domingo, 24 de junho de 2012

Rafaela Pinho - Vivifica

Vídeo - Lição 13 "Um ministério Perpétuo"

Escola sabatina libras Lição 13 - Um ministério perpétuo - 2º Trimestre

LECCIÓN 13 - VIERNES 29 DE JUNIO 2012 - PARA ESTUDIAR Y MEDITAR

LECCIÓN 13 - JUEVES 28 DE JUNIO 2012 - LA PUERTA DE ATRÁS

LECCIÓN 13 - MARTES 28 DE JUNIO 2012 - ENTRENANDO ENTRENADORES

LECCIÓN 13 - MIÉRCOLES 27 DE JUNIO 2012 - RECUPERAR EX MIEMBROS

LECCIÓN 13 - LUNES 25 DE JUNIO 2012 - UN AMBIENTE DE NUTRICIÓN

LECCIÓN 13 - DOMINGO 24 DE JUNIO 2012 - LA EVANGELIZACIÓN Y LA TESTIFICA...

13. "Um ministério perpétuo" comentário Pr. Roberto Motta

13 "Um ministério perpétuo" - Código Aberto

Esboço da Lição 13 - Um ministério perpétuo

Lição 13 -- Um ministério perpétuo, 2012 - TV Novo Tempo

Comentário leitura Lição 13 "Um Ministério Perpétuo" 23 a 29 de junho


Lição 13 – 23 a 29 de junho de 2012

Um ministério perpétuo


Pr. Marcelo E. C. Dias
Professor do SALT/UNASP
Doutorando (PhD) em Missiologia pela Universidade Andrews
mecdias@hotmail.com

II. O Mestre Jesus
A iniciativa do discipulado se origina no chamado de Jesus (Mc 1:17; 2:14; Mt 4:19; 9:9). A resposta a esse chamado, no entanto, envolve reconhecer e crer na identidade de Jesus, obedecê-Lo (Mc 1:18, 20), dedicar total lealdade a Ele (Lc 14:25-28; Mt 19:23-30) e participar na Sua missão. Esse chamado é o começo de algo novo. Isso significa deixar para trás a vida antiga (Mt 8:34-37; Lc 9:23-25), encontrar nova vida na família de Deus (Mt 12:46-50) e ser enviado pelo Pai para o mundo (Jo 20:21). Porém, o chamado para o discipulado de Jesus também veio acompanhado de um convite para se considerar o custo do discipulado (Lc 9:57-62; 14:25-33).

 “Quando Jesus chamou homens e mulheres para O seguir, Ele ofereceu um relacionamento pessoal consigo mesmo, não simplesmente um estilo de vida alternativo nem práticas religiosas diferentes nem uma nova organização social” (Evangelical Dictionary of World Missions, p. 279). Através desse relacionamento os díscipulos foram conhecendo os mistérios do reino de Deus (Lc 8:10) tanto pela associação como pela explicação (Robert E. Coleman, The Master Plan of Evangelism). Não importa quão avançado o discípulo de Jesus esteja, ele sempre será um discípulo de Jesus.

Com o objetivo final de se tornar mais semelhante a Jesus, o Mestre (Mt 10:24-25; Lc 6:40), se poderia resumir os aspectos do desenvolvimento espiritual em três:

(1) Permanecer na Palavra de Jesus como a verdade que rege todas as áreas da vida (Jo 8:31-32);
(2) Amar uns aos outros como Jesus amou Seus discípulos (Jo 13:34-35);
(3) Frutificar, incluindo o fruto do Espírito Santo (Gl 5:22-26), novos discípulos (Jo 4:3-38), justiça e boas obras (Fl 1:11; Cl 1:10) e testemunho de proclamação ao mundo (Jo 20:21).

Portanto, o discipulado foi central no ministério terrestre de Jesus, assim como deve ocupar um lugar central na missão da igreja, em todos os tempos, ao fazer discípulos em todas as nações e ajudar os novos discípulos no crescimento espiritual (Evangelical Dictionary of World Missions, p. 278). Uma igreja assim é uma comunidade de discípulos. Na Grande Comissão final, Jesus enfatizou a importância do discipulado como responsabilidade dos Seus discípulos, em todo o tempo e em todos os lugares. Se começamos o trimestre comentando sobre a Grande Comissão e sua essência (ver comentário da lição 1), concluímos o estudo ressaltando a ordem central de Cristo, que foi a de fazer discípulos.

II. Discipulado
Naturalmente, o discipulado de Jesus continua até os dias de hoje e deveria seguir as características da prática, quando instituída por Ele. Por isso, não há como enfatizar demais que “discipulado não é um programa nem um evento; é um modo de vida. Não é por um tempo limitado, mas para toda a nossa vida. Discipulado não é para iniciantes apenas; é para todos os crentes, em cada dia da sua vida” (Bill Hull, The Complete Book of Discipleship, p. 24). De forma resumida, discipulado significa constantemente aprender e seguir o Mestre.

Robert E. Coleman identifica, de forma didática, oito passos desse processo: (1) seleção, (2) associação, (3) consagração, (4) transmissão, (5) demonstração, (6) delegação, (7) supervisão e (8) reprodução. É importante lembrar que, na prática, esses estágios geralmente não acontecem de maneira organizada, sequencial e segmentada, mas o desenvolvimento de um discípulo maduro certamente incluirá todas elas.

Da mesma forma, o amadurecimento do cristão é representado de maneira didática por Rick Warren (The Purpose-driven Life) em quatro etapas: (1) Comprometido em ser membro; (2) comprometido em amadurecer; (3) comprometido em ministrar; e (4) comprometido em ser missionário. Essa compreensão do discipulado como processo que envolve tempo e relacionamentos tem inspirado vários programas que incluem ciclos de 40 dias de dedicação especial ao crescimento espiritual.

Refletindo sobre maneiras de se assemelhar a Jesus, Hull sugere seis áreas que precisam ser transformadas no ser humano:
(1) mente: crer naquilo que Jesus acreditava;
(2) caráter: viver do jeito que Jesus viveu;
(3) relacionamentos: amar como Jesus amava;
(4) hábitos: praticar o que Jesus praticava;
(5) serviço: ministrar como Jesus ministrava; e
(6) influência: liderar como Jesus liderava (p. 130).

Apesar de o processo de discipulado ter sido comum no Seu tempo, a singularidade do discipulado de Jesus estava em quatro aspectos:

1. Em quem Ele escolheu: Jesus escolheu pessoas com paixão e sede espiritual. Pessoas comuns que pudessem se relacionar com todos e que teriam a disponibilidade de aprender.
2. Tinha por base unicamente a amizade e o respeito comum: Jesus ilustrou Sua crítica aos fariseus através do Seu sistema de discipulado sem ambições egoístas nem hipocrisia.
3. Redefiniu o que significa ser um discípulo: Pessoas que amam umas às outras como a si mesmas, e a Deus acima de todas as coisas.
4. Demonstrou como aplicá-lo hoje: Jesus foi o modelo de discipulador.
Por isso, Dietrich Bonhoeffer, no clássico The Cost of Discipleship, afirma que “cristianismo sem discipulado é sempre cristianismo sem Cristo. Ele permanece uma ideia abstrata, um mito que tem um lugar para a paternidade de Deus, mas omite Cristo como o Filho vivo” (p. 64).

III. Crescimento espiritual
"Entre as lições quase inumeráveis ensinadas pelos vários processos do crescimento, algumas das mais preciosas são apresentadas na parábola do Salvador, sobre a semente. ... A germinação da semente representa o começo da vida espiritual e o desenvolvimento da planta é uma figura do desenvolvimento do caráter. Não pode haver vida sem crescimento" (Ellen White, Maravilhosa Graça [MM 1974], p. 195).

Seguindo o modelo dos seres vivos, a vida humana obedece às mesmas etapas: nascimento, crescimento e morte. Como cristãos, no entanto, escrevemos uma biografia diferente, que apresenta novo nascimento, crescimento, descanso e vida eterna.

Em diferentes épocas, fases distintas dessa experiência foram enfatizadas pela Igreja, geralmente, priorizando o novo nascimento – a conversão e o batismo. Hoje, a Igreja tem assumido uma posição bem mais equilibrada e saudável, compreendendo a importância de focalizar não só o novo nascimento, mas também o crescimento do cristão. Na assembleia da Associação Geral, em 2005, a doutrina número onze foi acrescentada, refletindo esse pensamento.

Em Efésios 4:14 e 15, Paulo reconheceu a possibilidade de pessoas estagnarem em um estágio inicial em sua vida espiritual, comparando-as com crianças (nepioi, no original grego, também usada em Mateus 11:25 e Romanos 2:20). No entanto, o Comentário Bíblico Adventista ressalta que a ênfase nesse caso é negativa. "Somos incentivados a nos tornar como ‘crianças’, (paidia, no original) em Mateus 18:2-4, quanto à humildade e confiabilidade, mas não na impulsividade e imaturidade." A mesma exortação ao crescimento é feita em 1 Pedro 2:1-3, 2 Pedro 3:18 e por Paulo em 2 Coríntios 7:1.

IV. Eu, um discípulo
Uma exortação deve ser dada quanto aos fatores que dificultam o crescimento espiritual. Berndt D. Wolter (Como se faz um cristão,Ministério, nov.-dez./2011, p. 9-10) explica algumas percepções distorcidas:

(1) influência da coletividade: espera-se que aconteça com todos;
(2) transferência de responsabilidade: espera-se um empurrão espiritual do grupo;
(3) pensamento fatalista: espera-se que só aconteça com alguns;
(4) atitude de espectador: espera-se que o grupo faça enquanto assisto; e
(5) inveja espiritual: espera-se ser o que alguém é.

Há ainda outros mitos comuns relacionados com essas percepções que impedem o desenvolvimento espiritual do cristão.

(1) "Dentro da igreja, todos estão crescendo espiritualmente de forma igual": Na família de Deus o crescimento é um processo individual. E vale lembrar que alguns crescem mais rapidamente do que outros. Enquanto outros crescem mais vagarosamente, mas oscilam menos.

(2) "Na igreja não existe responsabilidade fraternal":"Um dos planos divinos para o desenvolvimento é a comunicação. O cristão deve adquirir forças, fortalecendo outros. ‘O que regar também será regado’ (Pv 11:25). Isso não é somente uma promessa; é uma lei divina, uma lei pela qual Deus designa que as correntes de benevolência, como as águas do grande abismo, sejam postas em constante circulação, refluindo à sua fonte. No cumprimento a essa lei está o segredo do crescimento espiritual” (Ellen White, Maravilhosa Graça[MM 1974], p. 283).

"A verdadeira santificação vem por meio da operação do princípio do amor. ... A vida daquele em cujo coração Cristo habita, revelará a piedade prática. O caráter será purificado, elevado, enobrecido e glorificado. A doutrina pura estará entretecida com as obras de justiça. Os preceitos celestiais serão mesclados com as práticas santas" (Ellen White, Atos dos Apóstolos, p. 560).
Por ser natural que cada um esteja em um estágio diferente do crescimento, a Palavra também orienta nesse convívio, dando a responsabilidade aos irmãos de não escandalizarem uns aos outros (Mt 18:6-9). Ainda para com os irmãos da igreja, é necessário tato espiritual. A compreensão sobre o processo de crescimento certamente deve se refletir no tratamento e apoio que se oferece entre as pessoas. O oposto disso, obviamente, era a maneira fria, calculista e desprovida de espiritualidade com que os fariseus tratavam os pecadores, motivo pelo qual foram repreendidos por Jesus.

(3) "O crescimento espiritual gera um crescimento automático da igreja":Na maioria dos casos, o crescimento espiritual leva a um crescimento da igreja, sim, mas nem sempre é automático. Sob a condução do Espírito Santo, esse é o resultado natural. No caso da experiência pessoal, alguém poderia dizer que santificação é o processo pelo qual o cristão, em sua comunhão com Deus, a cada momento, passa a ser menos do mundo e mais no mundo (Jo 17:14-15). Em outras palavras, a vontade e o caráter são transformados pelo amor de Deus e o testemunho desenvolvido pelo Seu poder. Para que o crescimento espiritual seja completo em cada etapa, é necessário que essa experiência inclua a utilização dos dons na pregação do evangelho e no testemunho pessoal.

(4) "Durante o crescimento espiritual não pecarei mais":Uma história procura ilustrar essa questão. Uma menina aceitou Jesus como seu Salvador e se tornou membro da igreja local. "Você era uma pecadora, antes de receber o Senhor Jesus em sua vida?" perguntou um diácono zeloso. "Sim, senhor", ela respondeu. "Bem, você ainda é uma pecadora?" insistiu o homem. "Francamente, sinto que sou mais pecadora do que nunca." "Mas, então, qual foi a mudança real que você experimentou?" "Não sei bem explicar isso, mas eu era uma pecadora que corria atrás do pecado. Agora, sou uma pecadora que corre do pecado!"

(5) "O crescimento espiritual só acontece até os 60 anos":É relatado que, quando Pablo Casals, o virtuoso catalão, completou 95 anos, um repórter iniciante o questionou: "Sr. Casals, aos 95 anos, sendo o maior violoncelista que já viveu, por que o senhor ainda pratica seis horas por dia?" E Casals respondeu: "Porque eu acho que ainda estou progredindo."

ILUSTRAÇÃO
C.S. Lewis conta que, quando criança, com frequência tinha dor de dente. No entanto, ele sabia, que, se chamasse a mãe, ela lhe daria algo para tomar que não deixaria doer o dente, durante aquela noite e ele poderia dormir. Mas ele não procurava a mãe até que a dor se tornava insuportável. A razão era a seguinte: ele não duvidava de que ela daria um analgésico para ele, mas também sabia de outra coisa: ela o levaria ao dentista no dia seguinte. Ele não conseguia o que queria, sem levar a segunda parte, que não era desejada. Sua vontade era eliminar a dor momentânea. A da mãe era eliminá-la de forma permanente.

