sábado, 5 de maio de 2012

Lição 6 -- Evangelismo pessoal e testemunho, 2012

3. Testemunho - DVD Enriquecendo a Escola Sabatina

Escola sabatina libras #06 - Evangelismo pessoal e testemunho - 2ºTrimestre

Lição 6 - Evangelismo pessoal e testemunho

Esboço da Lição #06 - Evangelismo pessoal e testemunho

"Evangelismo Pessoal e Testemunho" Comentários Lição 06 escola Sabatina


Lição 6 – 6 a 12 de maio de 2012


Evangelismo Pessoal e Testemunho

Pr. Marcelo E. C. Dias
Professor do SALT/UNASP
Doutorando (PhD) em Missiologia pela Universidade Andrews
mecdias@hotmail.com

No comentário da lição 2, vimos que o plano de Deus para a proclamação do evangelho envolve uma parceria com seres humanos imperfeitos que testemunham, tanto individual (lição desta semana) como coletivamente (lição da próxima semana). Por outro lado, a Bíblia também ensina que a resposta ao convite da salvação, em última instância, pertence à esfera individual.

“O sal deve ser misturado com a substância em que é posto; é preciso que penetre nessa substância a fim de conservá-la. Assim, é com o contato pessoal e a convivência que as pessoas são alcançadas pelo poder salvador do evangelho. Não são salvos em massa, mas como indivíduos. A influência pessoal é um poder. Cumpre-nos achegar-nos àqueles a quem desejamos beneficiar” (Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 36).

O evangelismo público nunca substituirá o evangelismo pessoal. Grandes encontros jamais proverão, por si só, o que é necessário para uma transformação real. Ensino, adoração e encorajamento das grandes reuniões são complementos para as interações individuais, que constituem o contexto único capaz de atender às necessidades individuais e praticar um evangelismo verdadeiramente encarnacional (comentário da lição 5). Nesta semana, o objetivo é tecer algumas considerações sobre essa interação usada pelo Espírito Santo para transformar vidas para a eternidade.

I. O exemplo de Jesus
Apesar das várias pregações a multidões, o ministério de Jesus foi marcado por poderosos encontros pessoais, geralmente com aparência de ocasionais, em que transformações foram visíveis. Jesus desafiou o jovem rico (ver Lc 18:21, 22), convidou Mateus para um relacionamento com Ele (ver Mt 9:9), confortou Maria e Marta (ver Jo 11:23-26), visitou Zaqueu (ver Lc 19:5, 6), Se encontrou com a mulher samaritana junto ao poço (ver Jo 4:4-7), entre outros. Cada vez, Jesus apresentou o evangelho de acordo com as necessidades das pessoas, daí a necessidade de se entender o contexto (Ver o comentário da lição 5).

Em atitude de obediência ao Pai e constante comunhão com Ele, Jesus buscava relacionamentos com todos os tipos de pessoas com o objetivo de servir, curar, ensinar e pregar o evangelho. Pelo fato de conhecer a busca espiritual humana, Jesus logo direcionava a conversa para as questões eternas. Ele apontava para a Palavra de Deus e para Si mesmo como o Messias e, tratando a todos com bondade e cortesia, convidava-os a ser Seus discípulos para sempre.

O contato com a mulher samaritana é provavelmente o melhor exemplo. Ela possuía todas as condições para desconfiar de Jesus. Tratava-se de um homem que era judeu, o encontro era em público, Ele não deveria iniciar uma conversa com ela, pois ela era mulher samaritana e, além disso, estava sozinha. Ela esperava ser ignorada, julgada e desprezada. Confiança para  iniciar um diálogo não era uma atitude natural para aquela mulher.

Jesus começou com o inesperado, ou seja, para quebrar as aquelas barreiras Ele SE colocou em uma posição de necessidade e pediu sua ajuda. Com essa iniciativa, Jesus ganhou a confiança da samaritana, recontou sua história e nela inseriu o Messias como a única solução para a sua vida.

“Se bem que a própria pureza que de Jesus emanava lhe condenasse o pecado, não proferia palavra alguma de acusação, mas falava de Sua graça, que lhe podia renovar a alma” (Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, p. 189). Aquela mulher se tornou uma verdadeira discípula e Jesus estabeleceu um modelo de evangelismo pessoal.

II. Preparação
Como tem sido repetido durante o trimestre, o cristão testifica daquilo que conhece e experimenta. Por isso, antes do contato evangelístico, é necessário desenvolver quatro características de uma vida espiritual saudável:

(1) Coração obediente. Tudo começa com um espírito de adoração a Deus e obediência ao Seu mandado. Isso envolve um coração interessado na salvação de todos os filhos de Deus e disposto ao sacrifício por eles; também disposto a permitir que Deus molde a vida do cristão para ser usado como Seu instrumento. Um coração obediente responde à vontade de Deus com disposição para servi-Lo.

