sábado, 21 de julho de 2012

Comentário Lição 04 Alegria e Gratidão


LIÇÃO 4 – ALEGRIA E GRATIDÃO

Comentários
Texto: 1 Tessalonicenses 1:1-10.
Na lição desta semana, entramos diretamente no estudo do texto paulino da primeira carta aos tessalonicenses.
Atualmente, ao escrever uma carta ou correspondência eletrônica, seguimos um padrão mais ou menos fixo: dirigimo-nos à pessoa para quem ela será enviada, primeiramente dando o nome do destinatário. Depois ele é cumprimentado. Na conclusão, colocamos uma saudação e escrevemos nosso nome.
Nos tempos de Paulo, também havia uma forma padrão de abertura, com a diferença de que uma carta começava com o nome do remetente. A seguir vinha a menção da pessoa (ou pessoas) a quem se escrevia, e ao nome se juntava a saudação costumeira. “Numa carta como a primeira aos tessalonicenses, a saudação está cheia de significado e viva, com sentimento de simpatia” (Marshall, p. 69).
Uma oração de gratidão (1:1-3)

Paulo mencionou a si mesmo, Silvano e Timóteo como sendo os escritores da carta. Citou os dois colaboradores por uma questão de cortesia, uma vez que era ele mesmo o principal responsável pela epístola. Os destinatários eram os membros da igreja dos tessalonicenses. Igreja significa aqui um grupo local de adoradores, uma congregação de crentes.
Na abertura da carta aparece a expressão “em Deus o Pai, e no Senhor Jesus Cristo”.

“A combinação dos dois termos em seguida a uma só preposição – “em” – estaria indicando que os dois são completamente coordenados, isto é, há referência tanto à primeira quanto à segunda pessoa da Trindade Santa... Isso mostra que, no pensamento do apóstolo, Jesus é tão plenamente divino quando Deus Pai: a mesmíssima essência é possuída pelo Pai e pelo Filho – também pelo Espírito, conforme 2 Coríntios 13:14” (Hendriksen, 52, 53).
Considerando que, às vezes surgem aqui e ali, dentro das fronteiras adventistas, defensores de uma “natureza inferior” para a Pessoa de Jesus Cristo, essa indicação da intimidade ímpar entre o Pai e o Filho no primeiro versículo da epístola é de grande importância, pois é dito que a igreja está “em” ambos.
Concordo com a afirmação de Wiersbe: “A fé, a esperança e o amor são as três virtudes cardeais da vida cristã e as três maiores evidências da salvação. Se os tessalonicenses tivessem continuado a adorar ídolos mortos e, ao mesmo tempo, professassem sua fé no Deus vivo, teriam demonstrado que não faziam parte dos eleitos de Deus” (Wiersbe, v. 6, p. 208).
Deus escolheu você – (1:4)
A vossa eleição é de Deus” – essa declaração é o mesmo que dizer em outras palavras: “a escolha que Deus fez de vós”, ou seja: vocês são o povo escolhido de Deus, literalmente.
“Essa escolha depende do amor de Deus e não do valor das pessoas que O receberam. Os eleitos de Deus são aqueles que demonstram as características de pertencer a Ele, tais como as evidências da fé, do amor e da esperança já mencionados. O fato de Paulo ter empregado a linguagem da eleição não subentende que Deus retirou de outras pessoas a possibilidade da salvação, nem que alguém possa dizer que não foi salvo porque Deus não o chamou” (Marshall, p. 74).
O Comentário Bíblico Adventista tem afirmações categóricas sobre o conceito da eleição bíblica. Por exemplo:
“Nas Escrituras, não há nenhuma declaração que apoie o ensino de que Deus tenha predestinado algumas pessoas para a vida eterna, do qual se deduziria facilmente que Deus tem predestinado o restante da humanidade à fatídica destruição eterna. A doutrina bíblica da eleição implica a vontade de Deus e a do homem em ação conjunta” (v. 7, p. 236).
A eleição divina é um tema comum às duas cartas aos tessalonicenses. Paulo não teve receio de afirmar a essa congregação jovem e de predominância gentílica que esses cristãos eram eleitos de Deus. O apóstolo via neles o fruto da graça eletiva de Deus, manifestada na resposta deles à pregação do evangelho e em seu progresso inicial na santificação.
Segurança em Cristo – (1:5)
No verso 5, Paulo explica por que estava convicto de que os tessalonicenses eram eleitos de Deus: “Porque o nosso evangelho não chegou a vocês somente em palavras, mas também em poder e no Espírito Santo e em plena convicção...”
O termo usado para “poder”, dynamis, é usado geralmente para descrever a energia divina. Pregar em poder, portanto, significa pregar na força e energia do próprio Deus. Palavras humanas seriam inúteis se a mensagem não fosse dada “em poder”. A mensagem deve ser vista como a palavra poderosa de Deus. O poder está estritamente vinculado ao Espírito Santo como sua fonte (Hernandes, p. 36).
Os versos 5 a 9 indicam que havia alguns que afirmavam que Paulo estava envolvido no “negócio da pregação” a fim de obter vantagens. Ele se defendeu apelando para as evidências de orações atendidas e vidas transformadas. A realidade da fé se manifesta em bons frutos.
No verso 5, há ainda uma expressão sugestiva: Paulo não disse “eu cheguei a vós”, mas “o nosso evangelho chegou até vós.” O homem se perdia na mensagem (Barclay).
Fazer o que Paulo faria – (1:6, 7)
Os tessalonicenses se tornaram “imitadores” dos missionários e do Senhor quando receberam a mensagem “em muita tribulação”. Imitar é seguir um exemplo, usualmente num sentido ativo. A igreja imitou o modelo correto.

