sábado, 28 de julho de 2012

Meditação - Julho de 2012


Meditação
Mês de Julho de 2012

1º de julho Domingo

Mundo Maravilhoso

Que mundo incrivelmente maravilhoso, Deus! Tu criaste todas as coisas, com a Sabedoria ao Teu lado, fizeste a Terra transbordar com as Tuas maravilhosas criações. Salmo 104:24, The Message

Desde a menor partícula subatômica até as gigantescas galáxias, a beleza do Universo está além da imaginação. Que mundo incrivelmente maravilhoso Deus criou! Que tipo de Mente soprou tamanha complexidade nas formas mais simples de vida? Simples? Nada é simples – nem a minhoca, nem a célula humana. A complexidade e a interdependência aparecem em cada nível da criação.

Às vezes o homem, preso em sua pequena esfera de conhecimento, fala como se fosse capaz de criar vida, como se o fato de saber como ocorre o processo bioquímico fosse o mesmo que dominar o processo em si. Que visão distorcida! Que tipo de mente ideou tal Universo? Uma Mente maravilhosa com a habilidade de reunir e reter aparentemente infinitas partículas de informação. Nenhum computador da Terra pode sequer chegar perto da capacidade dessa Mente.

No passado, ensinava-se que não poderia existir vida totalmente desprovida da luz solar, que as profundezas do oceano não poderiam abrigar nenhuma forma de existência. Agora sabemos que a sabedoria convencional estava errada; na escuridão da parte mais profunda do oceano estranhos vegetais encontram vida.

Que tipo de Mente ordenou e eles passaram a existir, que estalou os dedos e as galáxias se formaram, compondo um Universo que se estende para a infinidade, aparentemente sem fim? Uma Mente que ama a variedade, variedade infinita, e que ama criar.

No passado, a maioria dos cientistas do céu estrelado era incrédula ou agnóstica, insistia em afirmar que bastava a natureza para se responsabilizar pelo Universo. Não é mais assim. Os estudos dos cosmologistas e astrofísicos revelam um equilíbrio tão intrínseco no Universo que a probabilidade de tudo isso ter acontecido “por acaso” desafia a lógica. Apesar de talvez não entenderem Deus como é retratado na Bíblia, cada vez mais reconhecem que uma Mente incrível, maravilhosa, infinita esteve e está por trás de tudo.

Que tipo de Mente observa atentamente cada homem e mulher, menino e menina entre os quase sete bilhões de habitantes do planeta Terra? Uma Mente que ama e Se preocupa infinitamente; uma Mente infinita em graça.

2 de julho Segunda

Como Ser o Número Um

Assentando-Se, Jesus chamou os doze e disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, será o último, e servo de todos”. Marcos 9:35

Um pequeno acampamento de garimpeiros de pérolas se localizava na baía do Golfo Pérsico. Por séculos, mal sobreviveu, mas tudo mudou a partir da década de 1960. Nessa época, descobriu-se o ouro negro – o petróleo – e Dubai começou a crescer.

A uma pequena distância foram encontradas reservas ainda maiores de petróleo em Abu Dhabi. Hoje essa região é a quarta maior produtora de petróleo do mundo. Em Dubai, o petróleo começou a esgotar há anos, mas, antes de acabar por completo, os governantes ingressaram num ambicioso plano de desenvolvimento: transformar a cidade em uma Hong Kong do Oriente Médio. Eles começaram a incentivar o comércio, eliminar impostos, atrair turistas. Em apenas alguns anos, operaram uma espécie de milagre moderno, ainda que secular.

Uma cidade ultramoderna surgiu no deserto. Tudo é novo – e grande. Estima-se que 40 milhões de passageiros passaram em 2010 pelo deslumbrante aeroporto da cidade. O clima é quente, com quatro meses de calor intenso (de 43 a 48 ºC) e umidade sufocante. Dubai, porém, abriga a maior pista fechada de esqui (400 metros), com três toneladas de neve fresca fabricada no deserto e descarregada nas rampas a cada noite.

Isso não é tudo. Dubai possui o mais alto – e mais caro – hotel do mundo. O maior shopping center fora do território norte-americano. E o primeiro hotel subaquático e a maior ilha artificial do mundo (no formato de uma palmeira e visível do espaço).

A média de chuva naquela região é de aproximadamente sete centímetros por ano, mas Dubai possui campos de golfe, pistas de corrida, ruas arborizadas, lagos e parques. A água faz o deserto florescer – e a água vem de imensas usinas de dessalinização (as maiores do mundo, claro!).

Dubai, surpreendentemente, é um tributo à criatividade e ao talento humano. Mas Jesus, cheio de graça, nos ensina a trilhar um caminho diferente. Ele nos diz que o significado da vida não se encontra no mais novo, no maior e no mais dispendioso, mas em servir.

Você deseja encontrar realização e satisfação na vida? Não perca tempo em atender à necessidade do mundo. Ajude alguém. Transmita esperança. Leve as boas-novas. Hoje.

3 de julho Terça

O Presente Triplo

Ele nos ama e nos libertou dos nossos pecados por meio do Seu sangue, nos constituiu reino e sacerdotes para servir a Seu Deus e Pai. A Ele sejam glória e poder para todo o sempre! Amém. Apocalipse 1:5, 6

Cristo possui três grandes características – testemunha fiel, primogênito dentre os mortos e soberano dos reis da Terra – e nos oferece um presente triplo. Você quer uma injeção de ânimo ao começar um novo dia? Ouça a bênção que Ele tem para você. Ele nos ama. Ele ama você. Ele me ama. “Com amor eterno Eu te amei; por isso, com benignidade te atraí”, Ele nos diz (Jr 31:3, ARA). Mesmo sem merecermos. Mesmo tendo estragado tudo. Mesmo sendo muitas vezes teimosos e rebeldes, muitas vezes orgulhosos e autossuficientes.

Na ocasião em que o teólogo Karl Barth, já famoso na Europa, visitou a América do Norte, os repórteres lhe pediram para fazer um resumo de seu trabalho. Barth, que escreveu vários livros ao desenvolver seu sistema teológico, respondeu com o corinho: “Sim, Cristo me ama...”

Amado por Deus! Isso parece bom demais para ser verdade. Mas é a testemunha fiel que nos diz isso, e Ele não mente. Ele realmente nos ama. Ele demonstrou o quanto nos ama ao morrer para libertar-nos do pecado. O pecado é um peso terrível, uma corrente pesada que nos puxa para baixo e nos arrasta para a ruína eterna. Mas Jesus nos liberta. Assim como libertou homens e mulheres possuídos de espíritos maus, assim como libertou os leprosos de sua doença e isolamento, assim como libertou a mulher enferma por mais de uma década, Ele nos liberta.

Livres para viver. Livres para cantar. Livres para sorrir. Livres para existir. Livres para agir. E tudo isso pelo Seu sangue. Nossa liberdade custou um preço muito alto: a própria vida do Salvador.

Agora somos um reino de sacerdotes. Sempre que uma pessoa permite que Jesus seja o Senhor de sua vida, ali Ele reina, ali é estabelecido o Seu reino na Terra. Nós somos esse reino – o reino daqueles que confessam Jesus Cristo como soberano acima de todos os governos e deuses.

E somos sacerdotes. Não precisamos de um sacerdote para nos representar diante do trono de Deus. Podemos achegar-nos confiadamente junto ao trono da graça, porque Ele é o nosso grande sumo sacerdote (Hb 4:14-16). Amados, libertados, com acesso direto ao trono de Deus. Que presente maravilhoso recebemos de Cristo!

4 de julho Quarta

Mão ao Leme

Tu me diriges com o Teu conselho, e depois me receberás com honras. Salmo 73:24

Você já contemplou a obra de Harry Anderson em que ele retrata Jesus guiando um navio? O vento está soprando, as ondas batendo com força e a embarcação balançando, mas todos a bordo estão seguros, confiantes. Um olhar calmo e sereno caracteriza o semblante de Jesus ao pilotar o navio em meio à tempestade. Sua mão está ao leme.

A cada ano que passa, parece que o mundo fica mais perigoso. Os problemas que confrontam os líderes da sociedade se tornam mais complexos e mais insolúveis. Mas a Sua mão está ao leme.

Às vezes, a igreja é lançada de um lado para o outro em meio à fúria do mar. As ondas gigantescas ameaçam engolir o bom navio, Sião, e acabar com ele. Mas a Sua mão está ao leme.

Cada um de nós navegará por águas violentas, se isso já não aconteceu. Arremessados de um lado para o outro, para cima e para baixo, imaginamos se vamos sobreviver. Mas a Sua mão está ao leme.

“Terríveis perigos ameaçam quem arca com responsabilidades na causa de Deus”, escreveu uma cristã devota, “perigos cuja lembrança me faz tremer. Mas eis que me são dirigidas as palavras: ‘Minha mão está ao leme, e não permitirei que os homens controlem Minha obra para estes últimos dias. Minha mão está fazendo girar a roda do leme, e Minha providência continuará a executar os planos divinos, independentemente das invenções humanas.’ [...]

“Na grande obra de finalização nos defrontaremos com perplexidades que não saberemos contornar, mas não nos esqueçamos de que as três grandes potestades do Céu estão atuando, que a divina mão está posta ao leme, e Deus fará cumprir os Seus desígnios” (Evangelismo, p. 65).

Querido amigo, saia em paz para enfrentar este novo dia. Lance agora mesmo todo fardo e toda preocupação aos pés de Jesus. Nada é grande demais ou pequeno demais para Ele. Se algo o está aborrecendo – tirando o seu sono durante a madrugada, pendurando-se como um albatroz em seu pescoço – entregue para Ele. Jesus deseja dar-lhe paz. Ele quer que você se sinta seguro e confiante, a despeito de quão forte sopre o vento, de quão intensa seja a dor da água salgada arremessada contra os seus olhos.