(2) Vida na presença do Espírito Santo. A Bíblia deixa claro que o Espírito Santo está diretamente relacionado com a missão da Igreja (ver At 1:8). O relacionamento de submissão dá permissão ao Espírito Santo para trabalhar através dos filhos de Deus. O Espírito Santo capacita e protege aqueles que se engajam nessa batalha espiritual. A vida na presença do Espírito Santo permite que todos os passos da missão sejam guiados por Deus.

(3) Vida de comunicação com Deus. O evangelismo é uma atividade essencialmente espiritual. A comunicação com Deus através da oração alimenta a humildade, conduz à adoração a Deus e intercessão por portas abertas para a missão e por aqueles que receberão o evangelho. A vida de comunicação com Deus torna o cristão autêntico e coerente.

(4) Vida de dedicação ao estudo da Bíblia. O conteúdo do evangelismo está revelado na Bíblia (ver Jo 5:39). Ele deve operar na vida do evangelista antes mesmo de ser compartilhado com os demais. Só assim a testemunha poderá relatar aquilo que tem visto e experimentado no relacionamento com Cristo. A vida de dedicação ao estudo da Bíblia alcança a maturidade e a solidez necessárias para enfrentar os desafios do evangelismo.

III. Lidando com as pessoas
Se o objetivo do evangelismo pessoal é testemunhar, com palavras e atos, a respeito de Cristo, é necessário que, nesse processo de comunicação, duas pessoas estejam envolvidas, ou seja, que haja um relacionamento. Emílio Abdala enfatiza o princípio da amizade indicando que “o método mais eficaz e natural de evangelismo ocorre nos relacionamentos pessoais e familiares” (Plantando Esperança,Ministério Jan/Fev 2011).

    a. Construindo pontes. As novas dinâmicas da sociedade no início do século 21 mudaram a maneira pela qual as pessoas se relacionam. A impressão é de que elas estão mais próximas, apesar de estarem mais distantes. Às vezes, isso é uma grande ilusão. No geral, o contato pessoal tem diminuído bastante. Mas o evangelho viaja pelos relacionamentos e, portanto, o “ide” implica em derrubar muros e construir pontes.

Isso nem sempre é fácil, já que muitas pessoas com quem devemos nos relacionar são adeptas de outros valores e princípios, alguns que parecem bem estranhos e até perigosos enquanto que o evangelismo pessoal requer um investimento de tempo, emoções, espiritualidade, etc. O incrível é que as outras pessoas muitas vezes não nos veem como muito mais seguras. Lembre-se de que não existe dicotomia entre ser um amigo genuíno e intencionalmente agir para que alguém se aproxime de Deus.

    b. Testemunho coerente. Se por um lado a sociedade não permite tantos contatos pessoais, por outro, a curiosidade humana nunca se armou tanto para observar uns aos outros. As pessoas continuam interessadas em saber como as outras vivem e quais são as melhores soluções para os desafios da vida. Como lidamos com o estresse, com dívidas, como tomamos decisões, como educamos os filhos, como mantemos a saúde, quais são nossas prioridades, como nos relacionamos com nossa comunidade de fé, etc.
Quanto mais anticristão o mundo se torna, maior é a necessidade de testemunhos coerentes que apresentem as limitações da atuação humana e o ilimitado poder de Deus.

    c. Orientação divina. Sensibilidade à voz de Deus nos fará interagir com as pessoas certas, nos momentos mais adequados, com as palavras próprias que exaltem a Deus.

IV. O que não é evangelismo pessoal
O risco de deturpações do evangelismo pessoal também está presente. Aqui estão quatro exemplos (Will McRaney Jr., The Art of Personal Evagelism) do que não faz parte do ato de testemunhar:

(1) Julgar. É necessário ter muita sensibilidade na hora do contato missionário porque o papel do cristão não é julgar (isso não aparece na definição de testemunho). O evangelho certamente irá lançar luz sobre o contexto  daquele que o recebe e o Espírito Santo convencerá essa pessoa da transformação necessária. Principalmente nos contatos iniciais, é importante permitir que a graça, o amor, e o perdão de Deus alcancem o coração e respondam às necessidades daquele que recebe o evangelho.

