terça-feira, 6 de março de 2012

Meditação Diária - 04 á 10 de Março




Meditação Diária
  
4 de março Domingo

A Graça é uma Festa

“Vamos festejar! Vamos alegrar-nos! Meu filho está aqui. Foi dado como morto e agora está vivo! Foi dado como perdido e agora foi encontrado!” E eles começaram a festejar e alegrar-se. Lucas 15:23, 24, The Message

A graça é uma festa. Parece espantoso, até surpreendente. Mas foi isso que Jesus ensinou.

É assim. Estamos aqui. Talvez nunca estivéssemos, mas estamos porque a festa não seria completa sem a nossa presença. No mundo acontecem coisas lindas e terríveis, mas Deus diz: “Não tema. Estou ao seu lado. Nada pode nos separar. Eu criei o Universo para você. E o amo.”

Essas palavras parecem espantosas demais para serem verdadeiras, mas de fato são. A parábola mais famosa de Jesus, uma história muito apreciada ao redor do mundo em todas as eras, fala a respeito de um pai amoroso e seus dois filhos.

Os pregadores geralmente se referem a essa história como “A Parábola do Filho Pródigo”, mas essa é, na verdade, a história de dois filhos. O mais jovem se entregou aos prazeres da juventude, voltou esfarrapado para o lar e foi aceito. Mas o irmão tinha uma série de problemas diferentes. No fim da história, está do lado de fora da casa, discutindo com o pai, enquanto o mais jovem está seguro dentro do lar.

Assim como muitas parábolas de Jesus, essa possui um fim surpreendente. Ela inverte a escala de valores humanos. Um filho, o “bonzinho”, trabalhou arduamente e nunca fez nada que manchasse o nome da família. Mas ele não “entendeu”.

A graça é algo que você nunca poderá obter por esforço próprio; você pode apenas recebê-la de presente. Não há como merecê-la ou comprá-la. É um presente. Assim como qualquer outro presente, a graça pode ser nossa apenas se estendermos a mão e a aceitarmos.

O personagem principal da história, no entanto, não é nenhum dos filhos, mas o pai. Ele nunca desiste dos filhos, nunca deixa de esperar e aguardar. E no momento em que o filho pródigo aparece, ele corre para encontrá-lo, reprime suas declarações de tristeza e manda buscar a melhor roupa e o anel.

E dá uma festa.

Espantoso, mas real. A graça é uma festa.

5 de março Segunda

Recebendo de Graça

Vocês receberam de graça; deem também de graça. Mateus 10:8

Não sei o que é mais difícil – dar ou receber gratuitamente. Os seres humanos dão esperando sempre algo em troca; Deus não age assim. Os seres humanos recebem sempre procurando introduzir um elemento de mérito ou valor pessoal; Deus fica contente em receber-nos exatamente como somos.

Para nós, é muito difícil receber sem merecer. No fim do filme, no momento em que aparecem os créditos, queremos sempre que nosso nome apareça, mesmo as letras sendo tão miúdas.

No Antigo Testamento, há uma história muito conhecida mesmo entre as crianças e relembrada em algumas canções – a cura de Naamã, o comandante do exército da Síria. Uma menina israelita levada cativa por Naamã falou a respeito de um grande profeta de seu país, famoso por realizar milagres. Certamente ele poderia ajudar seu mestre! Assim, Naamã partiu para Israel acompanhado de servos para carregar os presentes que levava consigo. Após um encontro contencioso com o rei de Israel e ter que engolir o orgulho, Naamã por fim concordou em fazer aquilo que Eliseu, que não lhe falou pessoalmente, prescreveu para ser curado: banhar-se sete vezes no rio Jordão. E uma das canções enfatiza que, ao sétimo mergulho, Naamã foi curado.

Mas o restante da história raramente recebe atenção. Eliseu tinha um servo muito ambicioso, Geazi. Depois de ser curado, Naamã quis a todo custo presentear Eliseu. O profeta, porém, recusou aceitar qualquer coisa; o milagre havia sido realizado por Jeová, não por Eliseu. Unicamente Deus era digno do louvor e do crédito.

Assim, Naamã partiu para seu país, levando consigo todos os presentes de volta. O servo Geazi decide resolver a questão à sua maneira. Até aqui Geazi havia sido apenas um mero espectador na história, testemunhando Naamã ser curado e depois as tentativas inúteis de recompensar Eliseu. Geazi pensou: Isso não está certo! Naamã recebeu o presente da cura e, por isso, deve dar algo em troca. Eliseu é bobo de não aceitar seus presentes.

