sábado, 10 de novembro de 2012

Comentários - Lição 7 - Inimigo Invisível


Lição 7 – Inimigos invisíveis



Felippe Amorim
Professor de História, Ensino Básico Iaene e Graduando em Teologia, Salt-Iaene, 2012
Otoniel de Lima Ferreira
D.Min. Professor de Evangelismo e Crescimento de Igreja Salt-Iaene

O planeta Terra está repleto de seres vivos. Muitos são animais grandes e pesados. Mas há uma parte significativa de seres vivos que nos são invisíveis. A maioria das doenças que contraímos é causada por seres microscópicos que, apesar de muito pequenos, são muito perigosos.

Por isso é tão importante lavar as mãos antes das refeições, lavar bem os alimentos, filtrar ou ferver a água, pois podemos ingerir minúsculos seres que trarão grandes prejuízos para nosso corpo.

É muito difícil lutar contra o que não se vê. No âmbito físico isso é uma verdade e no espiritual é ainda mais sério. Os maiores inimigos espirituais dos filhos de Deus também são invisíveis. O apóstolo Paulo escreveu sobre isso: “pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes” (Ef 6:12).

É verdade que enfrentaremos inimigos físicos na caminhada espiritual, mas eles são apenas uma figura do real inimigo invisível.
Quando enfrentamos problemas no matrimônio, o inimigo não é o cônjuge, a luta não é de um contra o outro, mas dos dois contra Satanás. As complicações na igreja não devem ser encaradas como a luta de um irmão contra o outro, mas dos irmãos contra o inimigo de Deus. Quando alguém é tentado, sua luta não é diretamente contra o objeto da tentação, mas sim contra o inimigo invisível. Enquanto os seres humanos lutam uns contra os outros, gastam a energia que deveria ser aplicada contra Satanás. Essa é a nossa principal luta e nela precisamos das armas de Deus para vencer.

Necessidade de todos
O apóstolo Paulo iniciou o texto bíblico de Efésios 6:10 com um conselho: “Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes permanecer firmes contra as ciladas do diabo; portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes” (Ef 6:10, 11, 13, IBB [Almeida Revisada Imprensa Bíblica]).

Esse conselho tem algumas implicações. A primeira é que não há força em nós mesmos para lutarmos as batalhas espirituais. Muitos que acreditam na autoajuda querem incutir na mente das pessoas a ideia de que temos um poder interior, mas a verdade é que toda força espiritual recebida vem de uma força externa. Outra implicação desse conselho paulino é que as ciladas do inimigo certamente virão. Todo cristão enfrentará alguma prova imposta pelo inimigo.

Como ilustração da solução para nossa fraqueza diante da guerra espiritual, o apóstolo evoca a imagem do soldado romano indo para a guerra, pois não podemos esquecer que estamos envolvidos em um conflito cósmico e nossas atitudes denunciam de que lado estamos. Quando os romanos iam para a guerra, vestiam uma armadura e Paulo sugere que nós também necessitamos de uma. Ele explica por quê. Primeiro, para ficarmos firmes contra as ciladas e depois para resistirmos no dia mau.

Esse recado não foi dado inicialmente para pessoas descomprometidas com o evangelho. O recado era para aqueles que estavam do lado de Deus na guerra, e para esses também chegam dias maus. Muitos pregam que, quando alguém aceita a Cristo não deve passar mais por problemas de nenhuma natureza, mas esses versos são opostos à teologia da prosperidade. Os problemas também chegam aos fiéis. A diferença está na maneira de enfrentar as tempestades da vida. Como diz o verso, eles permanecerão inabaláveis.

A armadura de Deus
O conselho de Paulo é que tomemos toda a armadura de Deus. E, logicamente, isso deve ser feito antes da batalha. O soldado veste a armadura antes de ir para a guerra. Se ele tentar se vestir durante a guerra, correrá sério risco de morte. Assim também o cristão deve estar preparado cada dia da vida para enfrentar o inimigo. Se esperar para se consagrar na hora da aflição, será vencido.

Outro detalhe é que o texto fala de toda a armadura. É necessária a armadura completa, pois qualquer parte desprotegida será alvo de ataque do inimigo. O diabo sempre nos tenta em nossos pontos fracos. Por isso precisamos protegê-los.

A primeira parte da armadura citada é o cinto da verdade. O cinturão tinha duas funções entre os romanos: proteção e sinal da patente. No âmbito espiritual, esse cinturão é a verdade, num sentido mais profundo que a mera oposição à mentira. É a verdade de Deus enraizada no coração. Paulo disse: “A verdade de Cristo está em mim; por isso, não me será tirada esta glória nas regiões da Acaia” (2Co 11:10). Somente quando tivermos a verdade de Deus em nossa vida estaremos seguros.

A parte seguinte é a couraça de justiça. Na antiga armadura romana, tratava-se de um colete que protegia a parte superior do corpo. Era proteção para o coração e os órgãos vitais. O elemento espiritual correspondente é a justiça de Cristo que cobre o filho de Deus e também a lealdade pessoal do cristão aos princípios bíblicos.

Devemos também calçar os pés com a preparação do evangelho da paz. Os soldados romanos usavam botas, que tornavam a caminhada mais firme. Espiritualmente, o guerreiro pode estar firme e em paz em meio aos conflitos espirituais. O evangelho significa boas-novas de salvação. É a notícia de que podemos ter vida em lugar de morte. Em uma guerra é muito bom termos esse alento. Podemos guerrear em paz porque a vida nos foi garantida na cruz.

O escudo da fé é o próximo acessório e o apóstolo diz que sempre devemos tê-lo. Os romanos usavam um escudo de madeira coberto com couro ou metal. Era grande o suficiente para cobrir o corpo todo e assim se protegiam dos dardos inflamados do inimigo. A fé se relaciona com todos os outros utensílios. Por isso precisamos dela sempre. João escreveu: "Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé" (1Jo 5:4). E Paulo também enfatiza: "Sem fé é impossível agradar a Deus" (Hb 11: 6). A fé restaura a confiança e nos capacita para continuar na batalha, além de servir de proteção contra as chamas da tentação que vêm sobre nós.

