição judaica, ou do Antigo Testamento, não aplicável aos nossos dias.

Certamente existem inúmeros problemas com essa teologia, o maior deles sendo que, se ela fosse verdadeira, como poderia ter havido pecado antes do Sinai, “porque o pecado é a transgressão da lei” (1Jo 3:4)? A verdade é que o livro de Gênesis dá um testemunho incrível da existência da lei de Deus muito antes do Sinai.

Gênesis 1 e 2 descreve a criação perfeita de Deus. Gênesis 3 relata a queda de Adão e Eva. Em Gênesis 4 temos o primeiro assassinato. Como Caim saberia que era culpado pelo assassinato de seu irmão se não houvesse a lei para definir o assassinato como pecado?

Muito antes do Sinai, Deus condenou especificamente o assassinato, na aliança que estabeleceu com Noé após o dilúvio (Gn 9:6).

Em Jó, o mais antigo livro da Bíblia, encontramos Deus elogiando por duas vezes a justiça de Jó. O que Ele declarou acerca do caráter de Jó? (Jó 1:8; 2:3). Obviamente, estava em vigor um padrão do que era certo e errado. Jó viveu muito antes do Êxodo, e ele nem mesmo era da linhagem da aliança.

3. O que Jó incluiu em seu padrão acerca do que é certo e errado? Jó 24:14, 15

Quando Abraão mentiu a Abimeleque acerca de Sara, foi repreendido por sua falsidade. E embora Abimeleque fosse o rei de Gerar, e não de linhagem israelita, Deus o manteve no mesmo padrão de pureza matrimonial encontrado no Decálogo e exigiu que Sara fosse devolvida a Abraão (Gn 20:9).

4. Que testemunho especial Deus deu a Isaque sobre Abraão, seu pai? Gn 26:4, 5

O que é fascinante em Gênesis 26:5 é que o hebraico usa quatro palavras diferentes, mshmrt, mzvot, huqot e torot (de Torá, “a lei”) para descrever as leis que Abraão obedeceu. Certamente os Dez Mandamentos estavam incluídos nessas palavras.

Por ordem divina, Jacó retornou a Betel para construir um altar ao Senhor. O patriarca sentiu necessidade de reavivamento em sua casa. O que ele pediu que sua família fizesse? (Gn 35:2, 3.)

Claramente, a ideia de que não havia nenhuma lei antes do Sinai não tem sentido, à luz das muitas coisas que a Bíblia ensina sobre a vida antes do Sinai.

Terça  Ano Bíblico: Lv 17–19

O sábado antes do Sinai

Deus não revela como Ele comunicou os princípios eternos de Sua lei para a humanidade antes do Monte Sinai, mas há evidência clara e substancial de que a promulgação da lei no Sinai não foi a primeira exposição de Seus preceitos ao mundo.

Forçados a reconhecer esse ponto, muitos argumentam que apenas o mandamento do sábado, e não os outros, foi dado pela primeira vez no Sinai e, portanto, é exclusivamente judaico e não pertence aos cristãos hoje. Essa afirmação é correta?

5. O que a Bíblia ensina sobre o sábado antes do Sinai? Gn 2:1-3

Em Êxodo 5:1-5, a Bíblia apresenta Moisés e Arão lutando com Faraó para que este deixasse Israel partir. O verso 5 é especialmente revelador.

6. Que indicação existe acerca do sábado nesse episódio? Êx 5:5

A resposta de Faraó: “Vós os fazeis descansar das suas cargas” (Tradução Brasileira), parece bastante clara. Na língua original está ainda mais contundente. Embora existam várias palavras para descanso, o verbo que Faraó usou é formado a partir da palavra para “sábado”. A linguagem impressionante de Faraó a Moisés e Arão pode ser lida assim: “Vocês fazem com que eles repousem de seu trabalho no sábado!”, o que é pelo menos uma sugestão da realidade do descanso sabático antes do Sinai.

No entanto, uma prova concreta do sábado antes do Sinai aparece em Êxodo 16, quando Deus milagrosamente proveu o maná para Israel no deserto. Este milagre de 40 anos começou antes que os filhos de Israel chegassem ao Monte Sinai.