Geazi corre atrás de Naamã e seus servos. Ao alcançá-los, mente e diz a Naamã que Eliseu havia mudado de ideia e que finalmente havia decidido aceitar os presentes. Com muita alegria, Naamã lhe entregou o dinheiro e os trajes finos, mas o presente se transformou numa maldição no momento em que a lepra de Naamã passou para o ambicioso Geazi.

Não é fácil receber gratuitamente. Mas essa é a essência do evangelho. Não oferecemos nada; recebemos tudo.

6 de março Terça

O Cristo Atemorizante

Assim como houve muitos que ficaram pasmados diante dEle; Sua aparência estava tão desfigurada, que Ele Se tornou irreconhecível como homem; não parecia um ser humano; de igual modo Ele aspergirá muitas nações, e reis calarão a boca por causa dEle. Isaías 52:14, 15

O Cristo atemorizante? Essa ideia parece impossível! Conhecemos o Cristo gentil, o Cristo bondoso, o Cristo resoluto, o Cristo crucificado, mas não o Cristo atemorizante. Mas é exatamente assim que Isaías, o profeta evangelista, resumiu o ministério de Jesus nessa passagem impressionante.

Jesus, segundo a Bíblia, atemoriza em dois aspectos. Primeiro, Ele causa pavor devido à Sua aparência, que está tão desfigurada que Ele nem aparenta mais um ser humano. Com essas poucas palavras, Isaías descreve o sofrimento de Jesus registrado nos quatro Evangelhos 700 anos mais tarde. Mateus, Marcos, Lucas e João contaram que Jesus foi espancado, cuspido e que uma coroa de espinhos foi cravada em Sua cabeça. Eles registraram especialmente que os soldados romanos O chicotearam, o que certamente foi o momento mais doloroso de toda a violência a que Ele foi submetido. “O chicote romano (phragellion, do latim flagellum) era um instrumento cruel de tortura. Em suas tiras de couro costumava-se prender pedaços de metal ou de ossos para aumentar o sofrimento. [...]

A vítima era despida até a altura da cintura, geralmente presa a um poste com as mãos atadas uma à outra, e chicoteada nas costas com golpes dilacerantes. Eusébio (Hist. Eccl. iv. 15) registrou que os mártires de Esmirna, torturados por volta de 155 d.C., foram espancados com tamanha crueldade que as veias, os músculos e os tendões foram expostos, até mesmo as entranhas ficaram à vista” (Seventh-day Adventist Bible Dictionary [1979], p. 988).

Jesus suportou tudo isso e muito mais. Por mais intensa que tenha sido a dor física que Ele suportou, pior ainda foi o fato de a face do Pai ter se ocultado no momento em que o peso do pecado da humanidade foi colocado sobre Seus ombros.

A Bíblia revela, porém, que Jesus atemoriza de outra maneira também. Muitas nações se assombrarão perante Ele; reis ficarão em silêncio diante de Sua presença. “Nações de todo o mundo temerão, ficarão espantadas, os reis ficarão chocados em silêncio ao vê-Lo” (Is 52:15, The Message). Pois o Jesus do Calvário, submetido a tamanho sofrimento e tortura, é o Filho de Deus, que voltará como Rei dos reis e Senhor dos senhores.

7 de março Quarta

O Cristo Resoluto

Porque o Senhor, o Soberano, me ajuda, não serei constrangido. Por isso eu me opus firme como uma dura rocha, e sei que não ficarei decepcionado. Isaías 50:7

O Cristo de postura firme. Essa é uma imagem que geralmente não temos de Jesus. Estamos acostumados com os generais cuja fisionomia demonstra determinação inflexível – os Pattons, Napoleões e Eisenhowers – mas não Jesus de Nazaré. Preferimos pensar nEle como o Bom Pastor amparando as ovelhas em Seus braços.

Mas a profecia de Isaías se cumpriu na descrição de um dos evangelhos que ecoa as palavras do profeta: “Aproximando-se o tempo em que seria elevado aos Céus, Jesus partiu resolutamente em direção a Jerusalém” (Lc 9:51). Marcos registrou mais detalhes: “Eles estavam subindo para Jerusalém, e Jesus ia à frente. Os discípulos estavam admirados, enquanto os que O seguiam estavam com medo” (Mc 10:32).

Trata-se de uma cena poderosa: Jesus caminha à frente do grupo, talvez desejoso de ficar a sós com Seus pensamentos. Os discípulos O seguem apreensivos. O comportamento de Jesus, agora tão diferente, os deixa surpresos e ansiosos. Sua fisionomia está séria, Seus olhos brilham com intensidade, todo Seu ser transparece determinação. Está decidido e prosseguirá, não importa o preço a ser pago.