Sua mão está ao leme. Ele está esperando a sua permissão para assumir o controle do leme da sua vida. Apenas peça que Ele faça isso agora mesmo.

5 de julho Quinta

Vidas Partidas

Não apenas isso, mas todos os pedaços partidos e espalhados do Universo – pessoas e coisas, animais e átomos – são devidamente consertados e colocados no lugar em vibrante harmonia, tudo por causa de Sua morte, de Seu sangue derramado na cruz. Colossenses 1:19, 20, The Message

Essa passagem maravilhosa, tão bem colocada na linguagem contemporânea por Eugene Peterson, nos revela dois grandes fatos. Quase todo mundo concordará com o primeiro; poucos conhecem e vivenciam a realidade do segundo.

O primeiro fato: o Universo está partido. As vidas estão partidas. Minha vida está partida. A natureza está partida. Tudo está partido.

Alguém questiona esse fato? Ninguém. Mal podemos imaginar, mas apenas há um século a grande maioria das pessoas pensava justamente o contrário. Motivadas pelo surgimento do Iluminismo no século 18, estimuladas pela teoria de Darwin, as pessoas se encheram de grande otimismo quanto ao futuro.

O mundo estava ficando cada vez melhor, rumo à utopia. A natureza humana podia ser aperfeiçoada; a disseminação do conhecimento através da educação promoveria a era dourada livre de guerras, problemas sociais, ignorância e superstição.

O início do século 18 presenciou o lançamento de um novo jornal. Imbuído do otimismo predominante, seus fundadores, olhando para o futuro, o chamaram The Christian Century [O Século Cristão].

Cem anos mais tarde, o nome parecia impróprio. O período em que se travaram duas terríveis guerras mundiais, de Adolf Hitler e Idi Amin, em que foi construído o Muro de Berlim e criados os campos de concentração, em que foram lançadas bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki – seria esse o século cristão? Que farsa! Vimos o mal se desmascarar como nunca antes na história humana. Vivemos a realidade da ação demoníaca na conduta humana.

Agora, o segundo fato: Cristo é Aquele que conserta vidas partidas, pedaços partidos. Ele é o Grande Médico. Ele restaura as pessoas. Ele coloca os pedaços partidos e espalhados em seu devido lugar no Universo. Do caos, Ele faz surgir ordem, assim como fez na criação. Da discórdia, Ele faz surgir vibrante harmonia.

Sempre que uma vida partida encontra cura e restauração em Jesus, o reino de Deus é estabelecido. Aconteceu assim na época em que Ele esteve na Terra. E ainda acontece. Permita que isso aconteça em sua vida hoje!

6 de julho Sexta

Tsunami

Das alturas estendeu a mão e me segurou; tirou-me de águas profundas. 2 Samuel 22:17

Em 26 de dezembro de 2004, um grande terremoto abalou o solo oceânico próximo à costa de Sumatra. Esse abalo sísmico gerou um tsunami que se movimentou em círculos concêntricos até atingir a Indonésia, Tailândia, Sri Lanka, Índia, Bangladesh e até mesmo partes da África. A devastação deixou um rastro de descrição insuperável. No mínimo 150 mil pessoas morreram; milhares de outras ficaram desabrigadas, deslocadas e sem alimento ou água potável.

Entre as imagens que nos foram apresentadas de horror cada vez mais crescente, à medida que os repórteres chegavam nas semanas que se seguiram, uma série de três fotografias chamaram especialmente a atenção. A primeira mostra turistas confusos na praia de Rai Leh em Krabi, Tailândia, olhando para o recuo da água pouco antes do tsunami. Outra imagem mostra banhistas nadando o mais depressa possível em direção à praia ao verem a imensa coluna de água se aproximar. Na terceira, porém, vemos uma mulher correndo em direção à onda gigantesca, que passa engolindo barcos e tudo mais que está em seu caminho.

Quem foi essa mulher? Por que correu em direção ao muro da morte? E o que aconteceu com ela? Vários dias mais tarde essas perguntas foram respondidas. Seu nome: Karin Svaerd, 37, da Suíça. Os filhos Anton, 14, Filip, 11, e Viktor, 10, além do irmão e do cunhado, estavam se divertindo no mar nadando com máscaras e tubos de respiração, totalmente alheios ao desastre que estava prestes a atingi-los. Karin gritou para que fugissem, mas eles não puderam ouvir. Em desespero, ela correu contra as ondas no esforço de salvá-los.

A família, apanhada pelo tsunami, foi arremessada de um lado para o outro embaixo d’água. Mas surpreendentemente, maravilhosamente, cada um deles conseguiu colocar-se em pé e fugir para um local mais alto. Anton e o irmão mais novo, Filip, foram atirados contra os bangalôs da praia; Karin, de alguma forma, conseguiu agarrar-se a um tronco de árvore; outro membro da família foi lançado numa piscina. Todos sobreviveram.

Karin se tornou uma heroína para os seus compatriotas e para outras pessoas à medida que a mídia mundial apresentava as fotografias. “Não me importei. Estava olhando para os meus filhos. Queria segurá-los e protegê-los”, ela afirmou. Exatamente como Aquele que, a despeito de Sua própria morte, nos viu e, com o desejo de nos segurar e proteger, mergulhou no tsunami do pecado.

7 de julho Sábado

Graça Multiesplendorosa

Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. 1 Pedro 4:10, ARA

A palavra traduzida por “multiforme” vem do grego poikilos, que quer dizer “multicolorido, pintado ou mesclado; portanto, algo trabalhado em várias cores, variado, elaborado, marchetado”.

A graça é algo multiesplendoroso. É um tapete multicor, intrincado e engenhoso feito pelo Tecelão Mestre. A graça é sempre bela, sempre surpreendente em sua complexidade, sempre circundando cada aspecto de nossa existência.

Certo dia, visitei o Blue Souk (literalmente, o mercado azul) em Sharja, uma das entidades que compõem os Emirados Árabes Unidos. No Oriente, a coisa mais semelhante a um mercado é o shopping center, mas essa comparação ainda é muito distante. A única semelhança entre eles é o estacionamento com faixas paralelas ao lado de fora do Blue Souk, que é um edifício imponente em estilo marroquino, construído com mármore branco e decorado, claro, em azul.

Dentro do edifício há três pisos com uma loja atrás da outra, todas repletas dos tesouros do Oriente Médio. Xales de caxemira. Tapetes provenientes da Pérsia e do Afeganistão. Sedas e lã. Utensílios de latão. Uma variedade impressionante e em sua maioria feita à mão.

Um lojista iemenita estendeu um tapete persa extraordinário. “Tudo feito à mão”, disse. “Três anos de trabalho.” Cada fio em seu devido lugar, cada linha posicionada perfeitamente, cada cor mesclada às outras. Exatamente como a graça.

O Divino Tecelão a tece para motivar, energizar e embelezar tudo o que acontece em nossa vida e na igreja. Diz Pedro: “Se alguém fala, faça-o como quem transmite a palavra de Deus. Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê” (1Pe 4:11). O resultado? “De forma que em todas as coisas Deus seja glorificado mediante Jesus Cristo, a quem sejam a glória e o poder para todo o sempre. Amém.”

Confesso que muitas vezes minha vida e meu testemunho apresentam uma sequência interrompida e manchada em vez de um belo tapete da graça. Assim também a igreja, pois é a soma de pessoas como eu. Mas a maravilha da multiesplendorosa graça é que ela aceita essa sequência confusa, interrompida.

A graça miraculosamente recria a minha vida e a igreja e nos torna belos e perfeitos aos olhos de Deus.

Ó Tecelão Mestre, tece em minha vida hoje o belo tapete da Tua graça.

8 de julho Domingo

Cristo Se Sobressai em Tudo

Desde o princípio até o fim Ele está ali, sobressaindo-Se acima de tudo, de todos. Colossenses 1:18, The Message

Jesus, Rei e Salvador amado, Mt 1:21; Ef 5:25
Príncipe da Paz de valor provado, Is 9:6
Capitão da hoste redimida, Hb 2:10
Resgatador da raça perdida, Lc 2:11
Videira Verdadeira, Estrela da Manhã, Jo 15:1; Ap 22:16
Sol cujos raios têm alcance imenso, Ml 4:2; Jo 8:12
Advogado perante o trono da graça sem par, 1Jo 2:1
Verdadeiro e Fiel, Pedra Angular. Ap 19:11; 1Pe 2:6
Pão para a alma enfraquecida, Jo 6:48
Fonte para a necessidade não atendida, Jr 2:13; Jo 7:37
Cordeiro Pascal, Amado de Yahweh, Jo 1:29; Ef 1:6
Ramo de Davi, Renovo de Jessé. Zc 3; Is 11:1
Do aprisco, o Bom Pastor, Jo 10:11
Leão de Judá, nobre; da vida, o Autor, Ap 5:5
Irmão fiel, Companheiro sem igual, Hb 2:11; Mt 11:19
O Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Ap 22:13
O Sumo Sacerdote que por nós Se interessa, Hb 4:14
Juiz, Redentor, Semente da promessa. At 10:42; Jó 19:25; Gn 3:15
O Médico de nossa enfermidade, Jr 8:22
A Rosa de Sarom, o Bálsamo de Gileade. Ct 2:1; Jr 8:22
O Profeta de Israel, At 7:37
Mensageiro, Emanuel, Ml 3:1; Is 7:14
“Rocha Eterna, fendida por mim” Is 26:4
Pai da eternidade sem fim. Is 9:6
Filho do Homem, do Deus Todo-Poderoso, Mt 16:13, 16
O grande EU SOU, Deus forte, vitorioso. Is 9:6; Jo 8:58

9 de julho Segunda

Canção de um Coração Liberto

Porque o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dá graça e glória; nenhum bem sonega aos que andam retamente. Salmo 84:11, ARA

O Salmo 84 transborda de regozijo pela graça de Deus. Assim como outros salmos, ele foi composto para ser acompanhado por música. Nos tempos modernos, as palavras desse salmo se tornaram um lindo solo em inglês.