“A obra de vencer o mal deve ser feita mediante a fé. Os que entram no campo de batalha compreenderão que devem cingir toda a armadura de Deus. O escudo da fé será sua defesa, habilitando-os a ser mais que vencedores. Coisa alguma servirá, a não ser isto: fé no Senhor dos exércitos e obediência às Suas ordens. [...] Sem fé, um exército de anjos não poderia ser auxílio. [...]” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 183).

Há mais elementos na armadura espiritual. Paulo ainda fala do capacete da salvação. O capacete romano geralmente era de couro, podendo ser também de metal e tinha como objetivo proteger o centro da inteligência. A esperança da salvação também tem esse efeito. Ela mantém sã a mente do cristão.

Finalmente, o último utensílio da armadura: A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. Esta é a única parte da armadura que é ofensiva e defensiva ao mesmo tempo. A Bíblia nos defende dos ataques do inimigo e com ela atacamos o campo inimigo com a pregação do evangelho.

“Nossa única segurança contra cair no pecado é manter-nos constantemente sob a modeladora influência do Espírito Santo, empenhando-nos, ao mesmo tempo, ativamente, na causa da verdade e da justiça, cumprindo todo dever dado por Deus, mas não tomando nenhuma responsabilidade que Deus não tenha posto sobre nossos ombros. [...] Não se devem apoiar na própria sabedoria, mas na que vem de Deus, revestindo-se da armadura celeste, do equipamento da Palavra de Deus, não esquecendo nunca de que eles têm um Guia que nunca foi nem jamais será vencido pelo mal” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 488).

Além da armadura
O apóstolo Paulo não se esqueceu de um elemento importantíssimo nas batalhas espirituais. Mas ele o deixou fora da metáfora da armadura. Ele falou que devemos batalhar com “toda oração e súplica, orando em todo tempo” (v. 18). A ideia é de que a oração deve ser algo real antes, durante e depois do uso da armadura. “Orai sem cessar” (1Ts 5:17).

A oração não é um acessório. Ela tem que permear todos os momentos das batalhas espirituais. “A oração é a respiração da alma. É o segredo do poder espiritual. Nenhum outro meio de graça a pode substituir de modo que a a saúde da alma seja conservada. [...]. Se você negligenciar o exercício da oração, ou a ela se dedicar de vez em quando, segundo parecer conveniente, perderá sua firmeza em Deus” (Mensagens aos Jovens, p. 249, 250).

Resistência em qualquer situação
A armadura não é uma vacina contra o sofrimento. É uma forma de enfrentar as provas. O próprio Paulo sofria enquanto escrevia este texto: “pelo qual sou embaixador em cadeias, para que nEle eu tenha coragem para falar como devo falar” (v. 20). Ele estava preso ao redigir a carta aos Efésios.

As lutas são constantes na vida de quem se decide por Cristo, pois estamos posicionados contra um inimigo irado e desleal. “Lutam em toda pessoa, com veemência, dois poderes em disputa pela vitória. A incredulidade arregimenta suas forças, dirigidas por Satanás, a fim de separar-nos da Fonte de nossa resistência. A fé ordena suas forças, comandadas por Cristo, o autor e consumador de nossa fé. Hora após hora, em face do universo celestial, vai o conflito em prosseguimento. É uma luta mão a mão, e a grande questão é: Quem vencerá? Essa questão, cada um tem de decidir por si mesmo. Todos têm que tomar parte nessa peleja, combatendo de um ou de outro lado. Não há libertação do conflito. [...] (Ellen G. White, Filhos e Filhas de Deus [MM 1956], p. 328).

Não há em lugar algum da Bíblia a garantia de que não passaremos por aflições, mas a armadura garante que passaremos pelo sofrimento sem perder a fé e dependendo completamente de Deus. Mas podemos ter a certeza de que Jesus está interessado em nós. “Ele veio remir a humanidade e continuará a enviar mensagem após mensagem para salvar Seu rebanho dos enganos satânicos. [...] até que o Universo redimido esteja em paz” (Ellen G. White, Carta 100, 1906).

“Os que põem toda a armadura de Deus e devotam algum tempo cada dia à meditação, oração e estudo das Escrituras estarão em ligação com o Céu e terão uma influência salvadora, transformadora sobre os que os cercam” (Ellen G. White, Testimonies, v. 5, p. 112). “Toda pessoa verdadeiramente convertida vestirá a armadura de Deus, e enfrentará corajosamente o inimigo invisível” (Ellen G. White, O Cuidado de Deus, [MM 1995], p. 302). Portanto, vista-se agora com toda a armadura de Deus!

Lição 7 (Jovens) "Armado para a Vitória - 10 a 16 de nov


Lição 7
10 a 16 de novembro



“Armado” para a vitória


Casa Publicadora Brasileira – Lição dos jovens 742012


“Vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo” (Ef 6:13).

Prévia da semana: Efésios 6:12 fala diretamente sobre o tipo de batalha que estamos enfrentando. Essa epístola diz que nossa luta não é contra carne nem sangue, mas contra os principados, contra as potestades, contra as forças do mundo das trevas, contra as forças espirituais da maldade nas regiões celestiais. Entramos em uma batalha predominantemente espiritual oculta diante de um inimigo real, mas invisível.

Leitura adicional: O Grande Conflito, capítulo 30

Domingo, 11 de novembro
cpb - introdução

A armadura de Deus: nossa única esperança


Pesquisadores submeteram um grupo de crianças de quatro anos a um teste clássico designado para medir o autocontrole. As crianças foram deixadas numa sala com biscoitos, marshmallows e salgadinhos. Um pesquisador lhes disse que, se pudessem esperar até que ele voltasse, teriam duas guloseimas em lugar de só uma. As crianças também tinham a opção de tocar um sino enquanto o adulto estava fora. Então o pesquisador retornaria e a criança poderia comer uma guloseima, mas não a segunda. Então, as crianças foram classificadas como tendo baixo, médio ou alto nível de autocontrole dependendo de quanto tempo elas puderam esperar para comer a guloseima.

