domingo, 15 de abril de 2012

Lição 03-02-2012 - Dons espirituais para evangelizar e testemunhar

Lição 3 – 14 a 20 de abril de 2012 - "Dons Espirituais para Evangelismo e Testemunho"


Lição 3 – 14 a 20 de abril de 2012


Dons Espirituais para Evangelismo e Testemunho


Pr. Marcelo E. C. Dias
Professor do SALT/UNASP
Doutorando (PhD) em Missiologia pela Universidade Andrews
mecdias@hotmail.com

I. Um corpo

Entre as metáforas utilizadas na Bíblia para descrever a igreja e aqueles que fazem parte dela está a do corpo de Cristo (1Co 12:12-27). Nesse corpo, cada membro exerce função importante Descrevendo sua  própria experiência, Paulo identificou o corpo de Cristo. Ele disse: “Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do Seu corpo, que é a igreja” (Cl 1:24). Em certa dimensão, nenhum cristão individualmente ou de forma isolada pode representar totalmente ou refletir a pessoa de Cristo da maneira pela qual a igreja o faz coletivamente. Portanto, cada cristão é um membro valioso do Seu corpo e cada um tem uma função distinta (1Co 12:20-30).

Se a igreja é comparada ao corpo de Cristo, a Bíblia sugere que ela é mais do que mera organização humana: é um organismo onde cada membro tem um papel a desempenhar. Deus não chama pessoas para que se tornem espectadoras, mas para que se tornem membros que contribuam para o bem-estar de todo o corpo.

Aquela que provavelmente seja a melhor ilustração da mobilização dos membros leigos, a ideia do corpo de Cristo, ensina pelo menos duas lições importantes: (1) Ser parte do corpo de Cristo acompanha a ideia de dinamismo, vivacidade, movimento, participação e mobilização. Um corpo com vida se exercita, vai a diferentes lugares, realiza ações, observa os arredores e, até mesmo, se machuca, às vezes; (2) se todos os membros desse corpo são capacitados espiritualmente para ministrar interna e externamente, é natural esperar que o corpo cresça, se desenvolva e gere novos cristãos que também receberão as bênçãos do relacionamento direto com  a Cabeça.

II. Vários membros, vários dons

Depois que Cristo subiu ao Céu, o Espírito Santo foi enviado para equipar Sua igreja com poder e dons espirituais a fim de que Seus discípulos pudessem continuar buscando os objetivos do ministério de Cristo (Ef 4:8, 11). O que Jesus ensinou, a igreja deve continuar ensinando; o que Cristo fez, a igreja deve continuar fazendo; o que Ele pregou, a igreja deve continuar pregando. “O Espírito Santo de Deus tem estado na igreja desde o princípio. Portanto, os dons do Espírito não estavam confinados aos tempos do Novo Testamento. Isso é evidente pelo fato de que muitos profetas existiram em tempos antigos. É a vontade e o plano de Deus que a Sua igreja seja capacitada por dons até o fim dos tempos (Ef 4:8, 11-13)” (SDABC, “1 Corinthians”).

A relevância dos ensinos sobre os dons espirituais é ressaltada por Paulo no início do capítulo 12 de 1 Coríntios: “A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (verso 1).  A palavra “espirituais”, neste verso, é uma tradução da palavra gregapneumatikon, que é derivada diretamente da palavra para Espírito Santo. Já a palavra “dons”, no Novo Testamento, é uma tradução de palavras derivadas do termo grego charisma, característica dos escritos de Paulo (exceto por 1Pe 4:10). A forma plural é usada num sentido técnico em referência aos dons extraordinários do Espírito outorgados aos cristãos para equipá-los para o serviço da igreja (Jamieson-Fausset-Brown Bible Commentary, “1Co 12:1”).

Apesar de hoje a palavra “carisma” ter assumido uma conotação bastante secular, na maioria das vezes, na língua grega do Novo Testamento, ela está diretamente relacionada com a palavra “graça” (charis). Portanto, uma tradução contemporânea poderia sugerir que a Bíblia está tratando de “presentes espirituais da graça de Deus”.