C.S. Lewis conclui a comparação dizendo que Deus é como o dentista. Muitas pessoas O procuram para curar um pecado particular. Bem, Ele vai sanar aquele problema, mas não vai parar ali. Pode ser que aquilo seja o que você tenha pedido, mas uma vez que você se coloca sob Seus cuidados, Ele lhe dará o tratamento completo: uma vida transformada.

“Fazer discípulos não tem nada a ver com ganhar pessoas para uma filosofia ou torná-las pessoas boas, que sorriem sempre. Em vez disso, a Grande Comissão lança uma missão de resgate; todos os seguidores recebem ordens com autoridade total para agir onde quer que estejam. Discipulado envolve salvar pessoas delas mesmas e da condenação eterna, permitindo que o poder transformador de Deus as mude de dentro para fora” (Bill Hull, A Complete Book of Discipleship, p. 27). O segredo é que uma pessoa transformada pode mudar o mundo.

"Se nos fosse possível obter plena compreensão de Deus e Sua verdade, não haveria para nós novas descobertas de verdades, nem maior conhecimento, nem desenvolvimento adicional. ... Graças a Deus que não é assim! Sendo que Deus é infinito, e que nEle estão todos os tesouros da sabedoria, poderemos, durante toda a eternidade, estar sempre pesquisando, sempre aprendendo, sem nunca esgotar as riquezas de Sua sabedoria, bondade ou poder" (Ellen White, Maranata, o Senhor Vem, [MM 1977], p. 363).


Lição 13 Jovens - "Um Ministério Perpétuo" 23 a 29 de junho leitura


Lição 13
23 a 29 de junho




Um ministério perpétuo
   



“Jesus perguntou: ‘Com que se parece o Reino de Deus? Com que o compararei? É como um grão de mostarda que um homem semeou em sua horta. Ele cresceu e se tornou uma árvore, e as aves do céu fizeram ninhos em seus ramos” (Lc 13:18, 19)

Prévia da semana: Considerando que somos filhos de Deus, desejaremos buscar promover Seu reino, ministrar a Seus filhos e partilhar tudo o que sabemos sobre Sua bondade.

Leitura adicional: Colossenses 4:2-61 Pedro 2:9Parábolas de Jesus, p. 139-149

Domingo, 24 de junho
Mensagem eternamente cativante

Na parábola do grão de mostarda, os pássaros aninhados na árvore retratam uma importante mensagem. Os pássaros estão lá porque se sentem seguros, protegidos e apoiados. Não é assim que desejamos que todos em nossa igreja, membros e visitantes, se sintam – seguros emocionalmente, protegidos fisicamente e apoiados espiritualmente?

Usar nossos talentos para receber os “pássaros” e estender os galhos da árvore do reino de Deus, é a missão que cada um de nós deve aceitar. É importante considerar a variedade de dons dentro da igreja que podem ser usados para estender esse convite. Tanto membros jovens como de mais idade podem trazer vigor e entusiasmo para a missão. Os que estão em idade de graduação no ensino superior possuem preparo mental, contatos profissionais, energia e criatividade de sobra. Mas nossos dons não expiram. Mesmo os que já estão aposentados podem dar sua contribuição em relação ao crescimento e suporte da “árvore” de nossa igreja.

A vantagem da nossa mensagem, comparada com as mensagens do mercado comercial, é que ela não somente tem apelo inicial, mas é eternamente cativante. Temos um ministério perpétuo que precisa avançar através das gerações. Conforme as mudanças acontecem dentro de nossa igreja – mudanças na liderança, corinhos substituindo hinos, chá e hora social entre os serviços do sábado pela manhã – precisamos nos assegurar de que nossa “verdade presente” permaneça presente. Precisamos nos lembrar de que nosso ministério é vivo. O convite de Deus para que as pessoas se tornem parte de Sua família é estendido a todos, independentemente de idade, etnia ou gênero.

Jesus não usa o crescimento da semente de mostarda para “enfatizar a noção de impressionante extravagância”,* mas para lembrar-nos de que temos em nossas mãos a mensagem que transcende nossos erros e habilidades humanos. Após escutar como Deus lança nossos pecados nas profundezas do mar (Mq 7:19), troque o coração egocêntrico por um coração novo que O busque (Ez 36:26) – outros certamente desejarão aninhar-se em Sua árvore, o reino de Deus.

* Richard N. Longenecker, The Challenge of Jesus’ Parables (Grand Rapids, Mich.: Eerdmans, 2000), p. 141.

Mãos à Bíblia

O testemunho e evangelismo devem continuar enquanto houver pessoas que necessitam de salvação. É plano de Deus salvar tantas pessoas quanto possível. Os que aceitam Jesus como Salvador pessoal são chamados a trabalhar com Deus nessa obra de salvar. Não importa quem somos, onde estamos nem a circunstância em que nos encontramos. Se nosso coração está em sintonia com Cristo, se temos profunda apreciação pelo que Ele fez por nós e pelo que Ele nos pede que façamos em resposta, sempre teremos oportunidade de testemunhar e ministrar.

1. O que a mulher samaritana encontrou na pessoa e nas palavras de Jesus que a impeliu a compartilhar com os habitantes de sua cidade? Que princípios do testemunho encontrados nesse relato podem nos ajudar na obra de alcançar os outros? Jo 4:7-30


Katie Ramharacksingh – Newbold College, Bracknell, Berkshire, Inglaterra

Segunda, 25 de junho
A roda da salvação

Embora os primeiros humanos tenham caído e trazido pecado para todas as futuras gerações, Deus tem feito de nós uma parte integral do processo de restaurar pessoas para Ele. Ele iniciou o processo de reivindicação prometendo, primeiramente, um Salvador (Gn 3:15), e então Ele escolheu Israel para guiar outras nações de volta a esse Salvador.

Da criação até hoje, parece que Deus está trabalhando com dois princípios básicos. O primeiro é Sua iniciativa de dar vida à nossa falta de vida. O segundo princípio é que Ele nos capacita a falar aos outros sobre nossa experiência de ressurreição.

No Novo Testamento, Deus cumpriu o primeiro passo de Seu grande plano de resgate ao sacrificar Seu único Filho para expiar nosso pecado. Isso revela claramente o plano final de Deus para implantar eternamente Seu reino não apenas nos confins da Terra, mas também no mais íntimo do nosso ser. Esses princípios orientadores também revelam os papéis indispensáveis e privilegiados que cada crente possui. Todos podemos nos tornar agentes através de quem Deus espalha as boas-novas (Jo 15:16At 9:152Co 5:20). Jesus continuamente derrama alegria, paz e amor em nosso coração e nos capacita a compreender Seus mistérios. Isso pressupõe que cada cristão precisa crescer em seu próprio ministério.

Para que alcancemos esse “alto chamado” precisamos manter em mente os seguintes pontos:

Estamos destinados à expansão (Mt 4:18, 1921:18-201Pe 2:9). Em Mateus 4, lemos sobre o chamado de Jesus a Simão e André para que se tornassem Seus seguidores e embaixadores. Mais tarde, Pedro explicou por que Deus favoreceu pessoas pecadoras a ser Seus enviados especiais: “para anunciar as grandezas dAquele que as chamou” (1Pe 2:9). Desses textos aprendemos que Deus nos salva e nos sustenta para que sejamos Seus embaixadores da esperança.

A consequência de negligenciar esse chamado está dramatizada na história de Mateus 21. Viajando para Jerusalém, Jesus ficou com fome. Quando Ele viu uma figueira, aproximou-Se na esperança de encontrar algum fruto nela. Seu desapontamento em descobrir que a árvore não tinha frutos, a despeito de toda a aparência e dos sinais de sua habilidade de produzir frutos, levou Jesus a amaldiçoá-la. A árvore aparentava produzir frutos, mas era improdutiva. Que terrível para nós se, quando Cristo retornar, encontrar-nos como aquela árvore: nem mesmo tendo compartilhado com outros nossa história e a graça maravilhosa de Deus.

Beber da fonte em lugar do poço (Jo 4:1-42). João 4 conta a história do encontro de Jesus com a mulher samaritana. Ela Lhe perguntou: “Acaso o Senhor é maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço?” (Jo 4:12). Em Sua resposta, Jesus deixou claro que todo o que beber do poço de Jacó terá sede novamente, mas aquele que beber da água que Ele dá, estará para sempre satisfeito. Apesar de que a mulher e Jesus estavam falando sobre água, eles tinham diferentes pontos de referência. Enquanto a mulher estava se referindo a um poço construído pelo homem (grego: phrear), Jesus estava falando sobre uma fonte natural (grego: phgh) que brota da mão do Criador.

Hoje, muitas pessoas acreditam em fábulas inventadas pelo homem em lugar de acreditar na Palavra de Deus. Contudo, os trabalhadores do Senhor podem fazer nada menos do que extrair sua água de Jesus e de Sua Palavra. Desse modo, Paulo admoesta o jovem Timóteo: “Guarde o que lhe foi confiado. Evite as conversas inúteis e profanas e as ideias contraditórias do que é falsamente chamado conhecimento; professando-o, alguns desviaram-se da fé” (1Tm 6:20, 21). Em lugar disso, ele encorajou Timóteo a “apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade [as Escrituras]” (2Tm 2:15).

O chamado não terminou (Mt 28:18-20). O chamado para sermos evangelistas não chegou até nós meramente por uma casualidade, mas por meio de Deus e da Sua sabedoria infinita. Porque esse chamado envolve o tempo de vida, Jesus nos assegura que Ele está conosco sempre, “até o fim dos tempos” (Mt 28:20). É essencial que cada um de nós se lembre de que Aquele que nos escolheu também irá nos apoiar.

Nosso colega de escola, nossa irmã, nosso vizinho dependem de nosso testemunho a respeito da fidelidade do nosso Salvador. Não seríamos egoístas se parássemos a “roda da salvação” uma vez que chegou até nós?

Pense nisto

1. Em sua opinião, por que Deus depende de nós em lugar dos anjos para divulgar o evangelho?
2. Como você classificaria a importância de seu papel no ciclo da salvação? (a) Alto (b) Médio (c) Baixo. Explique sua resposta.
3. Está alguém justificado a se “aposentar” de ser o portador dos mistérios de Deus – Sua maravilhosa graça? Explique.


Mãos à Bíblia

Temos sido muito bons em convidar as pessoas para nossas igrejas, mas nem sempre temos criado um ambiente que incentive as pessoas a voltar e se firmar na comunhão. Companheirismo é fundamental. Nesse ambiente, pessoas tocam e influenciam umas às outras. Os que se unem a uma igreja devem receber atenção por meio da comunhão espiritual.

2. Qual é a importância da comunhão espiritual entre os cristãos? Por que isso é especialmente importante no caso de novos cristãos? 1Jo 1:7At 2:4211:19-2320:35 e Rm 1:11, 12

Tão importante quanto ajudar os novos membros a estar felizes e satisfeitos na igreja é levá-­los a se tornar discípulos no sentido mais pleno da palavra, o que inclui o desenvolvimento da capacidade de levar outros a um relacionamento salvífico com o Senhor Jesus.


Felix Opoku-Gyamfi – Newbold College, Bracknell, Berkshire, Inglaterra

Terça, 26 de junho
O que pode destrancar a porta do coração?

“Nunca subestime a importância das pequenas coisas. [...] É através delas que a pessoa é treinada para que possa crescer à semelhança de Cristo, ou suportar a semelhança do mal. Deus nos ajuda a cultivar hábitos de pensamentos, palavras, olhares e ações que testifiquem a todos que estivemos com Jesus e dEle aprendemos” (Ellen G. White, The Youth’s Instructor, 9 de março de 1893).

“Os mais intelectuais, os que são considerados e louvados como os mais talentosos homens e mulheres do mundo, são muitas vezes refrigerados pelas palavras mais humildes e simples, proferidas por uma pessoa que ama a Deus, que pode falar desse amor tão naturalmente como os mundanos falam do que contemplam e de que se alimentam. As palavras, mesmo as bem preparadas e estudadas, pouca influência têm; porém o trabalho honesto, fiel, de um filho ou filha de Deus em palavras ou em serviço de pequenas coisas, feito com natural simplicidade, descerrará a muitas pessoas a porta, há muito trancada” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 443, 444).

“Vocês que professam estar proclamando a última e solene mensagem de misericórdia ao mundo, qual é sua experiência no conhecimento da verdade, e quais têm sido seus efeitos sobre seu próprio coração? Acaso seu caráter testifica em favor de Cristo? Vocês podem vós falar da influência da verdade como é em Jesus, a qual refina, enobrece e santifica? O que vocês têm visto, o que têm conhecido do poder de Cristo? Esta é a espécie de testemunho que o Senhor pede, e por cuja falta as igrejas estão sofrendo” (Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p. 273).

“São necessários homens de vigor espiritual, homens capazes de encontrar trabalho perto de si porque o estão buscando. A igreja precisa de novos homens que deem energia a suas fileiras, homens [e mulheres] para os tempos, capazes de superar seus erros; homens que inspirem com novo ardor os esforços debilitados de poucos trabalhadores, homens cujo coração seja aquecido com o amor cristão, e cujas mãos estejam desejosas de fazer o trabalho de seu Mestre” (Ellen G. White, Manual for Canvassers, p. 22).

Mãos à Bíblia

3. Que princípios sobre a formação de instrutores podemos tirar das instruções de Paulo a Timóteo? Como devemos aplicar esses princípios em nosso trabalho para o Senhor, seja qual for a função que desempenhamos? 2Tm 2:1-7

Paulo apresentou a Timóteo a importância de ver o quadro mais amplo do trabalho da igreja, em relação à sua extensão e duração. Os ministérios pastoral e de ensino não devem ser centralizados apenas em um homem. Eles devem ser a obra de grande número de testemunhas e evangelistas na igreja. Basicamente, Paulo estava dizendo a Timóteo que treinasse outros para a liderança na igreja porque a geração mais antiga de líderes um dia morreria. Um princípio da instrução a Timóteo é que, aqueles a quem ele instruísse, por sua vez também ensinariam outros, garantindo assim que a missão da Igreja no mundo fosse contínua e expansiva.