(2) Envergonhar. Os recursos da culpa e da humilhação se apresentam como uma tentação para alguns que desejam impressionar os “pecadores”. Enquanto que a curto prazo esse recurso pode parecer proveitoso, a longo prazo as consequências são geralmente irreparáveis. Entender a distância entre Deus e o ser humano naturalmente fará a pessoa se sentir envergonhada, enquanto que o sacrifício de Cristo devolverá a esperança e a certeza de que há um lugar na família de Deus para aquele que O aceita.

(3) Manipular. O papel do evangelista não é pressionar alguém para se submeter a Deus. A definição de evangelismo (lição 1) envolve o convite para aceitar o evangelho, mas convencer as pessoas sobre a verdade é papel do Espírito Santo. Se esse processo acontecer simplesmente na esfera humana, se tornará uma competição pela melhor técnica de convencimento.

(4) Vencer um debate. A apresentação de argumentos de forma lógica e convincente faz parte do evangelismo, especialmente para aqueles que têm um dom relacionado com a apologética, mas essa não é a função principal da testemunha. Boas perguntas são mais eficientes com alguns tipos de pessoas do que respostas bem elaboradas.

(5) Vender. O evangelho deve ser proclamado, compartilhado, mas não vendido. Obviamente que aqueles que aceitam o evangelho são grandemente beneficiados em todas as esferas da vida, mas esse não pode ser o maior apelo para aceitar Jesus.

V. O meu evangelismo
Nessa separação didática, a última parte do processo é a do compartilhamento do evangelho em quatro etapas:

(1) Contato inicial: Seu interesse não se restringe a um contato único, mas estabelecer uma amizade;

(2) Contar a história: Exemplos de como a verdade transforma a vida de uma pessoa (de preferência a sua) positivamente são essenciais;

(3) Esclarecer a mensagem: Não basta comunicar; é preciso comunicar corretamente; e

(4) Fazer o convite: Seu alvo vai além de uma apresentação sobre o evangelho.

“A influência pessoal é um poder. Quanto mais direto for nosso trabalho em favor de nossos semelhantes, tanto maior será o benefício realizado. ... Devemos entrar em íntimo contato com aqueles por quem trabalhamos, para que, não somente nos ouçam a voz, mas nos apertem a mão, aprendam nossos princípios, e sintam nossa simpatia” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 439).

“Uma boa abordagem é um contato inicial, através de palavras e atos, que estabelece um relacionamento próximo o suficiente para permitir o testemunho por Cristo” (Alvin Reid, Evangelism Handbook, p. 253). Relacionamentos genuínos começam com interesses em comum. São nessas ocasiões que as maiores oportunidades surgem para  estabelecer relacionamentos que abrem portas para o evangelismo. Quantos casos de contatos missionários eu conheço que aconteceram no campo ou na quadra de futebol!

Por isso, ao buscar oportunidades para esses contatos, faça a si mesmo duas perguntas:

1. O que é que eu gosto de fazer?
2. Como posso me aproximar de pessoas que não conhecem Jesus através dessa atividade? Afinal, se você quiser praticar o evangelismo pessoal você precisa conversar com pessoas “do mundo” que estão “perdidas”.

Lembre-se de se aproximar das pessoas com a atitude correta. As pessoas sentem no ar se você realmente se importa com elas. Palavras erradas, respostas incompletas e raciocínios falhos poderão ser relevados se houver sincero interesse. Em quinze minutos de conversa, as pessoas são capazes de descobrir se há verdadeiro interesse por elas, se acreditamos no que estamos falando e se a mão de Deus tem agido em nossa vida. Já dizia o grande pensador da comunicação, Marshall McLuhan, que o meio é a mensagem. O conteúdo da história de Jesus é primordial, mas não se pode esquecer que a comunicação não verbal, o entusiasmo, o verdadeiro interesse e o exemplo também contam.

Como o evangelismo pessoal é uma atividade espiritual guiada pelo Espírito Santo, esteja preparado para a resposta positiva. No primeiro momento, é importante saber ouvir e fazer perguntas que levem a pessoa a abrir o coração. Como uma das maiores dificuldades é o momento de conduzir a conversa para o lado espiritual, é comum o Espírito Santo sugerir caminhos alternativos na conversa que inesperadamente o levem às melhores maneiras de dar seu testemunho (Lc 12:12).

A maneira de se comunicar algo e a maneira pela qual isso é entendido nem sempre são as mesmas. Portanto, os mesmos princípios são aplicáveis para a continuação do diálogo ao esclarecer o evangelho. Paulo menciona sua preocupação nesse sentido (Cl 4:4).

O último momento é o de encorajar as pessoas a tomar a decisão e motivá-las a se unir a você nessa jornada espiritual.