O resultado parece inevitável: Jesus escolheu ir a Jerusalém, mesmo ciente de que a rejeição, o desprezo, a traição, a tortura e a morte O aguardavam naquele lugar. Sua vida não era um roteiro a ser seguido; Ele não era um ator, muito menos uma marionete. Ele poderia ter escolhido não ir a Jerusalém e não Se submeter à cruz. Poderia ter abortado Sua missão a qualquer instante. Veio à Terra “com risco de fracasso e ruína eterna” (O Desejado de Todas as Nações, p. 49).

Que Salvador! Que Senhor! O Cristo resoluto ganhou nossa salvação.

E nós, que escolhemos seguir Seus passos hoje, devemos esperar “um mar de rosas”, como diz o ditado? Será que o título que carregamos de “cristão” nos garante uma vida de obediência a Cristo calma, tranquila e confortável? Ou sabemos o que significa ficar firmes como uma dura rocha, determinados a permanecer fiéis a Ele a despeito das consequências?

Paulo conhecia a necessidade de manter uma postura firme. Contra todos os conselhos e advertências, partiu para Jerusalém, ciente de que a prisão e o sofrimento o aguardavam lá.

Isso é graça decidida – a graça do Cristo resoluto.

8 de março Quinta

Estrela de Hollywood?

Ele não tinha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse, nada havia em Sua aparência para que O desejássemos. Isaías 53:2

É impressionante notar que os Evangelhos, que registram a vida e a morte de Jesus de Nazaré em quatro relatos diferentes, não apresentem nenhuma palavra que descreva Sua aparência física. Neles não encontramos nenhuma dica de Sua altura, feição, cor de pele ou cor dos olhos.

De tempos em tempos, os produtores de Hollywood decidem retratar Jesus. Para isso, selecionam sempre um ator de bela aparência. Eles, que atribuem tanto valor ao exterior, não conseguem imaginar que a Pessoa mais influente da história humana não tivesse uma aparência marcante.

Estão completamente errados. Em nenhum lugar dos Evangelhos, ou em qualquer outro lugar da Bíblia, lemos que as pessoas foram atraídas a Jesus por causa de Sua aparência. Muito pelo contrário. Isaías profetizou que o Messias não teria qualquer beleza ou majestade que atraísse os seres humanos, ou qualquer outra característica física que levasse homens e mulheres a desejarem estar com Ele.

O profeta Samuel, enviado por Deus para ungir o rei de Israel, precisou aprender essa lição. “Não considere sua aparência nem sua altura, pois Eu o rejeitei.

O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração” (1Sm 16:7). Assim, o Senhor desconsiderou todos os filhos mais velhos de Jessé, formosos como eram, e escolheu o mais jovem, Davi, um simples adolescente.

Jesus não foi uma estrela de Hollywood. Todas as evidências registradas na Bíblia levam a concluir que Sua aparência era comum. Um comentário de Ellen White, conforme relatado por membros da família, apoia essa conclusão. Ela indicou certo retrato de Jesus como a representação mais próxima daquilo que viu em visão. E nesse retrato Jesus não é uma estrela de Hollywood.

Jesus não tinha uma bela aparência, mas que vida! Essa, sim, foi cheia de beleza. Não foi majestoso fisicamente, mas que caráter! Nenhum ser humano jamais chegou perto de possuir Sua justiça majestosa, repleta de misericórdia, cheia de graça e de verdade.

“O Rei da Glória muito Se humilhou ao revestir-Se da humanidade. [...] Sua glória foi velada, para que a majestade de Sua aparência exterior não se tornasse objeto de atração. [...] Jesus Se propôs que nenhuma atração de natureza terrena levasse homens ao Seu lado. Unicamente a beleza da verdade celeste devia atrair os que O seguissem” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 43).

9 de março Sexta

Broto Saído de uma Terra Seca

Ele cresceu diante dele como um broto tenro, e como uma raiz saída de uma terra seca. Isaías 53:2

Na ocasião em que Abraham Lincoln concorreu à presidência dos Estados Unidos, seus partidários costumavam cantar o seguinte refrão:

O velho Abe Lincoln saiu do deserto,
Do deserto, do deserto,
O velho Abe Lincoln saiu do deserto,
Em Illinois.