7. Qual é a prova da existência do sábado do sétimo dia antes da experiência do Monte Sinai? Êx 16:4-30 (especialmente os versos 23-30)

Observe as palavras do Senhor a Moisés no verso 28: “Até quando vocês se recusarão a obedecer aos Meus mandamentos e às Minhas instruções?” (NVI). Elas são uma indicação clara de que as leis e os mandamentos de Deus existiam antes da revelação no Sinai, e de que entre esses mandamentos e leis estava o sábado. Assim, embora algo monumental tenha acontecido na promulgação da lei no Monte Sinai, obviamente os Dez Mandamentos não eram novos.

Como é sua experiência com o sábado? Você ama o sábado, sente medo dele, ou tem uma mistura de sentimentos a respeito do assunto? O que você pode fazer para ter com o Senhor uma experiência mais profunda e rica por meio da dádiva do sábado?

Quarta        Ano Bíblico: Lv 20–22

A lei e os profetas
Quase nenhuma controvérsia existe sobre a vigência da lei no período posterior ao Sinai. Os escritos do Antigo Testamento estão repletos de referências à lei. Se bem que, muitas vezes, essas referências tratassem da transgressão da lei e das punições posteriores que vinham a Israel, outros textos revelam o grande amor e reverência que muitos em Israel tinham pela lei, que incluía não apenas os Dez Mandamentos, mas todas as regras e preceitos que o Senhor havia dado ao Seu povo.

8. De que forma o Antigo Testamento exalta a lei? Que atitudes são reveladas?
Is 48:17, 18
Sl 119:69-72
Sl 119:97-103
Jr 31:33

Ao contrário da crença popular, embora Israel devesse amar a lei, os que compreendiam a função da lei nunca a viam como um meio de salvação. A religião hebraica sempre foi voltada para a graça, ainda que o povo fosse de um extremo a outro: do desprezo da lei de forma aberta e ostensiva, como no período do primeiro templo, ao legalismo extremo, como pode ser visto tão claramente no tempo de Jesus.

Apesar disso, por que tal amor pela lei? Mais uma vez, considerando que a palavra lei abrange não apenas os Dez Mandamentos, mas todo o corpo de ensinamentos do Antigo Testamento, especialmente os primeiros cinco livros de Moisés, entendemos que o que eles amavam era a mensagem da salvação, da graça e da redenção. Eles amavam a “verdade”, como foi revelada a eles, conforme sua melhor compreensão dela. Não era apenas amor às regras, mas amor a um conjunto de orientações e princípios que, se cumpridos, teriam aberto o caminho para muitas bênçãos e promessas, porque tudo o que Deus lhes tinha dado era para seu próprio benefício e felicidade.
Existe alguma diferença hoje?

Pense em tudo o que o Senhor deu à nossa igreja. Como podemos seguir de maneira mais completa a luz maravilhosa com a qual fomos abençoados?

Quinta   Ano Bíblico: Lv 23–25

A lei na nova aliança

Desde o início, os princípios dos Dez Mandamentos foram dados à humanidade por causa do amor de Deus pelas pessoas. A lei sempre foi destinada a ser uma bênção. Pela obediência à lei, você é protegido da ruína do pecado. Pela desobediência, você enfrenta as consequências inevitáveis da transgressão. Quem precisa de teologia para saber, pessoalmente, quão doloroso é o pecado e suas consequências? Quantas vezes você pode ler os resultados do pecado nos rostos dos que foram devastados por ele?

Embora seções do Novo Testamento, especificamente os escritos de Paulo, lidem com os que não entenderam corretamente o propósito da lei, os mandamentos de Deus foram apresentados no Novo Testamento de forma positiva e edificante.

9. Como a lei de Deus é apresentada em Hebreus? Como algo ainda relevante, ou como algo anulado pela graça? Hb 8:10; 10:16 (leia o contexto dos versos)

Muitas vezes, vemos pessoas que buscam colocar a lei em oposição ao amor de Deus ou à Sua graça, com a ideia de que, se você realmente ama, a lei de Deus é anulada. Podemos argumentar que o amor transcende à lei, no sentido de que aquele que ama verdadeiramente a Deus e aos outros revela os princípios essenciais da lei. Mas isso não é desculpa para invalidar a lei. Ao contrário, o amor cumpre a lei, o amor é a lei expressa em sua maneira mais pura.

