sábado, 2 de março de 2013

Esboço da Escola Sabatina #10 - Mordomia cristã e meio ambiente 1ºTrim/2013

Lição 10 - Mordomia cristã e meio ambiente

Lição 10 - Mordomia e o meio ambiente, 2013 TV Novo Tempo

Chamada Lição 10 - Código Aberto Origens

Lição 10 "Mordomia e o meio ambiente" - Código Aberto Origens

LOÇÃO 10 COMENTÁRIO


Lição 10 - Mordomia cristã e meio ambiente


Michelson Borges, jornalista pela UFSC e mestre em teologia pelo Unasp
Nahor Neves de Souza Jr., geólogo pela Unesp e doutor em engenharia pela USP

Introdução

Ideia central 1: Gênesis 1:28 traz a ordem de Deus ao primeiro casal: que se multiplicassem e “dominassem” a Terra. Além disso, conforme o Salmo 8:6, foi dado ao ser humano domínio sobre as obras criadas por Deus. Diferentemente do que ensinam os darwinistas, o ser humano é qualitativamente superior às outras criaturas, mas se torna responsável por isso na medida em que deve usar sua sabedoria inigualável e seu senso moral para administrar a criação e zelar por ela (Gn 2:15). Essa compreensão nos ajuda a evitar dois extremos: (1) o desprezo pela natureza e (2) a divinização da natureza.

Ideia central 2: O mandamento do sábado é um lembrete de nossa dependência do Criador e de nossa responsabilidade para com a criação, já que ele é o memorial dessa criação (Êx 20:8-11). Outra maneira de mostrar que somos administradores dos bens que nos foram confiados por Deus é cuidando de nosso corpo, chamado na Bíblia de “santuário do Espírito Santo” (1Co 6:19, 20). Cuidar da saúde é uma questão espiritual, pois tudo o que afeta o corpo, afeta também a mente, e a mente é o canal de comunicação de Deus conosco. Deus está disposto a nos ajudar na administração daquilo que Ele nos dá: corpo, talentos, recursos materiais e tempo.

Para refletir

1.O que significa a ordem de Deus para que o ser humano “domine” sobre a criação? A correta compreensão desse assunto nos livra de dois equívocos. Quais?
2. De que maneira o sábado nos lembra de que somos administradores da criação?
3. Segundo a Bíblia, qual é o principal motivo pelo qual devemos cuidar da saúde?

Ampliação

A maior catástrofe ambiental da história humana

O mundo em que vivemos apresenta condições gerais bastante favoráveis à vida, especialmente quando o comparamos aos demais planetas do sistema solar. No entanto e infelizmente, determinados danos ambientais ocasionados por desastres naturais – destacando-se as catástrofes geológicas – agridem frequentemente nosso planeta. Qualquer processo geológico, natural ou induzido, que coloque em risco a vida humana, pode ser considerado um risco geológico (definição convencional). Seu âmbito inclui os acontecimentos locais (deslizamentos, que podem ser induzidos pela própria atividade humana), regionais (terremotos, maremotos, etc.) e, principalmente, os globais, que podem ameaçar a totalidade da espécie humana (erupções vulcânicas catastróficas, impacto de asteroides, etc.).

Recentemente, a geologia convencional tem considerado a hipótese de que eventuais catástrofes de amplitude global tenham provocado extinções em massa. Esses desastres naturais cíclicos teriam interrompido esporadicamente os prolongados períodos (supostos milhões de anos) de relativa calmaria geológica. Durante esses longos intervalos, processos naturais (com destaque para a seleção natural) teriam promovido a lenta e gradual evolução dos seres, desde o primeiro ancestral até a atual biodiversidade. Mesmo com alguns avanços nos últimos trinta anos (inclusão de eventuais catástrofes), mas sob a forte e negativa influência da geocronologia padrão, esse quadro interpretativo da geologia histórica constitui um prejuízo acumulado incalculável para o progresso do conhecimento geológico.