Ilustração
Conta-se a história de um insensível criminoso preso, de quem vários pastores haviam procurado se aproximar. Normalmente, a abordagem incluía explicar a situação do pecador e sua necessidade da graça de Deus para a salvação. Mas isso parecia endurecer o coração daquele detento. Então, um leigo o visitou e se sentou ao seu lado. Ele disse: “Você e eu estamos numa pior, não é verdade?” A identificação com aquele homem o levou aos prantos e à entrega de sua vida a Jesus.

Pensando nessa ênfase do evangelismo pessoal, Rick Richardson redefiniu evangelismo como sendo conversas com amigos de uma jornada espiritual (Reimagining Evangelism, p. 66). Com esse modelo de conversão como uma jornada marcada por eventos e não somente um evento isolado, ele sugere que, ao invés de os cristãos serem como vendedores itinerantes com um alvo, seria melhor que se portassem como guias de viagens de uma jornada espiritual.

"Evangelismo e testemunho pessoal" - Lição 05 Escola Sabatina Jovens Leitura


Evangelismo e testemunho pessoal


Casa Publicadora Brasileira – Lição dos jovens 622012



“‘Vocês são Minhas testemunhas’, declara o Senhor, ‘e Meu servo, a quem escolhi’” (Is 43:10).

Prévia da semana: Testemunho pessoal é um convite para que outras pessoas tenham uma exata percepção da diferença que Deus faz em nossa vida.

Leitura adicional: Lucas 8:4-15João 1:35-50Mensagens aos Jovens, p. 197, 198; Morris Venden, Como Tornar Real o Cristianismo, p. 71-86

Domingo, 6 de maio
cpb - introdução

Testemunha cheia do Espírito Santo


Você já segurou a respiração até quase desmaiar? É interessante observar como o corpo trava as lutas quanto ao que você tenta fazer. Em algum momento, haverá uma liberação e você vai inspirar oxigênio fresco. Em termos espirituais, estamos cheios do Espírito Santo de Deus. Os verdadeiros seguidores cheios do Espírito de Cristo respiram Suas ordens, amor, fé e esperança, e não podem evitar repartir com os outros sua recém-encontrada vida.

Jesus chama cada crente pelo nome e sabe exatamente como ele servirá em Seu reino. É um tipo bonito de troca. Ele nos convida a nos comprometermos em fidelidade a Ele, então nos unge em Seu amor e enche-nos com Seu Espírito. Por Sua vez, o Espírito Santo equipa cada crente com as ferramentas necessárias para repartir o amor de Deus. O processo de equipar é um dos mais miraculosos na experiência cristã. Quem dera todos pudéssemos passar mais tempo com a Palavra de Deus e em oração para que Ele pudesse nos revelar Seus dons e refiná-los em nossa vida!

Você e eu podemos ser testemunhas diárias para Cristo. Quando temos uma conexão com Ele, não podemos evitar ser transformados em pensamento e ações (Rm 12:2). O amor dEle começa a fluir de nós para os outros. Somos chamados a começar essa obra com os mais achegados a nós – cônjuge, filhos, família, vizinhos, amigos e colegas. A medida do sucesso evangelístico são as vidas restauradas e nova esperança e poder encontrados em Jesus.

C. S. Lewis disse: “A salvação de uma única pessoa é mais importante que a produção e preservação de todos os épicos e dramas no mundo.”* Não podemos ter ideia do peso da responsabilidade que repartimos com Cristo na missão de salvar pessoas. As Escrituras afirmam que “a eles foi revelado que estavam ministrando, não para si próprios, mas para vocês, quando falaram das coisas que agora lhes foram anunciadas por meio daqueles que lhes pregaram o evangelho pelo Espírito Santo enviado do Céu; coisas que até os anjos anseiam observar” (1Pe 1:12; grifo nosso).

Não permitamos que o conhecimento da graça de Deus seja desperdiçado por causa de nosso medo, culpa ou preguiça. Nesta semana, convido-o a considerar como você pode se tornar equipado pelo Espírito Santo.

* C. S. Lewis, “Christianity and Literature”, Christian Reflections (Eerdmans, Grand Rapids, Mich.:1995), p. 10.

Mãos à Bíblia

Nosso relacionamento pessoal com Jesus influenciará diretamente o sucesso de nosso testemunho em Seu favor. Quanto mais intensa for nossa conexão com Jesus, mais poder teremos ao testemunhar.