É como as peças de um carro. As peças não existem como fins em si mesmas; elas estão ali para que o carro vá de um lugar para outro. Essa é a sua finalidade, de modo que o carro possa se mover. No entanto, sem cada peça, o carro não funcionaria. A lei é assim: não é um fim em si mesma, porém um meio para um fim, e esse fim é uma expressão profunda de amor a Deus e ao próximo.

10. Qual é a ligação entre o amor e a lei? Rm 13:8-10; Gl 5:14; Tg 2:8; 1Jo 5:2, 3

Pense mais sobre a relação entre a lei de Deus e o amor. A observância da lei sem amor leva a quê? Amor sem obediência à lei leva a quê? Escreva suas respostas e leve para a classe.

Sexta   Ano Bíblico: Lv 26, 27

Estudo adicional
Os dez santos preceitos proferidos por Cristo no Monte Sinai foram a revelação do caráter de Deus, e deram a conhecer ao mundo que Ele exerce jurisdição sobre toda a herança humana. Essa lei dos dez preceitos do máximo amor que se pode apresentar ao homem é a voz de Deus falando do Céu às pessoas, em promessa: ‘Façam isto, e não ficarão sob o domínio e controle de Satanás.’ Não há uma negativa nessa lei, embora assim pareça. É fazer, e viver. ... O Senhor deu Seus santos mandamentos para serem um muro de proteção em torno dos seres de Sua criação” (Ellen G. White, Filhos e Filhas de Deus, p. 53).

“... Na verdade, não possuímos capacidade para nos livrar do poder de Satanás, mas quando desejamos ser libertos do pecado e, em nossa grande necessidade, clamamos por um poder fora de nós e a nós superior, as faculdades do ser são revestidas da divina energia do Espírito Santo, e obedecem aos ditames da vontade em cumprir o querer de Deus.

“A condição única em que é possível a liberdade do homem é ele se tornar um com Cristo. ‘A verdade vos libertará’ (Jo 8:32); e Cristo é a verdade... A sujeição a Deus é restauração do próprio ser – à verdadeira glória e dignidade do homem.

A lei divina, à qual somos postos em sujeição, é a ‘lei da liberdade’” (Tg 2:12; Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 466).

Perguntas para reflexão
1. O que significa a guarda da lei sem amor? Como isso se manifesta? Ao mesmo tempo, o que significa o amor sem a guarda da lei? Que tipo de amor é esse? Isso é amor, de fato? Por que as duas coisas precisam estar ligadas?
2. Que exemplos podemos encontrar no mundo, e ao nosso redor, do que acontece quando as pessoas transgridem a lei de Deus? Que testemunho poderoso esses exemplos dão acerca do valor e da contínua validade dessa lei?

Resumo: A lei de Deus é uma expressão do Seu amor, e quando amamos como Deus nos ama, realmente revelamos a lei em toda a sua beleza e poder.

Respostas sugestivas: 1: Porque o povo precisava entender a grande perversidade do pecado; o fogo divino destrói o pecado, mas a graça salva o pecador. 2: A lei não produz pecado, porque é santa, justa e boa, mas revela o pecado no coração; ela nos faz sentir necessidade de salvação. 3: Os mandamentos que proíbem matar, furtar, adulterar, etc. 4: Abraão obedeceu a Palavra do Senhor e guardou Seus preceitos, mandamentos, decretos e leis. 5: Deus descansou no sétimo dia, e também abençoou e santificou o sábado, como sinal da relação entre criatura e Criador. 6: Os líderes faziam o povo “parar de trabalhar” (“abandonar as suas cargas”; “se distrair de suas tarefas”, ou “descansar”). 7: O maná era dado em dobro na sexta-feira; no sábado não era concedido; essa porção adicional não estragava, porque recebia a bênção da santificação do sábado. 8: Mostra que a lei vale mais que ouro e prata; traz paz, justiça e prazer; devia ser escrita no coração; as aflições ensinam a respeito dos decretos de Deus; atitude de amor, reflexão e reconhecimento; sentimento de segurança pela instrução da lei. 9: A lei é tão importante que Deus a escreverá no coração de Seu povo; Israel manteve a lei apenas no seu exterior. 10: Amar significa cumprir a lei, porque a essência da lei é fazer o bem aos outros, e o amor não faz o mal aos outros.