Na verdade, se existe uma área promissora no campo da investigação científica que disponibilize dados significativos para a melhor compreensão dos primórdios da história da Terra e de seus ocupantes, essa área é a geologia diluvialista. Com efeito, diferentemente da versão tradicional da geologia, as extensas e espessas deposições sedimentares, com seu notável conteúdo fóssil (mortandade em massa e rápido soterramento), distribuídos por toda a superfície da Terra, estão associadas a outros quatro fenômenos geológicos globais, já identificados e descritos cientificamente. Esse seis fenômenos geológicos de amplitude global (figura 1) constituem evidências mais do que suficientes que apontam para uma catástrofe geológica de proporções globais, cujo contexto histórico e cronológico se encontra claramente exposto no relato bíblico do dilúvio: a maior catástrofe ambiental da história humana!

Figura 1


Um quadro de fenômenos geológicos globais, com uma geocronologia curta (horas, dias, semanas e meses) pode ser apreciado no livro de Souza Jr. (2004): Uma Breve História da Terra (Sociedade Criacionista Brasileira). Nesse livro encontram-se mais evidências e explicações sobre as inconsistências e improbabilidades de se conciliar etapas de lentas e graduais transformações evolutivas com a formação do registro fóssil ou coluna geológica fanerozoica. O desenvolvimento de seis fenômenos geológicos globais, contínuos e interligados (figura 2), aponta para um cenário mais condizente com a realidade dos fatos geológicos e paleontológicos. Um interessante modelo explicativo do provável significado da disposição (mais ou menos ordenada) dos seres no registro fóssil poderá ainda contribuir para compreensão melhor da história fanerozoica:

Figura 2


“A disposição relativamente organizada do conteúdo fóssil retrataria: a morte catastrófica e o soterramento rápido e ordenado dos seres (mobilidade diferenciada); o sepultamento contínuo e sequencial de plantas e animais (flutuabilidade seletiva), que antes viviam organizadamente distribuídos (zoneamento paleoecológico).”

A associação da descrição bíblica do dilúvio com os fenômenos geológicos globais (eventos extraordinários que podem se desenvolvernaturalmente) explicaria apenas parcialmente o ocorrido. Muitos detalhes ficariam sem respostas, como por exemplo: o encaminhamento dos animais em direção à arca; o desencadeamento do próprio dilúvio; a preservação dos seres no interior da embarcação durante o terrível e devastador cataclismo; etc. Esses e outros aspectos requerem, em princípio, a intervenção sobrenatural de Deus (figura 3). Mas, de toda maneira, a coerente combinação de conhecimento bíblico-histórico (o dilúvio de Gênesis) com o conhecimento científico (fenômenos geológicos globais) confirma a própria definição de criacionismo (ver figura 2 da lição 2).

Figura 3


Adam Sedgwick (1785-1873) é reconhecido como responsável pelo lançamento das bases científicas da geologia. Ele contribuiu para as definições dos períodos Cambriano e Devoniano e na construção da própria coluna geológica. O interessante é que Sedgwick foi criacionista e acreditava no dilúvio de Gênesis ou nas evidências geológicas de catástrofes súbitas. Para esse ilustre geólogo britânico, os estratos sedimentares foram depositados por águas catastróficas. As possíveis origens dos grandes volumes de água que devastaram a superfície da Terra durante o dilúvio podem hoje ser mais bem compreendidas (figuras 4 e 5).

Figura 4

Figura 5


Sedgwick foi professor de geologia na prestigiada Universidade de Cambridge e presidente da Sociedade Geológica de Londres. Como autêntico criacionista, sentia-se à vontade para associar a geologia à ética e à narrativa bíblica de Gênesis 7 e 8. Charles Darwin (1809-1882), discípulo de Sedgwick, infelizmente, desconsiderou os preciosos ensinamentos científicos do grande mestre, o qual, consternado, se sentiu no dever de criticar publicamente o modelo de evolução de seu ex-aluno. Hoje, após 154 anos, à luz do conhecimento geológico disponível, temos que admitir que Sedgwick estava coberto de razão.

Conclusões

- Com respeito ao dilúvio, leia “As fontes do grande abismo” (aqui), “Dilúvio: águas de cima e de baixo” (aqui), “Dilúvio universal e suas implicações” (aqui) e “Dilúvio: lenda ou fato?” (aqui).

- Leia os artigos “Amigo animal” (aqui) e “O preço da carne” (aqui) e pense em nossa reponsabilidade diante dos seres criados.

- Leia a série “Batalha pela mente” (aqui).