Radisa Antic – Newbold College, Bracknell, Berkshire, Inglaterra

Quarta, 27 de junho
Evangelistas hidratados

No Novo Testamento, o significado do verbo grego para evangelizar é bastante amplo no que se refere a algo que todos os cristãos regularmente fazem, porque eles possuem uma experiência progressiva, de vida transformada com Jesus.1 A história da mulher samaritana em João 4:1-42 nos ajuda a compreender essa definição. Jesus encontra essa mulher no poço de Jacó. Sabendo que um samaritano – especialmente uma mulher samaritana – teria cautela para falar com Ele, Jesus começou a conversa pedindo água para beber. Não muito depois, foi Jesus que, na verdade, ofereceu a ela a bebida, não de um poço feito por homens, mas algo que Ele chamou de “água viva” (v. 10). Então, se seguiu uma conversa entre o Mestre e a mulher até que Jesus revelou a ela Sua verdadeira identidade.

A água que a mulher encontrou e, especialmente, a Pessoa que a provê são tão refrescantes que ela esqueceu sua tarefa, deixou o jarro de água para trás e correu de volta para a cidade a fim de compartilhar as boas-novas. Ela simplesmente não pôde conter o entusiasmo ao ter descoberto essa fonte nova, doadora de vida. João recorda que “muitos samaritanos daquela cidade creram nEle por causa do seguinte testemunho dado pela mulher: ‘Ele me disse tudo o que tenho feito’” (Jo 4:39). Também temos evidência posterior nos evangelhos e no livro de Atos de que essa mesma anteriormente promíscua mulher teve certa influência nos estágios iniciais da pregação das boas-novas fora da Palestina.2 Ela foi uma evangelista em todos os sentidos da palavra.

Semelhantemente, se tivermos um encontro com Jesus Cristo e bebermos da água que Ele oferece, também nos apressaremos a espalhar as boas-­novas do que Ele tem feito por nós. Também nos tornaremos testemunhas vivas da bondade de Deus.

1. Ceslas Spicq, “Eujaggeli+zomai, eujagge+lion, eujaggelisth+B”, in Theological Lexicon of the New Testament, ed. by James D. Ernest (Peabody, Mass.: Henrickson, 1994), v. 2, p. 91.
2. George R. Beasley-Murray, John, Word Biblical Commentary, v. 36 (Nashville, Tenn.: Thomas Nelson, 1999), p. 64, 65.

Pense nisto

1. Com o que você acha que sua vida se pareceria se você começasse a se enxergar como um “evangelista”?
2. Que sabor a “água viva” de Cristo tem para você? Quando foi a última vez que você contou a alguém sobre a “água viva”?


Mãos à Bíblia

Uma rápida olhada na lista de membros de muitas igrejas provavelmente revele que há muito mais nomes na lista do que pessoas que frequentam o culto a cada sábado. Esses nomes podem ser o início de um ministério especial em favor das pessoas que Deus nunca deixou de amar intensamente.

4. Qual é a importância do ministério da reconciliação? 2Co 5:18-20

A palavra reconciliação implica que tenha havido anteriormente uma unidade e comunhão entre o homem e Deus, e que foi restaurada por meio de Jesus Cristo. Da mesma forma, recebemos um ministério de reconciliação que inclui o esforço para alcançar os que, no passado, adoraram conosco.


Tom Meijer – Newbold College, Bracknell, Berkshire, Inglaterra




Quinta, 28 de junho
Mais do que mostrar e dizer

Ainda persiste uma concepção errada de que o evangelismo seja geralmente restrito à distribuição de literatura de porta em porta, dar estudos bíblicos e instruir em seminários bíblicos. Essas abordagens são importantes; contudo, não são o evangelismo completo.

Eu costumava pensar que, a menos que me tornasse enfermeira missionária, não seria uma boa cristã. Mas tenho aprendido que existem tantas maneiras diferentes de evangelizar como existem pessoas diferentes. Isso tem enormes implicações para o evangelismo. Imagine se todos pudessem descobrir seu dom espiritual e fossem ensinados a maximizar esse dom para Deus.

O propósito do evangelismo é compartilhar Jesus usando todas as vias que nos estão disponíveis. O desafio está em descobrir qual é particularmente nosso dom. Uma boa maneira de começar é perguntando aos seus amigos mais chegados ou conselheiros quais eles acham serem os seus dons, talentos e traços positivos de personalidade. Isso lhe dará uma boa ideia das áreas gerais em que você é dotado. A partir daí, você pode começar a utilizar essas habilidades para expandir o reino de Deus na Terra e para a eternidade. Se você tem interesse em fotografia ou filme, então você pode se perguntar como poderá usar esse interesse para fazer o bem. Não existem limites para o que você pode fazer. E não importa que seja algo que jamais tenha sido feito antes.

Lembre-se de que Jesus não limitou o ministério dEle a atividades na sinagoga. Tudo o que Ele fez foi pelas pessoas. Ele passou tempo de qualidade com todos os segmentos da sociedade. E em toda ocasião em que viu uma necessidade, Ele procurou supri-la. Mas, ao mesmo tempo, Ele queria preencher mais do que as necessidades superficiais das pessoas. Ele buscou consertar o que estava quebrado bem no interior delas. E o sucesso dEle no evangelismo veio na mesma proporção de Seu amor genuíno pelos outros.

De alguma forma, entre as ocupações que constituem nossa vida, podemos mostrar Jesus a todos que encontramos e descobrir nosso meio exclusivo de fazê-lo.

A melhor maneira de compartilhar Jesus é pelo exemplo. Como escreveu Donald Miller, “às vezes você precisa observar alguém amando algo antes que você mesmo possa amar também. É como se estivessem lhe mostrando como se faz isso”.*

Quando foi a última vez que alguém o observou amando Jesus?

* Donald Miller, Blue Like Jazz (Nashville: Thomas Nelson, 2003), p. ix.

Mãos à Bíblia

5. Por que os cristãos devem se reunir regularmente? Quando nos reunimos para a comunhão, temos encorajado uns aos outros? Como podemos intensificar esse princípio? Hb 10:25

6. Que admoestações podem nos ajudar a manter fechada a porta dos fundos? O que você e sua igreja podem fazer para viver essas importantes verdades? Rm 14:13Gl 5:13Ef 4:32


E’schelle Celestte Hernandez – Newbold College, Bracknell, Berkshire, Inglaterra

Sexta, 29 de junho
Preocupe-se com as pequenas coisas

Quando você tem um relacionamento pessoal com Jesus, sua vida inteira é um ministério para os outros. Em seu livro It’s All About Love – Reflections for Women [Tudo Sobre o Amor – Reflexões Para Mulheres], Ruth Coulter escreveu: “É tudo sobre o amor! Pois Deus nos amou primeiro e derramou em nossa vida Seu maravilhoso e transbordante amor sem fim. Não podemos guardá-lo só para nós. Ele precisa fluir para as pessoas ao nosso redor – primeiramente em nosso lar – e, então, espalhar-se gentilmente até influenciar a todos.”*

Neste século, o sucesso no evangelismo é com frequência concentrado “do lado fora” – além da igreja e da família. É fácil nos preocuparmos com quantos membros estão sendo recebidos na família de Deus, enquanto os de dentro da família estão silenciosamente escapulindo de maneira despercebida. Coulter afirma que o transbordante amor de Deus para com as pessoas ao nosso redor deveria começar com aqueles que estão perto de nós.

Um segundo desafio em compartilhar Deus com os outros consiste em achar que o tamanho único veste a todos. Abordagens individuais muitas vezes são negligenciadas em face do evangelismo de massa no qual o sucesso é medido pelas metas estabelecidas e números alcançados. Existem, contudo, muitos grupos diferentes a quem somos chamados a ministrar. Existem aqueles que são estranhos completos para as coisas de Deus, assim como os dois homens possuídos por demônios na região dos gadarenos (Mt 8:28-33). Também existem pessoas que têm problemas mal resolvidos com Deus por causa de ferimentos que experimentaram – por exemplo Maria, irmã de Lázaro (João 12:1-8); a mulher samaritana (João 4:7-30); e Zaqueu (Lc 19:1-10). Ainda deveríamos nos lembrar de membros da igreja que permanecem invisíveis ou que estão desconectados da família da igreja, pessoas tais como o filho pródigo e seu irmão (Lc 15:11-32).
Essas situações distintas exigem abordagens diferentes quando falamos sobre assuntos espirituais.

Como reagimos e interagimos terá efeitos dramáticos de maneiras que não podemos prever. Uma palavra bondosa, um ouvido atento, um sorriso caloroso podem abrir a porta de muitos corações. Considere como Jesus interagiu com os outros enquanto Ele esteve na Terra. Ele os aceitava em lugar de ignorá-los. Ele perdoava em lugar de os condenar. Ele satisfez as necessidades individuais das pessoas em lugar de exigir que Suas próprias necessidades fossem satisfeitas. Deveríamos nos esforçar para nos tornarmos como aquele farol de alegria e amor que pessoalmente conhecemos como Jesus.

* Ruth Coulter, It’s All About Love Reflections for Women (Surrey, U.K.: Grosvenor House Publishing Ltd, 2007), p. 1.

Mãos à Bíblia

1. Escreva uma página esquematizando como você usaria seu dom espiritual/talento para sutilmente ajudar outros a reconhecer que Jesus é a fonte de “água viva”.
2. Veja quantos dos princípios em Mateus 5:1-12 você poderia incorporar em sua vida diária durante os próximos meses. Comece com o que você acha mais fácil. Reivindique o apoio de Deus em cada passo do caminho.


Debbie McReynolds – Newbold College, Bracknell, Berkshire, Inglaterra


Meditação Matinal - Junho 2012



MEDITAÇÃO MATINAL
Mês de Junho de 2012..


1º de junho - Sexta

A Melancolia de Elias

E entrou no deserto, caminhando um dia. Chegou a um pé de giesta, sentou-se debaixo dele e orou, pedindo a morte: “Já tive o bastante, Senhor. Tira a minha vida; não sou melhor do que os meus antepassados.” 1 Reis 19:4

Elias estava apavorado. Apenas alguns dias antes, estava nas nuvens, sentindo-se no topo do mundo. Defendeu sozinho o nome de Yahweh no Monte Carmelo, desafiando os profetas de Baal a provar que o deus deles era capaz de fazer cair fogo do céu. Perante a multidão reunida – realeza, líderes religiosos e o povo comum – Elias demonstrou o poder impressionante do Deus vivo. Aquele foi um dia espetacular para Yahweh e para Elias.

O dia foi encerrado com fogos de artifício adicionais. Depois de Elias ter orado fervorosamente para que a chuva colocasse um fim na terrível seca, o céu escureceu com nuvens carregadas. O vento soprou e trouxe consigo uma chuva pesada. Repleto de energia e muita adrenalina, Elias se vestiu e correu à frente da carruagem do rei Acabe ao longo de todo o caminho até Jezreel.

Tão para cima, e agora tão para baixo. Novamente sozinho, mas dessa vez no deserto de Berseba, ao extremo sul. Correu o máximo que pôde temendo pela própria vida. Jezabel, esposa de Acabe, tomada de raiva pela morte de seus profetas no Monte Carmelo, enviou uma mensagem para Elias, dizendo que seus dias estavam contados. E Elias? Ele, que havia defendido sozinho o nome de Deus no Monte Carmelo, ficou apavorado e correu para se salvar.

Então desejou morrer. Ele orou para que Deus tirasse sua vida. Sentia-se um verdadeiro fracassado.

Você já se sentiu como Elias? Claro! Essa história é a nossa história. Ficamos cansados de fazer coisas boas e perdemos o foco. Concentramo-nos em nós mesmos, passamos a pensar que somos os únicos a fazer o trabalho de Deus, que sem nós nada mais será feito – e com isso ficamos desanimados.

Os baixos sucedem os altos no ritmo da natureza. Quando ficamos envaidecidos com o “sucesso” e sentimos que somos invencíveis, tão certo quanto a noite segue o dia, somos levados ao desânimo.

A melhor parte da história de Elias foi a maneira pela qual o Senhor lhe demonstrou graça num momento de medo e profunda tristeza. Deus lhe proveu alimento e o ajudou a dormir. Em seguida, ampliou-lhe a visão – ele não estava sozinho, ele não era indispensável. Deus estava no controle de tudo. E ainda está.

Deus não atendeu ao pedido que Elias fez tomado por medo e angústia. Elias não morreu – nem naquele dia nem depois!

2 de junho Sábado

A História de Fred Hale

Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá. Êxodo 20:12

O noticiário anunciou o falecimento de Fred Hale, o homem mais velho do mundo. Ele morreu durante o sono em Syracuse, Nova York, ao tentar recuperar-se de uma pneumonia. Hale estava a doze dias de seu aniversário de 114 anos.

Havia 50 anos, Hale tinha se aposentado como maquinista e apicultor. De acordo com o neto, Fred Hale III, o avô gostava de cuidar do jardim, fazer compotas de frutas e legumes e preparar purê de maçã. “Ele não precisa de muito para ser feliz.”

Incrível! Uma vida que começou no século 19, que testemunhou completamente o século 20 e alcançou o século 21. As duas guerras mundiais – Fred Hale viu as duas. A ascensão e a queda do comunismo. O declínio do Império Britânico. A era nuclear. A guerra fria. Quando Hale nasceu, havia apenas 43 estrelas na bandeira norte-americana.

Os anos continuaram a passar; Hale continuou a fazer coisas novas. Aos 95 anos viajou para o Japão para visitar um dos netos que estava na Marinha dos Estados Unidos. Na viagem de volta, parou no Havaí para praticar bodyboarding pela primeira vez. Aos 103 anos, Hale ainda morava sozinho, e retirava a neve acumulada de seu telhado! Ele morou em Maine, seu estado natal, até os 109 anos, ocasião em que se mudou para perto do filho, Fred, atualmente na casa dos 80. E aqui está a parte mais impressionante desta história: Hale entrou para o livro Guiness World Records como o motorista mais idoso do mundo. Aos 108 anos, ele ficava irritado com motoristas que transitavam em baixa velocidade!