Aquela figura alta e melancólica parecia um candidato pouco indicado para liderar a jovem nação norte-americana que enfrentava um de seus maiores testes – a guerra civil por causa da questão da escravidão. Lincoln, no entanto, homem honesto, justo e modesto, continuamente denegrido por membros de seu próprio gabinete, provou ser a pessoa certa para enfrentar aquela situação. Suas convicções inabaláveis mantiveram o Norte na direção certa. Seus discursos públicos, colocados de lado ou menosprezados por seus contemporâneos, estavam repletos de profunda compaixão, justiça e sabedoria.

Abraham Lincoln, sem dúvida o maior presidente dos Estados Unidos, foi um broto saído de uma terra seca.

Mas o que dizer de Jesus, o Filho de Maria? Ele veio de Nazaré, um pequeno vilarejo que carregava uma péssima reputação. “Nazaré? Pode vir alguma coisa boa de lá?”, exclamou o devoto Natanael (Jo 1:46). Os Evangelhos nos dão uma ideia de como eram os vizinhos de Jesus. Na ocasião em que Jesus pregou na sinagoga da cidade, a mensagem não agradou os habitantes de Nazaré. Eles ficaram com raiva, O levaram para fora da cidade e tentaram jogá-Lo do penhasco (ver Lc 4:28-30).

Ainda assim, cometemos o mesmo erro de Natanael. Sem pensar duas vezes, desprezamos alguém por não ter os laços familiares certos, a instrução certa, a cor de pele certa ou a conta bancária certa. Até mesmo sem vê-las, sem mesmo dar-lhes uma chance, tiramos nossas conclusões baseados em preconceitos e ideias preconcebidas.

Para mim, esse pensamento é assustador. O Messias veio de Nazaré. O broto de Deus saído de uma terra seca. Hoje quero que meus olhos sejam abertos para ver o broto de Deus, a despeito da terra.

10 de março Sábado

Belos Pés

Como são belos nos montes os pés daqueles que anunciam boas-novas, que proclamam a paz, que trazem boas notícias, que proclamam salvação, que dizem a Sião: “O seu Deus reina!” Isaías 52:7

Pode ser que alguém discorde, mas nunca pensei nos pés como uma parte bela do corpo. Para mim, os pés pertencem à categoria das “partes menos honrosas” mencionadas por Paulo, mas que nem por isso deixam de ser essenciais ao corpo.

Gosto muito de caminhar. Nos últimos 30 anos também tenho praticado corrida, se bem que com menos frequência à medida que o tempo passa. Noelene e eu sempre começamos nosso dia com uma caminhada e um período de oração no parque. Às vezes caminhamos à tarde. Ao longo dos anos, calculo que demos uma volta ao mundo e um pouco mais. Com 17 maratonas no currículo, mais o tempo gasto em treino, meus pés já percorreram milhares de quilômetros.

Após corridas longas, meus pés parecem que foram surrados. Ao observar as unhas escuras, Noelene sempre me diz:

– Você tem os pés mais feios do mundo!

Ela provavelmente tem razão, mas toda vez essa observação soa como um insulto para meus fiéis suportadores de peso, e um golpe cruel à minha pessoa.

Depois de muita insistência por parte de minha esposa (e, confesso, devido a um calo recalcitrante na planta do meu pé esquerdo que me fazia mancar), cedi e marquei uma consulta com o podólogo. Apreensivo, esperava ouvi-lo dizer: “Uau! Seus pés são realmente feios!” Mas, em vez disso, ele exclamou num tom que quase transpareceu admiração:

– Você tem pés muito fortes.

Até que enfim! Lá no fundo eu sabia. Talvez não sejam bonitos, tudo bem, definitivamente feios, mas fortes. Para que servem os pés, afinal? Quem quer pés bonitos se não forem fortes?

Calma. A Bíblia fala de pés belos. Pés que cruzam as montanhas para levar as boas-novas. Pés que talvez fiquem machucados por terem que percorrer grandes distâncias, caminhos difíceis, rios, geleiras e desertos para proclamar a salvação e dizer: “O seu Deus reina!”

Deus considera belos esses pés surrados. O que eles fazem é mais importante do que correr numa maratona. Esses são como os pés de Cristo, comprometidos em andar em benefício alheio em missões de misericórdia.

Posso ter belos pés.

11 de março Domingo

Calvário

Mas Ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre Ele, e pelas Suas feridas, fomos curados. Isaías 53:5

Não foram os romanos que inventaram a cruz. Mas eles adotaram a ideia e a colocaram em prática por séculos para deter a todo custo a oposição ao império.