“Quão amáveis são os Teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos!”, exclama o salmista. “A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo!” (v. 1, 2, ARA).

Que contraste com a maneira que geralmente vamos adorar o Senhor! Arrastamo-nos para fora da cama, procuramos um lugar ao fundo da igreja e reclamamos se o pregador passa do meio-dia.

No momento, porém, em que a graça de Jesus inundar o coração, no instante em que reconhecermos que Ele nos libertou e O amarmos com todo o nosso ser, ansiaremos por toda oportunidade de adorar e orar. A religião não será um fardo, um peso; ela brotará do coração.

Chegou a hora de adorar a Deus em espírito e em verdade, como disse Jesus (Jo 4:24). Chegou a hora de parar de brincar, de ficar em cima do muro que nos separa do mundo e deixar que Deus seja o Senhor de nossa vida.

“O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, os Teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu!”, prossegue o salmista (v. 3, ARA). Ele gostaria de ser um pássaro que faz do Templo o seu lar, sempre perto da presença de Deus.

“Pois um dia nos Teus átrios vale mais que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade” (v. 10, ARA). Podemos dizer o mesmo? Qual é o nosso lugar favorito, nossa atividade favorita? É Jesus a pessoa favorita em nossa vida, Seu nome a palavra mais preciosa que sai de nossos lábios, o ato de adorá-Lo a atividade que mais ansiamos realizar?

Ele ainda é o nosso sol e o nosso escudo. Devemos estar certos disso. Em Sua luz enxergamos a luz e caminhamos na luz; em Seu calor a vida espiritual cresce vigorosa. Como nosso escudo, Ele nos guarda, protegendo-nos amorosamente porque pertencemos a Ele. “Eu sou o teu escudo”, Ele disse a Abraão (Gn 15:1, ARA) e diz a nós também.

Hoje Ele nos oferece graça e glória – a graça para cada situação e a glória da Sua presença. E tudo o que for bom Ele nos concederá.

10 de julho Terça

Coluna de Ferro

E hoje eu faço de você uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e um muro de bronze, contra toda a terra. Jeremias 1:18

A história de Jeremias destaca o poder habilitador da graça. Ela mostra a maneira como Deus escolheu um jovem relutante e tímido e o tornou uma coluna de ferro para a defesa da verdade numa época de mentiras, para a sanidade em tempos de loucura.

Jeremias nos conta mais sobre a sua vida do que qualquer outro profeta. Com honestidade e franqueza encantadoras, ele partilha suas dúvidas, medos, dor e alegrias. Ele nos deixa participar de seus questionamentos com o próprio Deus. Assim, seu livro é a história de uma pessoa e Deus, como também a história de Deus e uma nação errante.

Deus chamou Jeremias ainda bem jovem para ser Seu mensageiro. Jeremias tentou recusar o chamado divino porque não conseguia lidar com o fato de ter que falar em público, mas o Senhor respondeu: “Não diga que é muito jovem. A todos a quem Eu o enviar, você irá e dirá tudo o que Eu lhe ordenar. [...] Agora ponho em sua boca as Minhas palavras” (Jr 1:7-9).

Aqueles eram tempos perigosos e incertos. A Assíria já havia levado cativo o reino do norte de Israel. Restava apenas a pequena nação de Judá, e o exército babilônico, sob o comando de Nabucodonosor, era ameaçador. Durante o ministério de Jeremias, os babilônios atacaram duas vezes e por duas vezes levaram cativos, deixando Judá uma nação enfraquecida e reduzida. Mesmo assim, o rei Zedequias, encantado com o poder do Egito, rebelou-se, trazendo sobre a nação a ira de Babilônia, num ataque final que resultou na destruição do Templo e da cidade.

Durante esse período tumultuoso, a mensagem de Jeremias era constantemente o oposto do que as pessoas queriam ouvir. Os falsos profetas proclamavam que tudo ficaria bem: Jerusalém não seria destruída e os cativos exilados em Babilônia logo voltariam. Mas Jeremias disse: “Não! A cidade será destruída. Não lutem contra os babilônios, porque vocês serão derrotados.”

Jeremias parecia falar como um traidor e foi tratado e punido como tal. Ele, porém, estava certo, a despeito de sua mensagem ser impopular. Ele foi um homem de Deus com uma mensagem de Deus para aquele momento; ele foi um verdadeiro patriota. A solidão de seu ofício e a dureza da mensagem que a ele foi comissionada a levar pesavam sobre o jovem Jeremias. Ele quis desistir, desejou nunca ter nascido. Mas a graça de Deus o susteve, capacitou-o a superar imensos obstáculos. Deus o tornou uma coluna de ferro.

11 de julho Quarta

A Graça é uma Unção

És dos homens o mais notável; derramou-se graça em Teus lábios, visto que Deus Te abençoou para sempre. Salmo 45:2

O Salmo 45 tem fascinado e inspirado os seguidores de Jesus Cristo por séculos. Apesar de em seu contexto original ser uma canção de louvor ao rei e à sua noiva, os cristãos viram, e veem, um segundo significado – um hino a um Rei maior do que Davi, ao verdadeiro Messias de Israel.

Tão exaltada é a descrição que não corresponde a nenhum monarca de Israel. No verso 6 lemos: “O Teu trono, ó Deus, subsiste para todo o sempre.” No Novo Testamento, o escritor do livro de Hebreus cita essas palavras como parte de seu argumento de que Jesus, o Filho de Deus, é maior do que qualquer anjo (Hb 1:4-14).

A meditação nesse salmo inspirou a composição de hinos. Dos versos: “Prende a espada à cintura, ó Poderoso! Cobre-Te de esplendor e majestade. Na Tua majestade cavalga vitoriosamente pela verdade, pela misericórdia e pela justiça; que a Tua mão direita realize feitos gloriosos” (Sl 45:3, 4) resultou o inspirado “Jesus Conquista” (HASD, 75). Do trecho: “Todas as Tuas vestes exalam aroma de mirra, aloés e cássia; nos palácios adornados de marfim ressoam os instrumentos de corda que Te alegram” (v. 8) surgiu o solo na língua inglesa “Out of the Ivory Palaces” [Nos Palácios de Marfim].

E o salmista exclama: “És dos homens o mais notável; derramou-se graça em Teus lábios” (v. 2). Aqui a graça é uma unção, como o fragrante óleo derramado sobre a cabeça de Arão, que escorreu por sua barba e por suas vestes (Sl 133:2).

Na ocasião em que Jesus visitou Nazaré, cidade em que foi criado, e levantou-Se para pregar na sinagoga, escolheu a predição de Isaías sobre o Messias: “O Espírito do Senhor está sobre Mim, pelo que Me ungiu para evangelizar os pobres” (Lc 4:18, ARA; Is 61:1, 2, ARA).
À medida que falava, “todos Lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que Lhe saíam dos lábios” (Lc 4:22, ARA).

Lábios ungidos, de fato! Lábios que proferiram palavras de esperança, de ânimo. Lábios que sorriram para as criancinhas. Lábios que clamaram ao Pai celestial durante noites inteiras de oração. Lábios que agonizaram no Getsêmani, à sombra da cruz. Esse foi Jesus, o Messias, o Ungido, cheio de graça e verdade. Esse foi – e é – nosso Salvador, Senhor e Amigo.

Apesar de nunca atingirmos a perfeição de Sua existência, Ele nos chama a seguirmos os Seus passos. Nós também podemos conhecer a unção da graça, em nossos lábios, em qualquer lugar. Sim, hoje. Agora. Apenas peça-a a Ele.

12 de julho Quinta

Espírito de Súplicas

E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para Aquele a quem traspassaram. Zacarias 12:10, ARA

Os últimos capítulos do livro de Zacarias profetizam um período de reavivamento religioso para o povo de Israel. Quando voltar-se para Deus, Ele intervirá para derrotar os inimigos e conceder-lhe paz e prosperidade.

Até onde sabemos, essa profecia nunca se realizou, não porque Deus falhou em cumprir a Sua palavra, mas porque as Suas promessas são condicionais à nossa resposta a Ele. Ao falharmos em obedecer à Sua vontade, frustramos os planos divinos.

Esses capítulos falam aos cristãos com poder especial porque incorporam várias passagens que se aplicam a Jesus. Lemos a respeito do Rei de Israel montado em jumento entrando triunfante em Jerusalém, como fez Jesus no domingo de palmas, antes da crucifixão (Zc 9:9, 10; Mt 21:1-11), a respeito das trinta moedas de prata (Zc 11:12) e das feridas em Suas mãos (Zc 13:6). E, no texto escolhido para hoje, vemos outra referência messiânica: “Olharão para Aquele a quem traspassaram” (ver também Ap 1:7).

Apesar da dificuldade em ter certeza da interpretação exata dos detalhes dos capítulos finais de Zacarias, a compreensão geral é clara, e adquirimos percepções preciosas para a vida cristã hoje. Acho a expressão “o Espírito da graça e de súplicas” especialmente digna de reflexão e estudo.

Ela foi originalmente uma promessa para Israel, mas podemos reivindicá-la também. Trata-se de uma promessa da obra do Espírito Santo na vida: Ele traz graça e súplica. Ou seja, além de assegurar-nos o favor de Deus – Sua aceitação e perdão, a despeito de nossa indignidade –, Ele também coloca em nós o desejo profundo de comungar com Deus em oração.