1. Que relacionamento tinham Pedro e João com Jesus e o que essa conexão os capacitou a realizar? O que significa o fato de que os membros do Sinédrio “reconheceram que eles haviam estado com Jesus”? Como deve ser a pessoa que tem “estado com Jesus”? At 4:13, 14


Jean-Pierre Martinez – Sidnei, Austrália

Segunda, 7 de maio
cpb - evidência

Sérios candidatos


João Batista tinha um grupo de discípulos que o seguiam e aprendiam seus ensinos. Eram provavelmente homens jovens, talvez mesmo adolescentes. Eles o chamavam “rabi” como sinal de respeito e afeição. Havia níveis diferentes de discipulado. Alguns discípulos eram mais parecidos com fãs de esporte que aparecem toda vez que o time joga em casa. Eles vinham ouvir seu professor falar quando Ele estava na área e doavam comida e dinheiro para a causa. Mulheres eram aceitas como esse tipo de discípulo. Outros discípulos eram mais semelhantes a aprendizes profissionais que estudavam com o professor, esperando que eles mesmos se tornassem professores.

Um discípulo sério escolheria um rabi e perguntaria: “Posso segui-lo?” Esse pedido jamais foi registrado no caso dos doze discípulos. Ao contrário, Jesus os escolheu. Numa ocasião em que um homem se aproximou de Jesus e pediu permissão para segui-Lo, Jesus o desencorajou dizendo: “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça.”

Os discípulos mencionados em João 1 pareciam estar buscando algo sério, como evidenciado pelo anúncio triunfante de André ao seu irmão. Messias significa “o ungido”. No tempo do Antigo Testamento, esse título poderia ser aplicado a qualquer rei ou sacerdote, mas por essa época, os judeus usavam essa expressão para se referir a um rei que viria. Subjugados como estavam ao domínio romano, começaram a pensar que esse rei seria um líder militar que expulsaria os romanos e seus bajuladores que “molhavam a mão”; esse rei introduziria uma era dourada para Israel.

Quando Filipe disse “achamos Aquele sobre quem Moisés escreveu na Lei”, ele provavelmente estava se referindo a Deuteronômio 18:15, onde Moisés diz: “O Senhor, o seu Deus, levantará do meio de seus próprios irmãos um Profeta como eu; ouçam-nO”.

Esses discípulos estavam olhando em direção à promessa profética de um Salvador vindouro. Rapidamente, eles se juntaram àqueles que repartiam essa esperança. Se hoje, ansiosamente, focalizarmos o olhar na vinda de Jesus, nos conectaremos com pessoas que serão receptivas à nossa mensagem e estarão prontas a conosco anteciparem o segundo advento.

Mãos à Bíblia

Aqueles com quem interagimos pessoalmente em vários níveis de intimidade são, na realidade, nosso campo missionário pessoal. A partir de nossas relações familiares mais íntimas, podemos avançar na direção de outros parentes, amigos e conhecidos.

2. Antes de falar com qualquer pessoa sobre o Messias que havia encontrado, com quem André falou? Por quê? Jo 1:37-42

3. Como as relações interpessoais podem encaminhar pessoas para Jesus? De que forma Filipe respondeu ao ceticismo de Natanael? Que lições podemos tirar dessa história? Jo 1:43-50


Kim Peckham – Sharpsburg, Maryland, EUA

Terça, 8 de maio
cpb - exposição

O poder da conexão


Palavra de boca em boca (Jo 1:35-50). William Bernbach, o publicitário que apresentou a América ao Fusca Volkswagen, criou anúncios vencedores premiados que apareceram em revistas e na televisão. Contudo, na opinião dele, “a palavra de boca em boca é o melhor meio de todos”.

A palavra transmitida de boca em boca tem sido essencial ao testemunho desde que os primeiros seguidores foram atraídos a Cristo. Certo dia, João Batista apontou para um homem na multidão e disse: “Vejam! Ele é o Cordeiro de Deus!” Imediatamente, dois dos discípulos de João começaram a seguir Jesus. Pode parecer rude terem abandonado seu professor. Contudo, de certa maneira, eles o honraram ao levarem a sério sua afirmação profética. Eles queriam saber mais.

Tempo juntos (Jo 1:38, 39). Como discípulos promissores, era de se esperar que João e André perguntassem: “Podemos segui-Lo?” Contudo, nenhum deles disse coisa alguma. Foi Jesus quem quebrou o silêncio ao perguntar: “O que vocês querem?” João e André responderam com uma pergunta: “Onde Você está hospedado?” Eles queriam falar com Ele demoradamente. Queriam estar juntos. “Venham e vejam”, disse Jesus.

É difícil testemunhar a alguém sem convidá-lo para vir à nossa casa – ou sem passar tempo na casa dele. Conversas que acontecem numa atmosfera calorosa e casual constroem relacionamentos. Muitos novos crentes descobriram que foi o relacionamento com um cristão que os ajudou a formar um relacionamento de salvação com Jesus.