Fred viveu mais do que a esposa e três de seus cinco filhos. Teve nove netos, nove bisnetos e onze tataranetos.

Gostaria de ter conhecido esse idoso camarada. O noticiário apenas informou fatos gerais. Como será que foi a vida desse homem? Que sabedoria, que perspectiva de vida ele poderia oferecer à nossa geração? Segundo o noticiário, Hale vivia de forma simples e aparentemente feliz. Enquanto viveu, experimentou coisas novas. Era um homem saudável e mantinha fortes laços familiares.

A história de Hale não revela um aspecto de sua vida: a relação com Deus. Esse é um assunto que os repórteres evitam a todo custo hoje em dia. Sem Jesus como Salvador e Senhor, tudo mais na longa vida de Hale terá sido apenas como um segundo.

3 de junho Domingo

Pertencer e Servir

Porque, esta mesma noite, um anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo. Atos 27:23, ARA

Paulo é o remetente; os destinatários, um grupo de pessoas desesperadas. Ao todo eram 276 pessoas e, por 14 dias e noites de terrível angústia, parecia que seriam todas sepultadas nas águas do oceano à medida que o navio em que estavam a bordo era surrado pelo vento e esmurrado pela violenta tempestade.

A viagem tinha sido arriscada desde o início. Paulo havia advertido de que não era mais época de tentar prosseguir viagem pelo Mediterrâneo. O responsável, porém, decidiu seguir o conselho do comandante e do proprietário do navio. Não era de admirar que o desastre os tivesse atacado repentinamente.

Por 14 dias estiveram à beira da morte. A esperança de todos de encontrar um lugar seguro parecia ter desaparecido. Paulo, no entanto, os animou. Disse-lhes que um anjo havia aparecido para ele durante a noite, assegurando de que Deus pouparia a vida de todos a bordo, apesar de o navio se perder. Para demonstrar sua confiança nas palavras do anjo, Paulo se alimentou (na luta pela sobrevivência, ninguém havia comido até aquele momento a fim de poupar alimento) e insistiu para que os outros fizessem o mesmo.

Gosto muito da maneira com que Paulo descreveu seu relacionamento com Deus: “de quem sou e a quem sirvo”. Aqui estava a confiança de Paulo de que tudo acabaria bem; aqui encontramos a fonte de sua força em meio à incerteza, sua calma em meio à tempestade.

Esse ainda é um resumo bom e preciso da vida cristã: pertenço a Deus e O sirvo. Podemos mudar um pouquinho e dizer: pertenço a Deus; por isso, O sirvo.

Anos antes, o mesmo apóstolo Paulo escreveu aos coríntios, instando que se abstivessem da imoralidade sexual: “Acaso não sabem [...] que vocês não são de si mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo” (1Co 6:19, 20). E quanto a nós hoje, sabemos disso? Não somos de nós mesmos, não somos livres para “fazer o que bem entendemos”. Pertencemos a Deus! Fomos comprados por preço, alto preço, a vida do Senhor Jesus Cristo.

Paulo utilizou com frequência o termo doulos para descrever seu relacionamento com Deus. Esse termo significa escravo ou servo, como podemos ver em Romanos 1:1: “Paulo, servo de Cristo Jesus.” Jesus é o Senhor; nós, Seus servos. Vivemos por Ele e O servimos. Não por obrigação, mas de todo coração. Ele é o Senhor do amor; sujeitamo-nos a Ele com alegria e O servimos com prazer.

4 de junho Segunda

Mentindo para o Espírito

Então perguntou Pedro: “Ananias, como você permitiu que Satanás enchesse o seu coração, ao ponto de você mentir ao Espírito Santo e guardar para si uma parte do dinheiro que recebeu pela propriedade?” Atos 5:3

Em uma das parábolas de Jesus, Ele relacionou o reino do Céu a uma rede lançada ao mar que, ao ser puxada para a praia, traz peixes bons e ruins (Mt 13:47-50).

O mesmo ocorre na igreja. Uma das pessoas mais próximas de Jesus se tornou o traidor. Na igreja primitiva encontramos “peixes ruins” entre aqueles apanhados pela rede do evangelho, como o feiticeiro Simão (At 8:9-13) e o casal Ananias e Safira.

Até o capítulo cinco de Atos, lemos apenas coisas positivas a respeito dos seguidores de Jesus. Eles receberam o derramamento do Espírito Santo; testemunharam poderosamente aos habitantes de Jerusalém; estavam unidos em oração, na pregação do evangelho e na comunhão. Não havia necessitados entre eles, pois os mais prósperos vendiam suas posses e partilhavam com aqueles em necessidade. Ocorreu um grande milagre: um homem paralítico de nascença passou a andar e a saltar. Os líderes judeus advertiram, ameaçaram e prenderam os apóstolos, mas não foram capazes de silenciá-los.

Então houve a história de Ananias e Safira. O casal tinha decidido vender uma propriedade e doar o dinheiro à igreja. Mas, ao levarem o dinheiro da venda aos apóstolos, mentiram. Disseram que ali estava a quantia total que tinham recebido pela propriedade, mas, na verdade, haviam separado parte para uso próprio. Ninguém os persuadiu a vender a propriedade. Ninguém lhes disse que ofertassem a quantia total à igreja. Mas desejavam aparentar piedade aos apóstolos e aos membros. Não queriam aparentar mesquinhez ou amor aos bens materiais, o que de fato sentiam.

Que estupidez! Diante da presença do Espírito Santo manifestada de forma tão intensa entre os fiéis, como puderam pensar que sairiam ilesos com um golpe desse?

O amor ao dinheiro fará isso com você. Mesmo estando na igreja. O amor ao dinheiro o fará pensar que pode enganar até mesmo o Senhor. Ocorreu no passado, ocorre hoje também.

Deus nos conclama para que manifestemos uma honestidade inabalável. A honestidade não é a melhor política, pois não tem nada que ver com política. Honestidade é um princípio, um princípio que começa com Deus. Quando formos honestos com o Espírito Santo, seremos honestos com todos os demais.

5 de junho Terça

Encarregados dos Mistérios

Portanto, que todos nos considerem como servos de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus. O que se requer destes encarregados é que sejam fiéis. 1 Coríntios 4:1, 2

As palavras de Paulo atingem em cheio todos os que são chamados a desempenhar uma responsabilidade no trabalho da igreja, seja um líder leigo ou um funcionário. Não somos executivos, tampouco o trabalho de Deus pode ser reduzido a uma organização secular.

Certo dia, na época em que eu ministrava aulas no seminário de teologia, o reitor me chamou em seu escritório e perguntou se eu poderia realizar a Semana de Oração da primavera para a universidade. Aquela foi uma semana abençoada, mas um aspecto me preocupou muito. Julguei necessário ficar à disposição caso os alunos sentissem o desejo de conversar comigo. Assim, procurei os preceptores responsáveis pelos alunos para definir os horários de atendimento. A maneira pela qual fui recebido em um dos dormitórios foi pouco cordial – na verdade, bem fria. Tive a clara impressão de que aquele território lhes pertencia e que não desejavam a intromissão de mais ninguém. Talvez o preceptor enxergasse aquele local como sua propriedade e sentisse que deveria administrá-lo sozinho.

Paulo afirmou que não somos meros administradores. Estamos envolvidos com algo muito maior do que um negócio. Há um elemento superior. A natureza de nosso trabalho é tamanha que nunca o controlamos plenamente; possui uma qualidade enigmática. Deus, não o ser humano, está no controle.

Ao falar do cristianismo como um mistério, Paulo se referiu ao plano de salvação, que brotou no coração divino. Tratava-se de um segredo, mas agora, em Cristo Jesus, se tornou conhecido. Esse plano se centraliza em Jesus, o Homem-Deus, a combinação misteriosa do Deus eterno com a humanidade. O plano divino envolve o conhecimento pessoal de Deus, para que Cristo viva em nós, a esperança da glória. Ele também traz um convite ao mundo inteiro para que os gentios possam fazer parte do povo de Deus.

No coração de nossa religião encontra-se um mistério, o mistério de Deus. Como Deus Se tornou homem, como Deus salva a humanidade, como Deus atrai os pecadores para Si. O coração de nossa religião não possui definição e explicação precisas, mas insistimos em definir, explicar. Assim, individual e corporativamente, tendemos a perder gradualmente de vista a dimensão transcendente. Mas devemos sempre nos lembrar de que Deus é muito maior do que os nossos melhores planos e do que nossa visão mais ousada.

6 de junho Quarta

Aptos Para o Céu

Nós amamos porque Ele nos amou primeiro. 1 João 4:19

Quando é que nos tornamos aptos para o Céu? Será ao fim de uma longa vida de discipulado, quando não mais cedemos à tentação? Ou será no momento em que aceitamos Jesus como Senhor e Salvador de nossa vida, assim como o ladrão na cruz?

Na sua clássica biografia da vida de Cristo, O Desejado de Todas as Nações, Ellen White apresenta uma resposta impressionante: “O amor aos homens é a manifestação do amor de Deus em direção à Terra. Foi para implantar esse amor, fazer-nos filhos de uma família, que o Rei da Glória Se tornou um conosco.

E quando se cumprirem as palavras que disse ao partir: ‘Que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei’ (Jo 15:12); quando amarmos o mundo assim como Ele o amou, então Sua missão por nós está cumprida. Estamos aptos para o Céu; pois o temos no coração” (p. 641).

Que palavras inspiradas! Elas nos desafiam a uma vida em meio à hostilidade da cidade, onde as pessoas lutam para sobreviver mais uma noite e depois outro dia, onde a preocupação e o medo do futuro deixam o coração pesaroso.

Ouço alguém perguntar: “Mas a Bíblia não nos diz para não amarmos o mundo?” Realmente. “Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1Jo 2:15). A Bíblia, no entanto, também nos diz: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o Seu Filho Unigênito para que todo o que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Portanto, há duas maneiras de amar o mundo: como fazem os pecadores ou como faz o santo Deus.

João afirmou que amar o mundo como fazem os pecadores é o mesmo que “a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens” (1Jo 2:16). Porém, o amor de Deus pelo mundo é um amor zeloso e generoso que atribui um valor supremo a cada ser humano, não importa sua posição social ou a confusão que esteja sua vida.

Jesus nos disse: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como Eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros” (Jo 13:34). O texto original nos permite traduzir as Suas palavras da seguinte maneira: “Amem uns aos outros, como Eu os amei, para que vocês possam amar um ao outro.” João esclareceu ainda mais a questão: “Nós amamos porque Ele nos amou primeiro” (1Jo 4:19).

Ao meditarmos na graça maravilhosa, à medida que o amor divino inunda nosso ser, começamos a ser transformados à Sua semelhança. Assim, passamos a amar o mundo como Deus o amou.

7 de junho Quinta

Jesus em Estilo Australiano

Portanto, visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, Ele também participou dessa condição humana, para que, por Sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o diabo. Hebreus 2:14

Qual a probabilidade, numa sociedade secular, de um livro sobre a vida de Jesus vender como água? Completamente impossível. Entretanto, o jornalista, autor e locutor australiano Kel Richards conseguiu escrever tal best-seller. Intitulado Aussie Bible [Bíblia Australiana], foi publicado em 2003 e reimpresso um mês após o lançamento.

Aussie Bible não é uma paráfrase, tampouco uma nova tradução do texto sagrado. Trata-se de uma seleção de incidentes bíblicos e trechos dos Evangelhos entrelaçados em uma narrativa única e contextualizados no cenário australiano. Apropriadamente, o livro carrega a descrição “Recontado por Kel Richards”.

Aqui está a história dos pastores: “Naquela noite, havia alguns vaqueiros, acampados num pasto nas redondezas, de olho no rebanho de ovelhas. Os olhos saltaram-lhes da órbita quando o anjo do Senhor apareceu de uma hora para outra, e a glória do Senhor encheu o ar como mil volts de eletricidade. O anjo disse: ‘Parem de olhar como um bando de tainhas assustadas [surpresos]. Deixe-me dar-lhes o bom óleo [notícia confiável]. É a notícia mais importante para a turma toda – todo mundo, em todo lugar. Hoje [...] nasceu o Resgatador. Ele é o Prometido, o Rei, o Senhor. É assim que vocês O encontrarão: o pequeno nipper [gíria australiana para “garotinho”] está embrulhado em manta de coelho e deitado numa gamela.’

“E, antes que você pudesse dizer: ‘Estou de queixo caído!’, o céu inteiro ficou repleto com mais anjos do que você seria capaz de contar, todos cantando com toda força de seus pulmões (como se anjos tivessem pulmões): ‘Deus é grande! Deus é bonzer! [gíria australiana para “bom”]. E, para todos neste planeta que estão do lado de Deus, paz e boa vontade. E, a propósito, Feliz Natal!’ (O que confundiu os vaqueiros, pois nunca tinham ouvido falar de Natal antes.)”

Esse mesmo Jesus, que morreu numa cruz romana fora dos muros de Jerusalém, vive hoje. Ele é o segundo Adão e, nesse sentido, o Ser Universal. Devemos pesquisar a Bíblia para aprender mais e mais a Seu respeito. Mas também devemos visualizá-Lo ao nosso lado no computador, na cozinha, na sala de aula. Porque Ele realmente está ali. Em estilo australiano. Ou em estilo brasileiro.

8 de junho Sexta

Alma Vivente

Porque Eu vivo, vocês também viverão. João 14:19

À medida que os cientistas pesquisam cada vez mais a fundo as reações bioquímicas de nosso cérebro, o conceito de alma como uma entidade independente se torna mais e mais suspeito. Com isso, aqueles que creem na alma como uma garantia de vida imortal veem suas esperanças serem ameaçadas.