O inspirado hino pergunta: “‘Stavas lá ao pregarem meu Jesus?” (HASD, 59), e a resposta do coração, tocado pelo Espírito da graça e de súplicas, é: “Sim! Eu estava lá. Meus pecados pregaram o Filho de Deus na cruz do Calvário. Eu transpassei as Suas mãos e o Seu lado.”

Nunca nos voltaremos ao Senhor com súplicas sinceras se nos fecharmos em nós mesmos. Desperdiçaremos o nosso tempo nos justificando para os outros e para nós mesmos. O Espírito, porém, nos convence de nossa profunda necessidade e, se reconhecemos essa necessidade, Ele traz graça e súplicas. O Espírito da graça e de súplicas. Eu O desejo hoje. E você?

13 de julho Sexta

O Espinho na Carne

Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar. 2 Coríntios 12:7

Meu falecido amigo Tom Blincoe, com quem trabalhei no seminário, costumava contar uma experiência engraçada que ele teve logo no início de seu ministério. Designado a estagiar em uma pequena igreja em Detroit, Michigan, Estados Unidos, Tom começou a pregar seu primeiro sermão durante uma reunião de oração. Pouco depois, um homem o interrompeu. “Sente-se! Você não sabe do que está falando!” Assustado, Tom engoliu em seco, fez uma pausa e, então, esforçou-se para finalizar a pregação.

Logo ficou sabendo que aquele homem tinha um motivo para interromper o pregador. Para o infortúnio de qualquer pastor que tentasse ajudar a pequena congregação, ele declarava que Deus o havia escolhido para ser um “espinho na carne dos ministros”. E pretendia cumprir o seu chamado à risca!

Inacreditavelmente, esse cruel indivíduo ocupava um cargo na igreja local. Sua presença era tão opressora que a comissão de nomeações, intimidada, votava seu nome para assumir a responsabilidade ano após outro. Mas Tom, apesar de jovem, decidiu enfrentar aquele homem. Os membros da comissão estavam nervosos. O homem irritado tentava intimidar a todos, mas Tom permaneceu firme – e o homem não retornou ao cargo. Mais tarde, ele se transferiu para outro lugar; outra congregação agora tinha a “bênção” de seu dom de ser o espinho na carne!

O evangelho de fato atrai todos os tipos de peixes. Algumas pessoas que encontramos na igreja testam a nossa paciência. Quem sabe Deus permite que estejam ali para ajudar-nos a desenvolver esse traço de caráter. Algumas pessoas parecem um pouco estranhas. Lembro-me de um antigo ditado que diz que “todo mundo é um pouco estranho, exceto você e eu – e mesmo você é um pouco estranho”.

Paulo tinha um espinho na carne, e nós também. Pode ser que o de Paulo tenha sido uma enfermidade física, muito provavelmente uma visão ruim; o nosso pode ser qualquer coisa dentre uma série de dificuldades persistentes e irritantes. Assim como Paulo, desejamos que esse espinho não existisse. Mas, assim como Paulo, a resposta de Deus pode ser “não”. Em vez de remover o espinho, Deus nos concede graça para convivermos com o problema. “A Minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza”, Ele nos diz (2Co 12:9, ARA). Essa é a promessa dEle para você neste novo dia.

14 de julho Sábado

Nadando no Dia de Natal

Mediu mais quinhentos, mas agora era um rio que eu não conseguia atravessar, porque a água havia aumentado e era tão profunda que só se podia atravessar a nado; era um rio que não se podia atravessar andando. Ezequiel 47:5

Fui nadar no dia de Natal – no oceano. Não; não sou dessas pessoas ousadas e corajosas que se arriscam a dar um mergulho nas águas geladas do Hemisfério Norte no fim do ano. A água em que nadei mantinha a temperatura agradável de 24 ºC na costa de Dubai, no Golfo Pérsico. Com os pés sobre a areia limpa e branca e com o corpo imerso em águas cristalinas, aquela foi uma experiência maravilhosa.
Aos leitores acostumados ao cenário branco e gélido de fim de ano no Hemisfério Norte, soa muito estranho dar um mergulho no oceano no dia de Natal. Mas isso não soa nada incomum no Hemisfério Sul ou nos trópicos. Cresci no sul da Austrália, local em que a temperatura chega a atingir 38 ºC ou mais em 25 de dezembro. Em minha infância ainda não existia ar-condicionado. Nesse dia, costumávamos fazer uma bela refeição de pratos quentes e concluíamos com um delicioso pudim de ameixa. Comíamos com o suor escorrendo pelo rosto. À tarde sempre íamos para a praia e entrávamos na água o mais rápido possível.

Da Austrália, Noelene e eu fomos para a Índia. Por vários anos, viajávamos para passar o Natal com os amigos em Goa e ficávamos na praia. Certa vez, chegamos logo após a meia-noite e, depois de descarregar o carro, fomos dar um mergulho no mar, que estava tão quente quanto um banho de banheira.

Pense bem, mergulhar em águas quentes e dia de Natal combinam muito bem. Não que o dia 25 de dezembro tenha qualquer significado especial em si (é quase certo de que essa não seja a data do nascimento de Cristo); a importância recai no significado de Sua vinda ao nosso mundo. Mergulhar em águas quentes e a graça andam de mãos dadas. Descansar e permitir que o Seu amor o segure, sentir o corpo leve e as dores se dissipando – essa é a experiência da graça.

O livro de Ezequiel, que contêm muitas passagens intrigantes, foi concluído com uma visão maravilhosa. Na ocasião em que Ezequiel escreveu, os judeus estavam no exílio babilônico, o Templo estava queimado e a amada Jerusalém destruída. Mas, através do profeta, o Senhor enviou uma série de mensagens de esperança: o exílio chegaria ao fim, o povo retornaria, um novo templo seria construído. Do novo templo fluiria um riacho puro e restaurador – pequeno a princípio, mas depois um rio profundo o suficiente para nadar. Esse rio flui para o mundo inteiro. O rio da graça de Deus.

15 de julho Domingo

A Escolha de Jillian

Como posso desistir de você, Efraim? Como posso entregá-lo nas mãos de outros, Israel? Oseias 11:8

Assim que uma imensa parede de água acabou por completo com a tranquilidade das férias de Jillian Searl, ela foi forçada a fazer a escolha mais horrível que qualquer mãe já teve que enfrentar: qual de seus dois filhos salvar.

Jillian estava perto da piscina do hotel com seus dois filhos, Lachie, 5 anos, e Blake, 2 anos, no resort tailandês de Phuket na ocasião em que o tsunami de 26 de dezembro de 2004 atacou inesperadamente. “Ouvi um bramido terrível, um bramido muito alto, virei e tudo o que vi foi muita, muita água vindo em nossa direção”, Jillian contou mais tarde a um repórter em Perth, Austrália. “Imediatamente pensei: Como vou manter meus dois filhos vivos?”

Ao perceber que não conseguiria manter os filhos e a si mesma flutuando sobre as águas, viu-se forçada a escolher qual dos dois filhos segurar e qual soltar. “Sabia que tinha que soltar um deles. Pensei que o melhor a fazer seria soltar o mais velho”, afirmou.

Em meio às águas agitadas, Jillian notou uma jovem mulher agarrada a um poste. Implorou à mulher para que cuidasse de seu filho de 5 anos. Ao ameaçar soltar a mão dele, o menino implorou: “Não me solte, mamãe.” A força da correnteza os separou. Ela olhou para Lachie, que ainda não tinha aprendido a nadar, e pensou que talvez aquela fosse a última vez que o veria com vida.

Enquanto isso, o marido de Jillian, Brad, observava o terrível cenário da sacada do hotel. Tentou correr para ajudar, mas o grande volume de água havia bloqueado as portas.

Assim que a água baixou, ele encontrou Jillian e Blake. Juntos, deram início a uma busca desesperada por Lachie. “Você tem que encontrá-lo, porque eu o soltei”, Jillian disse ao marido. “Eu o entreguei a alguém, e o soltei... Não há possibilidade de viver minha vida sabendo que soltei a sua mão da minha.”

A história teve um final feliz. Duas horas depois, a família Searl encontrou Lachie num posto policial. Ele sobreviveu agarrando-se à porta do hotel.

Há Alguém que vela por Seus filhos com amor inexprimível. Seu coração se parte diante do pensamento de separação – separação que nós escolhemos, não Ele. Não partamos o Seu coração hoje.

16 de julho Segunda

Trabalho Santificado

Mas porque Deus foi tão gracioso, tão generoso, aqui estou eu. E não desperdiçarei a Sua graça. Não trabalhei arduamente para fazer mais do que os outros? Mesmo assim, meu trabalho não representou tudo. Foi Deus quem me deu o trabalho a ser feito, foi Deus quem me deu energia para cumpri-lo. 1 Coríntios 15:10, The Message

Ocasionalmente, chega ao nosso conhecimento a triste notícia de um pastor que foi apanhado em alguma falta que resulta em sua demissão. Vez por outra se trata de um evangelista que mantinha um relacionamento adúltero. Juntamente com o choque e a decepção, surge uma pergunta perturbadora: Como o trabalho dessas pessoas foi aparentemente tão bem-sucedido se estavam levando uma vida dupla? O evangelista, o ministro, ganhou pessoas para Cristo até um pouco antes da descoberta de suas atividades clandestinas. Deus aparentemente abençoou seus esforços a despeito de sua vida pecaminosa.

O fato é que cada um de nós, quer façamos parte do clero ou não, é um instrumento falho. Assim, Deus Se vira com o que tem; usa agentes que estão longe do ideal. Ele concede o sucesso até mesmo para aqueles cuja vida secreta nega o poder do evangelho que proclamam.

Ainda assim, Deus chama cada seguidor, ordenado ao ministério ou não, para o serviço santificado. Desafia-nos a entregarmos a Ele o nosso melhor, tudo, para vivermos uma vida de constante submissão à Sua vontade e de dependência em Sua força.