A palavra “imitadores”, do grego “mimetai” (de onde vêm as palavras mímica, mimetismo), descreve alguém que imita outra pessoa, particularmente para seguir seu exemplo ou ensino (Chave Linguística do NT, 435).
Uma igreja de imitadores conscientes se tornou um modelo a ser imitado. Os imitadores se tornam exemplos, e quem não é imitador não pode se tornar exemplo (W. Hendriksen).
Além de seguir o exemplo de Cristo e de Paulo, os tessalonicenses se tornaram exemplo para os demais crentes. A palavra usada para “modelo”, “typos”, significa marca visível, cópia, imagem, padrão e exemplo. É usada em um sentido ético de padrão de conduta, um exemplo a ser seguido. Trata-se daquilo que deixa uma impressão desejável (Chave Linguística do NT).

A igreja de Tessalônica aprendeu e depois passou a ensinar; tornou-se fonte de inspiração para os crentes de sua província e além dela.
Mais evidências da fé – (1:8-10)
Paulo afirmou – “por toda parte a vossa fé se espalhou”.

Lembre-se de que Tessalônica era um importante e populoso centro comercial, localizado na via Inácia, e no centro do litoral do golfo de Salônica. Portanto, estava ligada a todos os portos do mundo de então. Qualquer notícia podia espalhar-se rapidamente para regiões próximas e distantes. Tudo que tinham a fazer era aproveitar as oportunidades dessa localização estratégica.
Aprecio muito o seguinte arrazoado de William Hendriksen:
Os tessalonicenses “se converteram dos ídolos para servir ao Deus vivo e verdadeiro” (v, 9). Um verbo bastante significativo é empregado aqui para converter-se, e quer dizer:“voltar-se”. Os leitores haviam experimentado uma transformação verdadeira, que se manifestava externamente. A totalidade da sua vida ativa estava então se movendo na direção oposta, para longe dos ídolos, para perto de Deus.
Quando Deus converte alguém, Ele muda essa pessoa por inteiro, não apenas as emoções, mas também a mente e a vontade. A pessoa experimenta uma completa reforma, e tudo isso se torna visível em sua conduta externa.
Foi uma transformação extremamente significativa o deixar os ídolos. Não é fácil rejeitar e lançar fora os deuses que a pessoa cultuou desde criança, e que sempre foram considerados muito reais. Isso é uma revolução religiosa. O culto aos ídolos afetava a vida em todos os seus aspectos. Os tessalonicenses, em especial, tinham considerado esses deuses como verdadeiros e reais, pois o Monte Olimpo, cujo famoso pico era considerado a morada dos deuses, localizava-se a apenas uns 80 quilômetros a sudoeste da cidade. Conforme a mitologia, quando Zeus sacudia sua divina cabeleira cacheada, aquela montanha tremia.
Como resultado da operação da graça de Deus, os olhos dos tessalonicenses foram abertos, e eles viram que seus ídolos eram inúteis. Voltaram-se deles para um Deus vivo e real.
Lembre-se, caro leitor, de que no século em que vivemos ainda existem muitos ídolos. São sofisticados, pluralistas, pós-modernos e se insinuam a todo instante em nossa vida, procurando interferir na religiosidade de cada um de nós. Cuidado! É preciso constante vigilância!
Voltar-se para o Deus vivo e real implica voltar-se constantemente para Seu unigênito Filho e para a salvação por meio dEle. Isso só pode acontecer pela ação do Espírito Santo em nossa vida. Que essa seja a sua experiência. Felicidades.
Pr. JSilvio.
Ministerial – Paulistana

O autor dos comentário deste trimestre é o Pr. José Silvio Ferreira, casado com a psicóloga Ellen Ferreira. O casal tem três filhos: Maltom Guilherme, Marlom Henrique e Mardem Eduardo. Doutor em Teologia pelo Unasp, o Pr. José Silvio já trabalhou como distrital, líder de jovens e secretário ministerial, atendendo a igreja nos Estados de Goiás, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, onde atua hoje como Ministerial da Associação Paulistana. É autor do livro Cristo, Nossa Salvação.