A cruz cumpriu muito bem o seu propósito. Foi utilizada na grande maioria das vezes como um meio de execução pública. O inimigo da paz romana era forçado a desfilar pelas ruas, carregando a cruz ou parte dela. Os transeuntes viam – e tremiam diante da cena. O local de execução era público. O objetivo era que todos vissem o destino daqueles que ousavam levantar-se contra Roma! E a morte vinha lentamente. Às vezes, a vítima permanecia vários dias pregada ou amarrada à cruz, até que a exposição ao Sol e a perda de fluidos corporais trouxessem o tão esperado alívio da morte.

Os romanos fizeram grande uso da cruz, mas nunca para executar os compatriotas. Nas ocasiões em que alguns imperadores ignoraram essa restrição, a indignação se espalhou entre o povo e surgiram revoltas. A cruz simbolizava vergonha e humilhação – algo terrível demais para um cidadão romano. O apóstolo Paulo, por exemplo, cidadão romano, não foi crucificado. Ele foi executado pela espada.

Mas Jesus de Nazaré, que não tinha a cidadania romana, podia ser crucificado, e foi. “O imaculado Filho de Deus pendia da cruz, a carne lacerada pelos açoites; aquelas mãos tantas vezes estendidas para abençoar, pregadas ao lenho; aqueles pés tão incansáveis em serviço de amor, cravados no madeiro; a régia cabeça ferida pela coroa de espinhos; aqueles trêmulos lábios entreabertos para deixar escapar um grito de dor.

“E tudo quanto sofreu – as gotas de sangue a Lhe correr da fronte, das mãos e dos pés, a agonia que Lhe atormentou o corpo, e a indizível angústia que Lhe encheu a alma ao ocultar-se dEle a face do Pai – tudo fala a cada filho da família humana, declarando: É por ti que o Filho de Deus consente em carregar esse fardo de culpa; por ti Ele destrói o domínio da morte, e abre as portas do Paraíso. Aquele que impôs calma às ondas revoltas, e caminhou por sobre as espumejantes vagas, que fez tremerem os demônios e fugir a doença, que abriu os olhos cegos e chamou os mortos à vida – ofereceu-Se a Si mesmo na cruz em sacrifício, e tudo isso por amor de ti.
Ele, o que leva sobre Si os pecados, sofre a ira da justiça divina, e torna-Se mesmo pecado por amor de ti” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 755, 756).

Adultos(Ler) - Lição 10 Promessa da Oração




Promessa da oração





Sábado à tarde
Ano Bíblico: Dt 21–23

VERSO PARA MEMORIZAR: “À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei; e Ele ouvirá a minha voz” (Sl 55:17).


Leituras da semana: Cl 4:2; Rm 12:12; Mt 26:34-44; Hb 11:6; Tg 4:2; Jo 14:15; 1Ts 4:3


Pensamento-chave: Em muitos lugares na Bíblia o Senhor nos chama a orar porque a oração é um componente essencial da nossa caminhada com Ele.

Ellen White apresentou estas palavras sobre a questão da oração: “Nosso Pai celestial está desejoso de derramar sobre nós a plenitude de Suas bênçãos. É nosso privilégio beber livremente da fonte de Seu ilimitado amor. Como é de admirar, pois, que oremos tão pouco! Deus está pronto para ouvir a oração sincera do mais humilde de Seus filhos, e contudo há tanta relutância de nossa parte, para tornar conhecidas a Deus nossas necessidades! Que pensarão os anjos do Céu, a respeito dos pobres e desamparados seres humanos, sujeitos à tentação, quando o coração de Deus, pleno de infinito amor, se inclina anelante para eles, pronto para lhes dar mais do que sabem pedir ou pensar e, contudo, oram tão pouco, e tão pequena fé exercem! Os anjos têm prazer em se prostrar perante Deus; deleitam-se em estar em Sua presença. Consideram a comunhão com Deus sua mais alta alegria; e, contudo, os filhos da Terra, que tanto precisam do auxílio que só Deus pode dar, parecem satisfeitos em andar sem a luz de Seu Espírito, a companhia de Sua presença” (Caminho a Cristo, p. 94).


Isso resume tudo, não é mesmo?


Prepare-se! No dia 10 de março vamos orar e jejuar por nossos amigos e parentes em toda a América do Sul.