Assim como Paulo, não devemos desperdiçar a graça. Por termos sido tratados de maneira tão generosa pelo amoroso Pai, ficaremos ansiosos para trabalhar e testemunhar. Dedicação e trabalho árduo são reações apropriadas, mas apenas se tudo o que fizermos for santificado pela presença e pelo poder de Jesus.

“Necessitamos olhar continuamente a Jesus, compreendendo que é Seu poder que realiza a obra. Conquanto devamos trabalhar ativamente pela salvação dos perdidos, cumpre-nos também consagrar tempo à meditação, à oração e ao estudo da Palavra de Deus. Unicamente o trabalho realizado com muita oração e santificado pelos méritos de Cristo demonstrar-se-á afinal haver sido eficaz” (O Desejado de Todas as Nações, p. 362).

Nos dias de Paulo, havia os que pregavam Cristo movidos pela inveja e ambições egoístas (Fp 1:15, 16). Alguns não passavam de meros falsificadores da Palavra de Deus (2Co 2:17). Outros estavam em busca de cartas de recomendação (2Co 3:1). Pouca coisa mudou. Mas, contra todos esses esforços, Deus nos chama hoje a trabalhar motivados pela graça e santificados pelos méritos de Cristo.

17 de julho Terça

O Bom Rei Ezequias

Sede corajosos, e tende bom ânimo; não temais, nem vos espanteis, por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele, pois há conosco um maior do que o que está com ele. 2 Crônicas 32:7

O orador é Ezequias, um dos últimos reis de Judá, e um dos melhores. A fé demonstrada por ele é extraordinária por duas razões.

Primeiro, a situação não podia ser mais desanimadora. Os poderosos exércitos assírios, famosos no mundo antigo por sua crueldade, estavam às portas. Ao passarem pelo sul da região que hoje chamamos de Iraque, devastaram cada rei e reino em seu caminho. A pequena nação de Judá encontrava-se agora em sua mira, exposta e desamparada. Jerusalém estava cercada; que chance os filhos de Israel tinham de sobreviver ao ataque violento?

Para piorar ainda mais as coisas, Senaqueribe, rei da Assíria, enviou oficiais com uma mensagem para Ezequias que foi lida pelos inimigos em voz alta a fim de desanimar o povo. “Ouvi as palavras do grande rei, do rei da Assíria”, proclamaram em hebraico. “Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar. Nem tampouco Ezequias vos faça confiar no Senhor, dizendo: ‘Infalivelmente nos livrará o Senhor, e esta cidade não será entregue nas mãos do rei da Assíria’” (Is 36:13-15). E de maneira debochada propuseram: “Ora, pois, faze uma aposta com o meu senhor, o rei da Assíria; dar-te-ei dois mil cavalos, se tu puderes dar cavaleiros para eles” (v. 8).

Segundo, Ezequias cresceu num ambiente nada propício para o desenvolvimento da fé. Seu pai, Acaz, foi conhecido por sua grande iniquidade. Além de idólatra e adorador de Baal, chegou até mesmo a sacrificar os filhos no fogo (2Cr 28:2, 3). Acaz fechou as portas do Templo e construiu altares em cada esquina das ruas de Jerusalém (v. 24, 25).

Muitas pessoas hoje acreditam que temos pouco ou nenhum controle daquilo que fazemos, que todas as nossas decisões são determinadas por fatores além de nosso controle. Alguns responsabilizam a natureza (ou genes), outros a educação (ambiente), mas de qualquer forma acabamos fazendo papel de fantoches.

A vida de Ezequias lança essa filosofia por terra. Contra todas as influências hereditárias e familiares, ele se tornou um servo de Jeová e um reformador espiritual de seu povo. “E toda a obra que empreendeu [...] para buscar a seu Deus, ele a fez de todo o seu coração e foi bem-sucedido” (2Cr 31:21).

Apesar da pouca chance de vitória, Deus libertou Ezequias e o povo das mãos do inimigo.

18 de julho Quarta

Um Homem com uma Missão

Porém, intentavam fazer-me mal. Enviei-lhes mensageiros a dizer: “Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria a obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?” Neemias 6:2, 3, ARA

Ele cavalga à noite por entre as ruínas. Silenciosamente percorre a cidade, passa por escombros, muros despedaçados, portões destruídos. À medida que cavalga, faz uma profunda reflexão. O período da noite é um bom momento para avaliar a situação, pesar as possibilidades. Ele começa a ver com clareza o que deve ser feito e sua função nessa obra, se quiser vê-la concluída.

O cavaleiro é Neemias, um homem com uma missão, e um dos meus personagens bíblicos prediletos. Ele abriu mão da posição de conforto e honra no palácio do rei persa Artaxerxes para tentar ajudar o seu povo, o remanescente que retornou a Israel. A situação é deplorável: os muros de Jerusalém estão destruídos, os portões queimados, o povo desanimado.

O plano de Neemias: reconstruir Jerusalém. Não será fácil. Há poucas pessoas disponíveis. Os habitantes das terras vizinhas se opõem ao projeto. Alguns dos próprios judeus contraíram matrimônio com as pessoas das terras vizinhas e se aliaram a elas.

Neemias, porém, é um homem de oração. Seu livro está entrelaçado com orações. Ele registra as petições silenciosas que fez a Deus ao se deparar com decisões cruciais. Ele também é um homem de muita fé. “O Deus do Céu é que nos fará prosperar”, foi a resposta que deu aos que se opuseram ao projeto de reconstrução (Ne 2:20). De sua vida de oração e fé nasceu uma visão. Neemias viu com muita clareza o que precisava ser feito e não perdeu tempo em colocar a “mão na massa”. Animou o povo a trabalhar – sacerdotes, artesãos, mercadores. Todos ajudaram (o capítulo 3 apresenta a lista de nomes).

Os inimigos não gostaram da iniciativa. Começaram a zombar e a ridicularizar: “Ainda que edifiquem, vindo uma raposa derrubará o seu muro de pedra” (Ne 4:3). Por meio dos simpatizantes que haviam conquistado entre os judeus, os inimigos disseminaram dúvidas e rumores. Planejaram atacar; Neemias designou guardas para proteger os lugares vulneráveis.

Tentaram intimidar Neemias. “Vem, encontremo-nos”, disseram (Ne 6:2). Mas Neemias respondeu: “Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer” (v. 3).

Que homem! Um homem com uma missão! Indesviável de seu dever. Seu exemplo ainda é válido para homens e mulheres de Deus hoje.

19 de julho Quinta

Escudos de Bronze

[Ele] levou tudo. Também tomou todos os escudos de ouro que Salomão tinha feito. Em lugar deles, fez o rei Roboão escudos de bronze, e os entregou nas mãos dos capitães da guarda, que guardavam a porta da casa do rei. 1 Reis 14:26, 27

O rei Salomão fez 200 escudos grandes, cada um com cerca de sete quilos de ouro batido. Ele também fez 300 escudos pequenos, cada um com cerca de um quilo e setecentos gramas de ouro batido. A quantidade total de ouro nos escudos de Salomão pesava mais de dois mil quilos, uma verdadeira fortuna na moeda moderna (1Re 10:16, 17).

O filho de Salomão, Roboão, sucedeu o pai no trono de Israel e em todos os aspectos provou ser um monarca inferior. Por ser precipitado, perdeu quase todo o reino. Dez tribos se independeram, deixando para trás apenas Judá e Benjamim. Roboão decaiu espiritual e politicamente. No quinto ano de seu reinado, Sisaque, rei do Egito, atacou Jerusalém e levou consigo todos os tesouros do Templo e do palácio real, incluindo os escudos de ouro que Salomão tinha feito. Roboão fez escudos de bronze para substituí-los. A substituição resume o declínio de todo o reino. A glória havia passado.

Façamos um inventário de nosso tesouro espiritual. “Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem-se a si mesmos”, diz o apóstolo Paulo (2Co 13:5). Será que de alguma forma trocamos a glória de Jesus, cheio de graça e verdade, por substitutos?

Porque a graça é totalmente diferente do mundo que nos cerca – a maneira que Deus nos aceita e trata é totalmente diversa da maneira que as pessoas se relacionam –, facilmente a perdemos. Tendo começado com a graça (assim como os gálatas), escorregamos para um misto de graça e obras, o que não é graça.

Em nossa experiência espiritual, colocamos os escudos de bronze da observância formal, hábitos e formas de adoração previsíveis no lugar da vida diária e vital de comunhão com Deus. Polimos o bronze até ficar brilhante, mas ainda assim continua sendo bronze, não ouro.

Amontoamos livros, sermões, CDs, vídeos e DVDs sobre Deus e pensamos que possuímos uma despensa repleta de alimento espiritual para a alma. Negligenciamos, porém, o ouro, que é encontrado apenas no estudo pessoal da Palavra de Deus feito com oração. O opróbrio do cristianismo hoje é que muito do que é dito e feito em nome do humilde Mestre de Nazaré nega quem Ele foi e o que Ele defendeu. Escudos de bronze em vez de ouro.

Que isso não aconteça comigo, querido Deus!

20 de julho Sexta

Chamada Para o Reino

Pois, se você ficar calada nesta hora, socorro e livramento surgirão de outra parte para os judeus, mas você e a família do seu pai morrerão. Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha? Ester 4:14

Em todo o livro de Ester não encontramos nem uma menção sequer ao nome de Deus. No entanto, o livro brilha com o senso da providência divina. Apesar do plano secreto de Hamã e os inimigos dos judeus para aniquilar o povo de Deus, “por trás do desconhecido estava Deus entre as sombras, com o olhar atento sobre os Seus” (James Russell Lowell).

A história prossegue de forma mais estranha do que a ficção. Uma série de improbabilidades dramáticas e coincidências surpreendentes levam a princípio ao senso de destruição iminente; mas, depois, finalmente a situação se reverte para os “caras maus”, quando o povo de Deus é libertado.