Francis Crick, que, junto com James Watson, descobriu a estrutura helicoidal dupla do DNA, dedicou muitos anos pesquisando a consciência, em parte para atingir o objetivo de refutar o conceito da existência da alma. Crick afirmou que ele e outros pesquisadores encontraram o grupo de células responsáveis por gerar a consciência e a noção do “eu”. Declarou que um dia toda a humanidade chegaria à conclusão de que o conceito de alma e a promessa da vida eterna não passam de uma ilusão, assim como hoje aceitam que a Terra não é plana, mas redonda.

Crick em parte estava certo e em parte errado.

Certo: o conceito de alma é uma ilusão. Não possui base bíblica. A Palavra de Deus ensina que somos seres completos, constituídos de corpo, mente e fôlego inseparavelmente ligados entre si. O relato da criação deixa bem claro esse conceito: “Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente” (Gn 2:7; “alma vivente” [ARA]).

De acordo com o relato bíblico, o Criador não dotou o corpo humano com uma entidade eterna e independente em sua essência, uma “alma”. Adão não recebeu uma alma; ele se tornou uma alma porque recebeu o fôlego de vida de Deus. No momento em que o fôlego de vida cessou – ao morrer – Adão deixou de existir.

Errado: a promessa da vida eterna não é uma ilusão. Sua origem encontra-se em Jesus Cristo, Aquele que venceu o pecado e a sepultura, Aquele que morreu no Calvário, mas que está vivo para todo o sempre e assegura-nos: “Porque Eu vivo, vocês também viverão” (Jo 14:19).

A ressurreição é um conceito além da razão humana. Nada, absolutamente nada, continua a existir além da sepultura. Mas na memória de Deus nada se perde. Nós “dormimos”, seguros nEle. Quando o nosso Senhor retornar, ressuscitaremos dentre os mortos como novas criaturas, com um corpo renovado, mas com nosso velho “eu” retocado pelos dedos do Pai de amor.

Essa ideia desafia nossa mente. Desafiaria nossa fé também, exceto por um motivo: Jesus conseguiu! Ele morreu e ressuscitou! E assim também acontecerá conosco.

9 de junho Sábado

Árvores Andando

Ele levantou os olhos e disse: “Vejo pessoas; elas parecem árvores andando.” Mais uma vez, Jesus colocou as mãos sobre os olhos do homem. Então seus olhos foram abertos, e sua vista lhe foi restaurada, e ele via tudo claramente. Marcos 8:24, 25

Essa é, sem dúvida, a passagem mais estranha encontrada nos Evangelhos. O que aconteceu, afinal? Será que o poder divino de Jesus não foi suficiente em sua primeira tentativa? Ou será que existe uma lição mais profunda para os discípulos e para nós?

Como sempre, o contexto da Bíblia nos ajuda a entendê-la. Apenas Marcos registrou esse milagre e, logo nos versos anteriores, observou que Jesus repreendeu fortemente os discípulos devido à sua falta de entendimento. “Vocês têm olhos, mas não veem? Têm ouvidos, mas não ouvem? Não se lembram?” (Mc 8:18).

Os discípulos reconheceram Jesus como o Messias, mas o Messias popularmente esperado, não o sacrifício de Deus pelos pecados.

Muitos hoje enxergam as pessoas como árvores andando. Sentem-se felizes com um Jesus político, mas não com o Jesus do Calvário. Preferem um Jesus confortador, um Jesus que reforça o estado atual das coisas, mas não querem saber de participar da Via Dolorosa de Cristo.

Muitos adventistas enxergam as pessoas como árvores andando. Cresceram frequentando a igreja, foram aprovados em todos os estudos da classe bíblica, vivem uma vida cristã respeitável. Mas não conhecem Jesus como o Senhor vivo de sua vida.

Muitos vivem à margem da igreja, repetindo, de geração em geração, o ciclo do abuso e de hábitos degradantes. Nunca experimentaram o poder de Jesus para quebrar velhos hábitos e libertá-los para uma vida nova e melhor, nunca vibraram diante da esperança: “Mais elevado do que o sumo pensamento humano pode atingir é o ideal de Deus para com Seus filhos. A santidade, ou seja, a semelhança com Deus é o alvo a ser atingido” (Ellen G. White, Educação, p. 18).

Muitos enxergam a igreja como uma instituição familiar, frágil e defeituosa. Não divisam o futuro glorioso que Jesus planeja para ela.

Creio profundamente que podemos mudar. Jesus ainda realiza curas. Ele pode tocar nossos olhos cegados, ou míopes, para que possamos enxergar nitidamente. Ele pode nos tocar hoje!

10 de junho Domingo

Perguntas de um Crente

Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé. Habacuque 2:4, ARA

Uma das características mais interessantes da Bíblia é a sinceridade com que apresenta a condição humana. Não ameniza, muito menos encobre, os defeitos de personagens heroicos como Davi, no Antigo Testamento, e de Pedro, no Novo. Por esse e tantos outros motivos, temos a certeza de que a Bíblia transcende tempos e gerações: ela fala a você e a mim hoje como se tivesse sido escrita para nós, o que, de fato, foi.

Na Bíblia, geralmente encontramos pessoas que conhecem bem a Deus dialogando com Ele, muitas vezes com uma sinceridade surpreendente. Mas nenhum livro da Bíblia é mais direto do que o pequeno livro de Habacuque.

“Até quando, Senhor, clamarei por socorro, sem que Tu ouças? Até quando gritarei a Ti: ‘Violência!’ Sem que tragas salvação?” (Hc 1:2), rogou o profeta. À sua volta, testemunhava roubos, brigas, rivalidade e perversidade, e o que Deus estava fazendo? Aparentemente nada.

Esta é uma pergunta muito comum: “Deus, por que não fazes alguma coisa?” Essa foi a pergunta feita pelos judeus em Auschwitz, a mesma pergunta que fazemos ao acompanharmos um ente querido na luta contra uma doença grave que lhe ameaça a vida.

Deus respondeu a Habacuque. Revelou-lhe que em breve permitiria que os babilônios invadissem a terra. Eles seriam usados como instrumentos para trazer o julgamento divino sobre a nação pecaminosa.

Os babilônios? Aquilo era demais para Habacuque suportar. Sim, Israel era uma nação defeituosa, mas os babilônios idólatras e pagãos eram dez vezes pior! “Por que toleras os perversos? Por que ficas calado enquanto os ímpios devoram os que são mais justos que eles?” (v. 13).

Esta é outra pergunta muito comum: “Deus, por que fizeste isso comigo? Por que me fazes sofrer assim?”

Deus concedeu ao profeta uma resposta, a mesma resposta que nos dá hoje: “O justo viverá pela sua fé” (Hc 2:4, ARA). Deus disse a Habacuque, e nos diz hoje, para confiar nEle. Nossa visão é curta, mas a visão de Deus é infinita. Ele nos ama e, se permitirmos, Ele resolverá tudo para que nossa história tenha um final feliz.

11 de junho Segunda

Súplica por Reavivamento

Senhor, ouvi falar da Tua fama; tremo diante dos Teus atos, Senhor. Realiza de novo, em nossa época, as mesmas obras, faze-as conhecidas em nosso tempo; em Tua ira, lembra-Te da misericórdia. Habacuque 3:2

Recordar os feitos de Deus é uma parte importante da vida do cristão. No Antigo Testamento, encontramos os salmistas e os profetas lembrando o povo dos milagres realizados por Yahweh ao longo da história de Israel: as pragas do Egito, a travessia do Mar Vermelho, os 40 anos no deserto, a conquista de Canaã. Jesus também nos instruiu a fazer o mesmo em relação à Ceia do Senhor: “Façam isto em memória de Mim” (1Co 11:24). Para o povo de Deus e Seus filhos individualmente, a seguinte afirmação ainda é válida: “Nada temos a recear quanto ao futuro, a menos que nos esqueçamos da maneira em que o Senhor nos tem guiado” (Ellen G. White, Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 31).

Para nenhum de nós, a vida espiritual é uma linha firme e estável apontada constantemente para cima. Sofremos altos e baixos. Às vezes, nosso trabalho parece árduo e sem resultados. Com frequência, sentimo-nos cansados de proceder corretamente, exaustos mental e espiritualmente de tentar servir ao Senhor e levantar Sua igreja.

Devemos fazer o mesmo que Habacuque: recordar da época em que a presença de Deus se manifestava de forma marcante em nossa vida. No momento em que o tentador vier como uma avalanche, lembre-se dos feitos poderosos de Deus em sua vida. Recorde-se de como seu coração pulsou mais forte em seu peito ao entregar a vida a Jesus e aceitá-Lo como seu Salvador e Senhor. Reviva a ocasião em que obteve uma resposta emocionante de suas orações ou testemunhou uma intervenção divina extraordinária em sua vida, um presente da graça.

Ao visitar a Coreia, conheci um maravilhoso retiro espiritual isolado nas montanhas. Cristãos de todas as idades ficam naquele local por vários dias ou para passar a semana; membros leigos e pastores o visitam; muitos voltam ano após ano. No retiro, o silêncio quase total é mantido, nada de conversas e, certamente, nada de telefones ou rádios. Administrado pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, o retiro contém uma área reservada com várias pequenas câmaras de oração individuais equipadas com esteiras e sistema de aquecimento para aqueles que desejarem passar a noite inteira em comunhão com Deus.

Amigo, você sente que sua experiência espiritual está sem vida? Lembre-se do momento em que conheceu o Senhor. Ele ainda é o mesmo: poderoso para salvar e poderoso para renovar. O Deus da graça reavivará você.

12 de junho Terça

Ocupado Demais Para Voltar

Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil. 1 Coríntios 15:58

Se o cristianismo fosse bem-sucedido em Corinto, obteria sucesso em qualquer outro lugar. A cidade de Corinto, estrategicamente localizada em uma faixa estreita de terra que liga o norte da Grécia à península do Peloponeso, ao sul, estava próxima a cidades portuárias e carregava a fama de centro da farra cosmopolita. Gregos, romanos, judeus e asiáticos se reuniam ali.

Eles iam para realizar negócios, mas também em busca de “diversão”. Ao sul da cidade, erguia-se um monte de 550 metros de altitude e em cujo pico se encontrava o templo de Afrodite. O templo abrigava cerca de mil escravas que serviam como prostitutas sagradas. A cidade era universalmente conhecida por sua imoralidade. A expressão “garota de Corinto” era sinônima de prostituta, e “corintianizar” significava abandonar as restrições morais.

Paulo pregou e estabeleceu uma igreja naquele lugar imoral e libertino (At 18:1-18). Um dos primeiros conversos foi Erasto, mencionado em Romanos 16:23 como o tesoureiro da cidade (ARA), possivelmente o responsável pelas ruas e os prédios de Corinto. É interessante notar que os arqueólogos encontraram uma inscrição com seu nome identificando-o como um oficial público.

Ser um cristão em Corinto não era fácil (será que é fácil em algum lugar?). Até mesmo em nossos dias as cidades portuárias não são conhecidas por suas igrejas e comprometimento religioso! A igreja recém-formada se reunia em uma casa, ou casas, e os membros eram recrutas inexperientes do exército do evangelho. Paulo os saúda como “santos” (1Co 1:2) e em seguida passa a apontar uma série de problemas: partidarismo, incesto, ação judicial entre eles, envolvimento com prostitutas, desordem no serviço de culto, dúvidas a respeito da doutrina da ressurreição e assim por diante.

Havia várias coisas em Corinto, tanto na cidade quanto na igreja, que poderiam levar Erasto, ou qualquer outro, a perder a fé. Mas Paulo aconselha: “Mantenham-se firmes, e que nada os abale.” Não deixem que nada enfraqueça a confiança em Cristo ou os impeça de seguir o caminho de Cristo. E qual é a melhor maneira de continuar no caminho estreito? “Sejam sempre dedicados à obra do Senhor”.

Esse ainda é um bom conselho aos seguidores de Cristo. Que hoje nos dediquemos plenamente ao trabalho do Senhor para que Satanás não tenha espaço em nossa vida.

13 de junho Quarta

Meio Cheio ou Meio Vazio?

Para os puros, todas as coisas são puras; mas para os impuros e descrentes, nada é puro. Tito 1:15

Nossa maneira de enxergar a vida faz toda a diferença. O copo está meio cheio ou meio vazio? Dois homens olhavam pela janela da cela da prisão. Um viu lama, outro as estrelas.

Ao permitirmos que Jesus governe nossa vida, recebemos do Pai uma visão celestial. A graça abre nossos olhos para admirarmos as obras de Suas mãos. Ficamos alerta para as evidências de Sua providência e direção. Incomodo-me em ouvir os cristãos continuamente reclamar e resmungar porque se concentram no copo meio vazio em vez de enxergá-lo meio cheio.

Um leitor da Adventist Review [Revista Adventista norte-americana] partilhou o seguinte pensamento:

“Esta manhã olhei pela janela de meu apartamento (com vista para o leste) e admirei o nascer do Sol mais bonito do que qualquer artista é capaz de retratar. O espectro das cores rosa, roxo e dourado, com o fundo azul do céu, era tão impressionante que não consegui parar de dizer: ‘Obrigado, Senhor, por essa cena maravilhosa.’

“Ao refletir sobre essa cena e as maravilhas da natureza que vejo pela janela de meu apartamento ou ao visitar o parque próximo de minha residência, ocorreu-me o pensamento de que Deus deve ter passado momentos maravilhosos durante a semana da criação. Imagino todas as criaturas interessantes (que palavra deveria usar?) que Ele criou: elefantes, zebras, búfalos, esquilos, furões, araras, beija-flores. Depois todas as lindas flores que Ele fez (rosas, crisântemos, peônias, margaridas, lírios, girassóis que giram com tanta graça, virados para o leste pela manhã e gradualmente girando para o oeste à medida que o Sol cruza o céu). O hino ‘Quão Grande És Tu’ me vem à mente.

“Finalmente, ao pensar no óvulo humano fecundado, medindo cerca de um centésimo da cabeça de um alfinete, mas carregando o projeto do corpo humano incrivelmente complexo, pergunto-me como é possível alguém ser ateu. Se faltasse qualquer uma das partes mais importantes do corpo – o cérebro, a boca, a garganta, o coração, os pulmões, os rins, o fígado, o intestino grosso e delgado – a vida humana não poderia existir. Todas as partes do corpo humano de repente se desenvolveram para formar o homo sapiens? Quão cegos podem ser alguns cientistas!”