Lição 04 - Adultos - 21 a 28 julho " Alegria e Gratidão

Lição 04 – Adultos -  21 a 28 de julho

Alegria e gratidão (1Ts 1:1-10)





Sábado à tarde
Ano Bíblico: Ct 1–4

VERSO PARA MEMORIZAR: “Sempre damos graças a Deus por todos vocês, mencionando-os em nossas orações. Lembramos continuamente, diante de nosso Deus e Pai, o que vocês têm demonstrado: o trabalho que resulta da fé, o esforço motivado pelo amor e a perseverança proveniente da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 1:2, 3, NVI).

Leituras da semana: 1Ts 1:1-10; 1Co 13; 1Tm 1:15; Gl 5:19-23; Dn 12:2

Pensamento-chave: Paulo tinha muitas coisas boas a dizer aos tessalonicenses, pelo menos quando lhes escreveu a primeira carta. O elogio a eles dirigido é digno de nossa atenção.

Paulo abriu sua primeira carta aos Tessalonicenses enfatizando a oração e destacando quanto orava por eles, o que, por si só, revela o profundo amor e preocupação que ele tinha pela igreja ali.
Nessa passagem, Paulo se alegrava de que os tessalonicenses, como um todo, pareciam se manter fiéis. A vida deles oferecia provas abundantes do poder transformador do Espírito, apesar dos muitos desafios que enfrentavam.


Paulo concluiu o primeiro capítulo comentando como a receptividade dos tessalonicenses para com ele e seus ensinos os tornou verdadeiros “adventistas”. Eles eram crentes que viviam a cada dia na esperança do dia em que Jesus viria do Céu para livrá-los da “ira” que havia “de vir”.
Nesta lição teremos uma visão profunda de como os novos convertidos lidavam com os desafios que vêm depois que o evangelismo ocorre.

Domingo
Ano Bíblico: Ct 5–8

Uma oração de gratidão (1Ts 1:1-3)

Nas palavras de abertura de 1 Tessalonicenses, captamos um vislumbre da abnegação de Paulo. Embora fosse claramente o autor da carta (1Ts 2:18; 3:5; 5:27), ele reconheceu seus colaboradores Silas e Timóteo.

1. Que coisas motivaram a gratidão de Paulo, Silas e Timóteo? O que essas coisas significavam na prática? Como se manifestavam na vida diária? Por exemplo, como “o trabalho que resulta da fé” se expressa na nossa maneira de viver? 1Ts 1:1-3

 A abertura dessa carta é típica das antigas cartas gregas, mas com uma diferença interessante. À típica introdução grega (“graça”), Paulo acrescentou a saudação familiar judaica “paz” (shalom em hebraico). “Graça” e “paz” – representações apropriadas do que significava a experiência com Jesus.
Quem foi Silvano? O nome é o equivalente em latim do nome aramaico “Silas”. Judeus que viviam fora da Palestina geralmente adotavam nomes gregos ou latinos para acompanhar seus nomes judaicos (foi assim que “Saulo” se tornou “Paulo”). Silas era um cristão de Jerusalém como Marcos, que foi um dos primeiros companheiros de viagem de Paulo. Permitindo que líderes da igreja de Jerusalém fossem com ele em suas viagens missionárias, Paulo estava fazendo seu melhor para manter a unidade da igreja.

2. Que palavras usadas em 1 Tessalonicenses 1:1-3 ficaram famosas devido à forma pela qual apareceram em 1 Coríntios 13? Qual delas recebe a principal ênfase em 1 Coríntios, e por quê?

