sábado, 8 de setembro de 2012

Lição 11 Comentário "Promessa aos perseguidos"

Lição 11 – Promessa aos perseguidos


Pr. José Silvio Ferreira
Secretário Ministerial
Associação Paulistana da IASD

Texto: 2 Tessalonicenses 1:1-12

A propósito de rápida introdução ao estudo da segunda epístola aos tessalonicenses, observe as seguintes informações: unanimemente se aceitou que Paulo é o autor deste documento, até que alguns representantes da “alta crítica” puseram em dúvida esse fato.

O caráter de Paulo se reflete nesta carta. Sua terna preocupação pelos conversos (2:13-17); seu louvor por suas virtudes (1:3-5; 3:4); o extremo cuidado com que menciona debilidades, ao passo que demonstra autoridade em suas ordens (3:6, 12), tudo demonstra que Paulo é o autor da segunda carta aos tessalonicenses.

A autenticidade da epístola é sustentada por fortes evidências. Além de estar incluída nas listas mais antigas dos livros do Novo Testamento, é citada pelos mesmos escritores eclesiásticos que fazem referência à primeira carta. Também parece ter sido conhecida por Policarpo e Justino Mártir (cerca do ano 150).

A data de composição da epístola corresponde aos últimos meses do ano 51 ou primeiros de 52. É evidente que foi escrita no mesmo lugar da primeira e muito próxima ao tempo dela. Os mesmos três personagens são mencionados na abertura de ambas as cartas (1Ts 1:1 e 2Ts 1:1).

Lembre-se de que Paulo permaneceu um ano e meio em Corinto durante sua segunda viagem missionária (At 18:11). Não há evidência nenhuma de que Silas tivesse colaborado com ele mais tarde. Isso nos leva à conclusão de que a segunda epístola foi escrita poucos meses depois da primeira. Portanto, todos os seus antecedentes e circunstâncias são idênticos aos da primeira carta.

Provavelmente o mensageiro que levou a primeira carta tivesse voltado com informações de que se havia despertado um espírito inquieto e fanático quanto à segunda vinda de Cristo, que se supunha imediata. Essa situação demandava uma pronta resposta para evitar que os mais simples e sensíveis pudessem cair nos laços do fanatismo e da agitação sensacionalista.

Em vista desse problema, Paulo assegurou a esses humildes cristãos que o Senhor os havia aceitado. Insistiu que deviam ser gratos a Deus pelas vitórias alcançadas. Mostrou-lhes o progresso alcançado nas virtudes cristãs da fé e do amor fraternal (2Ts 1:3) e firmeza em meio à perseguição (2Ts 1:4).

Outro fato importante é que Paulo deixou claro aos tessalonicenses que a segunda vinda do Senhor não aconteceria sem que antes viesse a apostasia, exatamente como lhes havia ensinado antes, pessoalmente (2:5). Havia alguns que ensinavam não mais ser necessário trabalhar, em vista da proximidade do regresso do Senhor (1Ts 4:11; 5:14); o apóstolo já os havia advertido contra essa atitude extremista. Então, voltou ao assunto com nova ênfase (2Ts 3:2, 12). Paulo chegou ao ponto de pedir medidas disciplinares contra tais pessoas (3:14, 15).

Portanto, o tema da segunda epístola aos tessalonicenses é o mesmo da primeira: a piedade prática (1:11, 12). Os débeis deviam ser reanimados e novamente estabelecidos na fé (2:17); os agitadores deviam se calar (3:12). A igreja devia conhecer a obra enganadora do grande adversário que iria provocar a apostasia e o reinado do anticristo que seria finalmente destruído (2:3-12).

O conteúdo dos capítulos é o seguinte:
1. Saudação e ações de graças pela fé dos tessalonicenses.
2. O “mistério da iniquidade”.
3. Paulo pede orações. Advertências contra a vida desordenada. Saudações finais.

O livro Atos dos Apóstolos de Ellen G. White traz excelente material relativo a essa epístola: capítulo 25, sob o título “As Cartas aos Tessalonicenses”. Leia.

Saudações Novas (2Ts 1:1, 2)
Temos nesta passagem inicial toda a sabedoria de um verdadeiro mestre. Parece que os tessalonicenses haviam enviado a Paulo uma mensagem cheia de dúvidas. Tinham medo de que sua fé não resistisse à prova. A resposta de Paulo não tinha o propósito de afundá-los ainda mais no “Pântano do Desânimo” (John Bunyan), mas ressaltar suas virtudes e conquistas de tal maneira que aqueles cristãos desanimados pudessem encarar as pessoas e afirmar: “Bem, se Paulo tem esse conceito a nosso respeito devemos continuar resistindo em meio às crises”.

Foi isso que Paulo fez pela igreja tessalonicense. Sabia que um elogio no momento correto pode fazer mais que uma crítica indiscriminada, e que o louvor prudente nunca faz que alguém se acomode nos lauréis, mas se encha de vontade em fazer ainda mais e melhor.

O apóstolo reconheceu que as dádivas espirituais da graça e da paz podem vir somente de Deus. A graça é o amor de Deus em ação e, mediante Jesus Cristo proporciona gratuitamente completa salvação aos pecadores indignos, enquanto a paz é o resultado desse fato. Implica na compreensão íntima do perdão dos pecados, o reconhecimento da reconciliação com Deus (SDABC, v. 7, p. 272).

Ação de graças de Paulo (2Ts 1:3, 4)
É importante observar que, quando Paulo recebeu a boa notícia da espiritualidade da igreja em Tessalônica, não acreditou que ele mesmo, o fundador dessa igreja, devesse ser louvado pela espiritualidade dela, mas considerou que o fato era motivo para render graças somente a Deus.

Com isso, Paulo não estava afirmando que não havia debilidade na igreja. Ao contrário, nos capítulos seguintes ele assinalou sérios defeitos. Não obstante, queria que todos soubessem que ele tinha confiança em suas virtudes espirituais. As pessoas que viviam desordenadamente, nesse ponto da carta foram conservadas num plano secundário. O verso 3 contém uma mensagem alegre. O que temos aqui é uma alegria irresistível que, em forma de sinceras e humildes ações de graças, é dirigida ao Doador de todas as coisas boas. Mais tarde, escrevendo aos coríntios, o apóstolo exaltou as igrejas da Macedônia e insistiu para que seguissem o exemplo de seus irmãos macedônios em abrir o coração ao Espírito de Deus (2Co 8).