Como cristãos, as tentações nos rodeiam diariamente. Contudo, podemos adquirir forças da ideia por trás desse experimento. Se as crianças poderiam encontrar paciência para esperar e acreditar que receberiam uma recompensa melhor no fim, nós, como cristãos, temos uma antecipação ainda maior da recompensa que nos espera – a vida eterna!

No experimento, as crianças que esperaram por sua recompensa resistiram à gratificação imediata distraindo-se, mas nós, cristãos, temos um método ainda melhor para resistir às tentações. Nossa única esperança de salvação vem de usarmos toda a armadura de Deus. Como poderemos fazer isso? Será um esforço. Será uma luta.

O pecado cresce hoje mais do que nunca. Existem tantos “dardos” diferentes que Satanás lança (Ef 6:16)! Ao ler cuidadosamenteEfésios 6:10-18, aprendemos que precisamos de todas as partes da armadura de Deus e que a oração também é essencial.

Na lição desta semana, discutiremos como vestir a armadura de Deus. Apesar de as tentações às vezes parecerem ainda mais difíceis de ser resistidas, temos muitas peças da armadura para nos ajudar em nossa luta. Não desista! A salvação é possível. A santidade é acessível. Continue correndo a corrida. Permaneça lutando contra a tentação na força do Senhor, até aquele dia glorioso em que jamais seremos tentados novamente!

Mãos à Bíblia

Paulo descreve a vida cristã como uma luta, usando a figura do soldado romano equipado para a batalha. Ele destaca a necessidade de que cada cristão esteja revestido de toda a armadura de Deus. Essa armadura está disponível para nosso uso.

1. Que parte da armadura mostra que essa luta exige o engajamento pessoal de todo cristão? O que significa o fato de que você deve se empenhar nessa luta? Ef 6:14-17

A palavra traduzida como “luta” originalmente se referia ao combate corpo a corpo, mas foi mais tarde aplicada a outros tipos de luta. Certamente, o apóstolo não tinha em mente uma luta física contra os demônios, mas o uso dessa palavra em Efésios aponta claramente para uma individualização da luta.


Melissa J. Peters | Bridgeport, Connecticut, EUA

Segunda, 12 de novembro
cpb - exposição

Feito sob medida


“Você sairia de casa sem estar vestida?” Minha amiga riu. “Claro que não!”, respondi. “Existem coisas que você acha tempo para fazer independentemente de quão atrasada ou sonolenta esteja. Pense em sua devoção como vestir-se. A que horas você se levanta? Levante-se 15 minutos mais cedo. Comece por aí.” Parece simples, mas como alguém lê um livro que perdeu sua atração? A devoção não deve se tratar somente de paixão. Caso contrário, tornamo-nos adoradores sazonais – mergulhando na Palavra de Deus quando encontramos deleite nEle, mas desviando-nos da Bíblia quando ela deixa de nos entreter ou de se encaixar em nossa agenda. Devoção, contudo, requer apenas isto: devoção. E devoção é tão importante quanto paixão. Nesse sentido, a devoção pode ser mais como um uniforme ou um terno executivo do que como roupas de lazer. Ela não deveria ser casual, algo que você veste apressadamente. Paulo explica precisamente que tipo de vestimenta devemos usar. Leia Efésios 6:11-13.

Porque somos todos diferentes, a armadura de cada pessoa precisa ser feita sob medida. De idêntica maneira, a devoção é algo profundamente pessoal. Cada um de nós precisa considerar sua própria fraqueza, os desafios que enfrenta e o sucesso que alcança. Se você foi tocado por um autor específico, comece aí. Se a música toca seu coração, ouça-a. Encontre maneiras de se conectar com Deus e comece aí. Finalmente, adicione novos métodos devocionais. Prolongue seus devocionais, medite na Palavra de Deus, ore às 4 ou 5 horas da manhã, escreva poesia, ou ilustre as histórias bíblicas. Mas, independentemente de quais projetos personalizados você incorporar em seu traje, existem algumas peças-chave que são essenciais.

Um bom soldado precisa de um cinto (Ef 6:14). Por si só, a luta já é difícil o bastante sem acrescentar a “batalha de manter suas calças no lugar”. Um cinto protege a espada e mantém as roupas no lugar. Sem vestir o cinto da verdade, se estamos tentando resolver com o uso do engano e de mentiras, nos encontraremos constantemente tendo que manter as coisas no lugar sob o risco de ser expostos.

A couraça da justiça (Ef 6:14). A seguir, Paulo menciona a “couraça da justiça”. Essa parte da armadura protege o peito. Ser bom, justo e decente nos ajuda a manter o coração num estado puro e nos poupa de experimentar muitos dos golpes terríveis do pecado e da culpa.

Um bom par de sapatos (Ef 6:15). Calçados revestidos “com a prontidão do evangelho da paz” são essenciais na composição do traje de um soldado. Com o evangelho da paz prontamente fixado em sua mente, você será capaz de atravessar qualquer situação difícil com que se deparar.

O poder de um escudo (Ef 6:16). “Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do maligno.” A fé é um consolo quando nossas ardentes perguntas não encontram respostas. Podemos crer que Deus é bom e que Ele nos abrirá os olhos quando for a hora certa. Sem essa certeza, como poderíamos resistir aos ataques de Satanás?

Onde está seu capacete? (Ef 6:17). Recordo-me de reclamar, quando criança, de todas as joelheiras, cotoveleiras e munhequeiras que minha mãe insistia que eu usasse toda vez que montava numa bicicleta. Ela gradualmente foi diminuindo as peças, exceto o uso do capacete. Por que nos submetemos a testas suadas e cabelos em formato de capacete? Porque nosso rosto e cérebro executam algumas das funções mais importantes. Vemos, ouvimos, experimentamos e comunicamos com nosso rosto. É por ele também que as pessoas nos identificam. Nossa mente nos separa dos animais e dá lugar ao nosso caráter. Um golpe forte na cabeça pode ser infinitamente mais devastador que um golpe no braço ou na perna. Sem a esperança da salvação, cada acidente, erro e tragédia seria também muito mais grave; mas, com a promessa da eternidade, sabemos que nossa identidade e nosso caráter estão seguros de danos, não importando o que possa acontecer ao nosso corpo.