“É propósito da redenção não somente eliminar o pecado, mas restituir ao homem os dons espirituais perdidos pelo poder atrofiante do pecado” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 266). “A toda pessoa é atribuído algum dom ou talento peculiar que deve ser utilizado para o progresso do reino do Redentor” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 618). “Em todas as disposições do Senhor, não existe nada mais belo do que Seu plano de dar aos homens e às mulheres uma diversidade de dons” (Ellen G. White, E Recebereis Poder, p. 191).

A Bíblia menciona vários detalhes sobre a dinâmica dos dons espirituais. Essas dádivas são concedidas individualmente, por ocasião do batismo do Espírito Santo, que resulta em um corpo com muitos membros unidos uns aos outros e a Cristo (1Co 12:12, 13). A cada cristão é concedida uma capacitação específica. Ninguém fica destituído de tal dom (1Co 12:7, 11, 12-27), mas na distribuição o Espírito age em total soberania (1Co 12:11). Os dons são diversos (1Co 12:6, 8-10, 28-30), mas de igual valor, já que são outorgados pelo mesmo Espírito.

A igreja adventista tem enfatizado a continuidade dos dons do Espírito, principalmente em relação ao dom de profecia, que está muito ligado à sua identidade. No entanto, é importante dar a ênfase necessária aos demais dons espirituais. As quatro principais menções e listas de dons na Bíblia, Romanos 12, 1 Coríntios 12, Efésios 4 e 1 Pedro 4:10, 11, concordam em que eles servem a três propósitos:crescimento espiritual pessoal, edificação do corpo e proclamação do evangelho (Ef 4:12).

III. Vários ministérios

Na prática, os dons espirituais se tornam funcionais na proclamação do evangelho através de uma sequência natural, como 1 Coríntios 12:4-6 parece indicar, envolvendo ministérios (ou serviços) onde os dons são colocados em prática através de atividades (ou realizações). De certa forma, as áreas em que  os departamentos da igreja adventista estão estruturados representam e agrupam os diferentes ministérios e dons em seus diversos modos de atuação.

As pesquisas de Christian Schwarz (O Desenvolvimento Natural da Igreja) têm demonstrado a importância de ministérios orientados pelos dons. Nenhum outro fato ou qualidade influencia tanto a vida pessoal e a da igreja como o reconhecimento da soberania de Deus na organização do trabalho na igreja.

Nesse sentido, Ellen G. White declara que umas das principais razões da condição espiritual da igreja de Laodiceia é a negligência dos dons espirituais (MR 1388). “As igrejas estão definhando porque seus talentos não foram empregados para difundir a luz” (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 431).

Tão importante quanto identificar os dons é evitar o abuso (mau uso ou não-uso) deles, como por exemplo não usar os dons outorgados, tentar usar os dons que não foram outorgados, empregar os dons para algum dos propósitos, mas não os três. Segundo Peter Wagner, ainda existem dois outros tipos de abuso dos dons espirituais: a exaltação do dom e a síndrome da projeção do dom. O primeiro é a tendência de exaltar um dom acima dos demais. Considerar algum dom como equivalente a uma condição espiritual superior. O que acontece é que o dom é visto como um fim em vez de um meio de bênção. A própria igreja de Corinto parecia estar fazendo isso com o dom de línguas. A síndrome da projeção do dom, por outro lado, refere-se ao fato de alguns quererem que todo o corpo seja olho, por exemplo. Dessa forma, acabam por vezes desdenhando os demais que não são como eles. Os efeitos geralmente são o contrário do esperado, causando mais frustração e confusão naqueles que buscam ser fiéis ao plano de Deus. 
Uma última palavra de advertência deve ser dada quanto à contrafação do inimigo em relação aos dons do Espírito. Apesar de todos os dons serem alvo da ação de Satanás, os de fé, milagres, curas, línguas e interpretação parecem ser mais atraentes. Para prevenir isso, o corpo também é dotado com o dom do discernimento. A reação do corpo diante da contrafação não deve ser de timidez nem de acanhamento, mas de preocupação e engajamento para apresentar os verdadeiros dons do Espírito.

IV. Ministério pessoal

É importante você saber que receber a graça divina para a salvação é receber o dom divino para o serviço, e isso contribui para gerar ofruto do Espírito. Enquanto que os dons estão relacionados à missão da igreja, o fruto do Espírito é eterno. “Enquanto os dons são orientados para tarefas, o fruto é dirigido a Deus” (Peter Wagner, p. 54).