- Leia Gênesis 1:29. Um estudo da Universidade Heinrich-Heine, na Alemanha, traz evidências de que o consumo de frutas e legumes pode melhorar o aprendizado, a memória e o raciocínio. Os benefícios físicos dessa dieta já são bem conhecidos.

- Segundo matéria publicada no site Nutrição em Pauta, “os adventistas do sétimo dia (ASD) têm sido objeto de muitos estudos epidemiológicos. Os resultados sugerem fortemente que os ASD estão vivendo mais por seguirem certos princípios dietéticos herdados a partir de suas crenças religiosas, como vegetarianismo, ênfase no consumo de grãos integrais, frutas, hortaliças e abstinência de tabaco e álcool. [...] Adventistas vegetarianos californianos tendem a ser menos obesos, bebem menos café [na verdade, a orientação da igreja é para se evitar a cafeína], comem mais leguminosas e produtos à base de proteína vegetal. Além disso, exercitam-se com maior regularidade. Tanto a ausência de carne quanto a adição de frutas, castanhas e hortaliças parecem exercer grande influência na prevenção de câncer e doença cardíaca, bem como no aumento da longevidade. [...] A experiência de saúde da população ASD tem sido estudada por pelo menos 51 anos. Existem mais de 300 artigos científicos abordando estudos sobre a saúde dos ASD publicados em periódicos científicos da Dinamarca, Holanda, Noruega, Japão, Austrália, além dos bem conhecidos estudos da Universidade de Loma Linda, Califórnia, EUA”.

- O jornal norte-americano Daily Mail, em sua edição de 20 de novembro de 2008, traz um artigo sobre longevidade. Entre as dicas para se viver mais apontadas na matéria – use fio dental, vá à igreja, ria diariamente, etc. –, está esta: “Seja um adventista do sétimo dia.” O texto diz: “Os adventistas do sétimo dia vivem em média quatro anos a mais que o resto de nós [...]. Analisando dados obtidos das dietas dos adventistas do sétimo dia que são vegetarianos estritos e outros estudos a longo prazo, o Dr. [Pramil] Singh afirma que ‘os que são vegetarianos há um bom tempo têm uma vantagem de 3,6 anos de vida e vivem cerca de 86,5 anos’.”

- Você quer viver mais e melhor? Siga estes princípios bíblicos: temperança (equilíbrio em tudo); regime alimentar apropriado (o mais natural possível); uso abundante de água (seis a oito copos por dia, entre as refeições); ar puro; luz solar em horários apropriados; exercício físico e repouso; confiança em Deus.

Assista ao esboço em vídeo desta lição. Clique aqui.
Assista ao programa “Em Busca das Origens”. Clique aqui
Assista também à exposição geral da Lição “Origens” (aqui).

MORDOMIA CRISTÃ E O MEIO AMBIENTE - LIÇÃO 10


Lição 10
2 a 9 de março



Mordomia cristã e o ambiente





Sábado à tarde
Ano Bíblico: Dt 18–20

VERSO PARA MEMORIZAR:“Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a Terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela Terra” (Gn 1:28).

Leituras da semana: Sl 8Gn 2:15Ap 4:11Êx 20:8-111Co 3:16

O mundo em que vivemos é um presente de amor do Deus Criador, “[d]Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:7). Dentro dessa criação Ele colocou os seres humanos, ligados intencionalmente em relacionamento com Ele, com outras pessoas e com o mundo ao redor. Portanto, como adventistas do sétimo dia, consideramos que a preservação e cuidado do meio ambiente estão intimamente relacionados com nosso serviço para Ele.

“Visto que a pobreza humana e a degradação ambiental estão inter-relacionadas, comprometemo-nos a melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas. Nosso objetivo é o desenvolvimento sustentável dos recursos, enquanto atendemos às necessidades humanas. [...]

“Nesse compromisso, confirmamos nossa condição de mordomos da criação de Deus e cremos que a total restauração será alcançada somente quando Deus fizer novas todas as coisas” (Extraído de “Cuidando da Criação, uma Declaração da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia sobre o Meio Ambiente”, votada em 12 de outubro de 1992).

Domingo
Ano Bíblico: Dt 21–23

Domínio outorgado no princípio


De acordo com Gênesis 1:26, o domínio de Adão se estendeu a todos os outros seres criados, no mar, na terra e no ar. O domínio inclui a ideia de governar ou ter poder sobre essas criaturas. Nada é dito a respeito do domínio sobre as forças da natureza em si, mas apenas sobre as criaturas. E, de acordo com o texto, essa regra era universal: Adão devia ser, essencialmente, o governante da Terra.