Segundo William Barclay, há três coisas que Paulo destacou como sinais de uma igreja saudável:

1. A fé estável. É uma das marcas do cristianismo em progresso que cada vez está mais seguro em Jesus Cristo. A fé que talvez tenha começado por uma hipótese culmina em uma certeza. O cristão alcança esse estágio em que acrescenta à emoção da primeira experiência a disciplina do pensamento cristão.
2. O amor em ascendência. Uma igreja que cresce é aquela que aumenta sua capacidade de serviço. Alguém pode começar servindo a seus semelhantes pelo sentimento do dever que a fé cristã lhe impõe, mas crescerá servindo sempre porque essa é sua maior alegria. A vida de serviço reserva a grande descoberta de que generosidade e felicidade caminham de mãos dadas.
3. A constância que resiste. Paulo usou uma palavra magnífica – hypomonê – que se traduz por paciência, porém não quer dizer a habilidade de alguém suportar passivamente o que acontece. O termo tem o sentido de “constância viril na adversidade” e descreve o coração que não somente se mantém firme em circunstâncias difíceis, mas que as conquista. Aceita os golpes da vida, mas, ao aceitá-los, transforma-os em degraus para novas realizações.

Sofrimento como sinal do fim (2Ts 1:5, 6)
A última frase do verso 4 diz: “...as perseguições e aflições que estão suportando.” Originalmente, suportar significa “manter-se erguido”, e portanto, “suster”, “levar”, “suportar”. Esta flexão verbal deve ser traduzida como “estais suportando”, e indica que os cristãos ainda estavam sendo perseguidos.

Justo juízo de Deus”. Esse juízo poderia ser a intervenção divina em favor de Seu povo (v. 6) e o grande castigo descrito nos versos 7 a 10. A fortaleza dos santos perseguidos é para os ímpios um presságio de sua própria e futura destruição.

O verso 5 contém a expressão “para que sejais considerados dignos do reino de Deus”. Entenda que o cristão nunca é, em si mesmo, digno do reino de Deus, nem os sofrimentos necessariamente o tornam digno. Não há nada que nos faça merecedores do reino de Deus. Porém, pela divina graça perdoadora somos “tidos por dignos”, com base no dom gratuito de Deus (Rm 6:23).

“Que Ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam” (v. 6). Portanto, “pagar com a mesma moeda”, “retribuir”. Os princípios de justiça exigem que os seres humanos recebam uma retribuição correspondente às suas obras. Os que menosprezam a expiação do Salvador permanecem sem proteção e se expõem à justa retribuição divina (SDABC).

Não se esqueça de que a justiça de Deus se manifesta num sentido duplo: por um lado, ela é retributiva. Deus retribui (dá em troca) com aflições aqueles que afligem os crentes. Por outro lado, ela é remunerativa. Ele concede descanso (literalmente, cessar) àqueles que estão sendo afligidos, gracioso alívio de todas as asperezas que têm suportado em razão de sua valente batalha em favor da verdade (Hendriksen).

Fogo e destruição (2Ts 1:7-9)
Paulo gostava dessa palavra e a empregou no verso 7: o substantivo “apokálupsis”, literalmente, “descobrir”, “ato de remover um véu”, ou “revelação”. O autor identificou o repouso que os cristãos alcançarão com o segundo advento do Senhor em glória. Naquele momento os justos receberão sua recompensa e os ímpios seu castigo.

Paulo considerava que aqueles a quem o Senhor castiga pertencem a duas classes: os que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho. Os primeiros são os que tiveram chance de conhecer a Deus, mas desprezaram esse privilégio. Os segundos são os que conheceram a mensagem evangélica, porém resistiram em obedecer-lhe. O Senhor mostra claramente que a razão que têm para rejeitar o evangelho, é seu amor ao pecado.

Podemos ainda destacar alguns itens importantes relacionados à Àquele através de quem Deus exercerá julgamento, descrito como “Senhor”. O título Senhor é frequentemente associado à parousia e ressalta a dignidade do Juiz.

Aparecem no verso 7 três frases que dão colorido ao quadro:
1ª. Ele vem do Céu – ressalta a origem e a autoridade do Senhor. Vem da morada de Deus com a autoridade de Deus para executar juízo e recompensa.
2ª. Vem com os anjos do Seu poder – que acompanham o Agente de Deus, o Filho do homem, de tal maneira que contribuam à glória e à majestade da Sua vinda, no julgamento.
3ª. Vem em chamas de fogo (v. 8) – talvez uma alusão a Isaías 66:15. A expressão não indica simplesmente uma teofania, mas, sim, sublinha o fato do julgamento e deve ser ligada com a frase que se segue: “tomando vingança” (Marshall).

No grande dia do advento, o Senhor Se revelará com Sua própria glória, com a glória de Seu Pai e dos santos anjos. Essa glória aparece como fogo ante os olhos dos mortais.

Glorificando a Cristo (2Ts 1:10-12)
A mensagem animadora de Paulo acaba na visão mais alentadora de todas. Termina no que se poderia chamar de “a glória recíproca”. Quando Cristo vier outra vez será “glorificado em Seus santos e admirado pelos que creram” (v. 10). Essa foi uma palavra de consolo para a congregação como um todo, mas especialmente para aqueles que ficaram perplexos ante o estado de sua salvação e da sorte daqueles crentes que já haviam partido desta vida.

Observe com cuidado as expressões do verso 11: “pelo que também rogamos sempre por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação...” Pelas evidências, Paulo sabia que, como resultado de orações constantes, os tessalonicenses viveriam e se comportariam como convém aos que são chamados, de modo que, no dia do juízo, Deus os consideraria dignos de entrar no reino. Na corrente da salvação, que conecta uma eternidade com outra, a oração constante e a santificação diária são elos indispensáveis (Hendriksen).

O apóstolo estava interessado em algo mais além da salvação dos tessalonicenses. Ele desejava que toda obra resultante de fé alcançasse sua realização e que os leitores pudessem ser considerados dignos, a fim de que fosse alcançado o mais elevado propósito, como expressa o verso 12: “para que o nome de nosso Senhor Jesus Cristo seja glorificado em vocês, e vocês nEle...”

Nessa expressão é o nome do Senhor que é glorificado. E o nome de Cristo é o próprio Cristo, como Ele Se revelou. Portanto, quando homens aceitam Sua salvação e reconhecem Seu senhorio, Seu nome é glorificado neles. Isso, por sua vez, reflete glória sobre eles.

Aqui temos a verdade vertiginosa de que nossa glória é Cristo e a glória de Cristo somos nós. A glória de Cristo está naqueles que aprenderam com Ele a resistir e a conquistar e assim brilhar como luzeiros em lugar escuro. A glória de um mestre está nos discípulos que produz; a dos pais, nos filhos que educam não somente para que ganhem a vida, mas para que a enriqueçam; a nós é concedido o imenso privilégio e a tremenda responsabilidade de que a glória de Cristo esteja em nós. Podemos contribuir para crédito ou descrédito do Mestre a quem pertencemos e tratamos de servir (Barclay).