Domingo
Ano Bíblico: Dt 24, 25


O poder da oração


Certo dia, um jovem recebeu uma carta de um antigo colega de trabalho que se havia aposentado alguns anos antes. Os dois trabalhadores, para dizer o mínimo, não tinham se dado bem. O que tinha saído, desde o início havia tratado mal o outro. Mesmo assim, o trabalhador que ainda estava atuando abriu a carta e começou a ler. Entre as palavras estavam as seguintes: “Você sabe, eu não sei como a oração funciona, nunca orei, pelo menos intelectualmente. No entanto, sei que nos ensinaram a orar e nas últimas semanas, enquanto orava, me senti muito culpado pela maneira com que tratei você por todo esse tempo. Vejo que eu estava errado, não agi como cristão e dei um testemunho horrível da minha fé. Sei que deveria ter feito isso há muito tempo, mas sinceramente peço desculpas. Tenho que clamar o perdão de Cristo pelo que fiz, não importando o quanto eu seja indigno, e agora peço seu perdão também.”


De muitas formas, essa história exemplifica o poder da oração. O aspecto mais importante desse poder não é fazer com que Deus mova montanhas, embora isso possa acontecer. Em vez disso, a oração pode causar algo ainda mais miraculoso: pode transformar o coração humano.



Como a pessoa escreveu, a oração nem sempre é fácil de entender. Por que pedir a Deus alguma coisa, se Ele já conhece o assunto? Deus não faz coisa nenhuma sem que primeiramente peçamos a Ele? Nossas orações podem realmente mudar o que o Deus Criador fará?

Quer entendamos como a oração funciona, quer não, uma coisa é certa: sem ela, nossa caminhada com o Senhor está destinada ao fracasso.


1. Qual é a importância da oração? Como receber as bênçãos da oração? Mt 26:41; Lc 18:1; 1Tm 2:8; 1Ts 5:17; 1Pe 4:7; Cl 4:2; Rm 12:12

Sem dúvida, como cristãos, somos instruídos a orar frequentemente. O fato de não entendermos como a oração funciona é, realmente, irrelevante. A maioria das pessoas não entende completamente como outras coisas funcionam, sejam coisas seculares ou sagradas. Se esperássemos até que entendêssemos totalmente todas as questões sobre nossa fé, dificilmente isso seria fé, não é mesmo? A própria palavra fé implica que há elementos além do nosso alcance intelectual. Porém, algo que pode ser testemunhado por qualquer pessoa que ora constante e fervorosamente, de acordo com a vontade de Deus, é que a oração pode transformar nossa vida, e ela fará isso.

Qual é a sua compreensão da oração? Como a oração tem afetado sua vida? Onde você estaria em sua caminhada cristã sem a oração?


Buscar a Deus nas primeiras horas do dia promove o necessário reavivamento espiritual.


Segunda
Ano Bíblico: Dt 26–28


Jesus, o Messias que orava


2. Em que situações Jesus orou? O que podemos aprender com as orações de Jesus?








Jesus, o imaculado Filho de Deus, que era sem pecado, sem culpa, aquele que viveu em perfeita harmonia com a vontade do Pai, tinha obviamente uma poderosa vida de oração. (Os versos acima nem sequer incluem a oração de Jesus em João 17.) Se Jesus precisava orar a fim de lidar com as coisas que enfrentava, quanto mais nós? O exemplo dado por Cristo acerca da oração deixa muito claro que a oração precisa estar no centro de nossa caminhada com o Senhor.


É difícil imaginar alguém tendo qualquer tipo de relacionamento com Deus, sem orar. Se a comunicação é crucial para manter um relacionamento com outras pessoas, quanto mais no relacionamento com Deus? Jesus nos deu o exemplo. Cabe a nós escolher segui-lo.


Sua vida de oração é constante? Você é facilmente desviado da oração? Você ora continuamente ou somente quando está em apuros? Como você pode aprender a tornar a oração mais importante em sua caminhada com o Senhor?

Durante o jejum do dia 10 de março, organize momentos de oração em sua igreja.

Terça
Ano Bíblico: Dt 29–31


A oração da fé


3. O que se requer dos que se aproximam de Deus, para que suas orações sejam agradáveis? Quais crenças devem estar relacionadas com a fé? Hb 11:6

Em certo sentido, a oração é uma forma de se aproximar de Deus, de se abrir para Ele. Não oramos para que Deus conheça as coisas de que precisamos. Afinal, Jesus mesmo disse, no contexto da oração: “Seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem” (Mt 6:8, NVI). Oramos porque a oração é uma forma de exercitar a fé em Deus. É um meio de tornar a fé mais forte, mais real e prática.
A oração fervorosa e inabalável, apresentada com um sentimento de dependência e necessidade, aumenta a fé e aprofunda o relacionamento com Deus. Quem já não experimentou essa verdade?