A rainha Vasti desafia a ordem do rei para comparecer ao banquete que preparou para seus oficiais bêbados. Do ponto de vista moral, Vasti agiu corretamente – recusou-se a ser explorada como objeto sexual. Foi um ato de coragem extraordinária, e que lhe custou o reino.

Da confusão causada pela deposição de Vasti, uma serva hebreia, pobre, sem família imediata, mas linda, é levada ao palácio. Ela sai da obscuridade para o império. Será que permanecerá fiel aos princípios que aprendeu na infância com o primo Mardoqueu?

Ao mesmo tempo, se desenvolve a rivalidade entre Mardoqueu e Hamã, o agagita. O rei promove Hamã para um alto cargo de prestígio, mas Mardoqueu se recusa a prestar homenagem e se curvar perante ele. Furioso, Hamã arma um esquema para destruir não apenas Mardoqueu, mas a população judaica inteira.

Esse é um daqueles momentos em que a história prende a respiração. O cenário está pronto. Quem dará um passo à frente para mudar a direção para o lado certo? Mardoqueu confia em Deus; Ele proverá livramento. Porém, o meio mais indicado que Mardoqueu consegue enxergar é através de sua filha adotiva, colocada em posição de grande influência para esse momento. O plano é arriscado; Ester pode perder a vida ao entrar na presença do rei sem ser convidada. “Se eu tiver que morrer, morrerei”, ela diz (Et 4:16), e segue para o seu destino.

Nós também temos um encontro com o destino. Deus quer nos usar hoje para cumprir os Seus propósitos.

21 de julho Sábado

A Promessa do Nascer do Sol

Vamos nos dedicar mais e mais ao Senhor! Tão certo como nasce o Sol, Ele virá nos ajudar; virá tão certamente como vêm as chuvas da primavera que regam a terra. Oseias 6:3, NTLH

Você sabia que cada nascer do Sol incorpora uma promessa preciosa do Deus da graça? “Tão certo como nasce o Sol, Ele virá”, a Bíblia declara.

Essa promessa maravilhosa do Senhor se encontra no livro de Oseias, a história dupla de amor entre o profeta e Gômer e entre Deus e Israel. Em boa parte do livro, lemos a respeito do clamor angustiado do coração de Deus ao ver o amado povo se afastar cada vez mais dEle e afundar mais e mais no pecado:

“Meu povo foi destruído por falta de conhecimento” (Os 4:6).
“Efraim aliou-se a ídolos; deixem-no só!” (v. 17).
“Seu amor é como a neblina da manhã, como o primeiro orvalho que logo evapora” (Os 6:4).
“Seu cabelo vai ficando grisalho, mas ele nem repara nisso” (Os 7:9).
“São como um arco defeituoso” (v. 16).
“Eles semeiam vento e colhem tempestade” (Os 8:7).
“Efraim alimenta-se de vento [...] e multiplica mentiras e violência” (Os 12:1).
“Agora eles pecam cada vez mais” (Os 13:2).
Em meio a essa descrição de infidelidade, vemos um raio de esperança. O povo de Israel errante e volúvel decide se voltar para Deus: “Venham, voltemos para o Senhor. [...] Depois de dois dias Ele nos dará vida novamente; ao terceiro dia nos restaurará, para que vivamos em Sua presença” (Os 6:1, 2).

Que bom seria se o livro tivesse acabado com esse verso! Que bom seria se o povo de Deus tivesse continuado a trilhar a estrada do arrependimento e da restauração! No entanto, ainda assim podemos contar com Deus. Se nos voltarmos para Ele, “tão certo como nasce o Sol, Ele virá nos ajudar”. Ele virá ao nosso encontro como a refrescante chuva da primavera que faz com que a semente germine e a flor desabroche.

Essa promessa é para você e para mim hoje, prezado amigo. Clame para que ela se cumpra em sua vida agora mesmo – a promessa do nascer do Sol.

22 de julho Domingo

Estações da Alma

Semeiem a retidão para si, colham o fruto da lealdade, e façam sulcos no seu solo não arado; pois é hora de buscar o Senhor, até que Ele venha e faça chover justiça sobre vocês. Oseias 10:12

Em nossa vida cristã passamos por estações espirituais. São momentos característicos em nosso relacionamento com Deus.
A primavera da alma nos encontra repletos de energia e entusiasmo, ardentes em nosso primeiro amor, cheios de alegria pela descoberta das riquezas da graça.

No verão, nosso poder espiritual aumenta e amadurece à medida que o Senhor nos conduz a novos e empolgantes vislumbres de Sua glória.

O fruto do Espírito atinge o auge de sua doçura no outono, época em que o julgamento e o discernimento espiritual nos capacitam a ver com clareza e a proclamar prontamente os valores do Céu.

No inverno, nossa vida está protegida com o branco puro da justiça de Cristo, corrigindo as nossas imperfeições, eliminando a sujeira e a feiura. Por baixo dessa proteção, a vida está em atividade e crescimento, preparada no bom tempo de Deus para romper no glorioso espetáculo da primavera.

Há outras maneiras de encarar as estações da alma, claro. O inverno pode nos encontrar congelados e sem vida, a força da vida espiritual está aparentemente enterrada por baixo do peso da negligência e de oportunidades perdidas. No outono podemos agir de forma cansada e indiferente. Até mesmo no verão podemos despender todas as energias em fazer o trabalho do Senhor para a exaltação do nosso próprio ego em vez de colocarmos o Senhor e o Seu reino em primeiro lugar.

Passamos pelas estações da alma, às vezes progredindo à medida que o Senhor nos conduz da primavera para o verão, em seguida para o outono e depois para a beleza do cenário do inverno. Infelizmente, saltamos de um lado para o outro. O caminho de nossa vida espiritual é cheio de curvas e sequências de altos e baixos, em vez de uma linha reta em direção à plenitude de vida em Cristo. Começamos bem, mas recuamos. Nossas decisões são frágeis e inconstantes.

Esse não é o modo do Senhor agir, mas nosso. Somos fracos, falhos. Mas Ele é bondoso e paciente. Ele está atento a tudo o que ocorre em nossa vida, não apenas às ocasionais ações de bondade ou maldade, e isso é o que conta. Ele nos educa, molda-nos e aperfeiçoa-nos como joias para a glória eterna. Busquemos a Deus hoje de todo o coração.

23 de julho Segunda

Gômer e Deus

Eu me casarei com você para sempre; eu me casarei com você com justiça e retidão, com amor e compaixão. Oseias 2:19

Nenhum outro livro da Bíblia revela o profundo e anelante amor de Deus como o livro de Oseias. Esse pequeno livro, muitas vezes ignorado, é o primeiro dos “profetas menores”, assim chamados não por apresentarem uma mensagem menos importante, mas por serem menos extensos do que Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel.

O livro de Oseias se divide em duas partes. Os capítulos de 1 a 3 narram a história de amor do profeta, sua esposa, Gômer, e seus filhos. Os últimos 11 capítulos se concentram em Jeová e Sua noiva, Israel. Além desse esboço, o livro requer uma análise mais profunda. Boa parte do livro de Oseias consiste em uma série de clamores angustiados que expressam tristeza pela condescendência com o pecado e a degradação de uma esposa adúltera. O orador é Deus, desesperado por Seu povo desobediente.

O livro inicia com uma ordem de Jeová que o profeta certamente mal pôde compreender: “Vá, tome uma mulher adúltera e filhos da infidelidade, porque a nação é culpada do mais vergonhoso adultério por afastar-se do Senhor” (Os 1:2). Eles se casam, Gômer engravida e dá um filho a Oseias. Mais tarde, dá à luz uma menina, em seguida um menino, mas não identificados como sendo filhos legítimos de Oseias. O relato é sucinto, deixando-nos ler nas entrelinhas. No capítulo 3, lemos a ordem do Senhor para que Oseias aceite Gômer de volta. “Vá, trate novamente com amor sua mulher, apesar de ela ser amada por outro e ser adúltera” (v. 1). Aparentemente, ela o havia deixado e se tornado escrava. Oseias a compra de volta (v. 2).

Será que essa história foi real, ou se trata de uma espécie de parábola? A evidência da Palavra de Deus é que se trata de uma história verídica, uma inacreditável história de amor e de esperança para uma esposa infiel. De sua experiência agonizante – o entusiasmo do amor genuíno, a dor de um casamento fracassado, a luta para perdoar e amar novamente – o profeta compreende uma história de amor ainda mais inacreditável, o amor de Deus por Israel.

Por que Deus amou tanto os judeus? Não seria o mesmo que perguntar por que Ele ama a você e a mim tão intensamente? Por que Ele está disposto a Se relacionar conosco, apesar de nossa infidelidade? Por que Ele nos perdoa? Por que Ele nos aceita de volta? Unicamente porque “Deus é amor” (1Jo 4:16). Foi essa a lição que Oseias aprendeu. Foi isso o que Jesus nos mostrou.

24 de julho Terça

O Profeta Criador de Gado

Mas o Senhor me tirou do serviço junto ao rebanho e me disse: “Vá, profetize a Israel, o Meu povo.” Amós 7:15

Entre os extraordinários profetas hebreus do sétimo e oitavo séculos a.C., nenhum é mais surpreendente do que Amós. A seu respeito, sabemos apenas aquilo que ele nos conta, que é bem pouco; mas o suficiente para esboçarmos o perfil da pessoa maravilhosa que ele foi.

As palavras de abertura de seu livro nos dizem que Amós foi “criador de ovelhas em Tecoa” (Am 1:1). Mais tarde, ele nos conta que costumava cuidar de gado e colher figos silvestres (Am 7:14). Pela última atividade mencionada, podemos entender que ele colhia figos silvestres para uso próprio ou que os cultivava para outros. Os figos silvestres, inferiores ao figo verdadeiro, precisam ser perfurados algum tempo antes da colheita a fim de se tornarem comestíveis.