Uma espada é necessária (Ef 6:17). Até aqui, as peças da armadura foram para autodefesa, mas então Paulo nos chama a atenção para um item de agressão. Espadas perfuram, atacam e matam. Por que deveríamos carregar uma? A Palavra de Deus pode traspassar a escuridão que envolve um coração frio. Seu Espírito é o que pode ativamente atrair os outros. Quando Jesus foi ao deserto para ser tentado, Ele e Satanás se envolveram em desafios agressivos do tipo vai-e-volta, e o destino do mundo residia em respostas adequadas. Satanás fica feliz em dar esse tipo de golpe em nosso conhecimento bíblico. Se não estamos preparados, ele pode nos dar um golpe tal que abalará nossa fé, talvez além da recuperação.

Tendo completado a lista da armadura, Paulo conclui insistindo com seus leitores que orem. “Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica” (Ef 6:18). Seu tom repetitivo ressalta a importância do que ele está dizendo. Devemos orar para que permaneçamos alerta quanto aos perigos que cercam nossa vida. Devemos orar pelas pessoas ao nosso redor, para que elas, também, não se esqueçam da urgência com que devemos buscar a Cristo diariamente. Podemos fazer todas as coisas, mas somente por meio dAquele que nos fortalece.

Pense nisto

– Por que não podemos usar somente parte da armadura?
– Por que a espada, um instrumento de agressão, foi incluída na lista?


Mãos à Bíblia

“Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça” (Ef 6:14).

2. Qual é a ligação entre verdade e justiça? Por que elas são tão importantes para nossa proteção no conflito espiritual? 1Rs 3:6Sl 15:296:13Pv 12:17Is 48:12Co 6:7Ef 5:9

Quando o apóstolo Paulo falou da justiça como uma couraça, no contexto da guerra espiritual, ele tinha em mente questões morais. Na batalha contra as forças do mal, praticar a justiça e viver a verdade é tão importante para os cristãos quanto era a couraça para o soldado. Ao mesmo tempo, devemos sempre nos lembrar de outro aspecto essencial: a justiça de Cristo, que cobre o crente e continua sendo sua única esperança de salvação.


Melissa Breetzke | Burtonsville, Maryland, EUA


Terça, 13 de novembro
cpb - testemunho

Deus do Céu, desperta-nos!


“Vejamos as tormentas e tempestades. Satanás está trabalhando na atmosfera; envenena-a, e aí dependemos de Deus quanto à vida – nossa vida presente e eterna. E estando na posição em que nos encontramos, importa estarmos inteiramente alerta, totalmente devotados, de todo convertidos e consagrados a Deus. Mas parece que nos achamos como que paralisados. Deus do Céu, desperta-nos!

“Aqueles que se empenham hoje na causa de Deus enfrentarão provações como as que Paulo suportou em seu trabalho. Pela mesma obra jactanciosa e enganadora Satanás procurará desviar conversos da fé. Serão introduzidas teorias com as quais não será sábio lidarmos. Satanás é um astuto obreiro e introduzirá falsidades sutis para obscurecer e confundir a mente e eliminar delas as doutrinas da salvação. 
Os que não aceitam a Palavra de Deus exatamente como ela é, serão apanhados na armadilha do inimigo.

“Necessitamos hoje falar a verdade com santa ousadia. O testemunho dado à igreja primitiva pelo mensageiro do Senhor, Seu povo deve ouvir em nossos dias: ‘Ainda que nós mesmos ou um anjo do Céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema’ (Gl 1:8)” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 51, 52).

“Se o Salvador dos homens, com Sua força divina, sentia a necessidade de oração, quanto mais devem os fracos mortais, pecadores, sentir a necessidade de oração – oração fervorosa e constante! Quando Cristo Se via mais tenazmente assaltado pela tentação, não comia nada. Confiava-Se a Deus e, mediante fervorosa oração e perfeita submissão à vontade de Seu Pai, saía vencedor. Os que professam a verdade para estes últimos dias, acima de todas as outras classes de professos cristãos, devem imitar o grande Modelo na oração” (Ellen White, Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 52, 53).

Mãos à Bíblia

Para facilitar o movimento em todos os tipos de estradas, os soldados romanos normalmente usavam sapatos cravejados com pregos. Esses sapatos asseguravam boa aderência.

3. Em que sentido o evangelho da paz provê uma “boa aderência” na guerra espiritual? Is 52:7Rm 10:15Ef 6:15

4. Outra peça da armadura mencionada por Paulo é o escudo. Ele o comparou à fé (Ef 6:16). Qual é a importância desse “equipamento” na batalha espiritual?

O escudo era a arma mais importante entre todas aquelas usadas para a defesa. Representa uma fé que se manifesta na defesa ativa contra os assaltos do inimigo. Significa escolher o Senhor e Seus caminhos.


Joneen Wilson | Edinburg, Texas, EUA

Quarta, 14 de novembro
cpb - evidência

Armar-se para a vitória


A armadura de Paulo foi modelada com base no traje de um soldado romano:

Cinto da verdade. Os soldados usavam uma túnica na altura do joelho por cima da roupa de baixo. Para liberdade de movimento, encurtavam a túnica usando um cinto, o qual também segurava uma espada curta e uma adaga. A verdade traz libertação (Jo 8:32). Você deve escolher conhecer a verdade, como também viver e falar dela, se deseja permanecer com Deus (Sl 15:1, 2).

Peitoral da justiça. Esse era muitas vezes feito de anéis de metal entrelaçados, unidos por tiras de couro. Era enrolado ao redor do corpo, protegendo órgãos vitais. Você é justo somente por causa de Jesus, mas você deve escolher andar nessa justiça. Esse é outro requisito para permanecer com Deus (Sl 15:1, 2).

Sapatos do evangelho. Soldados romanos usavam botas que protegiam os pés em terrenos rochosos e talvez até de metais que caíssem durante as batalhas. Parte de sua armadura é prontidão para ser usada por Deus, então outros podem ouvir sobre Ele (Rm 10:14, 15).