Como a lição mencionou, descobrir os dons espirituais é, mais ou menos, como descobrir a função que o Senhor deseja que você desempenhe no corpo. Mas ela também indicou que muitas vezes o processo de descobrir e usar os dons é mais inconsciente. Ao se envolver na igreja, o cristão busca aquilo pelo qual sente mais aptidão espiritual, o que é o seu dom.

Em 2009, uma pesquisa nos Estados Unidos concluiu que um grande número de cristãos não conhecia seus dons espirituais; dois terços dos cristãos que haviam ouvido falar sobre dons espirituais não tinham conseguido aplicar em sua vida o que a Bíblia ensina. O dom mais identificado entre os pesquisados foi o do ensino, serviço e fé. 1% dos cristãos acreditava ter o dom de evangelismo (http://www.barna.org/barna-update/article/12-faithspirituality/211-survey-describes-the-spiritual-gifts-that-christians-say-they-have?q=spiritual+gifts). Um grande número de cristãos imagina que dons espirituais incluem coisas como senso de humor, ir à igreja, ser amigável, etc. (C. Peter Wagner, Discover Your Spiritual Gifts, p. 39.)

Os dons espirituais agem na igreja em várias direções. Por um lado, quando pensamos nos dons como um princípio organizador da igreja, lembramos que eles também promovem a unidade do corpo de Cristo, já que o Espírito é um e o mesmo que distribui os dons, e Seu caráter é coerente (1Co 12:11). Por outro lado, entender que Deus me conhece e me ama, e que o Espírito Santo vê tanto valor em mim que deseja me dar um presente pessoal para que eu possa servi-Lo é uma compreensão que deveria motivar uma atitude de certeza do amor de Deus por mim e entusiasmo pela missão voltada para meu próximo.

O Espírito de Profecia fala da relevância dos dons espirituais nos últimos dias da história:
(1) Para uma igreja unida (Primeiros Escritos, p. 140);
(2) Para uma comunidade de adoração (O Desejado de Todas as Nações, p. 65);
(3) Para um povo santo (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 127); e
(4) Para um povo missionário (Atos dos Apóstolos, p. 111).

Como a crença adventista fundamental 17 afirma, “quando os membros utilizam esses dons espirituais como fiéis mordomos da multiforme graça de Deus, a igreja é protegida contra a influência demolidora de falsas doutrinas, tem um crescimento que provém de Deus e é edificada na fé e no amor”.

Ilustração

Certa vez, li sobre um morador da região central dos Estados Unidos que recebeu um presente de natal, em 1982. Esse professor aposentado decidiu escolher um presente aleatoriamente para ser aberto no dia seguinte como uma forma de estender a alegria do natal. Com as preocupações rotineiras, um dia virou uma semana e depois um ano. No natal seguinte, ele decidiu continuar a tradição de não abrir aquele que, mais tarde, foi identificado como um presente da sua mãe.

Na ocasião da reportagem, 26 anos depois, a mãe dele já havia falecido, mas esse senhor e os familiares haviam adotado a ideia de prolongar a alegria do natal ao manter aquele presente fechado.

A história fez-me lembrar do hábito  humano de enterrar talentos descrito na conhecida parábola de Jesus. Em vários dos seus escritos, Ellen G. White dá este conselho: “Coisa triste é, também, embrulhar num lenço o talento que nos é confiado e escondê-lo no mundo; pois isso é lançar fora a coroa da vida. Deus requer nosso serviço. Há responsabilidades para cada pessoa; e só podemos cumprir a grande missão da vida quando essas responsabilidades forem amplamente aceitas, e fiel e conscienciosamente desempenhadas” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 83).

Sua felicidade se prolongará ao manter o presente do Espírito aberto e ativo!

(Ler) Lição 3 Jovens "Dons espirituais para evangelismo e testemunho"


Dons espirituais para evangelismo e testemunho


Casa Publicadora Brasileira – Lição dos jovens 322012



“Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado” (Ef 4:11, 12).

Prévia da semana: O Espírito Santo nos deu dons espirituais para usar em nosso testemunho individual e nos ministérios corporativos da igreja. Ele nos chama a ser generosos em compartilhar esses dons.