Pode haver maiores privilégio e responsabilidade?

Que o batismo do Espírito Santo possa vir sobre nós, para que sejamos imbuídos do Espírito de Deus! Então, dia a dia nos tornaremos mais e mais semelhantes à imagem de Cristo e, em cada ato de nossa vida, a pergunta será: “Glorificará isto a meu Mestre?” Por meio da paciente continuidade em fazer o bem, buscaremos glória e honra e receberemos o dom da imortalidade (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje [MM, 1989], p. 49).

O autor dos comentário deste trimestre é o Pr. José Silvio Ferreira, casado com a psicóloga Ellen Ferreira. O casal tem três filhos: Maltom Guilherme, Marlom Henrique e Mardem Eduardo. Doutor em Teologia pelo Unasp, o Pr. José Silvio já trabalhou como distrital, líder de jovens e secretário ministerial, atendendo a igreja nos Estados de Goiás, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, onde atua hoje como Ministerial da Associação Paulistana. É autor do livro Cristo, Nossa Salvação.



O autor dos comentário deste trimestre é o Pr. José Silvio Ferreira, casado com a psicóloga Ellen Ferreira. O casal tem três filhos: Maltom Guilherme, Marlom Henrique e Mardem Eduardo. Doutor em Teologia pelo Unasp, o Pr. José Silvio já trabalhou como distrital, líder de jovens e secretário ministerial, atendendo a igreja nos Estados de Goiás, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, onde atua hoje como Ministerial da Associação Paulistana. É autor do livro Cristo, Nossa Salvação.

Lição 11 - 8 a 14 de setembro "Promessa ap Perseguido"

Lição 11
8 a 14 de setembro



Promessa ao perseguido

Casa Publicadora Brasileira – Lição dos jovens 1132012


“Conscientes disso, oramos constantemente por vocês, para que o nosso Deus os faça dignos da vocação e, com poder, cumpra todo bom propósito e toda obra que procede da fé” (2Ts 1:11).

Prévia da semana: Deus está ciente das injustiças infligidas aos Seus seguidores e reivindicará a fidelidade deles, e punirá seus inimigos quando Cristo voltar.

Domingo, 9 de setembro
cpb - introdução

Promessa ao perseguido



“Devolva minhas chaves!”, gritou minha mãe enquanto corríamos atrás de um homem bêbado que tinha acabado de arrancar as chaves da ignição de nosso carro. Acho que eu não tinha nem oito anos e um medo enorme tomou conta de mim porque eu sabia que estávamos indefesos. Ainda mais assustador era o fato de que ele estava correndo em direção ao mato e estava chovendo forte. Ao seguirmos o homem, fiquei pensando: “O que faremos se esse homem se tornar violento?” Eu sabia que minha mãe e eu não tínhamos condições de lutar. Felizmente, um homem apareceu não sei de onde, rapidamente alcançou o bêbado, empurrou-o para o chão e arrancou da mão dele as chaves do carro.

A situação na igreja de Tessalônica não era muito diferente daquela que minha mãe e eu experimentamos naquele dia chuvoso. Os cristãos daquela localidade estavam constantemente com medo da perseguição, devem ter se sentido impotentes vez ou outra. Por isso, a carta de Paulo foi endereçada a eles.

Os versos iniciais de 2 Tessalonicenses buscam o conforto para os membros da igreja. Nesses versos, Paulo atraiu a atenção deles para dois fatos. Primeiro, o sofrimento deles não duraria para sempre. Deus estava ansioso para intervir e dar fim ao sofrimento deles. Segundo, aqueles que estavam causando dor para os seguidores de Cristo, no tempo devido iriam enfrentar seus próprios problemas. A mensagem de justiça de Deus é de amor. Ele nunca está longe de Seus filhos quando eles são perseguidos.

A perseguição sofrida pela igreja em Tessalônica pode não ser semelhante em todos os aspectos à perseguição que os cristãos enfrentam hoje. Contudo, todos nós experimentamos alguma forma de injustiça de vez em quando. A mensagem do estudo desta semana é esta: Deus acabará com a perseguição, e Seus filhos que sofrem nas mãos de outros receberão justiça. Então, não devemos alimentar ódio no coração contra aqueles que nos perseguem.

Mãos à Bíblia

1. Leia 2 Tessalonicences 1:1, 2. Que esperança e promessa encontramos nessa simples saudação? Quanta teologia, esperança e promessas existem nela? Como podemos aprender a tornar nossa essa esperança?

2. Compare 1 Tessalonicenses 1:1 com 2 Tessalonicenses 1:1, 2. Há uma pequena diferença no texto. Que significado pode ser encontrado nessa diferença?

3. Leia João 1:18 e 14:7-11. Que certeza e esperança podemos tirar desses textos, especialmente à luz de 2 Tessalonicenses 1:1, 2?

Obed Soire | Coffs Harbour, New South Wales, Austrália


Segunda, 10 de setembro
cpb - exposição

Promessa de alívio


Para um povo que estava sendo perseguido por amor a Cristo, Paulo escreveu palavras que oferecem uma esperança de socorro, uma promessa de justiça e uma compreensão de como os problemas atuais se encaixam no quadro completo.

Não tenha medo (Jo 1:18; 2Ts 1:1-4). Paulo iniciou com uma saudação que recomendava os cristãos perseguidos de Tessalônica a Deus, o Pai deles, por quem eles estavam sofrendo aflições. O apóstolo João nos relembra de que adquirimos conhecimento de Deus por meio do Senhor Jesus Cristo (Jo 1:18). Saber que Deus é Pai e protetor, que Ele é justo e Se preocupa com Seus filhos era essencial para a esperança que os cristãos tessalonicenses precisavam ter. Paulo lhes falou sobre a graça e a paz de Deus, Seu amor em ação – um amor que lhes traria certa tranquilidade em meio à aflição deles.

A experiência dos tessalonicenses pode ser a nossa. Nossas provações também nos oferecem oportunidades para enxergar o amor de Deus em ação em nós e por nós. Então, quando reconhecemos Seu amor, temos paz no coração. Essa paz é a marca registrada dos seguidores de Cristo.

O sofrimento gera frutos (2Ts 1:3, 4, 11). Há algo de louvável nos tessalonicenses enquanto eles experimentavam perseguição: a paciência. Paulo não estava se regozijando porque eles estavam sofrendo. Ele se regozijava porque, apesar do sofrimento, eles permaneciam fiéis em Cristo. Eles não estavam amargurados, mas continuavam crescendo em fé e amor. Não estavam sofrendo somente com o fim de sofrer. Ao contrário, o sofrimento deles estava produzindo fruto espiritual. Vale a pena notar que o sofrimento deles não criava separação entre eles. Em lugar disso, o amor que eles tinham uns pelos outros aumentava durante esse tempo de dificuldade.