Às vezes, desejamos poder arrebanhar as pessoas na igreja como gado no curral, sem tocá-las pessoalmente. Podemos dizer: “Aqui está uma folha com passagens que oferecem evidências. Nos vemos no próximo sábado.” Contudo, geralmente, precisamos investir de nós mesmos para aqueles a quem desejamos alcançar. É exigido nosso tempo e, às vezes, nosso dinheiro para criar uma conexão com aqueles que estão no mundo. Seria ridículo enviar a mensagem: “Deus ama você, mas, francamente, eu preferia não vê-lo além dos sábados pela manhã.”

Conforme as pessoas aprendem a confiar em nós, passam a crer no que temos a dizer sobre nosso cristianismo. Pode ser que leve muito tempo para isso acontecer. Estudiosos bíblicos acreditam que André e João “saíram” com Jesus por cerca de um ano e meio antes de responderem ao convite dEle para se juntarem aos discípulos dos quais falamos hoje.*

Conquistando maneiras (1Pe 3:1-15). Pedro declarou às mulheres casadas com descrentes que a “conduta honesta e respeitosa” delas conquistará o marido sem palavras. Isso não significa, necessariamente, que nosso estilo adventista levará as pessoas a vir correndo. Ninguém diz: “Ei, você não come porco? Deixe-me juntar-­me à sua religião.” Pedro está falando àqueles que têm relacionamento próximo com descrentes. São familiares que nos conhecem melhor do que ninguém. Eles serão capazes de enxergar se realmente temos o Espírito de Jesus dentro de nós e se isso é algo que eles querem para si mesmos.

Pulando o argumento (Jo 1:35-501Pe 3:15). Filipe tinha boas notícias para Natanael. “Achamos Aquele sobre quem Moisés escreveu na Lei”, ele disse. Natanael não estava bem certo. Tinha dúvidas acerca de qualquer pessoa que viesse de Nazaré. Em lugar de ficar discutindo, Filipe simplesmente disse: “Venha e veja.”

A abordagem de Filipe ao testemunho não envolveu discussão. Ele apenas fez uma introdução; e então Jesus deu evidência de Sua messianidade para Natanael de maneira tão poderosa que o homem passou de sarcástico a crente em questão de segundos.

Se discutimos com outros sobre nossa fé, passamos a exercer o papel de advogados – e não um advogado que esteja do lado deles. Existem muito bons argumentos para o cristianismo. Porém, realmente achamos que podemos forçar as pessoas para dentro do tanque batismal pela força da lógica? Pedro diz que devemos dar a razão da nossa esperança, mas precisamos fazer isso com delicadeza. O poder convincente do Espírito Santo pode fazer muito mais do que jamais poderemos. Nosso trabalho não é “vender” Jesus, mas atuar de tal maneira que Jesus “venda” a Si mesmo. Algumas vezes isso é tão simples como se oferecer para orar com um amigo sobre um problema que ele esteja enfrentando. Orar pela ajuda de Cristo abre uma oportunidade para que Ele mostre Seu poder e Seu amor.

A longo prazo (Jo 4:38). André e João, o evangelista, estavam buscando o Messias e imediatamente O seguiram. Podemos encontrar pessoas que estejam buscando uma experiência espiritual mais profunda. Outros professores ou talvez as circunstâncias da vida podem tê-las preparado para vir diretamente para nossa igreja e ocupar um assento. No contexto de “pescadores de homens”, esses são os peixes que pularam da água para dentro do barco. Como Jesus disse, “Eu os enviei para colher o que vocês não cultivaram”.

Mas podemos esperar que o ato de testemunhar geralmente seja um longo processo que exige muita paciência e tempo – frequentemente, mais paciência e tempo do que estamos desejosos de sacrificar sem que Deus coloque amor pelas pessoas em nosso coração. Amor é o que forma conexões entre nós e as pessoas que precisam de Jesus, assim como é o amor que nos une ao coração de Deus.

*The SDA Bible Commentary, v. 5, p. 910.

Mãos à Bíblia

A Bíblia nos revela que Deus não está, necessariamente, procurando os mais qualificados para realizar Sua obra evangelística. Ele está em busca dos que estão dispostos a ser usados, sejam quais forem seus dons e talentos. Devemos examinar frequentemente nosso coração para avaliar nossa realidade espiritual. Por isso, é preciso pedir a Deus que nos examine e mostre nossa verdadeira condição. Ela definirá o potencial de nosso testemunho.