Leitura adicional: Rm 12:2-81Co 12Ef 4:7-131Pe 4:10, 11O Desejado de Todas as Nações, capítulo 47; Parábolas de Jesus, capítulo 25

Domingo, 15 de abril
cpb - introdução

Múltiplos talentos, a mesma obra


– Posso ajudá-los? – a pequena mulher loira abriu uma fresta na porta. Da forma que nos examinou, pensei se iria olhar-nos com uma lupa para enxergar melhor. – Vocês são os exterminadores?

– Bem, somos da igreja ali adiante nesta rua e nós...

– Não – a mulher interrompeu – alguém que contratei está vindo. Vocês não são eles.

– Nós temos...

– Desculpe-me, mas não tenho tempo – a senhora bateu a porta abruptamente.

Suspiro. Isso é mais difícil do que eu imaginava. Olhei para Alícia, que virou os olhos para cima. Nosso grupo jovem enviou parceiros para entregar folhetos anunciando a próxima série evangelística em nossa igreja e, até aquele momento, Alícia e eu tínhamos de forma “bem-sucedida” entregado nenhum convite. A líder jovem havia feito parecer tão simples! Ela até mesmo sugeriu que orássemos com as pessoas com quem entrássemos em contato. Mas ninguém deixou a porta aberta tempo suficiente para chegarmos a esse passo!

No fim do dia, Alícia e eu não tínhamos “ganhado” nenhuma pessoa. Para tornar meu ânimo ainda pior, muitas duplas do nosso grupo jovem tinham distribuído todos os seus panfletos e voltado para pegar mais! Não me entenda mal; eu estava feliz que eles estivessem divulgado a Palavra. Mas o que havia de errado comigo? Bater nas portas me deixou muito nervosa.

Ao dar uma olhada no folheto, ideias para uma diagramação diferente vieram-me à mente como os balões de pensamento nos desenhos animados. Um título mais chamativo me ocorreu como maná do céu. Eu poderia recriar os folhetos e torná-los mais fáceis de ser aceitos – mais poderosos. Eu estaria fazendo minha parte, certo?

Cada indivíduo foi criado com seu conjunto próprio de talentos para ser usados por Deus. Pessoas ganhas para Cristo não estão limitadas a séries evangelísticas e batidas nas portas. Ao contrário, o Espírito Santo usa qualquer pessoa com qualquer conjunto de habilidades para cumprir a obra que Cristo nos chama a realizar. Peça a Deus que comece a usá-lo(a) hoje eliminando suas dúvidas e ampliando seus talentos para Ele.

Mãos à Bíblia

1. Qual é o propósito dos dons espirituais? Será que todos têm dons? Qual é a fonte dos dons? 1Pe 4:10

Todo cristão tem um ministério. Por isso, não deveria ser surpreendente o fato de que Deus nos capacita para cumpri-lo. Todos que tomam a grande comissão evangélica como uma responsabilidade evangelística pessoal, recebida de Deus, serão preparados pelo Espírito para se envolver. O texto de 1 Coríntios 12:11 revela que a concessão dos dons espirituais aos crentes é parte da obra do Espírito Santo de habilitar cada servo de Deus para toda boa obra (Ef 2:10).


Addison Hudgins – Jessup, Maryland, EUA


Segunda, 16 de abril
cpb - exposição

Dons da graça


O presente do Espírito (Jo 14:16, 17). Todo mundo gosta de receber presente. Geralmente, presente é uma surpresa; e porque é um presente, você não precisa pagar por ele. Um presente afirma e fortalece o relacionamento com o doador. Ele geralmente traz alegria ao receptor.

Jesus prometeu pedir ao Pai que enviasse o Espírito Santo aos Seus discípulos. Ele chama o Espírito Santo de “outro Conselheiro” ou “outro Consolador” (dependendo da tradução). A palavra “consolador” contém a ideia de consolar alguém em sua perda, mas tem um significado ainda mais profundo. A raiz da palavra inglesa para “confortar” é a mesma da raiz para “fortaleza” ou “forte”. Em grego, a palavra contém a ideia de alguém que “fortalece”, “capacita” e “defende”.