Uma promessa de alívio (Jo 14:1-3; 2Ts 1:5, 10-12). A perseverança que os tessalonicenses demonstraram durante seus desafios vindica Deus. Mostra que a graça dEle capacita Seu povo a permanecer forte sob circunstâncias difíceis. Além disso, a perseverança deles foi uma resposta ao poder de Deus. Eles valorizavam Aquele em quem acreditavam e eram sustentados por Ele. Enquanto resistiam em suas lutas, Paulo os ajudava a desviar os olhos do imediato e olhar para a promessa da vinda de Cristo (Jo 14:1-3).

Paulo estava simplesmente dizendo que o sofrimento deles não era eterno e que Aquele por quem eles estavam sofrendo viria para pôr fim ao sofrimento deles. Aqui está uma promessa de alívio para a aflição. É uma promessa que podemos compartilhar ao passar por momentos difíceis. Também precisamos ser lembrados de que nossos desafios não durarão para sempre, embora às vezes pareçam durar.

As palavras finais de 2 Tessalonicenses nos dão uma visão da natureza maravilhosa de um Deus abnegado. Ao ter sido Cristo glorificado neles, eles foram glorificados nEle.

Um Deus justo e leal (Rm 2:5; 12:19; 2Ts 1:6-9; Ap 16:4-7). Paulo também prometeu justiça aos tessalonicenses – e que o mal seria destruído. O julgamento de Deus não é preconceituoso nem parcial. Não é limitado na compreensão. O julgamento dEle não é somente contra ações; é também contra os pensamentos e motivos do coração. Felizmente, o julgamento dos perseguidos e dos perseguidores está seguro nas mãos de Deus, pois Ele sabe todas as coisas – as visíveis e as escondidas. Portanto, Ele é capaz de julgar com justiça. Pessoas perseguidas são suscetíveis de sentir a pressão do mal em sua vida. Por isso, Paulo convidou os tessalonicenses a levar a Deus o caso deles, porque somente Ele é justo e leal.

Alegria eterna (2Ts 1:6-10; Ap 20:1-6). Para aqueles que sofrem, Paulo e João dão uma mensagem de dupla importância: (1) todas as pessoas que prosperarem perseguindo os cristãos herdarão ruína eterna; (2) os cristãos que suportarem a perseguição encontrarão alívio e serão conduzidos para a alegria eterna.

Paulo enfatiza que os tessalonicenses são parte dos crentes a quem Cristo receberá quando Ele voltar. Vamos personalizar essas promessas e viver na esperança de ser parte desse mesmo grupo.

Pense nisto

1. Que tipo de fé nos leva a amar os outros? Que tipo de fé nos induz a isolar os outros? Que tipo de fé você acha que tem?
2. Como o julgamento e a vingança de Deus diferem do julgamento e da vingança dos seres humanos?

Mãos à Bíblia

4. Leia 2 Tessalonicenses 1:3, 4. Que princípio espiritual importante encontramos nesses versos em relação à questão da fé? O que acontecerá com a fé se ela não crescer?

Paulo se sentia obrigado a agradecer a Deus pelos tessalonicenses porque a fé deles estava se tornando cada vez mais forte. Enquanto isso, o amor de uns pelos outros também estava crescendo. Uma das razões para essas afirmações é que a igreja em Tessalônica continuava a ser perseguida. Paulo elogiou particularmente sua “paciência” em aflição. O resultado do crescimento dos cristãos na fé e no amor foi que a coragem deles diante da aflição se tornou uma fonte de alegria para os apóstolos entre todas as igrejas que visitavam. Os tessalonicenses se tornaram um modelo do comprometimento cristão sob ataque.

Elvis Mogoi | Wilmington, Delaware, EUA


Terça, 11 de setembro
cpb - testemunho

Treinando para a corrida


Existem muitos programas disponíveis que ajudam a treinar pessoas para participar de corridas. Todos os programas oferecem procedimentos que asseguram sucesso. Todos os que usaram esses programas sabem que os participantes têm responsabilidades a cumprir. Por exemplo, alguns programas dirão que você precisa beber um litro de água por dia.

Ao escrever para a igreja de Tessalônica, Paulo compartilhou um programa de treinamento. Dois elementos importantes nesse programa envolvem ficar conectado a Cristo e desejar o bem maior do evangelho. Ellen G. White declara: “Quando a mente de um homem é posta em comunhão com a mente de Deus, o finito com o Infinito, o efeito sobre o corpo, a mente e a alma vai além do admissível. Em comunhão tal é encontrada a mais alta educação. É o método de desenvolvimento usado por Deus. ‘Reconcilia-te, pois, com Ele’, é a mensagem do Senhor à humanidade’ (Jó 22:21)” (Atos dos Apóstolos, p. 126). Isso não significa que estar envolvido na comunidade da igreja será fácil. Também não significa que os cristãos que estão cultivando novos solos para semear as sementes do evangelho terão facilidade.

Certo dia, um pai estava treinando os filhos gêmeos de três anos de idade para conduzir suas bicicletas com segurança numa trilha. Toda vez que eles chegavam à parte íngreme, um dos dois conseguia continuar enquanto o pai dizia: “Pedale! Pedale! Pedale!” O outro filho ficava com medo da subida, então ele simplesmente ia junto até que ele começasse a voltar de costas, porque não podia pedalar mais. O pai, andando atrás dele, o empurrava na subida, encorajando-o a pedalar.

Nossa jornada espiritual é cheia de subidas e montanhas que precisamos escalar. Estar conectados a Deus em todos os aspectos de nossa vida dá a essa jornada uma fonte perene de encorajamento e esperança. Isso não significa que a corrida vai ser fácil, mas nos ajuda a nos concentramos no prêmio que nos é prometido (Hb 12:1, 2).

Pense nisto

1. Se estar com Jesus é seu prêmio, e a vida cristã é sua corrida, como você está treinando para ela?
2. Existe alguma desculpa válida para não treinar? Explique sua resposta.

Mãos à Bíblia

5. Qual é a mensagem de 2 Tessalonicenses 1:5, 6? Que promessas encontramos ali?

Em 2 Tessalonicenses 1:5, 6, portanto, Paulo lembrou os perseguidos tessalonicenses que, no futuro, o “justo juízo de Deus” (RC) demonstraria que o Senhor os aprovava no presente. Mais do que isso, sua paciência e fé em face da provação confirmava que Deus os havia escolhido. Dessa forma, o sofrimento cristão pode ser a base para a alegria (1Ts 1:6, 7). Essa é uma evidência prática do lado em que estaremos quando Jesus voltar.

O verso 5 mostra o justo juízo de Deus em Sua aprovação dos tessalonicenses. O verso 6 mostra isso na condenação e destruição de seus perseguidores. Em ambos os casos, o juízo será, no fim do tempo, o resultado da conduta do presente.