Meditações Diárias


5 de fevereiro Domingo

Ame o Próximo

"Se vocês de fato obedecerem à lei do Reino encontrada na Escritura que diz: “Ame o seu próximo como a si mesmo”, estarão agindo corretamente". Tiago 2:8

Até começar a escrever este devocional, eu não tinha percebido o quanto a Bíblia tem a dizer sobre nosso relacionamento com o próximo. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, o conceito de “próximo” aparece mais de 150 vezes.

Noelene e eu tínhamos um problema. Ali estávamos nós, na segunda casa de uma rua sem saída, e dois vizinhos pareciam absolutamente inacessíveis.

Bruce e Shirley moravam ao lado, na primeira casa. Parecia que não tínhamos nada em comum com aquele casal. Toda vez que os víamos, de dia ou à noite, seguravam um cigarro entre os dedos.

Aos poucos começamos a puxar conversa por cima da cerca. Então, tivemos uma ideia. No dia em que recebemos a visita de nosso filho, sua esposa e o bebê recém-nascido, decidimos convidar os vizinhos, juntamente com os amigos, para uma confraternização. Bruce e Shirley vieram. Foi a primeira vez que os vimos sem um cigarro na mão.

Em outra ocasião, fizemos questão de convidá-los para uma refeição descontraída ao ar livre em nosso jardim. Após uma investigação meticulosa a respeito de nossa dieta alimentar, retribuíram o convite.

Tornamo-nos bons amigos. No dia em que se aposentaram e mudaram de endereço, insistiram para que fizéssemos uma visita e lanchássemos juntos. Não perdemos a oportunidade. Com grande orgulho mostraram-nos seu novo lar, que estava sendo mantido longe da fumaça do cigarro.

A outra família “inacessível” morava em frente à nossa casa. Pareciam nunca estar em casa; nem mesmo sabíamos seu nome. De vez em quando víamos um carro estacionado na garagem, mas não víamos nenhum rosto.

Foi então que aquela terrível terça-feira chegou: 11 de setembro. Na sexta-feira à noite daquela mesma semana, no Dia Nacional de Oração, decidimos convidar os vizinhos para uma reunião em nossa casa na qual poderíamos passar simples momentos de reflexão, leitura, orações e tomar um suco. Nossos vizinhos da frente apareceram para dizer que aquela era uma ideia excelente, mas que infelizmente já tinham um compromisso marcado.

Aquele casal foi a sétima e a última família que conhecemos na rua sem saída. Ao olharmos para trás, pensamos como fomos capazes de ficar tanto tempo escondidos em nosso pequeno casulo. Realmente é um lindo dia em nossa vizinhança.

6 de fevereiro Segunda

O Perfume da Graça
Mas dou graças a Deus porque, unidos com Cristo, somos sempre conduzidos por Deus como prisioneiros no desfile de vitória de Cristo. Como um perfume que se espalha por todos os lugares, somos usados por Deus para que Cristo seja conhecido por todas as pessoas. 2 Coríntios 2:14, NTLH

Nessa passagem, Paulo relaciona a vida cristã ao “triunfo” romano, o grande desfile da vitória que tomava conta das ruas de Roma em comemoração ao sucesso de certo general. O desfile – despojos de guerra, animais exóticos, prisioneiros e, finalmente, o próprio general – acontecia numa atmosfera perfumada com incenso ou com grandes quantidades de pétalas.

O apóstolo Paulo afirmou que somos conduzidos como prisioneiros no desfile da vitória de Cristo. Ele é o Herói conquistador e nós, os prisioneiros voluntários, espalhamos o perfume de Sua graça à medida que passamos.

Você já notou como associamos aromas a lugares? Inalamos algum odor, a sugestão de alguma fragrância, e nossa mente se recorda de um evento que talvez tenha acontecido há muitos anos. Voltamos para aquele lugar e revivemos uma doce lembrança.

O mesmo acontece com as pessoas. Associamos alguém especial com seu perfume. Pode ser um cheiro ou uma fragrância. Toda vez que sentimos esse cheiro, pensamos naquela pessoa.