1. Qual foi a resposta de Davi para a honra que Deus deu aos seres humanos? O que significam a “honra e glória” que nos foram dadas, especialmente no contexto dos seres humanos recebendo o domínio sobre a Terra? Sl 8

De acordo com Gênesis 2:19, uma das primeiras tarefas de Adão foi dar nome aos animais. Nomes tinham grande significado nos tempos bíblicos. O nome representava a própria pessoa e, muitas vezes, a situação da pessoa. A autoridade para dar nomes às aves e animais foi a confirmação da posição de Adão como governante sobre os animais.

2. Leia Gênesis 2:15. De que forma você vê o princípio da mordomia cristã revelado nesse texto?

Adão foi incumbido de cuidar do jardim, administrá-lo e atender às suas necessidades. A raiz hebraica, smr, traduzida ali como “guardar”, geralmente significa “zelar” ou “proteger”. O jardim foi um presente para Adão, uma expressão do amor de Deus. Adão também recebeu a responsabilidade sobre ele, outro exemplo do domínio que lhe foi conferido no momento da criação.

Como nossa compreensão de Deus como Criador, ou ainda mais especificamente, nossa compreensão da história da criação, deve influenciar nossa maneira de tratar o meio ambiente? Por que a compreensão dessas coisas deve nos proteger da indiferença grosseira ou, ao contrário, da devoção fanática para com o meio ambiente?

Segunda
Ano Bíblico: Dt 24, 25 

Cuidando de outras criaturas


3. “Todos os animais da floresta são Meus, como são as cabeças de gado aos milhares nas colinas” (Sl 50: 10, NVI). Está o tema da mordomia da Terra implícito nesse texto?

4. Leia Apocalipse 4:11. Qual é a diferença radical entre esse texto e as noções comuns dos ateus acerca de uma criação sem um criador, que surgiu unicamente pelo acaso?

A criação dos animais não foi um acidente nem uma ideia posterior. Deus os criou propositalmente. Era Sua vontade que eles existissem, e esse princípio deve orientar nossa maneira de tratá-los (veja também Êx 23:512Pv 12:10Lc 14:5).

Na verdade, a crueldade para com os animais e a indiferença em relação ao seu sofrimento são amplamente reconhecidas como sintomas de transtornos de personalidade. Muitas organizações foram criadas para promover o bom tratamento dos animais, e com razão.

No entanto, ao mesmo tempo, algumas pessoas têm chegado a afirmar que os seres humanos não são intrinsecamente mais importantes do que os animais. Assim, os seres humanos não deveriam receber tratamento preferencial. Em muitos aspectos, isso é uma linha de pensamento que flui logicamente a partir de um modelo evolucionista das origens humanas. Afinal, se nós e os animais somos separados apenas pelo tempo e pelo acaso, por que deveríamos ser mais especiais do que eles? Um filósofo chegou a argumentar que uma galinha, ou mesmo um peixe, tem mais “personalidade” do que um feto no ventre ou até mesmo do que uma criança recém-nascida. Por mais ridículas que essas ideias possam parecer, elas podem ser derivadas, com uma quantidade razoável de lógica, de um modelo ateísta evolucionista das origens humanas.

Essas ideias não são apoiadas nas Escrituras. Os seres humanos têm uma posição especial no plano de Deus, em contraste com a dos animais (veja Gn 3:21Êx 29:38; Lv 11:3).

Imagine que você é um evolucionista ateu. Pense nas razões pelas quais acha que os animais devem ser tratados da mesma forma que os seres humanos. O que isso diz sobre a importância dos nossos pressupostos para determinar o resultado do nosso pensamento?

Terça
Ano Bíblico: Dt 26–28 


O sábado e o meio ambiente


Como vimos, o conceito de mordomia, no contexto da nossa maneira de cuidar do planeta, está diretamente ligado à criação. Nossos pontos de vista sobre a criação influenciam nossas opiniões sobre a forma pela qual devemos nos relacionar com a criação.