Zacharia Atinda | San Antonio, Texas, EUA

Quarta, 12 de setembro
cpb - evidência

O juízo justo de Deus



Paulo fundou a igreja em Tessalônica em sua segunda viagem missionária (At 17:1-9). Embora ele não pudesse passar muito tempo com eles porque estava sendo perseguido por outros judeus, a igreja que ele deixou estava bem viva e ativa. Até mesmo a perseguição, tanto de dentro quanto de fora da igreja, não pôde desmotivar a alegria daqueles cristãos. A grande preocupação de Paulo por essa congregação inspirou sua segunda carta para ela. Ele fortaleceu a fé dos crentes ao chamar a atenção deles para o justo juízo de Deus e a glória futura que aguarda todos os crentes.

Geralmente, quando vemos prosperar alguém que faz coisas ruins para o povo de Deus, achamos que Deus está ausente e questionamos a justiça de Seu julgamento. Paulo, Silvano e Timóteo, contudo, tinham uma perspectiva interessante. Eles acreditavam que uma resposta fiel e paciente à perseguição era evidência do juízo justo de Deus. Embora a justiça divina também envolva retribuição ou recompensa (v. 6), não devemos nos esquecer de que o justo juízo divino começa com Seu povo (1Pe 4:17). A justiça divina era evidente na igreja de Tessalônica quando aumentou a perseguição, levando-os ao grande crescimento da fé e do amor. Em lugar de ter a fé diminuída, a perseguição foi para eles um refinador, queimando as impurezas, trazendo à tona um metal puro e precioso.

Então, em meio à perseguição, nossas expectativas devem ser altas porque Deus vingará nosso sofrimento e, quando Ele voltar em Sua glória com todos os anjos, seremos apresentados diante dEle sem mácula por causa do Seu próprio sangue derramado por nós.

Pense nisto

1. Como cristãos que aguardam a segunda vinda de Cristo, como devemos responder a todas essas formas de perseguição, tanto de dentro quanto de fora da igreja?
2. Quais princípios bíblicos nos ajudam a permanecer firmes quando somos perseguidos?


Mãos à Bíblia

6. Leia 2 Tessalonicenses 1:7-9. Qual é a principal razão para a destruição dos ímpios no momento da segunda vinda de Jesus? Como devemos entender esses versos com a ideia de Deus sendo cheio de amor, graça e perdão?

Muitas pessoas se sentem desconfortáveis com a linguagem desses versos. Elas entendem que “retribuir” (NVI), vingança, castigo e a aplicação de sofrimento são coisas indignas de um Deus de amor, graça e misericórdia. Mas exatamente punição e retribuição são temas frequentes de Paulo (Rm 2:5; 12:19). O apóstolo é inequívoco: a justiça de Deus um dia se manifestará poderosamente. Ele fará o que for preciso para acabar com a violência e a opressão.

7. Leia Apocalipse 16:4-7 e Daniel 7:21, 22. Que semelhanças existem entre esses versos e o que Paulo escreveu em 2 Tessalonicenses 1:7-9?

Yaw Adu-Gyamfi | Newark, Delaware, EUA


Quinta, 13 de setembro
cpb - aplicação

Confirmação cristã


Paulo tinha talento para encorajar os crentes que encontrava em suas viagens missionárias. Por seu exemplo, podemos aprender a fazer o mesmo. Primeiramente, ele dedicava tempo para orar por eles e escrever cartas para lhes fortalecer a fé. Apesar da lentidão dos meios de comunicação eram lentos, e do fato de que ele mesmo enfrentava tempos difíceis, jamais se desesperou. Em seu coração, ele considerava a vida espiritual dos crentes mais importante que qualquer outra coisa.

Ser novo na fé, às vezes, é como ser um estranho em terras estrangeiras. Pode significar perder velhos amigos, abandonar costumes e hábitos antes prazerosos e até mesmo, em alguns casos, membros queridos da família. Fora isso, um novo cristão precisa aprender a viver de acordo com valores e crenças cristãs. Em suas cartas às igrejas, Paulo encorajou os cristãos a se encontrar regularmente e encorajar uns aos outros com seus testemunhos, palavras bondosas, e compartilhar sua fé. Podemos fazer o mesmo.

A determinação de Paulo rendeu uma grande colheita. Da mesma forma, precisamos nutrir os novos crentes que o Senhor nos dá. Vamos encorajá-los, orar por e com eles, e amá-los para que saibam que fazem parte da família.

Tomar para si a tarefa da afirmação cristã é muito recompensador. Torna-nos parte do plano da salvação, ajuda-nos a apreciar o modo de Deus trabalhar por meio de nós, a despeito de nossas fraquezas. Abranda nossos pesares ao nos trazer grande realização. E, como se não bastasse, tornamo-nos o sal da Terra. As pessoas veem Cristo em nós e desejam ter o que nós temos.

Estamos vivendo nos últimos dias. O campo é vasto e os trabalhadores são poucos. Saiamos pelas estradas e atalhos e proclamemos as boas-novas da segunda vinda. Possa o Senhor nos conceder a graça e a força para realizar Sua obra, para que Ele venha e nos leve ao lar.

Pense nisto

1. Se você fosse um novo crente, de que maneiras gostaria de ser confirmado?
2. Por que a confirmação não é algo comum?

Mãos à Bíblia

8. Leia 2 Tessalonicenses 1:10-12. O que significa a declaração de que Jesus Cristo será glorificado em Seus santos?

9. Como Paulo instruiu os crentes a se prepararem para a segunda vinda de Jesus? 2Ts 1:11

Com o verso 10, Paulo terminou de falar sobre os ímpios e voltou-se novamente para o destino dos justos na segunda vinda de Cristo. Nos versos 10 a 12, a glória de Jesus é revelada no caráter dos que creem nEle. Paulo se alegrou porque suas orações e esforços pelos tessalonicenses serão vindicados na vinda do Senhor (compare com 1Ts 2:19, 20)

Betty e Justin Bonuke | Jersey City, New Jersey, EUA


Sexta, 14 de setembro
cpb - opinião

Cruz ou coroa?


O primeiro capítulo da segunda carta aos tessalonicenses é cheio de esperança e conforto para os crentes. Ali, Paulo pintou um quadro das sete recompensas que aguardam os irmãos perseguidos: (1) sua paciência na fé opera tolerância (v. 4); (2) sua perseguição é um sinal do justo juízo de Deus (v. 5); (3) eles foram contados como dignos de herdar o reino de Deus (v. 5); (4) a promessa de Deus para recompensar a tribulação aos seus opressores (v. 6); (5) descanso da aflição na vinda do Senhor (v. 7); (6) Cristo será glorificado por meio dos Seus santos (v. 10); (7) oração por eles “para que o nosso Deus os faça dignos da vocação e, com poder, cumpra todo bom propósito e toda obra que procede da fé” (v. 11).