Escudo da fé. Num combate corpo a corpo, o soldado carregava um pequeno escudo portátil feito de couro grosso, emoldurado com madeira ou metal. Ele desviava um golpe de espada, lança ou dardo. Quando Satanás vem até você com um pensamento errado ou tentação, sua fé em Deus e as promessas dEle serão seu escudo (1Jo 5:4).

Capacete da salvação. Um golpe na cabeça pode ser fatal, então o capacete de ferro ou bronze, com suas grandes proteções laterais e atrás e um protetor largo para o pescoço, era vitalmente importante. Saber que você tem salvação (1Jo 5:13) o coloca numa posição de confidência com Deus para que possa se achegar confiantemente a Ele em busca de ajuda (leia Hb 4:16), descansando na certeza de que a ajuda será dada.

Espada de Deus. As únicas armas ofensivas de um soldado eram uma espada curta, afiada dos dois lados, uma adaga, carregada no cinto, e, algumas vezes, duas lanças com pouco menos de dois metros. Ele usava cada uma dessas armas, dependendo da situação. A Bíblia é sua arma ofensiva. Estude-a diariamente e toda vez que enfrentar tentação.

Vigie e ore. Apesar de que oração e vigilância, na verdade, não se tratem de armaduras, elas são significativas para nosso preparo e nossa postura durante todo o tempo.

Mãos à Bíblia

5. Em 1 Tessalonicenses 5:8 e Efésios 6:17, Paulo apresenta a salvação em Cristo como um capacete que nos protege. Qual é o significado disso para sua vida, hoje? (Leia também Sl 140:7)

6. Paulo também fala sobre “a espada do Espírito”, a Palavra de Deus. Quais são as características da Palavra de Deus na batalha contra Satanás? Ef 6: 17Hb 4:12 (Leia também Mateus 4:1-10)


Sherry Manison | Smithsburg, MD, EUA

Quinta, 15 de novembro
cpb - aplicação

Não deixe sua armadura empoeirada


A armadura tem sido usada ao longo da história para proteger os soldados na batalha. Cavaleiros medievais usavam uma armadura de placas com uma fenda estreita por onde podiam ver. Essa imagem mental é provavelmente o que a maioria de nós enxerga quando lê sobre a armadura espiritual descrita em Efésios 6:11-17. Diferentemente dos cavaleiros medievais, os cristãos têm à disposição a armadura inteira de Deus – gratuita – comprada com o sangue de Jesus Cristo. Satanás é como um leão rugindo constantemente buscando nos devorar (1Pe 5:8). É importante, então, que não somente vistamos a armadura inteira de Deus, mas que permaneçamos com ela! A seguir, estão algumas formas práticas de usarmos a armadura de Deus de maneira eficaz:

Ligue-se à fonte de alimentação. Jesus estabeleceu o padrão para fazer isso. “De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-Se, saiu de casa e foi para um lugar deserto, onde ficou orando” (Mc 1:35). Se a oração era tão essencial para nosso Salvador enquanto Ele esteve na Terra, então apenas imagine quanto ela é essencial para nós nos conectarmos com Deus dessa maneira.

Estude o mapa da estrada antes que a jornada do dia se inicie. É importante ler a Palavra de Deus todos os dias. Se não tiramos tempo para colocar bons pensamentos em nossa mente, seremos facilmente desviados da nossa jornada cristã.

Memorize a Escritura e medite sobre ela. Dedicar-se a memorizar as Escrituras pode parecer um pouco ultrapassado quando a maioria de nós aperta um botão de nossos smartphones e acessa a Palavra. No entanto, nada nos ajuda tanto a vencer a tentação quanto passagens das Escrituras guardadas na mente e no coração (Sl 119:11). Jesus foi capaz de usar a espada da Palavra porque Ele havia memorizado a Escritura (Lc 4:1-14).

O que quer que você faça, lembre-se de não deixar sua armadura encostada na prateleira juntando pó!

Mãos à Bíblia

7. Que palavras e expressões, associadas com a admoestação de Paulo sobre oração, sugerem vigilância e disciplina? Ef 6:18

A Bíblia frequentemente convida as pessoas a orar sem cessar (Lc 18:1Rm 12:12Fp 4:6Cl 4:21Ts 5:17). A oração deve ser sempre a primeira linha de defesa na batalha contra o mal.

8. Efésios 6:18 começa com a expressão “orando em todo o tempo” e continua com outra sobre estar “vigilante”. A respeito do que devemos vigiar, e por quê?


David Peters | Bridgeport, Connecticut, EUA

Sexta, 16 de novembro
cpb - opinião

É possível!


Deus nos ordena que vistamos toda a armadura dEle porque cada momento de cada dia estamos andando em território inimigo, e a única maneira pela qual podemos resistir aos ataques do mal é usando essa armadura. É importante saber como cada peça executa um papel em sua finalidade geral.

O cinto da verdade nos protege das mentiras de Satanás. Não devemos subestimar essas mentiras porque elas geralmente estão misturadas com a verdade. Jesus, contudo, oferece a solução: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” Ele é o cinto que nos dá segurança neste mundo inseguro. A couraça da justiça é um componente central para essa armadura.

A couraça protege a parte superior do corpo de ataques fatais. Da mesma forma, “usar” a justiça de Deus – obedecer aos Seus mandamentos – nos livra da morte.

Somos chamados a sair pelo mundo com os sapatos do preparo do evangelho da paz. Em outras palavras, devemos compartilhar com os outros o evangelho em Cristo.

Enquanto um escudo o protege fisicamente, a fé o guarda espiritualmente – especialmente em meio às lutas. Em lugar de focalizar nas coisas desanimadoras deste mundo, precisamos ter o foco em Cristo e em Seu dom de salvação. Com o capacete da salvação, estamos salvos! Precisamos manter firme essa verdade.