Para alguns, a criação deve ser explorada, usada, e até mesmo saqueada, em qualquer grau necessário para cumprir nossos desejos e necessidades. Outros, ao contrário, quase adoram a criação (Rm 1:25). Então, é a visão bíblica que deve nos dar uma perspectiva equilibrada sobre a forma com que devemos nos relacionar com o mundo que o Senhor criou para nós.

5. Leia Êxodo 20:8-11. O que encontramos nesse mandamento que diz respeito à mordomia cristã?

“Deus separou o sábado como memorial e lembrança perpétua de Seu ato criador e do estabelecimento do mundo. Ao descansar nesse dia, os adventistas do sétimo dia reforçam o sentido especial de relacionamento com o Criador e Sua criação. A observância do sábado destaca a importância da nossa integração com o meio ambiente como um todo” (Extraído de “Cuidando da Criação, uma Declaração da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia sobre o Meio Ambiente”, votada em 12 de outubro de 1992).

Ao apontar o fato de que Deus nos criou e o mundo em que habitamos, o sábado é um lembrete constante de que não somos criaturas totalmente autônomas, que podem fazer tudo o que desejam aos outros e ao mundo. O sábado deve nos ensinar que somos, de fato, mordomos, e que a mordomia implica responsabilidades. E, como podemos ver no próprio mandamento, a responsabilidade se estende à nossa maneira de tratar os que estão “abaixo” de nós.

Como você trata as outras pessoas, especialmente as que estão sob seu comando? Você está tratando-as com respeito, justiça e graça? Ou está tirando vantagem do poder que você tem sobre elas? Se for o último caso, lembre-se: um dia você terá que responder por suas ações.

Quarta
Ano Bíblico: Dt 29–31 

Mordomos da saúde


Como vimos ao longo deste trimestre, a criação original de Deus era “muito boa”. Tudo e todos saíram das mãos do Criador em estado de perfeição. Não havia doença, sofrimento nem morte. Ao contrário do modelo evolutivo, no qual a doença, o sofrimento e a morte são parte dos meios de criação, essas coisas surgiram somente depois da queda, após a entrada do pecado. Assim, é apenas no contexto da história da criação que podemos melhor compreender o ensino bíblico sobre saúde e cura.

6. Leia 1 Coríntios 6:1920. Qual é nossa responsabilidade diante de Deus a respeito do cuidado do nosso corpo?

É por meio do nosso cérebro que o Espírito Santo Se comunica conosco. Se quisermos ter comunhão com Deus, devemos cuidar do corpo e do cérebro. Se abusarmos do nosso corpo, destruiremos a nós mesmos, física e espiritualmente. De acordo com esse texto, a saúde e nossa maneira de cuidar do corpo, o “templo de Deus”, é uma questão moral, cheia de consequências eternas.

Cuidar da saúde é uma parte vital do nosso relacionamento com Deus. Obviamente, alguns aspectos da saúde estão além do nosso controle. Temos genes defeituosos, estamos expostos a produtos químicos ou outros agentes prejudiciais desconhecidos e estamos em risco de danos físicos que podem prejudicar nossa saúde. Deus sabe de tudo isso. Mas na medida de nossas possibilidades, devemos fazer o melhor para preservar nosso corpo feito à imagem de Deus.

“Ninguém que professe piedade considere com indiferença a saúde do corpo, nem se iluda com o pensamento de que a intemperança não é pecado e não afetará sua espiritualidade. Existe uma estreita afinidade entre a natureza física e a moral. O padrão de virtude é elevado ou rebaixado por meio dos hábitos físicos [...] Qualquer hábito que não promova o perfeito funcionamento saudável do organismo humano degrada as mais elevadas e nobres faculdades” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Saúde, 67).

Quinta
Ano Bíblico: Dt 32–34 


Princípios de mordomia cristã


7. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes” (Tg 1:17). Como esse texto ajuda a estabelecer a base para um conceito de mordomia fundamentado na Bíblia?

Muitas vezes tendemos a pensar em mordomia em termos de dinheiro. No entanto, como vimos nesta semana, a mordomia envolve muito mais do que isso. Porém, seja lidando com dinheiro, com preocupações ambientais ou com nossa saúde, existem certos princípios envolvidos na boa mordomia, princípios que têm seu fundamento último na criação descrita em Gênesis. No fim, visto que Deus é nosso Criador, e que tudo que temos é dádiva dEle, devemos ser bons mordomos de tudo o que foi confiado a nós.