A oração é uma forma de ajudar a esvaziar a pessoa de si mesma. É um modo de morrer diariamente; um jeito de restabelecer a ligação com Deus em nível muito pessoal, uma forma de se lembrar de que você não pertence a si mesmo, de que foi comprado por preço, e de que, se fosse deixado por si mesmo, seria arruinado e morto neste mundo cheio de poderes e forças que poderiam, em um instante, esmagar você no pó.


4. Muitas vezes ouvimos a frase “buscar o Senhor em oração.” O que isso significa para você? Dn 9:3, 4; Zc 8:21

Em grande medida, cada oração é um ato de fé. Quem pode ver suas orações alcançando o Céu? Quem pode ver Deus as recebendo? Muitas vezes oramos sem ver resultados imediatos, mas avançamos acreditando que Deus ouve e responderá da melhor forma possível. A oração é um ato de fé em que vamos além do que vemos, sentimos ou entendemos completamente.

Sua vida de oração é mecânica e estática, ou é profunda e sincera? Como você pode sair do primeiro caminho para o último?


Jejuar não é apenas evitar alimentos. Significa abrir o coração para receber o Espírito Santo.


Quarta
Ano Bíblico: Dt 32–34


Porque não pedem


Uma das perguntas feitas frequentemente pelos que oram é: “Minhas orações podem realmente mover Deus a fazer algo que, de outra forma, Ele poderia não fazer?” Essa é uma pergunta lógica. Para respondê-la, tudo o que podemos fazer é ir à Palavra de Deus e ver o que ela diz.

5. Nossas orações influenciam as ações de Deus? Tg 4:2; Lc 11:9, 10; Tg 5:16-18

Por mais que a oração nos transforme e afete nosso relacionamento com Deus e os outros, a Bíblia é muito clara quanto ao fato de que nossas orações influenciam o que Deus faz. Nós pedimos e Ele responde, de uma forma ou de outra.

6. Qual foi a resposta de Deus à oração em favor dos justos de Sodoma? Gn 18:22-33

Mais uma vez, independentemente das dificuldades filosóficas associadas com a compreensão desta verdade, Deus respondeu à oração humana. Ele disse que responde, e por isso precisamos confiar em Sua Palavra.

7. Que atitudes o povo de Deus precisa apresentar diante de Deus? Se as condições forem cumpridas, quais são as promessas divinas? 2Cr 7:14

Observe, entretanto, que Deus não sarará sua terra apenas por causa do seu pedido. As pessoas são chamadas a orar, mas a oração é apenas um aspecto de um reavivamento geral da parte delas.


Talvez, o exemplo mais importante desse princípio está aqui: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1:9). Vemos aqui uma forte ligação entre a oração (neste caso, confissão) e a ação de Deus em nossa vida. Confessamos os pecados e Ele nos perdoa. Nesse processo, o Senhor também nos purifica da nossa injustiça. A ideia clara sugerida aqui é que, se não oramos e não confessamos, não somos perdoados. Sem dúvida, nesse caso, Deus age em resposta às nossas orações.


Que tal orar hoje por cinco amigos que você gostaria que tomassem uma decisão ao lado de Cristo em 2012?

Quinta
Ano Bíblico: Js 1–4


Cumprindo as condições


Alguém se assenta à mesa em um restaurante, consome uma grande refeição, cheia de alimentos gordurosos, que são ingeridos com refrigerante. Termina com uma grande tigela de sorvete de chocolate coberto com chocolate quente. Naquela noite, antes de ir para a cama (fazendo, é claro, um pequeno lanche antes disso), ele se ajoelha para orar. Parte de sua oração é: “Ó Senhor, por favor, me ajuda a perder peso.”


O que há de errado com essa oração?



Podemos esperar que Deus responda nossas orações, mas há coisas que precisamos fazer no processo. Dizem que precisamos viver nossas orações, ou seja, devemos fazer tudo que pudermos, em nossa capacidade, para vê-­las respondidas. Isso não é humanismo, nem demonstração de falta de fé. Ao contrário, é parte do que significa viver pela fé.



“Se atendermos ainda à iniquidade em nosso coração, se nos apegarmos a algum pecado consciente, o Senhor não nos ouvirá; mas a oração da pessoa penitente e contrita será sempre aceita. Depois de termos reparado todas as faltas de que temos consciência, poderemos crer que Deus atenderá às nossas petições. Nossos méritos jamais nos recomendarão ao favor de Deus; é o mérito de Cristo que nos salvará, Seu sangue é que nos purificará; nós, porém, temos uma obra a fazer para cumprir as condições da aceitação” (Ellen G . White, Caminho a Cristo, p. 95, 96).