4. Por que Davi pediu que Deus sondasse seu coração? Que lições podemos tirar desse texto, não apenas para nosso testemunho, mas para nossa vida atual? Que conforto, esperança e encorajamento Deus tem para você? Ao mesmo tempo, o que esse salmo diz sobre as mudanças que você precisa fazer em sua maneira de viver? Sl 139


Lori Peckham – Sharpsburg, Maryland, EUA

Quarta, 9 de maio
cpb - testemunho

Você: boca de anjo?


“Existem muitos que gastarão e se deixarão gastar para ganhar pessoas para Cristo. Em obediência à grande comissão, eles irão adiante para trabalhar pelo Mestre. Sob o ministério de anjos, homens comuns serão movidos pelo Espírito de Deus para admoestar as pessoas nas estradas e atalhos. Homens humildes, que não confiam em seus dons, mas que trabalham em simplicidade, confiando sempre em Deus, compartilham na alegria do Salvador enquanto suas orações perseverantes trazem pessoas para a cruz” (Ellen G. White, The Remnant Church: Its Organization, Authority, Unity, and Triumph, p. 36).

“Fui muito impressionada pelas cenas que recentemente passaram diante de mim durante a noite. Parecia haver um grande movimento – uma obra de reavivamento – avançando em muitos lugares. Nosso povo estava colocando-se em fila, respondendo ao chamado de Deus. Meus irmãos, o Senhor está falando conosco. Não ouviremos Sua voz? Não prepararemos nossas lâmpadas, e agiremos como homens que esperam a vinda do seu Senhor? Este é o tempo que requer luzes brilhando, que requer ação” (Ibidem, p. 43).

“Todos aqueles que se unem ao ministério são a mão ajudadora de Deus. Não existe uma profissão em que seja possível para a juventude receber maior benefício. Eles são cotrabalhadores com os anjos; particularmente, eles são agências humanas através das quais os anjos executam sua missão. Os anjos falam através de suas vozes, e trabalham por suas mãos. E os trabalhadores humanos, cooperando com as agências celestiais, têm o benefício de sua educação e experiência” (Ibidem, p. 44).

“Nunca houve um tempo em que o homem foi tão responsável para com Deus como o é na hora presente. Nunca houve um tempo em que a posição do ser humano foi tão crítica como o é agora. Todas as coisas na natureza e no mundo em geral são cobradas com intenso fervor. Satanás, em co­operação com seus anjos e com os homens maus, aplicará todo o esforço para ganhar a vitória, e parecerá alcançar sucesso. Mas nesse conflito, verdade e justiça triunfarão. Aqueles que creram na mentira serão destruídos; os dias da apostasia terminarão” (Ibidem, p. 50).

Mãos à Bíblia

Alguém alegar que ama a Deus e agir como se não O amasse é hipocrisia. O pior testemunho que pode ser dado se revela quando há desacordo entre profissão de fé e ação.

5. De que modo o cristão tem potencial para levar os incrédulos a Cristo? De que forma somos orientados a viver? Que poder acompanharia nosso testemunho se vivêssemos assim? De que maneira o relacionamento com Cristo influencia nosso testemunho? 1Pe 3:1-15Mt 5:16


Nina Atcheson – Margate, Queensland, Austrália

Quinta, 10 de maio
cpb - aplicação

Acenda a luz


No fim de semana passado, acendi as luzes do meu quarto, mas algumas delas não funcionaram. Inspecionei a caixa de fusíveis duas vezes, mas tudo parecia normal. O problema não foi resolvido até que contratei um eletricista. Aparentemente, uma tomada em particular havia corroído com o passar do tempo e a corrente não podia fazer a conexão necessária.

Testemunhos bem-sucedidos de cristãos requerem pelo menos duas coisas: (1) algo para testemunhar ou sobre o que falar e (2) a habilidade de se conectar com a(s) pessoa(s) a quem se quer testemunhar. João define testemunho ao declarar que “o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam – isto proclamamos a respeito da Palavra da vida” (1Jo 1:1). Apesar de não termos fisicamente ouvido, visto nem tocado Jesus, falar aos outros sobre nossa experiência com Ele “pela fé” pode ter um efeito positivo.

Podemos contar como Sua voz doce e suave tem nos encorajado e confortado. Podemos contar como O temos “visto” realizar milagres em nossa vida. Podemos admitir que O “tocamos” indo até Ele em oração e descobrindo que Ele também pode ser tocado por “compadecer-Se das nossas fraquezas” (Hb 4:15). Obviamente e sem dúvida, se não tivemos nenhuma dessas experiências com Jesus, não temos coisa alguma sobre o que testemunhar!