Essas recompensas suscitam a memória do grande conflito que começou no Céu entre Lúcifer e Deus. Esse conflito está por trás de todos os poderes das trevas que perpetraram o tempo de angústia que antecede o fim da provação. Em breve enfrentaremos coisas piores do que aquelas às quais Paulo se referiu. Contudo, Jesus nos conforta por meio de João, o revelador: “Não tenha medo do que você está prestes a sofrer. O diabo lançará alguns de vocês na prisão para prová-los, e vocês sofrerão perseguição durante dez dias. Seja fiel até a morte, e Eu lhe darei a coroa da vida” (Ap 2:10).

Deus é capaz de usar as aflições de Seus santos para purificar para Si uma igreja sem mancha nem defeito. A perseguição anima os santos a apresentar uma frente unida contra o diabo, enquanto Jesus, o poderoso capitão, os conduz à vitória. “Se resistirmos ao sofrimento, se formos fiéis mesmo diante da morte, nos é prometida a coroa da vida. Somente realezas usam coroas. Jesus é o Rei dos reis e, como herdeiros do reino de Deus, não temos coroa aqui, mas teremos uma cruz. A cruz trará sofrimento e talvez morte, mas no reino de Deus a cruz será substituída por uma coroa.”*

* William L. Barclay, By His Spirit (Washington, DC: Review and Herald, 1972), p. 288.

Pense nisto

1. Que preparo deveríamos fazer para a perseguição que se aproxima? A quais promessas bíblicas podemos nos apegar durante essas tribulações?
2. Quando o inimigo atacar, qual deve ser nossa resposta?
3. Qual deve ser nossa atitude para com aqueles que nos perseguem?

Mãos à Obra

1. Memorize uma passagem bíblica como o Salmo 91, que nos assegure a promessa de Deus de estar com Seu povo em todas as situações.
2. Pesquise o assunto da perseguição religiosa. Onde ela pode ser encontrada hoje? Ore por aqueles que a estão experimentando.
3. Cante o hino “Até então”, nº 555 do Hinário Adventista do Sétimo Dia.
4. Faça uma lista das vezes em que você foi maltratado pelos outros. Peça a Deus que o ajude a se esquecer de qualquer ressentimento que você ainda sentir. Então, simbolicamente, liberte seu coração queimando essa lista, enterrando-a ou colocando-a num triturador de papel.
5. Reflita no que os cristãos deveriam estar fazendo agora para se prepararem para a perseguição dos últimos dias. Registre suas ideias.
6. Pesquise na internet para saber como está a perseguição aos cristãos no mundo hoje.

Thomas Makini | Bethlehem, Pennsylvania, EUA

Lição 11 - 8 a 15 de setembro - "Promessa aos Perseguidos"

Lição 11
8 a 15 de setembro



Promessa aos perseguidos (2Ts 1:1-12)

Casa Publicadora Brasileira – Lição 1132012




Sábado à tarde
Ano Bíblico: Ez 36–38

VERSO PARA MEMORIZAR: “Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da Sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé” (2Ts 1:11).

Leituras da semana: 2Ts 1:1-12; Jo 1:18; Rm 2:5; 12:19; Ap 16:4-7; 20:1-6; Jo 14:1-3

Pensamento-chave: A segunda vinda de Jesus é o clímax de toda esperança cristã.

Visto que a comunicação era tão demorada, quando os membros de uma igreja quisessem falar com Paulo, tinham que localizá-lo e enviar uma mensagem para ele, o que nem sempre era um processo fácil, com certeza. Uma vez que o contato fosse finalmente feito, o apóstolo ditava uma resposta e a enviava em mãos para a igreja. O processo podia levar meses. Enquanto isso, falsas crenças tinham tempo de se desenvolver e se espalhar.

Isso parece ter acontecido em Tessalônica, onde novos problemas surgiram na igreja. Esses problemas podem até ter aumentado devido à aplicação errada do que Paulo havia escrito na primeira carta. A segunda carta aos Tessalonicenses foi a tentativa de ajudar a corrigir a situação.

Na lição desta semana, as palavras de Paulo se resumem ao seguinte: na segunda vinda de Jesus, os crentes serão resgatados pela intervenção espetacular de Deus em Cristo. Essa passagem provê mais informações sobre a natureza de Sua vinda.

Domingo
Ano Bíblico: Ez 39–41

Saudações novas (2Ts 1:1, 2)


1. “Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo, graça e paz a vós outros, da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo” (2Ts 1:1, 2). Quanta teologia, esperança e promessas existem nessa saudação? Como podemos aprender a tornar nossas essa esperança e promessas?

Como fez tantas vezes, Paulo falou sobre graça e paz. Em certo sentido, elas não estão relacionadas? A compreensão da graça de Deus e a promessa de perdão em Jesus não devem levar paz à nossa vida? É fundamental que, não importando as circunstâncias, todos tomemos tempo para meditar na maravilhosa provisão de salvação feita por nós e na graça a nós oferecida, independentemente de nossa indignidade. Existe melhor maneira de experimentar a paz prometida? Precisamos tirar o foco de nós mesmos e colocá-lo em Jesus e no que recebemos nEle.

2. Compare 1 Tessalonicenses 1:1 com 2 Tessalonicenses 1:1, 2. Há uma pequena diferença no texto. Que significado pode ser encontrado nessa diferença?

Há uma diferença entre 1 e 2 Tessalonicenses. Paulo mudou de “em Deus Pai” (1 Ts 1:1) para “em Deus, nosso Pai” (2Ts 1:1). Isso adiciona um toque relacional. Há pessoas que se sentem próximas de Jesus, mas têm medo de Deus, o Pai. Paulo assegurou aos tessalonicenses que eles podiam ter tanta confiança em seu relacionamento com o Pai como confiavam em Jesus. Cristo veio ao mundo para nos mostrar como é o Pai.

3. Leia João 1:18 e 14:7-11. Que certeza e esperança podemos tirar desses textos, especialmente à luz de 2 Tessalonicenses 1:1, 2?

Segunda
Ano Bíblico: Ez 42–44

Ação de graças de Paulo (2Ts 1:3, 4)


Paulo tinha uma tendência para frases longas. O texto de 2 Tessalonicenses 1:3-10 é uma única frase que enfatiza principalmente os eventos em torno da segunda vinda de Jesus. A parte central da frase, no entanto, não focaliza a vinda de Cristo: “Constantemente somos obrigados a dar graças a Deus a respeito de vocês” (2Ts 1:3, tradução do autor). Os comentários de Paulo sobre a vinda de Jesus (2Ts 1:6-10) são parte da razão pela qual ele agradecia a Deus a respeito dos tessalonicenses.