Quase todas as partes da armadura de Deus são formas de proteção. No entanto, a espada do Espírito envolve o inimigo em combate. Efésios 6:16 diz que o demônio usa setas ardentes contra nós. Se Deus quisesse, teria nos dado armas poderosas para nos ajudar a ficar mais longe e em segurança e lutar com o diabo à distância. No entanto, Ele não o fez por uma razão. Deus não quer cristãos complacentes nem medrosos. Ele nos convoca para ser lutadores destemidos, prontos e desejosos de defender nossa fé e fazer o inimigo correr.

Mesmo com a armadura de Deus, ainda precisamos saber como lutar a batalha espiritual. Numa luta, é natural mantermos os olhos no inimigo. Tomemos como exemplo a luta de boxe ou a luta livre. No instante em que se desviam os olhos do adversário, ele ataca. Para nos protegermos dos ataques furiosos de Satanás, precisamos manter os olhos fixos em Cristo. Então, a vitória inevitavelmente será nossa.

Mãos à obra

– Componha uma canção sobre a “armadura de Deus” e a relevância dela para os cristãos hoje.
– Observe “armaduras” encontradas na natureza, como conchas, couraças, cascas, exoesqueletos, etc., e crie ideias comparativas com os significados espirituais da “armadura de Deus”.
– Entreviste um soldado que esteja usando equipamento de combate completo ou que possa falar sobre todos os componentes do equipamento e compare isso com os significados espirituais da “armadura de Deus”.
– Escreva um poema sobre o significado espiritual da “armadura de Deus”.
– Cole num local visível do seu quarto uma foto ou ilustração de armadura, para se lembrar de “vesti-­la” todos os dias.


Vanessa Estime | Norwalk, Connecticut, EUA



Lição 7 "Armas para a Vitória" 10 a 17 de Nov


Lição 7
10 a 17 de novembro



Armas para a vitória


Casa Publicadora Brasileira – Lição 742012



Sábado à tarde
Ano Bíblico: At 13–15

VERSO PARA MEMORIZAR: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” (Ef 6:13).

Leituras da semana: Ef 6:14-182Co 6:7Ef 5:9Rm 10:151Ts 5:8Mc 14:38

Pensamento-chave: Cada crente deve estar pessoal e individualmente armado, porque todos nós estamos envolvidos no grande conflito.

O grande objetivo de Satanás é atrair para si a lealdade que os verdadeiros crentes dedicam a Cristo. Antes da conversão, as pessoas pertencem ao reino do diabo e são dominadas por ele. Embora a conversão a Cristo afaste o crente desse domínio, não destrói completamente o poder do inimigo. Na verdade, Satanás aumenta seus esforços para destruir nossa fé e nos levar de volta para ele. É grande sua variedade de manobras enganosas. As Escrituras as chamam de “ciladas do diabo” (Ef 6:11). No entanto, não importam os enganos, manobras e ciladas do inimigo; ele não pode tirar de Cristo nenhuma pessoa determinada a permanecer fiel ao Senhor (ele até pode tornar miserável nossa vida, mas isso é outra questão).

A lição desta semana focaliza a armadura do cristão nessa guerra. Vestir toda a armadura de Deus é nossa única proteção. Portanto, precisamos entender a natureza dessa armadura, porque, sem ela, certamente nos tornaremos presas do inimigo. Com ela, nossa vitória está assegurada.

Domingo
Ano Bíblico: At 16–18

A necessidade de usar a armadura


Em Efésios 6:12, Paulo descreveu a vida cristã como uma luta. Observe que ele usou o plural. A passagem diz, literalmente: “nossa luta não é contra o sangue e a carne”. Todo cristão é retratado nesse quadro. No verso 13, ele exorta seus leitores no sentido de que se revistam de toda a armadura de Deus. É com a armadura de Deus que devemos nos equipar, e ela está disponível para nosso uso. Paulo começou o verso com a palavra “portanto”, sugerindo que, tendo em vista a natureza do conflito, essa armadura é necessária. Paulo descreveu a forma pela qual o cristão deve estar armado usando o exemplo de como um soldado romano se equipava para a batalha.

1. Que parte da armadura mostra que essa luta não apenas envolve cada cristão, mas exige o engajamento pessoal de todos? O que significa o fato de que você deve se empenhar nessa luta? Ef 6:14-17
A palavra traduzida como “luta”, originalmente se referia ao combate corpo a corpo, porém, mais tarde, foi aplicada a outros tipos de luta. Certamente, o apóstolo não tinha em mente uma luta física contra os demônios, mas o uso dessa palavra em Efésios aponta claramente para uma individualização da luta.

Embora num contexto diferente do que está sendo considerado aqui, a parábola das dez virgens, em Mateus 25:1-13, fala da questão do envolvimento pessoal nos assuntos espirituais. Ellen White aplica as condições espirituais das cinco virgens à descrição de Paulo de uma classe de pessoas que, no tempo do fim, têm “aparência de piedade”, mas negam “a eficácia dela” (2Tm 3:1-5, RC). “Essa é a classe que, em tempo de perigo, é encontrada bradando: Paz e segurança! Acalenta seu coração em sossego, e não sonha com o perigo. Quando desperta de sua indiferença, discerne sua pobreza, e roga a outros que lhe supram a falta. Em assuntos espirituais, porém, ninguém pode remediar a deficiência de outros” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 411, 412).

Há muitas coisas que somente você pode fazer por si mesmo (por exemplo, ninguém pode comer por você). Como você pode aplicar esse mesmo princípio à sua preparação para o conflito espiritual em que estamos envolvidos?

Segunda
Ano Bíblico: At 19–21

Cinto da verdade, couraça da justiça


“Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça” (Ef 6:14).

Embora seja um pouco difícil saber a natureza exata do cinto, parece que em Efésios 6:14 Paulo podia estar se referindo a um avental de couro que oferecia alguma proteção para a parte inferior do abdômen, mas também tornava possível a liberdade de movimento e facilidade para a ação. Nesse sentido, o cinto era uma parte básica da armadura. Esse acessório, disse Paulo, é a “verdade”. Junto com o cinto da verdade está a couraça da justiça. Assim, nesse verso Paulo ligou os conceitos de verdade e justiça.