8. Leia Mateus 25:14-30. Como essa parábola ilustra as recompensas da boa mordomia? Qual é a mensagem da parábola sobre os princípios da mordomia em geral?

“Cristo confia a Seus servos ‘Seus bens’ – alguma coisa que deve ser usada para Ele. Dá ‘a cada um a sua obra’. Todos têm seu lugar no plano eterno do Céu. Todos devem colaborar com Cristo para a salvação das pessoas. Tão certo como nos está preparado um lugar nas mansões celestes, há também um lugar especial designado na Terra, onde devemos trabalhar para Deus” (Ellen G. White, 
Parábolas de Jesus, p. 326, 327).

O que você está fazendo com os talentos que recebeu do “Pai das luzes”? Que escolhas você pode fazer que lhe permitirão usar esses dons em um serviço melhor para a causa do Senhor?

Sexta
Ano Bíblico: Js 1–4

Estudo adicional


Os seguidores de Cristo foram redimidos para o serviço. Nosso Senhor ensina que o verdadeiro objetivo da vida é servir. […] A lei de servir se torna o vínculo que nos liga a Deus e a nosso semelhante” (Ellen G, White, Parábolas de Jesus, p. 326). 

Perguntas para reflexão

1. Alguns secularistas propuseram que o valor da vida não deve ser medido pela condição humana, mas pelo potencial para viver de modo agradável. Eles podem valorizar um chimpanzé jovem e saudável mais do que a um ser humano velho e doente.

Peter Singer argumenta que, em certos casos, os seres humanos não devem ter mais direitos do que alguns animais: “Os que protestam contra o aborto, mas se alimentam regularmente de frangos, porcos e bezerros mostram apenas uma preocupação tendenciosa pela vida dos membros de nossa espécie. Porque, a partir de qualquer comparação justa das características moralmente relevantes, como racionalidade, autoconsciência, percepção, autonomia, prazer, dor, e assim por diante, o bezerro, o porco e o muito ridicularizado frango, ficam bem à frente do feto em qualquer fase da gravidez. Se fizermos a comparação com um feto de menos de três meses de idade, um peixe mostraria mais sinais de consciência” (Peter Singer, Writings on an Ethical Life [Escritos sobre uma Vida Ética; New York, NY, The Ecco Press, 2000, p. 156).

Singer é evolucionista. Ele acredita que não há nenhuma diferença qualitativa evidente entre nós e os animais. Acabamos de evoluir para algo diferente do que eles evoluíram, isso é tudo.

O que está errado com essa descrição? Como devemos responder a esse raciocínio?

2. Leve para a classe o texto “Cuidando da Criação, uma Declaração da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia sobre o Meio Ambiente”, votada em 12 de outubro de 1992 (procure no site adventist.org/beliefs/statements/main-­stat5.html.) Se não for possível, use os trechos citados na lição de sábado. Como essa declaração relaciona a criação em Gênesis ao meio ambiente? Como uma visão adequada da criação pode nos proteger de tomar uma posição extrema?

Respostas sugestivas: 1. Davi louvou a grandeza de Deus em criar as maravilhas da Terra e colocar todas as coisas sob o domínio e cuidado do ser humano. 2. O homem foi colocado no jardim para o cultivar e guardar. Essa é a obra da mordomia cristã. 3. Sim, porque a mordomia cristã envolve a noção de que todos os animais e todo o planeta pertence ao Senhor. Por isso, devemos zelar pelo ambiente da melhor maneira possível. 4. Acreditamos que Deus criou todas as coisas e por Sua vontade elas existem. 5. Mordomia cristã inclui: 1. Trabalhar durante seis dias; 2. Cuidar dos recursos da Terra; 3. Santificar o sábado como memorial da criação; 4. Gastar tempo especial com o Senhor, com a família e com a comunidade. 6. Devemos glorificar a Deus em nosso corpo e espírito porque fomos comprados pelo sangue de Cristo. 7. Visto que toda boa dádiva e todo dom perfeito são dados por Deus, devemos usá-los para glória de Deus e para Seu serviço. 8. Os mordomos que multiplicaram os talentos recebidos serão aprovados e recompensados com maiores responsabilidades e alegrias. Deus nos dá talentos e espera que negociemos com eles, para que o Seu reino cresça e mais pessoas sejam salvas.