 Em suas orações, Paulo se concentrou na realidade, não em uma espiritualidade alucinante. A fé estimula o trabalho sério. O amor genuíno produz muito trabalho. E a esperança requer muita paciência. Nessas palavras, a ênfase está na ação, não em ideias abstratas. A ordem da fé, amor e esperança varia no Novo Testamento, mas o mais importante dos três é listado por último, em todos os casos (veja 1Co 13:13). A ordem em 1 Tessalonicenses 1:3 destaca a importância dos eventos dos últimos dias na mente de Paulo, conforme as duas cartas aos Tessalonicenses.
Paulo também estava grato diante de Deus porque se lembrava de como os tessalonicenses haviam respondido ao evangelho. Paulo provavelmente esperava que a resposta emocional positiva dos irmãos aos elogios apresentados os levasse a ser mais receptivos às preocupações que ele logo iria expressar.

Segunda
Ano Bíblico: Is 1–4

Deus escolheu você (1Ts 1:4)

3. A eleição ou escolha divina significa que não temos escolha? Por outro lado, isso significa que alguém que não foi escolhido por Deus não pode ter salvação, mesmo que a deseje? 1Ts 1:4
O verso 4 continua a mesma sentença iniciada por Paulo no verso 2, com a expressão “damos graças”. Uma das razões pelas quais Paulo dava graças a Deus era que ele sabia que Deus tinha “escolhido” os tessalonicenses.
Alguns cristãos têm levado ao extremo essa ideia de ser “escolhido”. Querem afastar o cristão de qualquer ênfase no estilo de vida ou comportamento. Em vez disso, ensinam que nossa salvação depende da escolha de Deus e não da nossa decisão. Tal ensino também pode levar à ideia de que a graça de Deus é apenas para uns poucos e que, uma vez salva, uma pessoa não pode decidir se perder.

4. Como os textos a seguir nos ajudam a compreender que a salvação é nossa própria escolha? Js 24:15; 1Tm 2:4; Ap 3:20

É impossível obter fé sem o poder divino de atração. No entanto, Deus permite que os seres humanos tomem as próprias decisões em relação a Ele e ao que Ele tem feito por nós. E o que Ele fez por nós foi nos “escolher” em Cristo. Todos fomos “eleitos” para ter a salvação. O fato de que alguns não serão salvos reflete a escolha deles, não a de Deus. A escolha de Deus é que toda a humanidade seja salva. Como Paulo diz em 1 Timóteo 2:4, Deus deseja que “todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (NVI). Mas nem todos reclamarão essa salvação para si mesmos.

Terça
Ano Bíblico: Is 5–7

Segurança em Cristo (1Ts 1:5)

5. Como podemos obter a certeza de que estamos justificados diante de Deus? Na vida dos tessalonicenses, quais eram as três evidências que indicavam que eles estavam justificados diante de Deus? 1Ts 1:5
O verso 5 começa com “pois” ou “porque”. Nesse verso Paulo descreveu os motivos para sua convicção de que os tessalonicenses foram “escolhidos” por Deus (1Ts 1:4). Ele também destacou razões adicionais para suas orações tão cheias de gratidão (1Ts 1:2). Paulo se alegrou com as evidências práticas de que os tessalonicenses responderam a Deus e de que Ele os havia aprovado.

Paulo começou o verso revelando alegria por causa do sinal visível e exterior da posição dos tessalonicenses diante do Senhor. Sua aceitação do evangelho não foi apenas um assentimento mental aos ensinamentos ou doutrina. Sua vida diária revelava a presença e o poder de Deus. Na vida diária da igreja, aconteciam coisas que só podiam ser explicadas como intervenção divina. Orações eram atendidas e vidas, transformadas. A realidade de sua fé se manifestava em suas obras.


6. Como podemos saber se o Espírito Santo está realmente na nossa vida e na igreja? Gl 5:19-23; 1Co 12:1-11

O “fruto” do Espírito é uma poderosa evidência de que Deus está atuando ativamente. Coisas como amor, alegria e paz podem ser falsificadas somente por algum tempo, mas, nas dificuldades dos relacionamentos diários na igreja, o verdadeiro é finalmente separado do falso. Quando o Espírito Santo é uma presença viva, coisas que não são naturais para os seres humanos pecadores começam a se tornar naturais. Os cristãos acabam praticando atos de graça e bondade que não haviam ocorrido antes. Paulo viu muitas evidências de que a vida dos tessalonicenses havia sido transformada pela operação sobrenatural do Espírito.
Para ele, a evidência final de que Deus havia escolhido os tessalonicenses era a profunda convicção e certeza interior que eles demostravam de que o evangelho era verdadeiro e de que Deus estava em sua vida. Embora tais convicções não sejam confirmadas em todos os casos, a firme certeza de que estamos justificados diante de Deus geralmente acompanha o evangelho genuíno.

Quanta certeza da salvação você tem? Em que essa certeza deve estar apoiada?