14 de junho Quinta

Por quê?

Por volta das três horas da tarde, Jesus bradou em alta voz: “Eloí, Eloí, lamá sabactâni?”, que significa “Meu Deus! Meu Deus! Por que Me abandonaste?” Mateus 27:46

Aqui está o melhor e mais nobre Homem que já viveu, e Ele brada a pergunta universal: Por quê?

“Existe apenas uma pergunta que realmente importa: Por que coisas ruins acontecem a pessoas boas?”, escreveu o rabino Harold S. Kushner. “Todas as demais discussões teológicas são distrações intelectuais, algo como fazer as palavras cruzadas no jornal de domingo e sentir-se muito satisfeito por ter conseguido descobrir as palavras certas, mas, no fim das contas, sem a capacidade de atingir as pessoas naquilo com que realmente se importam. [...]

“As desgraças na vida de pessoas boas não representam apenas um problema para as vítimas e seus familiares. Trata-se de um problema de todos os que desejam acreditar num mundo reto, justo e habitável. Inevitavelmente, levantam-se perguntas a respeito da bondade, benevolência e até mesmo da existência de Deus” (Why Bad Things Happen to Good People, p. 6, 7).

Você já ouviu a história do fazendeiro e do cavalo? Não creio em sua veracidade; assim, encare-a como uma espécie de parábola. Havia um fazendeiro que possuía um cavalo. Certo dia, o cavalo fugiu. Os habitantes da cidade foram consolar o homem por causa de sua perda.

– Oh, não sei! – disse o fazendeiro. – Talvez seja algo ruim, talvez não.

Alguns dias mais tarde, o cavalo voltou à fazenda, acompanhado de outros vinte cavalos. Os habitantes da cidade foram parabenizá-lo.

– Oh, não sei! – respondeu o fazendeiro. – Talvez seja algo bom, talvez não.

Alguns dias mais tarde, o filho do fazendeiro cavalgava em um dos novos cavalos. De repente, o cavalo começou a se comportar de modo selvagem, lançando o rapaz ao chão, que acabou quebrando a perna. Novamente, os habitantes da cidade foram consolar o fazendeiro por causa do acidente.

– Oh, não sei! – disse. – Talvez seja algo ruim, talvez não.

Alguns dias se passaram, o governo declarou guerra e convocou todos os jovens saudáveis para se alistarem no exército. Centenas de jovens foram obrigados a combater, menos o filho do fazendeiro, que estava com a perna quebrada.

– Agora eu sei – disse o fazendeiro – que foi muito bom o meu cavalo ter fugido.

Da perspectiva da eternidade, olharemos para trás e reconheceremos que todos os atos de Deus foram justos e bons.

15 de junho Sexta

Paz Perfeita

Deixo-lhes a paz; a Minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo. João 14:27

A saudação costumeira das cartas de Paulo (“Graça e paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo”) relaciona graça e paz. Graça é a fonte, paz o resultado. Por causa da graça temos paz.

A paz se origina em Jesus, cheio de graça, que, antes de subir ao Céu, abençoou os discípulos concedendo-lhes o dom da paz. Hoje não é diferente: a única verdadeira paz pode ser encontrada apenas em Jesus. Você pode procurar paz buscando a ajuda de “especialistas”, que com muita alegria pegarão o seu dinheiro, o incentivarão a contar seu passado e tentarão ajudá-lo a superá-lo. Não me entenda mal: conselheiros e aconselhamento têm o seu lugar, mas, enquanto você não permitir que Jesus faça morada em seu coração, sempre haverá um vazio, um anseio não preenchido em seu ser.

Como escreveu Edward Bickersteth, somente “o sangue de Jesus transmite paz interior”. Leia a seguinte descrição da mensageira do Senhor a respeito da vida interior de Jesus: “No coração de Cristo, onde reinava perfeita harmonia com Deus, havia paz perfeita. Nunca Se exaltou por aplauso, nem ficou abatido por censuras ou decepções. Entre as maiores oposições e o mais cruel tratamento, ainda Ele estava de bom ânimo” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 330).

Que maneira maravilhosa de viver! Que diferença da maneira como muitos de nós encaramos a vida hoje, inclusive os que professam o nome de Jesus!

A tendência geral de nossa era corre para a direção oposta. Em vez do dom da perfeita paz de Cristo, procura-se agitação constante. Cada vez mais rápido. Cada vez mais alto. Cada vez mais emoção. A adrenalina não para de correr nas veias.

Não conseguimos, no entanto, suportar uma vida assim. Quanto mais alto voarmos, maior será o tombo.

Realmente almejamos a paz que Cristo oferece? Então, precisamos começar a deixar de lado os produtos à base de cafeína e as pílulas que nos mantêm acordados e animados, mas que depois levam à depressão. Precisamos colocar nossa vida em ordem: respeitar o período de sono, esquecer os programas de televisão noturnos. Precisamos passar momentos em silêncio todos os dias, períodos tranquilos o suficiente para conversarmos com Deus e ouvi-Lo, para nos alimentarmos de Sua Palavra.

Você quer mesmo ter perfeita paz? Conceda essa oportunidade a Deus.

16 de junho Sábado

Pai Nosso

Com um Deus como esse amando vocês, vocês podem orar simplesmente assim: Pai nosso que estás nos Céus, revela-nos quem Tu és. Mateus 6:9, The Message

Uma das realidades mais tristes de nossa era é que, para muitos jovens, “pai” é uma palavra dolorosa. Filhos de pais ociosos, filhos que nunca souberam a identidade do pai (talvez a própria mãe não soubesse), filhos de pais violentos e depravados... Como podem pensar na figura de “pai” como algo positivo?

Há grande necessidade hoje de os pais assumirem seu papel no lar e na sociedade. Não apenas para exercer autoridade (apesar de infelizmente haver falta disso), mas para exemplificar o amor do Pai celestial. Sem exemplos humanos, por mais defeituosos que sejam, os filhos sentem dificuldade em amar um Deus a quem não podem ver.

A Bíblia prediz que tal obra de restauração ocorrerá antes da volta de Jesus. Encontramos essas profecias nas palavras finais do Antigo Testamento: “Vejam, Eu enviarei a vocês o profeta Elias antes do grande e temível dia do Senhor. Ele fará com que os corações dos pais se voltem para seus filhos, e os corações dos filhos para seus pais; do contrário, Eu virei e castigarei a terra com maldição” (Ml 4:5, 6).

Muitos jovens problemáticos, bem como muitos adultos, almejam encontrar alguém que os ame. Se nunca tiveram um pai, convivem com uma pergunta que não lhes sai da mente: “Por quê? Por que ele não ficou com minha mãe? Por que nunca me visitou? Por que nos abandonou?” Com isso, vem a triste autoavaliação: “O que fiz para que ele não quisesse ficar? O que fiz para que não me amasse?”

Oh, quantos corações despedaçados em nossos dias! Como encontrar maneiras de ajudar esses corações despedaçados a saber que são amados e preciosos ao Pai celestial? Ajudando-os a conhecer a maravilhosa verdade do amor de Deus.

“Todo o amor paternal que veio de geração em geração através do coração humano e toda fonte de ternura que se abriu na alma do homem não passam de tênue riacho em comparação com o ilimitado oceano, quando postos ao lado do infinito, inesgotável amor de Deus” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 740).

Como é o nosso Pai? Exatamente como Jesus, cheio de graça e verdade.

17 de junho Domingo

Começar e Completar

Estou convencido de que Aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus. Filipenses 1:6

Sempre fui magro. Não por mérito próprio, mas meu organismo simplesmente mantém um peso constante ano após ano. Durante o doutorado, no entanto, algo diferente começou a acontecer. Quem sabe tenha sido o resultado de passar muitas horas sentado realizando pesquisas e em profunda reflexão ao preparar minha dissertação, ou talvez uma mudança relacionada à idade, mas lentamente comecei a ganhar peso. Mal me dei conta disso na época – e é desse jeito que o aumento de peso assume o controle. Caí na realidade somente ao encontrar um ex-aluno, que exclamou: “Uau, você deve ter ganhado uns 14 quilos! Como você engordou!”

Uma saudação nada diplomática, mas que certamente chamou minha atenção. A partir de então, decidi fazer algumas mudanças em meu estilo de vida, entre elas, a prática de exercício físico regular, que hoje faz parte de minha rotina diária e me beneficiou em muitos aspectos. Foi assim que comecei a praticar corrida: curtas distâncias a princípio, depois cada vez mais longas, até conseguir competir e completar a Maratona do Corpo de Fuzileiros Navais a cada ano.

Praticar corrida abriu um mundo totalmente novo para mim (a propósito, corria e corro devagar; não sou um ótimo atleta). Um mundo realista, de homens e mulheres em forma; um mundo sem fumaça de cigarro; um mundo de intensidade, poder e determinação; um mundo de autodisciplina e espírito de equipe.

Um mundo, também, de pessoas que começam e completam. Antes da largada da Maratona do Corpo de Fuzileiros Navais, 20.000 (ou mais) maratonistas, dos quais 70% são marinheiros de primeira viagem, andam de um lado para o outro em nervosismo, queimando a energia que tanto necessitarão antes de o dia terminar. Multidões de torcedores. Fanfarras. Milhares de fuzileiros, homens e mulheres, ocupados com mil e uma tarefas. O ar pulsa com a música, eletrizado com o entusiasmo e grandes expectativas.

Três, quatro, cinco, seis, sete horas depois, o som do frenesi se dissipou. Figuras cansadas, mas triunfantes, arrastam-se para os automóveis, medalhas penduradas ao pescoço e faixas prateadas envolvendo os ombros. Conseguiram! Apenas um grupo de cerca de duas mil pessoas se retira discretamente; são aqueles que desistiram ao longo do trajeto.

Todos nós estamos na corrida da vida. Não competimos entre nós. Todo aquele que completar a corrida alcançará a vitória.

18 de junho Segunda

A Vontade de Crer

Sejamos criativos para incentivar ao amor e à ajuda mútua, sem deixarmos de reunir-nos como alguns fazem, mas encorajando-nos uns aos outros, especialmente ao vermos o grande Dia se aproximar. Hebreus 10:24, 25, The Message

Jesus disse que haveria falta de fé por ocasião de Sua volta. Hoje, a dúvida, o ceticismo e a descrença prosperam. Até mesmo muitos professos seguidores de Jesus são fracos e vacilantes na fé.

Numa época como esta, acendamos uma vela em vez de amaldiçoarmos a escuridão. Inclinemo-nos ao vento, mantendo em mente que a vida cristã fica mais forte depois de um conflito; que se trata de uma batalha e de uma marcha; que cadeiras almofadadas e tempos de tranquilidade nos tornam débeis e fracos.

Creio profundamente no exercício da vontade de crer. Ou seja, aproveitar cada oportunidade para nutrir a fé e descartar todas as outras que nutrem a descrença. Precisamos pensar, lutar sobre questões difíceis (não há futuro para uma igreja que enterra a cabeça na areia), mas sempre dentro do contexto da fé. Somos seguidores de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Ponderamos sobre Suas reivindicações e tomamos nossa decisão; não há volta. Firmamos esse alicerce e não o rejeitaremos.

Um modo simples, mas importante, de exercitarmos a vontade de crer é levantar aos sábados pela manhã e ir à igreja. A frequência aos cultos não se trata simplesmente de uma opção para o cristão. Somos membros do corpo de Cristo. Não estamos sozinhos. Assim como a mão, o olho ou o pé não podem existir independentemente dos outros membros, não podemos “viver” a vida cristã sozinhos.

Assim, nos recusamos a seguir a correnteza juntamente com a multidão comum em direção ao lago da dúvida. Levantamo-nos para ouvir a pregação da Palavra, para participarmos da comunhão dos santos, para fortalecer e sermos fortalecidos.

Sim, podemos adorar a Deus em meio à natureza. Podemos nos retirar a um lugar tranquilo para estudar a Bíblia e orar sozinhos. Mas tais ocasiões devem ser a exceção. Como cristãos, devemos estar na igreja aos sábados pela manhã. A igreja é a comunhão da graça. A ausência aos cultos da igreja é uma clara evidência de que a vida espiritual começou a escorregar no tobogã da falta de fé.

Aproxima-se o grande Dia. Em breve, Aquele que veio pela primeira vez para revelar o amor do Pai e resgatar-nos do pecado e da morte voltará. Então, a comunhão da graça se estenderá de polo a polo e de mar a mar.

19 de junho Terça

Com um Cântico no Coração

Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração. Colossenses 3:16

Jesus inspira o coração a entoar louvores. Sua graça nos liberta para uma nova vida e uma nova canção. A Reforma protestante deu início ao louvor congregacional, o próprio Martinho Lutero compôs muitos hinos. Sempre que uma igreja ou uma pessoa passa pela experiência do reavivamento, um cântico de louvor brota-lhe dos lábios.

Uma das melhores maneiras de enfrentar a tentação ou banir a tristeza espiritual é manter um cântico no coração. O fato de simplesmente cantarolar algumas estrofes, ou mesmo meditar na letra ou na melodia, já é o suficiente para levantar o espírito e trazer ânimo ao coração. “Quantas vezes, ao coração oprimido duramente e pronto a desesperar, vêm à memória algumas das palavras de Deus – as de um estribilho, há muito esquecido, de um hino da infância – e as tentações perdem o seu poder, a vida assume nova significação e novo propósito, e o ânimo e a alegria se comunicam a outras pessoas!” (Ellen G. White, Educação, p. 168).

Em uma das primeiras Assembleias da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, realizada em Battle Creek, houve um momento em que a reunião parecia estagnada. Sentindo o espírito de desânimo entre os irmãos, o líder pioneiro Tiago White se levantou e convidou a esposa a acompanhá-lo:

– Venha, Ellen, vamos cantar.