Ter uma experiência com Jesus é o fundamento para o evangelismo pessoal bem-­sucedido. Mas tão essencial quanto isso, contudo, é fazer a conexão com alguém que precisa do testemunho. A corrente elétrica acenderá uma lâmpada se houver a conexão. Sem conexão, não existe luz. Para um testemunho eficaz, é necessário que o Espírito Santo faça a conexão entre a testemunha e a pessoa que está recebendo o testemunho.

O Espírito Santo remove qualquer coisa que possa atrapalhar o recebimento do testemunho. O Espírito Santo dá as palavras certas a ser proferidas. Ele cria a melhor oportunidade e uma mente aberta. Uma boa testemunha também usa palavras para o coração do ouvinte. Para ser uma força dinâmica para o bem, é imperativo que a testemunha cristã esteja submetida ao Espírito Santo. Oração diária, estudo da Bíblia e submissão criam uma ligação maravilhosa entre o humano e o divino! Como resultado dessa união, fluem rios de água viva (Jo 8:38), trazendo vida e luz a todo aquele que entra em conexão com o testemunho.

Mãos à Bíblia

Visto que a igreja é constituída por todos os membros, o esforço de cada um contribui para o evangelismo global da igreja. Você sabe quais são as estratégias de sua igreja para levar as pessoas a Jesus?

6. Que encorajamento encontramos no fato de que, na obra de evangelismo, uma pessoa semeia e outra colhe os frutos? O que significa isso? Essa verdade já se cumpriu em sua experiência? Jo 4:37, 38


J. Philip Williams – Huntsville, Alabama, EUA

Sexta, 11 de maio
cpb - opinião

“Achamos o Messias”


Quando eu tinha 16 anos, fui para a Índia numa viagem missionária. Essa experiência mudou minha vida. Por quatro semanas, trabalhei num orfanato/internato em Tamil Nadu. Uma das minhas tarefas era ajudar os estudantes a desenvolver suas habilidades no inglês. Todos os dias eu ensinava inglês básico para os novos estudantes e conversava em inglês com os alunos mais antigos.

Outra de minhas tarefas – e, por sinal, minha favorita – era compartilhar o amor de Jesus com as garotas que viviam nos dormitórios. Muitas delas eram órfãs, portanto, não compreendiam totalmente o amor incondicional de um pai. Durante nossos estudos bíblicos noturnos, tentei apresentá-las a Jesus, aquele que poderia mudar a vida delas, retirar delas a dor e conceder um amor que muitas delas jamais haviam conhecido em relacionamentos humanos.

Muitas pessoas sentem que o evangelismo envolve viajar para longe de casa a fim de encontrar pessoas que jamais conheceram Jesus. Sim, Jesus tem pedido a cada um e a todos que falem ao mundo sobre Ele. Contudo, existem muitas pessoas – provavelmente em seu círculo de amigos – que não O conhecem.

Conhecer Jesus é diferente de conhecer sobre Ele. Conhecê-Lo é diferente de meramente aparecer na igreja a cada sábado, ler sua Bíblia, ou comer comidas saudáveis. Conhecê-Lo resulta de um desejo ardente e profundo de se tornar um com Ele – de partilhar Seu sofrimento, Sua missão e, abençoadamente, Sua graça. Mesmo em nossa igreja existem pessoas que não O conhecem porque elas estão emaranhadas em todas as “coisas” possíveis que podem ficar no caminho e impedem de se ter um verdadeiro relacionamento com Ele.

Você pode ser chamado para viajar a países distantes a fim de testemunhar àqueles que não conhecem Jesus, mas sempre será chamado a testemunhar para sua família, amigos e colegas de trabalho. Esse tipo de trabalho missionário pode ser difícil. Ele pode desafiá-lo a sair de sua zona de conforto. Contudo, ao fim do dia, o que pode ser mais gratificante, mais bonito do que ouvi-los dizer: “Encontramos o Messias!”?

Mãos à obra

1. Sente-se num parque movimentado e tente descobrir o tipo de trabalho que os transeuntes fazem e se confiaria neles o suficiente para fazer esse trabalho para você. Todos os humanos constantemente enviam mensagem às pessoas ao redor delas. Que mensagens não verbais você está enviando para aqueles a quem está testemunhando? Como sua resposta o ajuda a ser uma testemunha melhor?
2. Estude o Salmo 23 e relacione maneiras nas quais a mensagem desse Salmo seja relevante para você pessoalmente. Então, em um ambiente confortável, compartilhe a essência de suas descobertas com um amigo não cristão.
3. Prepare uma refeição para cinco pessoas cujas necessidades dietéticas você desconhece. O que faria para se assegurar de que todos tenham uma refeição satisfatória? Em que sentido preparar e servir uma refeição se assemelha ao testemunho eficaz?


Allison Sauceda – Centerville, Ohio, EUA