4. Leia 2 Tessalonicenses 1:3, 4. Que importante princípio espiritual encontramos nesses versos em relação à questão da fé? O que acontece com a fé quando ela não cresce?

A principal expressão de 2 Tessalonicenses 1:3-10 é “Somos obrigados”, ou “Devemos” dar graças a Deus. Paulo se sentia obrigado a agradecer a Deus pelos tessalonicenses porque sua fé estava se tornando cada vez mais forte. Enquanto isso, o amor de uns pelos outros também estava crescendo. No original, os dois verbos estão no tempo presente. Isso significa que seu crescimento na fé e no amor era consistente e contínuo. Esse tipo de crescimento é fundamental para toda igreja sadia. Como uma planta, se uma igreja não crescer espiritualmente, ela vai morrer.

Paulo continua apresentando uma significativa crítica à igreja nos capítulos 2 e 3 dessa epístola. Mas ele sabe que as pessoas precisam de muita afirmação antes que possam lidar com as críticas de forma construtiva. Ele oferece esse tipo de afirmação no capítulo 1.

Uma das razões para essas afirmações é que a igreja em Tessalônica continuava a ser perseguida. Paulo elogia particularmente sua “paciência” em aflição. Em vez de fé, esperança e amor, Paulo fala sobre a fé, o amor e a paciência deles. O fato de que, nesse texto, a “paciência” substitui a “esperança”, levou Paulo à sua exposição sobre a segunda vinda de Jesus mais adiante no capítulo.

O resultado do crescimento dos cristãos na fé e no amor foi que a coragem deles diante da aflição se tornou uma fonte de alegria para os apóstolos entre todas as igrejas que eles visitavam. Os tessalonicenses se tornaram modelo do comprometimento cristão sob ataque.

Como as provas e aflições podem aumentar nossa fé? Ao mesmo tempo, quem já não lutou para manter a fé justamente por causa das provações?

Terça
Ano Bíblico: Ez 45–48

Sofrimento como sinal do fim (2Ts 1:5, 6)


O texto de 2 Tessalonicenses 1:5-10 em grego lembra o Antigo Testamento (a Bíblia da maioria dos cristãos do Novo Testamento era a Septuaginta, uma tradução grega pré-cristã do Antigo Testamento). A carta de 2 Tessalonicenses apresenta muito mais referências ao Antigo Testamento do que 1 Tessalonicenses.

5. Qual é a mensagem de 2 Tessalonicenses 1:5, 6? Que promessas encontramos ali?

A palavra sinal evidente (RA) ou prova (RC) significa “demonstração” ou “indicação clara” de alguma coisa. O que a perseguição aos cristãos (v. 4) prova? Certamente, ela não é evidência do juízo de Deus contra Seu povo. Ao contrário, é um indicador do futuro juízo, no qual o povo de Deus será vindicado e aqueles que o perseguiram receberão o mesmo tipo de experiência que infligiram sobre os outros.

Há uma mensagem aqui para nós. Violência gera violência, e os que a usam têm razão para temer o futuro. O juízo de Deus endireitará as coisas. Aqueles que perseguem o povo de Deus enfrentarão um dia a justiça divina. Mas os que experimentam a injustiça por causa de sua fé podem olhar confiantemente para o futuro juízo de Deus. Nesse dia, será evidente a todos que eles eram objetos do favor de Deus.

O Novo Testamento incentiva os crentes a demonstrar graça, misericórdia e perdão para com os outros. Mas quando essas ações são rejeitadas e retribuídas com maldições, ataques e prisão, é encorajador saber que a injustiça não durará para sempre. Assim, os santos de Deus são convidados a ter paciência (Ap 14:12).

Em 2 Tessalonicenses 1:5, 6, portanto, Paulo lembrou os perseguidos tessalonicenses de que, no futuro, o “justo juízo de Deus” (RC) demonstrará que o Senhor os aprovava. Mais que isso, sua paciência e fé em face da provação confirmavam que Deus os escolheu. Dessa forma, o sofrimento cristão pode ser a base para a alegria (1Ts 1:6, 7). Essa é uma evidência prática do lado em que estaremos quando Jesus voltar.

O verso 5 mostra o justo juízo de Deus ao aprovar os tessalonicenses. O verso 6 mostra isso na condenação e destruição de seus perseguidores. Em ambos os casos, o juízo refletirá, no fim do tempo, nossa conduta no presente.

Você já foi prejudicado, e os culpados aparentemente não receberam nenhuma punição? Que conforto você pode encontrar nas promessas do juízo de Deus? Considere outra questão: você tratou as pessoas de maneira perversa, injusta e não foi punido (pelo menos até agora)? Como você vê as promessas do juízo de Deus no tempo do fim?

Quarta
Ano Bíblico: Dn 1–3

Fogo e destruição (2Ts 1:7-9)


6. Leia 2 Tessalonicenses 1:7-9. Qual é a principal razão para a destruição dos ímpios no momento da segunda vinda de Jesus? Como devemos entender esses versos com a ideia de Deus sendo cheio de amor, graça e perdão?

Muitas pessoas se sentem desconfortáveis com a linguagem desses versos. Elas sentem que “retribuir” (NVI), vingança, castigo e a aplicação de sofrimento são atitudes indignas de um Deus de amor, graça e misericórdia. Mas justamente punição e retribuição são tema frequente de Paulo (Rm 2:5; 12:19). O apóstolo é inequívoco: a justiça de Deus um dia se manifestará poderosamente.

E por que não? Qualquer bom governo no mundo de hoje deve, em algum momento, exercer a força a fim de restringir o mal. Embora a força nem sempre seja violenta (como quando você é parado por ter cometido uma infração de trânsito ou é fiscalizado em relação aos impostos), em alguns casos, especialmente quando os criminosos estão usando violência, eles devem receber uma resposta violenta. Bons governos oferecem uma restrição necessária para que todos vivam juntos, em paz. Muitas vezes, a maldade total não cederá voluntariamente. E, muitas vezes, quanto maior for o poder e a brutalidade do mal, maior será a força necessária para desfazer esse mal.
As imagens desse texto não são bonitas, mas nos asseguram que Deus fará o que for preciso para acabar com a violência e opressão.

7. Leia Apocalipse 16:4-7 e Daniel 7:21, 22. Que semelhanças existem entre esses versos e o que Paulo escreveu em 2 Tessalonicenses 1:7-9?

Por meio de Sua própria experiência, Jesus entende o preço do sofrimento. Você pode crer que Ele exercerá justiça divina, mas sem exagero. A justiça divina resultará em sofrimento, mas nem um pouquinho além do necessário. Se podemos confiar em Deus em qualquer circunstância, podemos acreditar que Sua justiça revelará uma sabedoria que não podemos compreender atualmente.