No período em que moramos na Índia, ficamos encantados com a dama-­da-noite, um arbusto com pequenas flores brancas que exalam seu perfume à noite. Acordávamos nas primeiras horas da manhã e apreciávamos a fragrância doce e suave entrando pela janela. Ao passearmos pelo campus do Spicer College à noite, cruzávamos com um pequeno rastro invisível de perfume e o seguíamos até encontrar a fonte, às vezes a muitos metros de distância, nas pequeninas flores brancas que floresciam discretamente, mas transformavam o ar noturno.

Apaixonei-me por aquela pequena flor. Se sentisse aquela fragrância neste instante, voltaria mentalmente para aquele lugar.

Amo flores; não ligo para flores artificiais. Algumas imitações parecem exatamente como as reais, mas é muito fácil reconhecê-las – cheirando-as. Apenas as flores de verdade são perfumadas.

Isso me leva a examinar meu coração. Sou real ou falso? Será que através de minha vida homens e mulheres, meninos e meninas têm sentido a doce fragrância de Cristo, o perfume da graça?

7 de fevereiro Terça

O Triunfo da Luz

A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram. João 1:5

Verdadeiro ou falso: O mundo é lindo. O mundo é feio.
Verdadeiro e verdadeiro também.
Verdadeiro ou falso: A vida é maravilhosa. A vida é terrível.
Novamente, verdadeiro nos dois casos.

Estamos num conflito, o grande conflito entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas. A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram. Nunca conseguiram, nunca conseguirão. Glória a Deus por isso!

Em sua obra A Trilha Menos Percorrida (Nova Era, 2004), o psicoterapeuta M. Scott Peck narra a história inacreditável de um empresário de sucesso que conheceu. Fruto de uma relação ilegítima, passou por vários lares adotivos com total ausência de afeto. Aos 17 anos, foi preso por causa de um violento assalto. Após cumprir seis meses de prisão, foi admitido para trabalhar como auxiliar de almoxarifado numa pequena empresa. Para os assistentes sociais, seu futuro parecia tenebroso. Dentro de três anos, no entanto, ele se tornou o chefe de departamento mais jovem da história daquela empresa. Após cinco anos, ele se casou com uma executiva e abriu o próprio negócio. Na ocasião em que conheceu Peck, ele havia se tornado um pai amoroso e carinhoso, um intelectual autodidata, um líder na comunidade e um artista talentoso.

A história desse homem é apenas um dos vários exemplos registrados por Peck. Após ter a oportunidade de conhecer tais pessoas, Peck conclui que “há uma força, um mecanismo que não compreendemos plenamente”, que opera rotineiramente para promover nossa saúde mental e física. O mais impressionante, segundo Peck (que não era cristão na ocasião em que escreveu o livro), não é o fato de ficarmos doentes, mas o fato de não ficarmos doentes com mais frequência e nos recuperarmos quando deveríamos morrer.

O trecho mais impressionante do livro de Peck é a conclusão, capítulo em que o autor faz uma reflexão a respeito do que sua experiência como psicoterapeuta propõe. Ao esforçar-se para compreender a inclinação do Universo a nosso favor, recorre à única palavra que parece encaixar: graça!

O Dr. Peck descobriu que isso é verdade. A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram. Nunca conseguiram, nunca conseguirão!

8 de fevereiro Quarta

Contando os Fios de Cabelo

Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Lucas 12:7

Essas palavras de Jesus me deixam maravilhado. Deus Se importa tanto comigo que Ele sabe até mesmo quantos fios de cabelo tenho em minha cabeça?

Na atual era em que se mede tudo que existe debaixo do Sol, certamente alguém fez tal cálculo. Sem dúvida, em algum lugar você poderá encontrar a quantidade média de fios de cabelo na cabeça de uma mulher ou de um homem. Mas apenas isso – um cálculo médio. Jesus não estava falando sobre média. Ele queria que soubéssemos que o Pai celestial nos ama íntima, individual e pessoalmente.

Numa viagem à China, compreendi as palavras de Jesus. Tínhamos compromissos marcados em Xangai, mas foram desmarcados e ficamos com uma hora livre. O guia turístico nos disse que poderia nos levar a uma exposição perto dali. Fomos a um prédio grande, de bela arquitetura e vários andares. Visitamos a exposição de esculturas e artefatos interessantes do majestoso passado chinês. Em seguida, entramos numa sala em que a princípio pensei que fosse uma exposição de pinturas, mas os quadros estavam iluminados de uma maneira que eu nunca tinha visto antes. Ao olhar mais de perto, percebi que aquelas obras de arte não haviam sido feitas com pincel e tinta a óleo, mas tinham sido tecidas em seda.