Jesus disse que o Pai enviaria outro Consolador. Jesus foi o Consolador “original”, defendendo, fortalecendo e capacitando Seus discípulos. Ao Se preparar para deixá-los, Ele pediu ao Pai que enviasse Alguém exatamente como Ele próprio para continuar fazendo por eles o que Ele tinha feito. O Consolador ou Conselheiro é chamado “o Espírito da verdade” (Jo 14:17). Ele ensinaria os discípulos de Jesus (Jo 14:26), traria convicção (Jo 16:7-11) e glorificaria a Jesus (Jo 16:14). Quando o dom do Espírito se manifesta na vida do crente, o evento é marcado por uma profunda compreensão de Jesus, Sua missão e Seus ensinos. As verdades que Ele ensinou (e continua a ensinar) encorajarão, capacitarão e protegerão aqueles que receberem o presente e aqueles que o compartilharem.

Para todos (At 2:38, 39). O Pentecostes foi o primeiro derramamento geral do Espírito Santo. Homens e mulheres O receberam como evidência de que Jesus tinha sido exaltado à direita do Pai (At 2:33). Não foram somente aqueles no cenáculo que receberam o Espírito. De acordo com Pedro, o Espírito é para “vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus chamar” (At 2:39; grifo nosso).

Seria possível que um cristão sem o(s) dom/dons do Espírito seja como uma zebra sem listras? Em outras palavras, assim como seria difícil distinguir uma zebra sem listras de um pônei, um cristão sem qualquer dos dons do Espírito não teria muita diferença do mundo. A distinção dos cristãos dotados pelo Espírito foi evidente na comunidade Pentecostal marcada pela presença miraculosa de Deus: incrível generosidade, unidade completa e crescimento numérico exponencial (At 2:41-47).

Nenhum dom vem sozinho (1Co 12). Existem quatro discussões no Novo Testamento sobre os dons espirituais (1Co 12Rm 12:2-8;Ef 4:7-131Pe 4:10, 11). Cada uma dessas passagens enfatiza que cada um de nós tem um dom. Paulo se refere a esses dons como charismata. Esse termo vem da palavra grega para “graça”, mas tem o significado adicional de ser um dom. Poderia ser traduzida como “dons da graça”. Paulo lembra que somente a salvação é um dom da graça de Deus (Ef 2:8, 9); então o ministério dentro e fora da comunidade cristã é um dom da graça de Deus. Em lugar de inventar um plano para promover ou divulgar e depois pedir que Deus o abençoe, essa visão de ministério diz que Deus é o iniciador, e cada um de nós aquele que responde. Afinal de contas, Deus já está trabalhando ao nosso redor, e Ele nos convida a nos juntarmos a Ele em Sua obra. Assim como nossa parte na salvação é simplesmente responder ao presente de Deus, nossa parte no ministério é simplesmente responder ao convite de Deus para nos unirmos a Ele em Seu trabalho.

Se cada crente tiver o dom do Espírito e os dons do Espírito, como essas pessoas se relacionarão umas com as outras? O exemplo da igreja pós-Pentecostes nos dá uma dica. Harmonia é o ideal. A realidade, contudo, é um pouco diferente. Em Corinto, foi o tema dos dons espirituais que trouxe discórdia. Em resposta, Paulo sugere que a igreja é como o corpo humano. Cada parte do corpo precisa da outra parte. Cada parte tem seu papel a executar, e cada corpo possui tanto sua unidade como sua diversidade. É o Espírito que provê a unidade e, quanto aos dons, “distribui individualmente, a cada um, conforme quer” (1Co 12:11).

Sem desculpas (Rm 12:6-8). Descobrir seus dons espirituais era uma atividade popular alguns anos atrás, mas, com frequência, trouxe frustração. Não parecia existir ligação entre as listas nos escritos de Paulo e o que a pessoa via em sua própria vida. Frequentemente, uma discussão dos dons espirituais deixa a impressão de que, se você não for dotado numa área específica, não precisa se envolver. Ao contrário de inspirar as pessoas a ministrar, uma ênfase nos dons espirituais frequentemente dá às pessoas uma desculpa para não se envolver.

Cada lista dos dons é diferente; e pode bem haver dons do Espírito não listados. Então, em lugar de tentar “descobrir” seu dom, seria melhor acreditar que Deus lhe deu um dom e, então, se envolver no ministério. Creia que o Espírito Santo lhe deu uma área de ministério e prepare-se para explorar o que pode ser. Possivelmente, seu ministério não estará relacionado com seus talentos e habilidades naturais.