Em pé na plataforma da igreja, o casal elevou a voz entoando um antigo hino que falava de coragem e ânimo:

Ao sentir-me fraco e cansado de trabalhar,
Gotas de suor caem de meu rosto,
Desejo parar de labutar,
Abandonar o fardo sobre mim deposto –
Ouço, então, a gentil repreensão,
Para dominar cada suspiro de lamentação:
“Trabalhe enquanto brilha o dia,
Em breve virá o descanso que alivia.”

Assim que Tiago e Ellen acabaram de cantar a primeira estrofe, o espírito do hino tomou conta da congregação, que se uniu ao casal para entoar as palavras do refrão.

20 de junho Quarta

Primo Fred

Não vivemos ociosamente quando estivemos entre vocês, nem comemos coisa alguma à custa de ninguém. 2 Tessalonicenses 3:7, 8

Uma das regras que Paulo estabeleceu para os seguidores de Cristo foi: “Se alguém não quiser trabalhar, também não coma” (2Ts 3:10). O próprio apóstolo serviu como exemplo disso. Apesar de poder reivindicar o direito de ser sustentado pela igreja, Paulo escolheu trabalhar a fim de pagar as próprias despesas, para não se tornar uma carga para ninguém.

Hoje, muitas pessoas procuram fazer o mínimo para obter o máximo possível. Se conseguirem alguém para sustentá-las, melhor ainda. Sonham em se tornar ricas, levar uma vida fácil e nunca se preocupar em trabalhar novamente. Assim, apostam na loteria.

Jack Whittaker, de Charleston, Virgínia, acertou sozinho a maior loteria acumulada da história dos Estados Unidos – um total de 314 milhões de dólares. Whittaker se contentou com a quantia de 113 milhões de dólares depois de seu prêmio ser tributado e passou a curtir uma vida de lazer e ociosidade.

Dois anos mais tarde, sua esposa, Jewel, relatou a um repórter:

– Gostaria que nada disso tivesse acontecido. Gostaria de ter rasgado aquele bilhete.

Desde que Jack Whittaker ganhou na loteria tinha sido preso duas vezes por dirigir bêbado e enviado para uma clínica de reabilitação. Foi multado por agredir o gerente de um bar e acusado em duas ações na justiça por causar problemas.

Essa história me faz lembrar do primo Fred. Em minha infância, na Austrália, meu primo Fred, bem mais velho, era uma pessoa comum, com um emprego fixo, esposa e filhos. Certo dia, porém, ganhou na loteria. Pediu demissão do emprego e nunca mais trabalhou um dia sequer em sua vida. Começou a beber desvairadamente, vindo a tornar-se alcoólatra. Não demorou muito, sua esposa não suportou a situação e pediu o divórcio. Ao fim de sua vida, o primo Fred era um pobre fracassado.

A indústria dos jogos de azar seduz os pobres e desesperados com esperanças e promessas irreais. Aproveita-se dos indivíduos mais desafortunados da sociedade, levando-os a perder o pouco que possuem dos bens deste mundo. Cria perdedores em todos os sentidos.

A resposta para o pobre e o desesperado – e para todos nós – é graça, não jogos de azar. A graça nos ergue para viver e trabalhar com a dignidade de um filho de Deus.

21 de junho Quinta

As Pessoas São Maravilhosas

Que é o homem, para que com ele Te importes? E o Filho do homem, para que com ele Te preocupes? Salmo 8:4

De toda a vasta extensão da criação de Deus, magnificente em complexidade e variedade, as pessoas são o que há de mais maravilhoso. O Salmo 8 nos diz isso, mas de uma forma surpreendente. A primeira metade do salmo parece descrever a pequenez da humanidade, à medida que o salmista medita na glória do céu, com a Lua e as estrelas como obras da mão de Deus. Realmente, ao contemplarmos a Via Láctea no céu limpo da noite, sentimo-nos muito insignificantes. Juntamente com Davi, temos o desejo de dizer: “Que é o homem, para que com ele Te importes? E o filho do homem, para que com ele Te preocupes?”

Mas o salmo de repente muda de foco. A humanidade não é insignificante afinal. Possuímos posição elevada porque Deus nos criou apenas um pouco abaixo dos anjos. Ele nos coroou com glória e honra, e colocou sob o nosso poder todas as criaturas que andam, voam ou nadam (v. 5-8). Contemplando a glória da humanidade, o salmista exclamou: “Senhor, Senhor nosso, como é majestoso o Teu nome em toda a Terra!” (v. 9).

Que lugar maravilhoso será o Céu! Teremos a oportunidade de conhecer uma infinidade de pessoas fascinantes, de todas as etnias e de todas as gerações. Como anseio esse dia! Mesmo hoje sinto imenso prazer em conhecer as pessoas que cruzam meu caminho. Como um médico surpreendente que encontrei esta semana. Por meses minha querida esposa, preocupada com o meu pé cansado de tanto correr, insistiu comigo para marcar uma consulta com o podólogo. Somente depois de começar a sentir dores na planta do pé esquerdo, concordei a contragosto em marcar a tal consulta. Estava prestes a ter uma surpresa.

A sala de espera do consultório era a menor que eu já tinha visto – apenas três cadeiras. Fui chamado para a consulta exatamente no horário marcado. Ao comentar sobre isso, ele respondeu: “Programo um espaço de tempo suficiente entre as consultas para que os pacientes não tenham que esperar. É por isso que tenho uma sala de espera tão pequena.” Começamos a conversar. Ele me contou que estava escrevendo um livro, uma história para crianças. Estava ansioso para saber como encontrar um editor, como fazer para ter o livro publicado. Compartilhou também sua filosofia de vida: “Muitas pessoas sentem-se desanimadas ao fazer aniversário porque estão ficando mais velhas. Olho para o ano que se passou e penso nas centenas de pessoas que estão caminhando sem dor por minha causa.”

Que homem! Que visita! Saí dali me sentindo melhor da cabeça aos pés.

22 de junho Sexta

Vivendo Deliberadamente

Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Mateus 4:1

Faltavam poucos dias para Henry David Thoreau completar 28 anos quando ele deixou a sociedade em 4 de julho de 1845. Mudou-se para uma cabana que havia construído na encosta de Walden Pond, e viveu sozinho por dois anos, cuidando de suas necessidades. Aparentemente, não tinha intenção de escrever um livro na ocasião em que partiu para Walden, mas nove anos mais tarde a obra Walden; or, Life in the Woods [Walden; ou Vida na Selva] foi publicada. Apesar de não ter vendido muito bem a princípio, mais tarde se tornou um clássico americano.

Em Walden, Thoreau narra a razão de embarcar em sua famosa experiência de viver sozinho. “Fui para a floresta porque desejava viver deliberadamente, [...] e não, ao morrer, descobrir que não vivi.” Vivendo com simplicidade monacal, Thoreau estudou as minúcias da natureza ao redor e seu ciclo ao longo das estações do ano. Os longos períodos de silêncio lhe deram a oportunidade de pensar e refletir sobre quem era e como desejava que fosse sua vida.

Muito antes de Thoreau se retirar para a floresta, Jesus de Nazaré Se retirou para o deserto. Ele também foi pensar e refletir sobre quem era e no propósito de Sua vida. Ao contrário de Thoreau, Jesus estava prestes a embarcar numa missão de suprema magnitude, da qual dependia o sucesso ou o fracasso da humanidade – na verdade, do Universo inteiro. Por causa dessa missão, Ele teve que vir à Terra, deixar a glória celestial, velar Sua majestade, pôr de lado Suas prerrogativas divinas em que “milhares se apressam a atender o Seu comando sobre a terra e o oceano sem descanso” (Milton).

O Espírito conduziu Jesus até o deserto. O mesmo Espírito O instruiu a sair de Nazaré e seguir em direção ao Jordão, próximo a Jericó, local em que João Batista proclamava a proximidade do reino de Deus. Jesus Se uniu à multidão que rodeava João e pediu que ele O batizasse, não porque tivesse pecados não confessados, mas como uma confirmação da mensagem de João e uma declaração pública do início de Sua missão.

Agora um conflito estava sendo travado no deserto. Ao contrário de Thoreau, Jesus enfrentou a pressão das tentações de Satanás. Cada teste tinha como objetivo sabotar Sua missão; mas, para cada teste, Jesus Se apegou a Deus e à Sua Palavra.

Podemos aprender muito com a experiência de Thoreau. Precisamos aprender como viver deliberadamente. Podemos aprender muito mais com Jesus. Seu exemplo nos mostra o caminho para obter poder na vida deliberada.

23 de junho Sábado

Saul Entre os Profetas

Quando os que já o conheciam viram-no profetizando com os profetas, perguntaram uns aos outros: “O que aconteceu ao filho de Quis? Saul também está entre os profetas?” 1 Samuel 10:11

A Bíblia conta que as palavras “Saul também está entre os profetas?” tornou-se um ditado entre os filhos de Israel (v. 12). Obviamente, esse ditado passou a ser empregado para expressar situações aparentemente inacreditáveis, coisas além da imaginação.

Esse ditado revela muitas coisas a respeito do homem que se tornou o primeiro rei de Israel. Aparentemente, ninguém o considerava um líder espiritual, a despeito das outras qualidades que fizeram com que fosse aprovado no conceito popular. É triste pensar que Saul tenha sido assim considerado na época em que tomou as rédeas da autoridade.

Apesar de Saul ter levado uma vida longe dos caminhos de Deus e de Sua vontade, ele mudou depois que Samuel o ungiu líder de Israel. Samuel lhe disse que no caminho de volta para a casa de seu pai ele encontraria um grupo de profetas. “O Espírito do Senhor se apossará de você, e com eles você profetizará” (v. 6). E assim aconteceu. “Deus mudou o coração de Saul” (v. 9), e, ao encontrar-se com o grupo de profetas, uniu-se a eles profetizando.

Verdadeiro naquela época, verdadeiro hoje: podemos encontrar Saul entre os profetas. Podemos ser Saul entre os profetas. Não importa qual o seu passado, o quão negligente ou indiferente tenha sido para com Deus, Ele pode nos dar um coração novo. Se estivermos dispostos, Ele poderá derramar Seu Santo Espírito sobre nós em poder, e poderemos nos unir com as pessoas mais espirituais da igreja.

Infelizmente, a história de Saul não termina aqui. Mais tarde, encontramos Saul obcecado, com inveja de Davi, a quem temia que fosse o escolhido do Senhor para sucedê-lo. Davi foge para Se encontrar com Samuel em Ramá a fim de salvar a vida; Saul envia uma companhia de soldados para capturá-lo. O Espírito de Deus, porém, apodera-se dos soldados e eles começam a profetizar. Saul envia mais homens; a mesma coisa acontece. Saul envia uma terceira companhia, com o mesmo resultado. Por fim, Saul vai pessoalmente, mas o Espírito de Deus Se apodera até mesmo dele. E, assim, ouve-se novamente o ditado: “Está Saul também entre os profetas?” (1Sm 19:24).

Sim, Saul estava novamente entre os profetas, mas não por vontade própria. Ele, que tinha começado tão bem seu reinado, agora abrigava assassinato em seu coração. Que terrível advertência para cada um de nós!

24 de junho Domingo

As Probabilidades da Graça

Dificilmente haverá alguém que morra por um justo, embora pelo homem bom talvez alguém tenha coragem de morrer. Romanos 5:7

Um noticiário publicou a história fascinante de duas irmãs que deram à luz com a diferença de uma hora no Hospital Northside em Atlanta, nos Estados Unidos. Ashlee Spinks e Andrea Springer descobriram, no sexto mês de gestação, que dariam à luz no mesmo dia. Assim, Spinks foi de Indianápolis para a Geórgia algumas semanas antes para ficar com a irmã.

Cada uma deu à luz a meninos gêmeos através de cesarianas pré-agendadas. As próprias irmãs são gêmeas.

Os casais não fizeram nenhum tratamento de fertilidade para conceber os bebês, mas nas famílias dos quatro pais era comum a ocorrência de gêmeos.

O noticiário apresentou uma entrevista com um médico, especialista em gravidez de alto risco, que afirmou que a probabilidade de irmãs gêmeas ficarem grávidas de meninos gêmeos e darem à luz na mesma data é de um em um milhão.

No mundo de hoje, as pessoas estão acostumadas a falar sobre probabilidades. O estudo de estatísticas capacita o pesquisador a afirmar com precisão as probabilidades contra ou a favor da ocorrência de certo evento. Tais cálculos nos servem muito bem para tomarmos decisões; eles nos ajudam a trazer ordem à vida.

Lembremo-nos sempre, no entanto, de que as chances e probabilidades precisam ser encaradas num contexto muito mais amplo. Os cientistas, por exemplo, calcularam a probabilidade de todas as variáveis necessárias para a formação do Universo. O número a que chegaram é tão grande quanto impressionante. Sim, é factível que a possibilidade astronomicamente remota tenha ocorrido, mas é muito mais lógico que uma Mente colossal tenha criado tudo. Por essa razão, muitos astrofísicos e astrônomos hoje, ao contrário dos da geração passada, reconhecem algum tipo de Ser divino como a fonte do Universo.

Qual a probabilidade da salvação? Raramente alguém morre por um amigo ou por uma boa pessoa, como Paulo mesmo falou; mas qual é a probabilidade de o Criador do Céu e da Terra morrer por um mundo perdido? Qual é a probabilidade de nascer como bebê? Qual é a probabilidade de o Imaculado Filho de Deus tomar sobre Si nossa culpa e vergonha?

Quais são as probabilidades? As probabilidades da graça não têm limites e vão além de todas as expectativas.

25 de junho Segunda

Quem é meu Inimigo?

Quando um homem encontra um inimigo e o deixa ir sem fazer-lhe mal? O Senhor o recompense com o bem, pelo modo como você me tratou hoje. 1 Samuel 24:19

Davi havia acabado de poupar a vida de Saul. O rei Saul, louco de ciúmes, perseguia o jovem general com três mil homens escolhidos a dedo. O rei perseguiu Davi até En-gedi, região desértica localizada acima do Mar Morto, onde os famosos pergaminhos foram encontrados.