Uma mulher vestida de preto sentada à mesa estava totalmente absorta no trabalho de tecelagem que realizava. Fios de várias cores pendiam da moldura. Através de um intérprete, ela me disse que havia aprendido aquela arte na infância; e agora estava com 62 anos.
Em cima da mesa estava uma fotografia. Ela informou que aquele era o proprietário da companhia. Ao lado estava a réplica da foto (de uma semelhança incrível, mais fiel do que uma fotocópia), uma imitação tridimensional que reproduzia a iluminação e chamava mais atenção do que o original.

Fiquei impressionado. Perguntei-lhe quanto tempo tinha levado para concluir aquela obra de arte.

– Oito meses – ela respondeu.

Teceu, centímetro por centímetro, fio a fio. Se ela quisesse, poderia ter contado cada fio à medida que tecia essa parte de sua criação.

Nosso Criador teceu centímetro por centímetro de nosso ser, fio a fio de cabelo. Com muito amor ficou absorto em Seu trabalho; e com muito amor ainda está ao nosso lado. “Você é muito precioso para Mim”, diz. “Sei tudo sobre você. Eu o criei! Você é Meu!”

9 de fevereiro Quinta

Uma Canção em Meio à Noite

Conceda-me o Senhor o Seu fiel amor de dia; de noite esteja comigo a Sua canção. É a minha oração ao Deus que me dá vida. Salmo 42:8

Em 13 de outubro de 1944, um concerto muito incomum foi realizado na cidade-fortaleza de Terezin, na antiga Tchecoslováquia. Localizada entre as cidades de Praga e Dresden, Terezin, com apenas 5.000 habitantes, foi invadida pelo exército nazista e recebeu o nome alemão de Theresienstadt.

Theresienstadt abrigou uma prisão da Gestapo. Ela serviu de campo de concentração em que aproximadamente 74.000 judeus tchecos passaram a caminho de Auschwitz. Alguns dos prisioneiros, no entanto, permaneceram em Theresienstadt por anos. Entre eles, havia vários músicos e compositores. Viktor Ullmann foi um deles. As condições daquele campo de concentração eram bem menos rígidas do que em outros lugares, e os músicos tiveram a oportunidade de continuar sua obra criativa e até mesmo organizar uma orquestra. Ullmann compôs cerca de 20 peças musicais entre 1942 e 1944, incluindo uma ópera. Mesmo diante daquela terrível situação, Ullmann apresentou um espírito de criatividade, resistência e iniciativa.

Para os nazistas, as atividades do campo de concentração de Theresienstadt favoreciam a transmissão de uma falsa impressão. Eles convidaram os representantes da Cruz Vermelha Internacional para inspecionar o campo numa data predeterminada a fim de assistirem ao concerto, que incluía várias obras compostas em cativeiro. Os nazistas filmaram o evento e enviaram as imagens com o objetivo de se autopromoverem. Os músicos receberam ternos pretos para vestir na ocasião, e a plataforma construída para o maestro Karel Ancerl foi enfeitada com vasos de plantas para esconder os sapatos em péssimas condições que ele usava.

Três dias após o concerto, no entanto, todos os prisioneiros do campo, cerca de 2.500 homens, foram enviados para Auschwitz. Sua utilidade para os nazistas tinha chegado ao fim. Muitos foram assassinados ao chegarem ao destino. Viktor Ullmann estava entre eles.

Antes de Ullmann embarcar para Auschwitz, foi obrigado a deixar suas composições musicais em Theresienstadt. Alguns fragmentos foram preservados e hoje fazem parte do repertório de orquestras ao redor do mundo.

É impossível ouvir essas composições sem pensar no contexto histórico em que foram criadas. Musicais escritos não por lucro ou vaidade, mas por um poder maior do que a vida: a necessidade de sobrevivência. Trata-se de uma canção em meio à noite mais escura.