2. Qual é a ligação entre verdade e justiça? Por que elas são tão importantes para nossa proteção espiritual no grande conflito? 1Rs 3:6Sl 15:296:13Pv 12:17Is 48:12Co 6:7Ef 5:9
Quando o apóstolo Paulo falou da justiça como uma couraça, no contexto da guerra espiritual, ele tinha em mente questões morais. Na batalha contra as forças do mal, fazer o que é certo e justo, ou, em outras palavras, viver a “verdade”, é tão importante para os cristãos quanto era a couraça para o soldado no campo de batalha. Quando deixamos de fazer o que é certo, quando viramos as costas ao que sabemos ser a verdade, tornamo-nos presa fácil para os ataques de Satanás, porque estamos deixando um grande buraco em nossa armadura.

Ao mesmo tempo, embora essa “justiça” inclua uma vida justa, devemos sempre nos lembrar de outro aspecto: a justiça de Cristo, que cobre o crente e continua sendo sua única esperança de salvação. Enquanto nos apegarmos à verdade de que nossa salvação repousa em Jesus, estaremos protegidos contra uma das estratégias espirituais mais eficazes de Satanás: o desânimo.

Você já foi tentado a desistir de sua caminhada com Jesus porque se sentiu desencorajado com sua vida, seu caráter e suas ações? Por que entender a verdade sobre a justiça de Cristo é tão importante para uma forte defesa contra os ataques de Satanás?

Terça
Ano Bíblico: At 22, 23

Preparação e escudo da fé


O s soldados romanos se armavam para garantir que seus passos não fossem impedidos em terrenos acidentados. Por isso, normalmente usavam sapatos cravejados com pregos afiados. Esses sapatos asseguravam boa aderência. Paulo os comparou com a “prontidão”, ou “preparação” do evangelho da paz (Ef 6:15).

3. Em que sentido o evangelho da paz provê uma “boa aderência” na guerra espiritual? Is 52:7Rm 10:15Ef 6:15

Efésios 6:15 pode ser traduzido de diversas maneiras: “Calçar os pés com a preparação do evangelho da paz”, “equipar os pés com a prontidão do evangelho da paz”, ou “calçar os pés com o equipamento do evangelho da paz”. A chave é uma palavra grega que pode significar “preparação”, como em um fundamento ou base preparados. Assim, o evangelho da paz, como um “fundamento preparado”, é a paz que o cristão experimenta como resultado de ter sido reconciliado com Deus por meio do sangue de Cristo. Essa reconciliação lhe dá uma base firme, a partir da qual ele pode se empenhar na batalha espiritual.

4. A peça seguinte da armadura é o escudo, que Paulo comparou à fé (Ef 6:16). O apóstolo iniciou seu raciocínio com uma expressão que pode ser traduzida como “sobretudo” (RC), “além disso” (NVI) ou “além de tudo”. O que ele quis dizer com essa expressão?

A palavra traduzida como “escudo” vem da palavra para “uma porta”. O escudo, medindo cerca de 1,20 m X 75 cm, e consistindo de duas camadas de madeira coladas, era moldado como uma porta. Visto que as flechas naqueles dias eram mergulhadas em piche e, em seguida, incendiadas, o escudo de madeira era coberto com couro, a fim de apagar as flechas inflamadas e embotar suas pontas. Essa era a arma mais importante entre todas as armas de defesa.

A analogia espiritual é clara: entre os “dardos inflamados” de Satanás estão a lascívia, a dúvida, a ganância, a vaidade, e assim por diante. “Mas a fé em Deus, segurada no alto como um escudo, detém cada um deles, apaga a chama, e faz com que caiam inofensivos ao chão” (The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 6, p. 1045). Esse tipo de fé é demonstrado pelas ações. É uma fé que se manifesta na defesa ativa contra os assaltos do inimigo. Nossa batalha diária é escolher o Senhor e Seus caminhos acima de qualquer coisa que o diabo lance diante de nós.

Quarta
Ano Bíblico: At 24–26


Capacete e espada


O capacete da salvação em Efésios 6:17 é provavelmente tomado de Isaías 59:17, embora Paulo o aplique de forma diferente. Em Isaías 59, é Deus quem veste o capacete da salvação. Em Efésios, o cristão é chamado a recebê-lo. Enquanto os itens anteriores possivelmente devessem ser comprados, o capacete era dado aos soldados. Talvez a intenção seja enfatizar o fato de que a salvação é totalmente gratuita.

5. Em 1 Tessalonicenses 5:8, Paulo falou do capacete como a esperança da salvação. Em Efésios 6:17, o capacete é descrito simplesmente como salvação. De que maneira essa mudança na ênfase ajuda a explicar como a salvação pode ser uma arma de defesa?
No Novo Testamento, salvação é uma experiência presente, que culminará na eternidade, por meio da libertação de toda espécie de mal. O capacete vitorioso que Deus usa (Is 59:17) é dado ao crente como uma proteção. Visto que o objetivo principal do ataque do diabo é privar os cristãos da salvação, a presente certeza da salvação que lhes é “dada”, à parte de suas próprias obras, se torna uma arma poderosa para sobreviver ao conflito. Verdadeiramente, em qualquer conflito espiritual o crente pode proclamar com o salmista: “Ó Senhor, força da minha salvação, Tu me protegeste a cabeça no dia da batalha” (Sl 140:7).

6. Depois de ter mencionado o capacete da salvação, Paulo falou sobre “a espada do Espírito”, que é a Palavra de Deus. Quais são as características da Palavra de Deus na batalha contra Satanás? Ef 6:17Hb 4:12
A tentação de Cristo, registrada em Mateus 4:1-10, é uma bela ilustração de como a Palavra de Deus pode ser uma arma eficaz. A passagem também deve prover um incentivo para que os cristãos se apoiem nas verdades reveladas na Palavra de Deus.

Tantas forças estão em jogo nas tentativas de enfraquecer nossa confiança na Bíblia! Quais são algumas dessas forças em sua própria sociedade, igreja ou cultura? Ainda mais importante, como você pode se defender contra toda e qualquer tentativa de enfraquecer sua confiança na Palavra de Deus (o que às vezes pode ser muito sutil)?