Entendemos o contexto. Amós tinha origem simples. Supria com dificuldade suas necessidades. Os ofícios que desempenhava eram básicos, diretamente ligados à terra.

Amós não podia responsabilizar os laços familiares ou a educação que recebera por seu chamado. “Eu não sou profeta nem pertenço a nenhum grupo de profetas” (v. 14). Naquela época havia escolas de profetas, além de uma classe de profetas profissionais que servia aos interesses do monarca, em vez dos interesses do Senhor.

Apesar de Amós talvez não possuir as referências que os seus contemporâneos buscavam, contava com a maior qualificação de todas para ser um profeta, a única característica que, por sua ausência, fez com que todos os outros profetas de seu tempo fossem inúteis: o Senhor colocou a Sua mão sobre ele. “O Senhor me tirou do serviço junto ao rebanho e me disse: ‘Vá, profetize a Israel, o Meu povo’” (v. 15).

Assim, Amós deixa o gado e viaja para o reino do norte de Israel, local em que proclama a destruição iminente por causa dos pecados do rei e do povo. Ali ele se mete em dificuldade com Amazias, o sacerdote do santuário em Betel. Amazias tenta fazer com que o rei, Jeroboão III, expulse Amós. “Vá embora, vidente!”, ordena. “Vá profetizar em Judá; vá ganhar lá o seu pão” (v. 12).

Amazias era pago para falar o que o rei e o povo queriam ouvir, e avaliou Amós baseando-se em si mesmo. Mas estava errado.

O Senhor ainda coloca a Sua mão sobre homens e mulheres. Ele os chama de suas atividades cotidianas e diz: “Vá, fale em Meu nome”, e concede graça para que a missão seja cumprida.

25 de julho Quarta

O Momento Mais Grandioso

Levante-se, refulja! Porque chegou a sua luz, e a glória do Senhor raia sobre você. Isaías 60:1

Com o destino incerto da França em 1940, houve uma evacuação em massa das tropas britânicas e aliadas de Dunkirk. Aproximadamente 350 mil forças armadas fugiram para a Inglaterra. Com excesso de soldados e armas, eles fugiram em qualquer coisa que pudesse flutuar.
Os ingleses comemoraram como se tivessem conquistado uma grande vitória. Mas o primeiro-ministro Winston Churchill os levou de volta à realidade. Em 4 de junho ele declarou na Câmara dos Comuns: “Não se vence a guerra batendo em retirada.”

Em seguida, Churchill proferiu um discurso magnífico, que é considerado por alguns o maior discurso dos últimos mil anos: “Não desanimaremos ou fracassaremos. Avançaremos até o fim. Lutaremos na França, lutaremos nos mares e oceanos, lutaremos cada vez com mais convicção e força no ar, defenderemos a nossa ilha, não importa o quanto custe, lutaremos nas praias, lutaremos nas áreas de pouso, lutaremos nos campos e nas ruas, lutaremos nas colinas; jamais nos entregaremos.”

Exatamente duas semanas mais tarde, em 18 de junho de 1940, a Inglaterra se preparava para a invasão pelo ar. Churchill discursou novamente no Parlamento. “Desta batalha depende a sobrevivência da civilização cristã. [...] Toda a fúria e o poder do inimigo em breve se voltarão contra nós. [...] Preparemo-nos, portanto, para o nosso dever, conscientes de que, se o Império Britânico e sua comunidade durarem por mil anos, homens ainda dirão: ‘Esse foi o momento mais grandioso deles.’”

Como seguidores de Jesus Cristo, chegamos ao auge da história. As forças do mal estão se posicionando para a última batalha da Terra. Que tipo de homens e mulheres seremos nós numa época como essa?

“A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus” (Educação, p. 57).

Armados com a graça de Deus, podemos de fato nos levantar e refulgir. “Sobre ti aparece resplendente o Senhor, e a Sua glória se vê sobre ti” (Is 60:2, ARA). Esse será o nosso momento mais grandioso.

26 de julho Quinta

Ele Experimentou a Morte

Vemos, todavia, Aquele que por um pouco foi feito menor do que os anjos, Jesus, coroado de honra e de glória por ter sofrido a morte, para que, pela graça de Deus, em favor de todos, experimentasse a morte. Hebreus 2:9

O que o apóstolo quis dizer ao afirmar que Jesus “experimentou” a morte? Crisóstomo, pregador famoso e eloquente dos primeiros séculos do cristianismo, interpretou essas palavras de forma muito interessante. Ele relacionou Jesus a um médico que, a fim de encorajar o paciente a tomar o remédio amargo, encosta os lábios no copo e toma um golinho. Assim, argumentou Crisóstomo, Jesus experimentou apenas o suficiente da amargura da morte para saber como é.

Crisóstomo foi um grande pregador, mas interpretou muito mal esse texto. Jesus não tomou apenas um gole do cálice da morte; Ele bebeu tudo até o fim. Por meio da palavra “experimentar”, o apóstolo tentou nos dizer que Ele realmente morreu, realmente experimentou a morte. Observe-O no Jardim do Getsêmani, lutando em oração diante da rejeição, da crueldade e dos açoites que O aguardam, especialmente da separação do Pai ao ser pendurado na cruz do Calvário. Observe-O agonizando em oração, rogando por outro caminho. Ouça o rogo melancólico, proferido três vezes: “Meu Pai, se for possível, afasta de Mim este cálice; contudo, não seja como Eu quero, mas sim como Tu queres” (Mt 26:39). Mas isso era impossível, se desejava ganhar o mundo de volta para Deus. Assim, Ele aceitou o cálice, escolheu a morte, morreu só, morreu por todos. Ele experimentou a morte – não apenas a morte física, mas o horror da separação de Deus, que a Bíblia chama de “segunda morte” (Ap 20:6).

O apóstolo nos diz que Jesus experimentou a morte “pela graça de Deus”. Acho estranha essa expressão. O favor de Deus levou Jesus à morte. Apesar de a maioria dos manuscritos antigos trazerem essa expressão, alguns dos primeiros manuscritos apresentam uma variante surpreendente. Em vez de “pela graça de Deus”, estão as palavras “sem Deus”.

A mudança envolve apenas duas letras do alfabeto grego. O que parece é que algum escriba, provavelmente no segundo século, mudou duas letras ao copiar o texto. Talvez tenha achado a ideia de Jesus morrer “sem Deus” muito difícil de compreender e fez a mudança para “pela graça de Deus”.

Mas Jesus realmente morreu sentindo-Se totalmente sozinho, totalmente esquecido. “Meu Deus! Meu Deus! Por que Me abandonaste?” (Mt 27:46).

Oh, que Salvador, capaz de chegar a tal ponto por você e por mim!

27 de julho Sexta

A Visão do Céu

O Senhor está no Seu santo templo; o Senhor tem o Seu trono nos Céus. Seus olhos observam; Seus olhos examinam os filhos dos homens. Salmo 11:4

Fico pensando como deve ser a vida na Terra sob a perspectiva de Deus, da sala do trono do Universo, onde, como o poeta Milton escreveu:

Milhares se apressam a atender o Seu comando sobre a terra e o oceano, sem descanso.

Quão estranhas, pervertidas, distorcidas e débeis devem parecer as nossas ações!

Recentemente me deparei com uma notícia que, para mim, parecia ser piada. Mas não era, e mal posso conter o riso ao partilhá-la. O governo do estado de Oklahoma, Estados Unidos, declarou ilegal a briga de galos em 2002. E fez bem; trata-se de uma atividade cruel em que os galos usam as esporas e o bico para se mutilarem até a morte, enquanto os espectadores humanos apostam no resultado. A proibição desse “esporte” paralisou a indústria da briga de galos no equivalente a 100 milhões de dólares, de acordo com um senador e defensor de longa data da disputa sangrenta. Ele criou um plano para trazê-la de volta à ativa.

Ele propôs que os galos usassem pequenas luvas de boxe acopladas às esporas (não estou inventando isso) para que as aves pudessem “esmurrar-se” sem se machucar! O que o senador planejava fazer com o bico, se é que tinha um plano para isso, o noticiário não informou. Será que os galos usariam proteções nos bicos também?

A história não para por aqui. De acordo com o plano do senador, os galos usariam coletes apropriados, munidos de sensores eletrônicos que registrariam os golpes e ajudariam a marcar os pontos para determinar o vencedor. Você consegue imaginar a cena? Galos vestidos com coletes e luvas de boxe se atacando? Hilário!

O que não é hilário são as pessoas no estado de Oklahoma, e em cada estado e país, que lutam pela sobrevivência a cada dia e a cada noite. Pais solteiros, aflitos com a situação dos filhos. Preocupações em ganhar o dinheiro do aluguel ou da próxima parcela do financiamento. Pessoas lutando contra enfermidades. Medo da violência. Tantas pessoas sobrecarregadas com preocupações, procurando uma saída ou mesmo um raio de esperança. Tanto a fazer, tantas coisas que precisam ser consertadas!
E os governantes perdendo tempo em discutir a possibilidade de colocar coletes e luvas de boxe em galos!

Ora, vem, Senhor Jesus, e arruma esse caos!

28 de julho Sábado

O Poder da Leitura

Porque desde criança você conhece as Sagradas Letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus. 2 Timóteo 3:15

Certo dia apareceu uma estranha criatura no campus do Bethel College, uma pequena instituição presbiteriana de ensino superior no Tennessee, Estados Unidos. Ele tinha um metro e oitenta de altura, cabelos ruivos despenteados e vestia uma blusa de frio tão velha que havia alfinetes por toda parte para mantê-la em condições de uso. Havia buracos nos sapatos e os dentes da frente já não existiam mais. Ele veio da minúscula vila de Rosser, constituída por apenas três casas, onde morava numa casa de fazenda caindo aos pedaços, sem encanamento interno. Ele nunca andou de bicicleta, entrou em um shopping center ou namorou. E nunca frequentou a escola.