O rei entrou em uma caverna para aliviar o ventre, totalmente inconsciente de que ao fundo se escondiam Davi e seus homens. “Essa é a nossa chance!”, sussurraram para Davi. “Deus entregou Saul em nossas mãos!” Davi, porém, resistiu à tentação de aniquilar o rei a sangue-frio. Em vez disso, se aproximou discretamente dele e cortou um pedaço de seu manto.

Depois que o rei deixou a caverna, Davi saiu e gritou para ele. Com o pedaço do manto nas mãos, contou ao rei que havia poupado sua vida. Saul ficou chocado: todo o seu ser estava focado em eliminar a pessoa que via como seu maior rival. Se Davi tivesse caído em suas mãos, o resultado seria rápido e mortal.

Saul considerava Davi seu inimigo, mas Davi não considerava Saul da mesma forma, mesmo que Saul estivesse tentando matá-lo a todo custo. Davi demonstrou o espírito de Jesus, que disse: “Amem os seus inimigos e orem por aqueles que vos perseguem para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos Céus” (Mt 5:44, 45). E foi exatamente isso que Jesus fez. “Quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-Se àquele que julga com justiça” (1Pe 2:23).

Deus não tem inimigos, e tampouco devemos nós ter. Não importa o que os outros pensem, digam ou façam contra nós, eles ainda são filhos e filhas de Deus – nossos irmãos e irmãs, pessoas amadas por Deus e por quem Cristo morreu. Apenas a graça pode causar essa mudança em nossas atitudes, e assim o fará, se permitirmos que o Espírito de Deus nos transforme à semelhança de Jesus.

Muitas pessoas levam a vida olhando constantemente por cima dos ombros para ver quem está tentando lhes fazer mal. Gastam horas de energia negativa imaginando conspirações, intrigas e situações ruins. Deus está nos chamando para uma vida melhor. Deixemos de lado as sombras da dúvida e da suspeita e recebamos a luz do Sol. Caminhemos hoje no espírito de Jesus, em graça e com amor a todas as pessoas.

26 de junhoTerça

Fórmula Para o Reavivamento

Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar e orar, buscar a Minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos Céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra. 2 Crônicas 7:14

Salomão havia acabado de dedicar a Deus o Templo que construíra para a glória dEle. Proferiu uma linda e sincera oração pública, cuja essência era uma petição para que, a despeito dos pecados que o povo viesse a cometer, Deus ouvisse e atendesse quando orassem voltados para o Templo.

Pouco tempo depois, Deus apareceu a Salomão com uma resposta. A resposta divina deixou claro que, embora o Templo fosse o centro da adoração, não havia nele poder algum para garantir que o Senhor atendesse aos pedidos. O que realmente importava era a maneira pela qual o povo se aproximava de Deus, humilhando-se, orando, buscando a face de Deus e afastando-se de seus maus caminhos.

Essa fórmula quádrupla para a oração bem-sucedida ainda fala a nós hoje. Trata-se da prescrição para o reavivamento que devemos levar a sério e seguir individualmente e também como organização.

O reavivamento começa com a humildade. É a pessoa faminta que Deus alimenta, não aquela que se sente satisfeita; é a sedenta que recebe a água da vida. Enquanto estivermos cheios de orgulho e autossuficiência, não haverá espaço para Deus. “Habito num lugar alto e santo”, diz o Senhor, “mas habito também com o contrito e humilde de espírito, para dar novo ânimo [...] e novo alento ao coração do contrito” (Is 57:15).

A humildade leva a uma oração diferente, uma oração que funciona, uma oração que Deus responde. Quando nos damos conta de nossa grande necessidade, Deus pode nos ouvir. Jesus contou a respeito de dois homens que foram ao Templo para orar. Um deles, cheio de si, saiu da mesma forma como entrou, sem diferença alguma; mas o outro pôde apenas clamar: “Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador” (Lc 18:13) e voltou para casa em paz com Deus.

Buscar a face de Deus é buscar o Seu favor, o que significa estar em paz com Ele. No momento em que Deus for mais importante para nós do que tudo o mais, quando estivermos preparados para abandonar o pecado acariciado ao sermos convencidos pelo Espírito, Deus poderá operar grandes coisas em nossa vida.

O último passo, abandonar os nossos maus caminhos, descreve o arrependimento. Na verdade, todos os quatro passos fazem isso. O arrependimento começa com a mudança de coração, mas resulta na mudança de vida.

27 de junho Quarta

Meu Redentor Vive!

Eu sei que o meu Redentor vive, e que no fim Se levantará sobre a terra. Jó 19:25

O livro de Jó, um clássico da literatura, avalia as profundezas da experiência humana ao lutar com o antigo problema do sofrimento. Nesse livro encontramos as perguntas que fazemos a Deus. Ali encontramos respostas estereotipadas e comuns dadas pelos consoladores, os “confortadores” do desesperado Jó. No fim, porém, Deus Se manifesta, e ao fazer isso elogia o questionador Jó e repreende seus amigos sabichões.

Ao longo desse livro extraordinário, de repente nos deparamos com um dos tesouros mais preciosos de toda a Bíblia. É ainda mais maravilhoso porque foge totalmente do padrão de tudo que foi dito antes.

Até ali, Jó lamenta seu destino, amaldiçoa o dia de seu nascimento, sente-se tratado injustamente por Deus e roga por uma chance de apresentar seu caso diante do Criador. Os três “confortadores”, Elifaz, Bildade e Zofar, insistiram em dizer que Jó realmente merecia o sofrimento que o afligia – era um homem ruim. Precisava confessar seu pecado e arrepender-se.

O décimo nono capítulo apresenta os sofrimentos de Jó sob uma luz lastimável. Jó lamenta que seus amigos apenas o fazem sentir-se pior (v. 1-5) e que Deus não lhe concedeu a oportunidade de obter a justiça merecida (v. 7, 8). Jó foi privado de honra e dignidade; a esperança se foi; todos os parentes e conhecidos o abandonaram (v. 9-16). Ele se tornou objeto de abominação, desprezo e zombaria, mesmo entre os seus amados. Jó não era mais nada além de ossos e pele (v. 17-20). “Misericórdia, meus amigos, misericórdia! Pois a mão de Deus me feriu”, clama Jó, e nosso coração se compadece (v. 21).

Então, aparentemente do nada, surge a extraordinária, maravilhosa expressão de certeza e confiança: “Eu sei que o meu Redentor vive, e que no fim Se levantará sobre a terra. E depois que o meu corpo estiver destruído e sem carne, verei a Deus. Eu O verei com os meus próprios olhos; eu mesmo, e não outro!” (v. 25-27).

“Eu sei!” Essa é a certeza concedida pela graça. Eu conheço Jesus, meu Redentor. Eu sei que Ele vive. Sei que Ele virá outra vez e ressuscitará os mortos. E, assim, eu sei que, porque Ele vive, eu também viverei.

28 de junho Quinta

Livre Para Balançar

Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres. João 8:36

As meninas sentem uma grande atração por balanços. Eu não tinha percebido isso até que Noelene e eu entramos na abençoada condição de avós. Depois de esperar uma eternidade, ganhamos uma netinha e, um pouco mais tarde (bênção dupla), uma segunda. Começamos a notar algo: as meninas correm direto para qualquer balanço que veem pela frente.

Na verdade, isso começou mais cedo, antes que pudessem correr, ou até mesmo andar. Elas amavam ser colocadas numa pequena cadeirinha e serem balançadas para frente e para trás. À medida que cresceram – e como ainda crescem – o amor que sentem pelo balanço e por balançar parece ficar cada vez mais forte. Elas se impulsionam cada vez mais alto, tão alto que às vezes meu coração ameaça sair pela boca; em outras ocasiões simplesmente balançam preguiçosamente para frente e para trás, para frente e para trás.

Fico pensando: Será que esta é a imagem que muitos têm da leveza, da alegria, da infância e juventude de uma menina – cabelos esvoaçando ao vento, sem nenhuma preocupação no mundo, apenas balançando, balançando, balançando por longo tempo?

Para mim, parece que essa imagem é a expressão da essência da graça na vida de todo cristão. Jesus nos liberta! Jesus traz leveza ao coração, a alegria de viver como um filho de Deus.

“As multidões levam uma vida de completo desespero”, escreveu Henry David Thoreau. Elas nunca experimentam a leveza da graça. O peso do pecado nos pressiona. O pecado nos escraviza. Mas Jesus prometeu: “Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado. [...] Se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres” (Jo 8:34-36).

Os pecados do passado – aquilo que fizemos e deixamos de fazer – nos esmagam, nos empurram para baixo. Jesus nos oferece alívio. Os pecados do presente – os maus hábitos, o terrível comportamento tão enraizado que parece impossível vencer – puxam-nos para baixo. Jesus nos oferece a liberdade de Seu perdão e nova vida.

Nossas preocupações – os cuidados que recaem sobre nós, as incertezas, as apreensões – sufocam nossas energias. Jesus nos oferece a alegria e a leveza de uma menina de oito anos de idade num balanço. Este é o segredo: conhecer Jesus. A cada dia. Hoje.

29 de junho Sexta

Integridade

Finalmente esses homens disseram: “Jamais encontraremos algum motivo para acusar esse Daniel, a menos que seja algo relacionado com a lei do Deus dele.” Daniel 6:5

Desde o caso Watergate, em que se descobriram trapaças na política norte-americana, os jornalistas estão no rastro da corrupção. O caso Watergate trouxe ao “jornalismo investigativo” uma nova intensidade. Isso significa que, se você cavar fundo o bastante, encontrará sujeira.

No relato bíblico, há muito, muito tempo, encontramos um grupo de homens procurando por algum tipo de sujeira. Não eram jornalistas, mas administradores do rei Dario, o medo. Ocupavam posições de responsabilidade no reino, mas não estavam contentes. O rei planejava nomear um estrangeiro chamado Daniel como responsável por todo o império. Apesar de ser um homem mais velho, Daniel possuía qualidades excepcionais que o distinguiam de todos os outros servos reais. Era alguém fora do comum. E isso causou inveja nos outros.

Esses homens começaram a procurar algo errado na vida de Daniel. Sem dúvida, encontrariam uma mácula de corrupção em seu passado. Se revirassem as pedras o bastante, certamente encontrariam algo debaixo de uma delas que pudessem usar para envergonhar Daniel e evitar sua promoção. Eles procuraram arduamente, mas voltaram de mãos vazias. Nenhum traço de desonestidade havia naquele homem, mancha alguma de qualquer coisa sombria ou misteriosa.

Por fim, concluíram que havia apenas um modo de pegá-lo – através de sua religião. “Jamais encontraremos algum motivo para acusar esse Daniel, a menos que seja algo relacionado com a lei do Deus dele”, concluíram. Ele era judeu, adorava Jeová, um Deus estranho naquela terra.

Assim, armaram um esquema, e o rei inadvertidamente cooperou. Dario emitiu um decreto no qual ninguém deveria orar a nenhum deus ou homem por 30 dias – apenas ao rei. Dario selou a ordem, os inimigos de Daniel observaram e atacaram. Daniel, destemido pelo decreto, orou como de costume, com as janelas abertas para qualquer um ver. Não demorou muito, foi preso e lançado na cova dos leões. Mas Daniel teve a palavra final. Os leões não tocaram nele. Em vez disso, se aproveitaram dos oponentes de Daniel, que se tornaram alvo da ira do rei.

Que testemunho para a vida de Daniel! Nenhuma acusação contra a sua pessoa, exceto em relação à sua caminhada com Deus! Isso de fato é integridade. A vida interior igualando-se à aparência exterior, ouro sólido.

Querido Deus, faze de mim uma pessoa íntegra.

30 de junho Sábado

Características de Cristo

A vocês, graça e paz da parte dAquele que é, que era e que há de vir, dos sete espíritos que estão diante do Seu trono, e de Jesus Cristo, que é a testemunha fiel, o primogênito dentre os mortos e o soberano dos reis da Terra. Apocalipse 1:4, 5

O livro de Apocalipse nos apresenta um vislumbre do futuro. Deus, a quem o passado, o presente e o futuro são conhecidos, é o autor desse livro “para mostrar aos Seus servos o que em breve há de acontecer” (v. 1).

O Apocalipse, porém, é muito mais do que isso. Como a “revelação de Jesus Cristo” (v. 1), além de comunicar a Sua mensagem a respeito do que irá acontecer, o Apocalipse é acima de tudo uma revelação dEle. No centro desse livro está Jesus. Concentrar-nos em eventos e no papel das nações sem discernirmos Aquele que está conduzindo a história ao seu auge glorioso é perder de vista a mensagem fundamental do Apocalipse.

Ao longo desse livro, encontramos descrições gloriosas de Jesus e de Sua obra – quem Ele é, o que fez, está fazendo e ainda fará. De tempos em tempos, a ação é interrompida à medida que os habitantes do Céu – as quatro criaturas viventes, os 24 anciãos e miríades de anjos – irrompem em hinos de adoração e louvor.

No início, encontramos a descrição de três características de Jesus. Ele é a testemunha fiel, o primogênito dentre os mortos e o soberano dos reis da Terra. Cada uma dessas características será apresentada no livro, e cada uma delas tem uma mensagem para nós hoje.

Como a testemunha fiel, Jesus olha tanto para o futuro como para a nossa vida com infalível discernimento. Quando nos diz que no fim o bem triunfará sobre o mal, podemos confiar. Ao olhar para nossa vida e dizer: “Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente” (Ap 3:15), devemos reconhecer que o Seu diagnóstico está correto.

A Testemunha Fiel é também o Primogênito dentre os mortos. Ele passou por isso. Ele foi o primeiro a quebrar as algemas da morte, e agora seguimos o Líder. Apesar de o nosso corpo perecer, nós também viveremos novamente.

Ele é o soberano dos reis da Terra. Presidentes, primeiros-ministros, monarcas, poderosos, chefões – Cristo é mais poderoso do que todos eles. Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores, e um dia eles também reconhecerão isso (Ap 19:16).

Aleluia! Que Salvador!