Quinta
Ano Bíblico: At 27, 28

Orando sempre


Efésios 6:18 começa com a expressão “orando em todo o tempo” (RC), o que sugere que a oração está conectada com os versos anteriores. A ideia é a de que, para vestir, pegar e levantar a armadura do Céu, precisamos confiar em Deus. Por isso, “a oração não é outra arma, mas o espírito, a maneira pela qual toda a armadura deve ser usada e a batalha travada. Paulo estava recomendando a oração como um permanente estado mental, uma atitude contínua de comunhão com Deus” (The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 6, p. 1046).

7. Que palavras e expressões, associadas com a admoestação de Paulo sobre oração, sugerem vigilância e disciplina? Ef 6:18
A Bíblia frequentemente convida as pessoas a orar sem cessar (Lc 18:1Rm 12:12Fp 4:6Cl 4:21Ts 5:17). Mas, no contexto do combate contra as forças do mal mencionado em Efésios 6, Paulo enfatizou o fato de que cada ocasião na vida deve ser envolvida pela oração. Tal atitude não é uma pequena demanda sobre os cristãos, especialmente porque nosso primeiro instinto nos momentos de dificuldade é consultar amigos e colegas, o que é bom e tem seu lugar. A oração, porém, deve ser sempre a primeira linha de defesa e é algo que devemos estar “sempre fazendo”.

8. Efésios 6:18 começa com a expressão “orando em todo o tempo” e continua com outra sobre estar “vigilante”. A respeito do que devemos vigiar, e por quê?
Quando Jesus esteve no Getsêmani, advertiu que Pedro e os outros discípulos que estavam dormindo vigiassem e orassem (Mc 14:38). Antes que isso acontecesse, Jesus havia passado algum tempo advertindo os discípulos a ser vigilantes (Mc 13:33-37). A partir da perspectiva de Marcos, vigiar está ligado com a oração como uma questão constante que traz força espiritual ao cristão. Em Efésios 6:18, a ênfase está na oração pelos outros. Sem dúvida, ao orarmos pelos outros, somos fortalecidos espiritualmente, e ficamos mais bem armados para o conflito que se segue, não importando a forma que ele assumir.

Por que orar por nós mesmos é mais importante do que pedir que os outros orem por nós (por mais importante que isso seja)? O que a oração pessoal faz por você que as orações dos outros não podem fazer?

Sexta
Ano Bíblico: Rm 1–4

Estudo adicional


Leia de Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 8, p. 312-314: “A Importância do Verdadeiro Conhecimento”; Testemunhos para a Igreja, v. 9; p. 213, 214: “A Questão da Cor da Pele”; Minha Consagração Hoje [Meditações Matinais, 1989/1953], p. 105: “Subir Mais Alto”; Atos dos Apóstolos, p. 311-315: “Chamado a Mais Elevada Norma”.

“Em toda pessoa, dois poderes lutam com veemência em disputa pela vitória. Dirigida por Satanás, a incredulidade arregimenta suas forças a fim de nos separar da Fonte de nossa resistência. A fé ordena suas forças comandadas por Cristo, o autor e consumador de nossa fé” (Filhos e Filhas de Deus [Meditações Matinais 1956], p. 328).

“Devemos vestir cada peça da armadura e então ficar firmes. O Senhor nos honrou ao nos escolher como Seus soldados. Vamos lutar bravamente por Ele, mantendo o direito em cada ação. Retidão em todas as coisas é essencial para o bem-estar do coração. Ao se esforçar para vencer suas próprias inclinações, Ele vai ajudá-lo pelo Seu Espírito Santo a ser prudente em cada procedimento, de modo que você não dê nenhuma ocasião para que o inimigo fale mal da verdade. Coloque como sua couraça aquela justiça divinamente protegida, que todos têm o privilégio de vestir. Isso protegerá sua vida espiritual” (Ellen G. White, The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 6, p. 1119).

Perguntas para reflexão
1. Por mais que a lição desta semana tenha enfatizado o aspecto pessoal da luta espiritual, somos parte de uma comunidade maior. Como a comunidade pode ajudar uns aos outros em seus conflitos? O que podemos fazer para ajudar aqueles que estão em necessidade espiritual?
2. Por que é importante manter diante de nós a realidade desse conflito? Quem poderia imaginar um soldado, no campo de batalha, se esquecendo de que está em uma guerra? Quanto mais importante é que nós não nos esqueçamos disso também?

Respostas sugestivas: 1. Toda a armadura indica a necessidade de envolvimento na luta: cinto (verdade), couraça (justiça), proteção para os pés (esperança do evangelho), escudo (fé), capacete (salvação) e a espada (Bíblia Sagrada). 2. Justiça é a prática da verdade estabelecida por Deus; a obediência à verdade nos traz bênçãos e proteção no conflito contra o mal; Deus julgará o mundo com justiça e verdade; a justiça e a verdade são um dom da graça de Cristo, por meio do Espírito. 3. Temos beleza, paz e firmeza, em meio à guerra, porque aceitamos e anunciamos a vitória alcançada na cruz, e que culminará na segunda vinda de Cristo. 4. Além da couraça, do cinto e do capacete (verdade, justiça e salvação), temos grande necessidade do escudo da fé, a fim de nos protegermos contra os ataques do inimigo e avançarmos para a vitória. 5. O capacete nos fala da salvação realizada na cruz e da esperança de que essa salvação seja consumada na glória. A esperança nos motiva a continuar no caminho da salvação. 6. A Palavra de Deus é viva e eficaz; é mais cortante do que qualquer espada de dois gumes; ela alcança nossa mente de modo profundo; ela discerne os pensamentos e propósitos do coração. 7. Paulo disse que precisamos vigiar “com toda perseverança e súplica por todos os santos”. O inimigo sempre tentará nos desviar da oração; por isso precisamos de disciplina. 8. Precisamos vigiar e ter perseverança para não cair na tentação de parar de orar, por nós e pelos outros.