De outra forma, de que maneira esse ministério envolveria um dom do Espírito? Então, explore áreas do ministério nas quais você particularmente se sente inadequado. Você poderá descobrir que o poder do Espírito Santo está trabalhando para capacitá-lo especialmente nessas áreas.

Mãos à Bíblia

2. Que atitudes preparam alguém para o chamado ao ministério? Quem faz o chamado? Qual é a importância do chamado? At 13:1-3

É significativo que o Espírito Santo é quem nos chama para ministrar em nome de Deus. Barnabé e Saulo foram chamados pelo Espírito e capacitados pelo mesmo Espírito. Pouco antes de Jesus deixar a Terra, Ele prometeu que o Espírito Santo viria para ser nosso ajudador. Parte da obra do Espírito é nos habilitar para espalhar o evangelho.

3. Quais são as ações do Espírito em Sua interação com a humanidade? Jo 16:813At 13:4Rm 8:11At 1:8


Edward Allen – Lincoln, Nebraska, EUA

Terça, 17 de abril
cpb - testemunho

Dons para servir


“O presente é o dia que nos foi confiado. Para cada pessoa é confiado algum dom ou talento peculiar a ser usado para o avanço do reino do Redentor. [...] A providência de Deus distribui Seus depósitos de acordo com as capacidades variadas das pessoas” (Ellen G. White, Pastoral Ministry, p. 152).

“Um obreiro pode ser um bom orador, outro um bom escritor, outro ainda pode possuir o dom da oração sincera, fervorosa, outro o de cantar, e ainda outro a capacidade de expor com clareza a Palavra de Deus. E cada um desses dons se deve tornar numa força em favor de Deus, pois Ele opera por meio do obreiro. A um dá o Senhor a palavra da sabedoria, a outro conhecimento, a outro fé; todos, porém, devem trabalhar sob a mesma direção, isto é, tendo Cristo por Cabeça. A diversidade de dons conduz à diversidade de operação” (Ellen G. White, E Recebereis Poder, p. 196).

“O conhecimento da graça de Deus, as verdades de Sua Palavra, bem como os dons temporais – tempo e meios, talentos e influência – são todos confiados por Deus, para ser empregados para glória Sua e salvação dos homens. Coisa alguma pode ser mais ofensiva a Deus, que está constantemente outorgando Seus dons ao homem, do que vê-lo de forma egoísta apegado a esses dons, sem nada devolver ao Doador” (Ellen G. White, A Maravilhosa Graça de Deus, p. 60).

“Todos esses dons devem reverter para Deus. O Senhor tem necessidade deles; Ele os pede. Todos devem ter parte no preparo de sua própria vida e da vida de outros, no sentido de que dediquem a Deus seus talentos. Cada pessoa, cada dom, deve ser usado no sentido da cooperação com Deus. Todos devem cooperar com Ele na obra da salvação de pessoas” (Ellen G. White, Para Conhecê-Lo, p. 327).

“Dons diferentes são concedidos a pessoas diferentes, para que os obreiros sintam sua necessidade uns dos outros. Deus outorga esses dons, e eles são utilizados no Seu serviço, não para glorificar o possuidor, nem para enaltecer o homem, mas para exaltar o Redentor do mundo. Devem ser usados para o bem de toda a humanidade” (Ellen G. White, E Recebereis Poder, p. 191).

“Concebam os supervisores da igreja planos por cujo meio os jovens possam ser treinados no emprego dos talentos que lhes foram confiados” (Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 487).

Mãos à Bíblia

4. Por que Deus concede diferentes dons espirituais aos cristãos? Se os dons não fossem diversificados, que problemas haveria na igreja? 1Co 12:28-31

Paulo mostra que os dons espirituais são distribuídos de acordo com as necessidades de cada igreja em um momento específico. Esses dons capacitam os membros a fazer sua parte no cumprimento da missão. Quando alguém compartilha a crença de que você seria realmente eficiente em certa função do ministério, isso pode muito bem ser a confirmação de seus dons. Seria sábio ouvir e orar sobre isso.