Ela não está dizendo que temos que ser perfeitos para que nossas orações sejam respondidas. Deixa claro, também, que nossa aceitação diante de Deus não se baseia em nós ou em nossos méritos, mas apenas nos méritos de Cristo. Ela diz que precisamos ter uma atitude de fé, humildade e submissão à vontade de Deus para que Ele possa atuar em nossa vida.


8. O que significa “cumprir as condições”? Hb 10:38; Dt 4:29; Lc 9:23; Jo 14:15; 1Ts 4:3

Talvez, de todas as condições necessárias para que tenhamos uma vida de oração eficaz, a principal seja nosso senso de necessidade, de desamparo, a consciência de que somos pecadores necessitados da graça, e o senso de que nossa única esperança está no Senhor, que tanto fez por nós. Ser arrogante, autoconfiante e cheio de si mesmo é uma receita para o desastre espiritual.

Quais são as coisas pelas quais você está orando fervorosamente? Ao orar, pergunte a si mesmo: O que eu poderia fazer de maneira diferente para alcançar a resposta que desejo de maneira tão desesperada?

Vem aí o dia 10 de março, data da mobilização sul-americana de oração pelo derramamento do Espírito Santo.

Sexta
Ano Bíblico: Js 5–8


Estudo adicional


A oração é a respiração da alma. É o segredo do poder espiritual. Nenhum outro meio de graça a pode substituir, e a saúde da mente ser conservada. A oração põe o coração em imediato contato com a fonte da vida e fortalece os nervos e músculos da vida religiosa” (Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p. 254, 255).


“Se não recebemos exatamente as coisas que pedimos e ao tempo desejado, devemos não obstante crer que o Senhor nos ouve, e que atenderá às nossas orações. Somos tão falíveis e curtos de visão que às vezes pedimos coisas que não seriam uma bênção para nós, e nosso Pai celestial amorosamente nos atende às orações dando-nos aquilo que é para nosso maior bem – aquilo que nós mesmos desejaríamos se, com visão divinamente iluminada, pudéssemos ver todas as coisas tais como são na realidade. … Mas pretender que a oração seja sempre atendida exatamente do modo e no sentido particular que desejamos é presunção. Deus é muito sábio para errar e bom demais para reter qualquer benefício dos que andam sinceramente” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 96).


Perguntas para reflexão

1. Alguém ora para que seu carro não quebre em uma viagem e, quando o carro não quebra, atribui as circunstâncias felizes às orações respondidas. Isso é bom. Mas o que você diria para a pessoa que também orou, neste caso, para que seu filho não morresse, e mesmo assim a criança morreu?

2. Qual é o papel do Espírito Santo em nossa vida de oração?
3. Como você responderia às seguintes perguntas: “Você pode me ensinar o que significa orar? Como devo orar? Por que devo orar? O que devo esperar quando oro? O que não devo esperar?”


Resumo: Sem dúvida, há muitas coisas que não compreendemos a respeito da oração. Mas os que oram sabem de uma coisa, com certeza: a oração transformará a vida deles, e para melhor.

Respostas sugestivas: 1: Evita que entremos em tentação; controla a ira; recebemos as bênçãos quando oramos sempre, sem esmorecer, quando somos criteriosos e sóbrios e temos gratidão. 2: No Seu batismo; na transfiguração; passou a noite orando antes da escolha dos discípulos; diante do sofrimento e morte; depois dos milagres; nos momentos de fraqueza dos discípulos; devemos orar em todos os momentos. 3: Aproximar-se de Deus com fé, crendo na Sua existência e em Suas promessas. 4: Entrar na presença de Deus com o coração arrependido, confessando os pecados, reconhecendo Sua misericórdia e aceitando voltar ao caminho da aliança; nossa busca influenciará a atitudes de outras pessoas. 5: Quando não pedimos, nem buscamos, nem batemos, deixamos de receber e de achar, e a porta não se abre; precisamos orar e confessar, para receber cura e respostas de Deus. 6: Deus disse que pouparia os justos, mesmo que fossem poucos; havia menos de dez justos, e Deus buscou salvar essas pessoas. 7: Orar, se humilhar, buscar a Deus e se converter dos maus caminhos; Deus promete ouvir, perdoar os pecados e sarar sua terra. 8: Viver pela fé; buscar o Senhor de todo o coração; negar a si mesmo, tomar a cruz e seguir a Jesus; amá-Lo e guardar Seus mandamentos, buscar a santificação e se afastar da imoralidade.


Amanhã será o grande momento da busca pelo reavivamento espiritual. A oração e o jejum nos aproximam do Criador. Aproveite!