10 de fevereiro Sexta


Uma Abordagem Nova e Radical

Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo. Efésios 5:21

A graça não é meramente um bom tema para sermões e hinos. Deus deseja que a graça permeie cada aspecto de nosso ser, transforme cada relacionamento e nos torne semelhantes a Cristo na totalidade da vida.

A graça introduz uma abordagem nova e radical à família. Não precisamos mais ficar preocupados em mostrar quem é o chefe. Em vez de autoridade, a essência é o serviço. O objetivo é servir, não mandar; ajudar, não comandar; assegurar, não dominar. Somos seguidores dAquele que disse aos Seus discípulos: “Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate por muitos” (Mt 20:26-28).

Nossos filhos – filhos cristãos – têm dificuldade em entender o plano da salvação porque aquilo que tentamos ensinar-lhes a partir dos 10 anos de idade está em desarmonia com a maneira pela qual os educamos. No período em que usavam fraldas, engatinhavam e davam os primeiros passos, ensinávamos por meio de recompensas e punições (desaprovação). Em seguida, de repente, tentamos ensinar-lhes que Deus lida conosco de forma totalmente contrária.

Ainda preciso encontrar um método de criar e educar crianças que leve a sério o princípio da graça. Vejo várias ideias e livros cristãos bem-intencionados baseados no princípio do controle, da autoridade, da disciplina, da liderança e assim por diante. Mas, à luz do ensinamento bíblico a respeito da graça, a abordagem nova e radical quanto à família, acho que eles perdem o objetivo de vista, infelizmente.

Os cristãos com razão levam a sério a função de pais. Entendem que, ao desempenharem a tarefa delicada de moldar valores e atitudes, representam Deus na vida dos pequenos. O problema é que não lidamos com nossos filhos da mesma maneira que Deus lida conosco. Somos rápidos em punir e lentos em perdoar. Até mesmo as canções sobre Jesus que ensinamos a eles muitas vezes transmitem, sutil ou diretamente, que Ele não nos ama quando fazemos algo de errado. O método de “recompensa e punição” que utilizamos para educá-los talvez permaneça com eles para o resto da vida, distorcendo permanentemente o conceito que têm de Deus.

Criar e educar filhos. Quem é bom o bastante para desempenhar tamanha função? De alguma forma, apesar de nós mesmos, coisas boas acontecem, pois Deus é grande e ama nossos filhos muito mais do que o fazemos.

11 de fevereiro Sábado

A Graça na Família
Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda. Salmo 127:1

Neste mundo de relacionamentos destruídos, nenhuma outra instituição tem sofrido mais do que a família. O sagrado matrimônio muitas vezes se torna o desvairado pandemônio.

A seguir, partilho com você uma história que circula por aí.

Três homens recém-casados se reuniram e começaram a se gabar de como tinham sido bem-sucedidos em colocar as esposas na “linha”.

O primeiro se gabou de ter dito à esposa que ela era a responsável por lavar toda a louça e cuidar da limpeza da casa. Disse que levou dois dias, mas ao terceiro dia encontrou a casa limpa e a louça lavada.

O segundo homem se gabou de ter dado ordens à esposa para cuidar de toda a limpeza da casa, lavar a louça e cozinhar. Disse que não viu nenhum resultado no primeiro dia, mas no segundo já notou melhoras. No terceiro dia, encontrou a casa limpa, a louça lavada e um jantar caprichado sobre a mesa.

O terceiro homem se gabou de ter dito à mulher que seu dever consistia em limpar a casa, lavar a louça, aparar a grama, lavar a roupa e preparar todas as refeições. Disse que no primeiro dia não viu nada. No segundo dia também não, mas no terceiro o inchaço diminuiu e conseguiu enxergar um pouco com o olho esquerdo!

Ellen White tinha razão ao afirmar: “A graça de Cristo, e ela somente, pode tornar essa instituição [a família] o que Deus designou que fosse: um meio para a bênção e reerguimento da humanidade. E assim as famílias da Terra, em sua união, paz e amor, podem representar a família do Céu” (O Maior Discurso de Cristo, p. 65).

Senhor Jesus, reina em minha família hoje! Faze com que ela seja um canal de bênçãos para o mundo e uma instituição para a Tua glória!

Lição 6 -- Deus, o legislador, 1ºTRIMESTRE2012-TVNOVOTEMPO

Lição da Escola Sabatina 06-1-2012 - DEUS, O Legislador

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