Joyelle Worley – Lincoln, Nebraska, EUA

Quarta, 18 de abril
cpb - evidência

Somente para testemunhas


Em muitos sistemas legais, as testemunhas estão limitadas àquelas que possuem acompanhamento em primeira mão do assunto sob investigação. Pergunto-me se a igreja poderia aprender algo das cortes que nos ajudasse a ser mais eficientes e efetivos em nosso chamado.

A análise do ato de se tornar “testemunha”, no Novo Testamento, parece revelar clara evidência de um processo. Jesus estava concluindo Seu ministério terrestre e lembrou aos Seus discípulos que Lhe era imperativo partir para que então o Espírito Santo pudesse vir, guiá-los em toda a verdade e glorificar a Jesus (Jo 16:13, 14). Fomos chamados para ser testemunhas (At 1:8), mas somente após o Espírito Santo descer sobre nós. O Pentecostes provou que esse processo é verdadeiro. Eles estavam “cheios”, “testemunharam” e a obra de Deus “prosperou”. Então, aparentemente, testemunhar está relacionado a experimentar o Espírito Santo.

O resultado do Espírito Santo na experiência do Pentecostes foi uma comunidade de discípulos – a igreja primitiva (At 2:40-47). Conforme a igreja cresceu, a filial de Antioquia enviou Barnabé e Saulo (At 13:2-5). Isso sugere que o terceiro estágio de testemunhar inclui ir até os outros após buscar a orientação do Espírito Santo e a bênção do companheirismo dos crentes.

Pedro reforçou o conceito da individualidade em testemunhar como também o fez Paulo (1Co 121Pe 4:10). Eles nos admoestam a usar qualquer que seja o dom que recebemos para servir aos outros, fielmente administrando a graça e o amor de Deus em suas várias formas.

Muitos sistemas das cortes usam testemunhas para alcançar seus objetivos de descobrir a verdade. O sistema de Deus para testemunhar envolve o uso de uma multidão de testemunhas com uma variedade de perspectivas, experimentando o Espírito Santo e crescendo nEle, acumulando, assim, evidências suficientes para estabelecer a validade do amor, perdão, graça e bondade de Jesus.

Mãos à Bíblia

Embora nem todos os dons sejam claramente evangelísticos, ministrados dentro do corpo da igreja eles terão diferentes graus de influência sobre a missão.

5. Que razões os discípulos deram para não fazer o trabalho dos diáconos? Como devemos entender o princípio revelado ali? At 6:1-4

Os diáconos recém-eleitos estavam contribuindo com o programa evangelístico geral da igreja primitiva, deixando os discípulos livres para se envolverem por tempo integral no evangelismo e pregação.

6. Quais dons espirituais se manifestaram no Pentecostes? Qual foi o resultado, não só no testemunho, mas também no discipulado? Que lições importantes podemos tirar desse episódio? At 2:40-47


Rich Carlson – Lincoln, Nebraska, EUA

Quinta, 19 de abril
cpb - aplicação

Testemunho equivocado


A grande comissão de Jesus (Mt 28:18-20) não pode ser apenas uma meta a ser alcançada. Sempre que as pessoas acham que elas são parte de uma agenda, sentem-se manipuladas, desconfiadas, zangadas. Veja como evitar o testemunho equivocado:
Não tente converter ninguém. A conversão espiritual é trabalho do Espírito Santo, não seu. Sua missão é simplesmente amar genuinamente e compartilhar o que você sabe e vive. Você faz isso compartilhando liberdade real, integridade e esperança com as pessoas – mesmo que eventualmente elas não aceitem o batismo.

Escute. Não fale muito. “Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se” (Tg 1:19). Em lugar de “Diga ao Mundo”, nosso slogan deveria ser “Dialogue com o Mundo”. Ninguém gosta de um monólogo.

Não pense nas pessoas como “decisões”. As pessoas são filhas de Deus. Sempre que buscamos decisões, entramos em apuros. Pergunte a si mesmo: “Estou disposto a ser amigo dessa pessoa por toda a vida?” Não desista nem se afaste. Ao contrário, invista. Mantenha contato.

Não perca a alegria. Se seu objetivo for repartir alegria, o erro se evapora. Sem Jesus, ninguém será salvo. Sem alegria, ninguém será atraído a Jesus. Portanto, aprecie cada encontro.

No ato de evangelizar, seja você mesmo. Um dom espiritual é qualquer talento dedicado a Deus. Pode ser que você possua talento para mecânica automobilística ou designer gráfico. Como dedicar isso para Deus?