Robert Howard Allen, 32 anos, apareceu para matricular-se na faculdade. Assim que a administração aplicou um teste para averiguar o conhecimento de Robert, todos se surpreenderam. Ele “arrasou”. Sua mente estava repleta de conhecimento em literatura clássica e histórica. A abrangência de seu conhecimento estava muito além do que o de qualquer professor da instituição. A administração o dispensou da maioria das matérias do primeiro ano de faculdade.

Dez anos mais tarde, Robert Allen concluiu a educação formal, graduando-se pela altamente prestigiada Universidade Vanderbilt em Nashville, Estados Unidos, com PhD em inglês. Ele começou a lecionar inglês para a faculdade.

A história desse homem me inspira. Ela mostra o poder do espírito humano para se erguer e ser bem-sucedido em face das situações mais desafiadoras. E que situação desafiadora! Os pais de Robert se divorciaram quando ele ainda era bem jovem. Ele foi criado por parentes de idade avançada que fizeram um acordo com a administração da escola local para que ele estudasse em casa. A princípio, um professor o visitava ocasionalmente, mas logo Robert foi esquecido.

Mesmo assim, aos 12 anos Robert já tinha aprendido a ler sozinho e logo começou a ler a Bíblia na versão King James para a tia Ida, que era deficiente visual, completando duas vezes a leitura de capa a capa do Livro Sagrado.

Em pouco tempo, estava lendo tudo o que podia encontrar, desde Shakespeare até Will Durant. Ele leu praticamente todos os livros da biblioteca pública de sua cidade e aprendeu também a ler em grego e francês. E começou a escrever poemas. Essa é uma história mais forte do que a ficção – e mais maravilhosa. E tudo começou com a leitura da Bíblia.

29 de julho Domingo

Aprendendo com os Erros

Pois ainda que o justo caia sete vezes, tornará a erguer-se, mas os ímpios são arrastados pela calamidade. Provérbios 24:16

A pessoa que nunca cometeu um erro nunca fez nada. Thomas Edison, o famoso inventor, foi chamado muitas vezes de gênio, mas ele costumava dizer para si mesmo: “Gênio, coisa nenhuma! Não desistir é o que faz de alguém um gênio. Fracassei ao longo de minha jornada rumo ao sucesso.”

Se tivermos o estado de espírito certo, um erro pode se tornar um acidente valioso. Assim como Cristóvão Colombo, que partiu para a Ásia e descobriu a América. Ou como Ruth Wakefield, proprietária de uma pousada, que certo dia na década de 1930 decidiu assar alguns biscoitos amanteigados usando uma receita muito antiga. Ela picou uma barra de chocolate e acrescentou à massa, na expectativa de que o chocolate derretesse. Ao tirar a forma do forno, em vez de biscoitos de chocolate, ela encontrou biscoitos amanteigados repletos de gotas de chocolate. Desse erro surgiu um dos biscoitos prediletos dos Estados Unidos.

Os pequenos blocos para anotação de recados em cor amarela e com uma faixa adesiva, conhecidos como Post-it, surgiram através de um pesquisador da Companhia 3M que tentava aprimorar a fita adesiva. Outra cientista da 3M tentava criar uma borracha sintética para ser usada nas mangueiras de abastecimento de combustível de aviões. Certo dia, algumas das substâncias novas espirraram no tênis feito de lona de sua assistente e não puderam ser removidas. À medida que o tênis envelhecia, ficava desbotado, exceto no local em que a substância havia caído. Esse “erro” mais tarde se tornou o produto conhecido como Scotchgard, usado hoje para ajudar a prevenir que a sujeira manche o tecido.

A lista é enorme. Alexander Fleming descobrindo a penicilina, Charles Goodyear aprendendo a estabilizar a borracha, Wilson Greatbatch criando um marca-passo cardíaco aprimorado e possível de ser implantado. Todas essas descobertas surgiram através de “erros” em um nível ou outro.

Na vida cristã, ocorre algo muito semelhante. Deus deseja que cresçamos mediante Sua graça; por isso, não sabemos tudo. Caímos, e caímos de novo.

Às vezes ficamos perturbados mentalmente após cairmos. Mas Deus promete que, mesmo que caiamos sete vezes (ou 77), vamos nos levantar novamente. Sua graça nos toma pela mão, levanta-nos e coloca-nos de volta no caminho com mais maturidade. Ele deseja que aprendamos com os nossos erros.

30 de julho Segunda

Desonestos e Cristãos

O senhor elogiou o administrador desonesto, porque agiu astutamente. Pois os filhos deste mundo são mais astutos no trato entre si do que os filhos da luz. Lucas 16:8

Enquanto escrevo dos Estados Unidos, dois aspectos da cena atual me espantam. Nunca presenciei tanto exibicionismo político ao lado das Estrelas e Listras [da bandeira norte-americana] e de citações da Bíblia; e nunca vi tantas demonstrações ostensivas de ganância.

Certo executivo de uma grande companhia trabalha por três meses e decide pedir demissão. Sai com 32 milhões de dólares limpinhos no bolso. Em outras companhias, presidentes e diretores executivos, que presidem durante um período de forte declínio das ações na bolsa de valores, mudam de pasto – juntamente com um paraquedas dourado. Mal passa uma semana sem novas revelações de manipulação financeira e desonestidade.

Chamei a atenção para os ricos, mas a ganância é uma sedutora tentação de igual oportunidade para todas as classes sociais. Pessoas de todas as posições sociais parecem obcecadas pelo desejo de ganhar mais dinheiro. Sempre foi assim, mas no mundo atual a determinação por acumular dinheiro atingiu um nível ainda mais degradado. Por essa razão, encontramos Jesus, cujo público consistia principalmente de pessoas comuns, geralmente falando sobre dinheiro. O fato é: a maneira de nos relacionarmos com o dinheiro é a mais clara evidência de nossa relação com o reino do Céu. Em outras palavras, a nossa atitude em relação ao dinheiro revela o impacto que a graça produz (ou não) em nossa vida.

Em Lucas 16:1-9 encontramos o que a princípio parece ser uma parábola intrigante. Certo administrador de um homem rico age com desonestidade falsificando os livros de contabilidade e é desmascarado pelo chefe. O chefe demite o administrador e pede uma auditoria completa dos registros. O administrador lança mão de um artifício inteligente para assegurar seu futuro: ele entra em contato com vários devedores e altera o registro daquilo que devem – a seu favor! Ele os faz saber que está cuidando de seus interesses para que em troca cuidem dos dele também. Então, somos surpreendidos: o homem rico elogia o administrador desonesto. Por quê? Por causa de sua astúcia. Soa como se o próprio chefe tivesse agido com desonestidade nos negócios; um desonesto elogiando o outro!

Muitas das parábolas de Jesus começam com: “O reino do Céu é como...” Mas não na parábola do administrador desonesto. No reino do Céu o povo de Deus não é obcecado por ganhar dinheiro. É um povo muito generoso, porque Deus os trata com generosidade sem medida.

31 de julhoTerça

O Hotel Mais Maravilhoso

Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, Se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de Sua pobreza vocês se tornassem ricos. 2 Coríntios 8:9

Na costa do Golfo Pérsico encontra-se um dos edifícios mais impressionantes do mundo. O Burj al-Arab, de 321 metros, é o hotel mais alto do planeta. Mais notável que a altura, porém, é sua arquitetura, que se assemelha a um veleiro. O Burj, inaugurado em 1999, rapidamente se estabeleceu como o ícone dos emirados em Dubai e garantiu o seu lugar entre os edifícios mais distintos do mundo, juntamente com a Torre Eiffel, o Big Ben e a Casa da Ópera de Sydney.

O Burj se localiza em uma ilha própria próximo à praia de Jumeirah. Internacionalmente, esse hotel é classificado como cinco estrelas; mas o Burj, que de arrogância não carece de nada, se classifica como sete estrelas. Os hóspedes são recebidos no aeroporto em um dos carros da frota de 12 Rolls-Royces brancos. No trajeto, os hóspedes cruzam uma ponte em que há queima de fogos em comemoração à sua chegada. O pernoite no apartamento de classificação standard, suíte duplex, custa cerca de 28 mil dólares.

O Burj não permite a entrada de visitantes e turistas na ilha. Alguns amigos, porém, convidaram Noelene e eu para um desjejum na cobertura do hotel. O interior do edifício é ainda mais abusivamente extravagante do que a audaciosa arquitetura exterior sugere. Uma imensa cascata ladeada por aquários que vão do chão ao teto encanta qualquer um que entra no saguão de entrada. Os aquários são tão grandes que os funcionários têm que fazer a limpeza com equipamento próprio de mergulho. Quase todas as superfícies são banhadas a ouro. A vista da cobertura é espetacular. O bufê, por sua vez, oferece uma infinidade de pratos quentes e frios, saladas, doces de culturas variadas e tudo o mais que o paladar possa desejar por 100 dólares por pessoa.

Apreciei muito a experiência, mas bastou uma vez. Assim que o apetite é satisfeito, os milhares de pratos não degustados não atraem mais os olhos. E, se você tem uma cama familiar e confortável para descansar, qual a vantagem de pagar 1.000 dólares ou mais para passar a noite?

Somos seguidores de Jesus de Nazaré. Ele abriu mão das riquezas do Céu para Se identificar com os pobres da Terra. Ele nos convida: “Segue-Me.” Isso não quer dizer que devemos viver como monges. Mas significa que devemos analisar com cuidado a maneira com que gastamos os recursos que Deus coloca sob a nossa responsabilidade.