O objetivo desse texto não é se alegrar na vingança, mas incentivar os prejudicados e oprimidos. O dia da justiça está chegando. Não precisamos fazer justiça com as próprias mãos.

Quinta
Ano Bíblico: Dn 4–6


Glorificando a Cristo (2Ts 1:10-12)


8. Leia 2 Tessalonicenses 1:10-12. O que significa o fato de que Jesus Cristo será glorificado em Seus santos?


A frase completa no texto desta semana (2Ts 1:3-10) apresenta uma série de detalhes importantes sobre a segunda vinda de Jesus. Quando Ele voltar, afligirá os que afligem e proporcionará descanso aos aflitos (2Ts 1:6, 7). Ele descerá do Céu na companhia de anjos poderosos (2Ts 1:7). Ele virá com fogo ardente e executará justiça sobre os que rejeitaram a Deus e ao evangelho de Jesus Cristo (2Ts 1:8). Os ímpios serão destruídos (2Ts 1:8, 9), enquanto os justos glorificarão a Cristo (2Ts 1:10).

Os eventos da segunda vinda de Cristo criarão as condições para o milênio, período em que a Terra ficará desolada durante mil anos (Ap 20:1-6). Embora o texto desta semana não diga o que acontecerá com os justos, 1 Tessalonicenses 4:16, 17 nos diz que os salvos se unirão a Jesus nos ares em Sua vinda. Além disso, João 14:1-3 indica que Jesus levará os justos com Ele para o Céu.

9. Como Paulo instruiu os crentes acerca da preparação para a segunda vinda de Jesus? 2Ts 1:11


Com o verso 10, Paulo terminou de falar sobre os ímpios e voltou-se novamente para o destino dos justos na segunda vinda de Cristo. Nos versos 10-12, a glória de Jesus é revelada no caráter dos que creem nEle. Paulo se alegrou porque suas orações e esforços pelos tessalonicenses serão vindicados na vinda do Senhor (compare com 1Ts 2:19, 20).

Aqui, o apóstolo preparou o cenário para o capítulo 2, no qual ele argumenta que o dia do Senhor ainda não chegou. Se tivesse chegado, haveria fogo ardente, destruição dos perversos e plena glorificação de Jesus aos olhos de todos.

No texto de hoje, Paulo intercala normalmente os termos Deus e Jesus, usando os dois de modo alternado. De acordo com a inspiração, Jesus é Deus. Esse ensinamento é muito importante para nós. Quanto maior é Jesus, mais poderosa é a Sua salvação e mais clara a visão de Deus que recebemos ao contemplar Sua vida, morte, ressurreição e segunda vinda. Se Jesus é verdadeiramente Deus, o Pai é igual a Ele.

Como podemos aprender a cuidar da nossa vida diária, mas sem perder a expectativa da vinda do Senhor? No ritmo da vida, por que é tão fácil esquecer a vinda de Jesus? Como podemos aprender a manter essa promessa maravilhosa diante de nós, enquanto cuidamos dos negócios, dando a essa promessa o tempo, a atenção e a importância merecidos?

Sexta
Ano Bíblico: Dn 7–9

Estudo adicional


A Bíblia foi escrita por homens inspirados, mas não é a maneira de pensar e expressar-se de Deus. Esta é da humanidade. Deus, como escritor, não Se acha representado. Os homens dirão muitas vezes que tal expressão não é própria de Deus. Ele, porém, não Se pôs à prova na Bíblia em palavras, em lógica, em retórica. Os escritores da Bíblia foram os instrumentos de Deus, não Sua pena. ...

“Não são as palavras da Bíblia que foram inspiradas, mas, sim, os homens. A inspiração não atua nas palavras do homem, nem em suas expressões, mas no próprio homem que, sob a influência do Espírito Santo, é possuído de pensamentos. ...” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 21).

“Em sua segunda carta, Paulo procurou corrigir a má interpretação de seu ensino e expor perante eles sua verdadeira posição” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 264).

Perguntas para reflexão
1. A verdade das Escrituras se revela mais por meio do estudo intensivo de palavra por palavra ou por meio dos temas amplos que podemos observar pela leitura extensa? Ou há tempo e lugar para ambos? Comente com a classe.
2. Com base nas palavras de Ellen White a respeito de como funciona a inspiração, como podemos compreender o “elemento humano” que às vezes aparece na Bíblia?
3. Será que a ideia da segunda vinda de Jesus o assusta, ou lhe traz esperança?
4. Por mais verdadeira que seja a ideia de que as provações podem fortalecer nossa fé e caráter, o que você diria às pessoas cujas aflições as tornam amargas, ressentidas e iradas?

Resumo: Paulo se alegra pela maneira em que os crentes de Tessalônica permanecem fiéis, apesar das muitas aflições. Ele os encoraja enfatizando a grande mudança que ocorrerá na segunda vinda de Jesus. Não importa o que aconteça agora, temos a promessa de que Deus executará Sua justiça.

Respostas sugestivas: 1: Os apóstolos tinham certeza de que, apesar das aflições, os tessalonicenses estavam na graça de Deus, que resultava em paz; acreditando no poder da graça, podemos viver com esperança. 2: Na primeira saudação está a expressão “Deus Pai”; na segunda, a expressão é “Deus, nosso Pai”, indicando que a igreja deveria ter um relacionamento de confiança e amor com o Filho e com o Pai, sem medo do Pai. 3: O Filho revelou quem é o Pai; o que o Filho fez, foi feito com a participação do Pai. O caráter e amor do Pai foram demonstrados pelo Filho; a graça e a paz concedidas pelo Pai e pelo Filho; a igreja podia confiar nos dois. 4: É necessário e natural que haja crescimento na fé, no mútuo amor cristão e na perseverança em meio às tribulações; essa experiência é motivo de gratidão. 5: A perseverança em meio ao sofrimento é um sinal da justiça de Deus na vida do cristão, confirmando sua recompensa eterna e o castigo dos perseguidores. 6: Não conheceram a Deus de modo pessoal e não obedeceram ao evangelho; por isso perseguiram os servos de Deus; por causa da grande diferença entre seu caráter e a glória de Deus, serão consumidos. 7: Os que perseguiram a igreja de Deus, derramando sangue inocente, sofrerão as consequências do juízo divino, nas sete pragas e no fogo destruidor, na segunda vinda de Jesus. 8: Jesus será exaltado e glorificado pela salvação dos que O aceitaram e pela atitude de louvor e adoração ao Seu nome; Ele será glorificado eternamente em todo o Universo. 9: Os crentes deviam orar para que Deus os tornasse dignos da sua vocação e cumprisse com poder todo propósito de bondade e obra de fé.