Naturalmente, existem algumas condições básicas. O que o Senhor requer de você? “Pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus” (Mq 6:8). Não existe melhor testemunho do que esse.

Mãos à Bíblia

7. Que semelhanças existem entre os membros do corpo, com suas funções específicas, e os membros do corpo de Cristo? Qual é o segredo para o bom funcionamento do corpo da igreja? Rm 12:41Co 12:12Ef 4:16

É significativo que os três principais capítulos que listam os dons espirituais o fazem no contexto do corpo da igreja. Isso mostra que, ainda que alguém possa estar envolvido no testemunho ou em um evento evangelístico em nível pessoal, como aconteceu com Filipe e o tesoureiro etíope (At 8), todos temos a responsabilidade de exercer nossos dons por intermédio da igreja.

8. Em quais aspectos o Espírito Santo dirigia o trabalho dos discípulos? Mt 10:19, 20At 13:4, 516:6, 7


Chris Blake – Lincoln, Nebraska, EUA

Sexta, 20 de abril
cpb - opinião

O que importa é o amor


Eu estava com medo de ir ao casamento da minha amiga. Sabia que a família dela e os membros de sua igreja eram conservadores e temia o que diriam ou pensariam a meu respeito. Minhas orelhas eram perfuradas e eu usava joias. Eu amava a Deus, mas não sabia se isso seria suficiente para eles. Imaginei uma viagem repleta de argumentos afiados e táticas defensivas.

Mas me equivoquei. Os membros da igreja me aceitaram sem olhar para meus brincos, colares e pulseiras. Não tentaram me sufocar com suas crenças. Me amaram. E isso mudou minha vida.

Após Paulo listar os dons espirituais e discutir suas funções em 1 Coríntios 12:1-30, ele nos diz em seguida que nos mostrará “um caminho ainda mais excelente” (v. 31). Esse caminho é o amor. Veja 1 Coríntios 13, especialmente o verso 13. Os dons espirituais são necessários, mas, sem amor, eles não são nada. Paulo descreve os dons espirituais sem amor como um “sino que ressoa ou como o prato que retine” (v. 1). O amor não é apenas outro dom espiritual – ele é o fundamento para todos os outros dons. Na verdade, o amor é o fundamento para nossa experiência cristã.

Muito do testemunho está focalizado em “salvar” pessoas, ajudando-as a “consertar seus caminhos” e ensinando-lhes a doutrina. Parece-me que se déssemos mais ênfase no amor em lugar de em mudar as ações de alguém, alcançaríamos muito mais pessoas para Jesus. Afinal de contas, é Deus quem nos faz melhores, e tentar alcançar o ideal dEle por nós mesmos não vai resolver muito.

As pessoas não respondem bem a atitudes julgadoras. Se seu dom é o evangelismo, é importante que você peça a Deus para ter amor. Ultimamente, os religiosos têm sido vistos como pessoas intolerantes e preconceituosas, o que contrasta gritantemente com a ênfase de Deus no amor e na misericórdia. Precisamos tentar, ainda que seja difícil, quebrar as barreiras criadas pela hipocrisia, com o objetivo de alcançar as pessoas com amor.

Mãos à obra

1. Organize uma coleta de alimentos para reabastecer o estoque da equipe de ajuda à sua comunidade. Inclua nas doações uma caixa de literatura cristã para todas as idades.
2. Escreva uma carta para o jornal local, atraindo a atenção para a dificuldade dos mendigos ou pobres em sua comunidade. Baseie sua carta em estatísticas válidas.
3. Mantenha um registro diário de coisas pelas quais você seja grato. Incorpore a gratidão em suas orações. Como a gratidão enriquece nossa vida?
4. Crie um estudo bíblico em PowerPoint com suas próprias fotos e compartilhe-o com amigos.
5. Publique os talentos dos seus amigos no Facebook cada dia da semana e comece uma conversa sobre o propósito de Deus para os dons de cada pessoa.
6. Aproxime-se de seu pastor e líderes da igreja com ideias de como alcançar os outros. Pergunte se você pode repartir essas ideias com toda a igreja. Ofereça-se para ajudar em projetos que estejam em andamento.


Serena Stevens – Centerville, Ohio