Quarta
Ano Bíblico: Is 8–10


Fazer o que Paulo faria (1Ts 1:6, 7)

7. Por que os tessalonicenses se tornaram imitadores de Paulo? Como devemos entender isso à luz da ideia de que Cristo é nosso maior exemplo? 1Ts 1:6, 7
A maioria das traduções não mostra isso, mas no verso 6 Paulo continuou a mesma sentença iniciada no verso 2 e estendida até o verso 10. O tema principal dessa longa passagem é a lista dos motivos de Paulo para a gratidão apresentada em suas orações. Os versos 6 e 7 adicionam dois itens a essa ação de graças, com base no “porque” (NIV) do início do verso 5. Paulo dava graças (v. 2) porque (v. 5, NVI) os tessalonicenses o imitavam e aos seus colaboradores, e se haviam tornado um exemplo a imitar (v. 6, 7).

Muitas vezes advertimos as pessoas de que é perigoso imitar outras pessoas, a não ser Cristo. Isso é verdade, porque até mesmo as melhores pessoas nos decepcionarão algumas vezes. Mas a realidade é que precisamos de exemplos. As pessoas precisam umas das outras, por vezes, para orientação, conselho e ajuda para lidar com questões específicas e momentos difíceis. Quem nunca experimentou a bênção de um bom conselho e de um bom exemplo?
Além disso, queiramos ou não, uma vez que nos tornamos líderes na igreja, as pessoas nos imitarão. Por isso é muito importante que os cristãos “veteranos” vivam o que pregam e exemplifiquem na vida as coisas que dizem.

Ao mesmo tempo, Paulo apresentou alguns cuidados. Em primeiro lugar, a imitação (v. 6) segue o recebimento do evangelho (v. 5). O foco central dos tessalonicenses estava em receber a Palavra de Deus e aplicá-la diretamente à vida por meio do Espírito Santo. Sempre podemos confiar na Palavra de Deus. Em segundo lugar, Paulo os encaminhou ao Senhor como principal modelo (v. 6). O que Jesus fez, e faria, é um modelo muito mais seguro do que o que o próprio Paulo faria. Afinal, Paulo não tinha ilusões sobre si mesmo nem sobre seu caráter (1Tm 1:15).


Tendo dito isso, no entanto, Paulo afirmou o desejo dos tessalonicenses de imitá-lo como amado professor e conselheiro, e também de se tornarem modelos dignos de imitação. Nesse caso específico, o que estava sendo exemplificado era a alegria no sofrimento. O sofrimento pode tornar alguém mais amargo ou melhor. No contexto do evangelho e do poder do Espírito Santo, os tessalonicenses descobriram a alegria sobrenatural em meio ao sofrimento, assim como Paulo e Silas haviam descoberto antes (At 16:22-25).


Que tipo de modelo você apresenta na igreja? Que coisas em sua vida os outros devem seguir? Em que aspectos seu exemplo precisa ser aperfeiçoado?

Quinta
Ano Bíblico: Is 11–14

Mais evidências da fé (1Ts 1:8-10)

8. Que evidências adicionais da fé dos tessalonicenses foram apresentadas por Paulo? 1Ts 1:8-10

Paulo continuou a sentença iniciada no verso 2, explicando como sabia que os tessalonicenses se tornaram modelo ou exemplo para os outros crentes na Macedônia (onde Tessalônica estava localizada) e Acaia (onde Corinto estava localizada).
Primeiro, eles eram modelo de esforço evangelístico e sucesso. Partindo deles, a Palavra de Deus “propagou-se” (NVI) nessas províncias e além delas. Paulo também considerava que eles tinham uma fé exemplar por causa de sua receptividade a ele e ao evangelho. Eles estavam dispostos a ser ensinados. Também estavam dispostos a fazer mudanças radicais na vida, como abandonar ídolos e outras formas populares de adoração.

A comunicação era relativamente rápida no antigo mundo romano, graças às estradas romanas bem construídas e às frequentes viagens. Assim, a alegação de que a fé que eles tinham era conhecida “por toda parte” pode indicar que as pessoas em lugares como Roma e Antioquia já a haviam mencionado em suas comunicações com Paulo.


Também é verdade que as pessoas querem viver de acordo com as expectativas dos outros. O elogio contém uma expectativa implícita. Elogiando a sua fé de maneira tão irresistível, Paulo os estava incentivando a crescer mais e mais nessa fé.


Parece que havia algo especialmente notável sobre a conversão deles. Sendo pagãos idólatras, eles tiveram que superar duas grandes barreiras. Primeiro foi a “mensagem louca” sobre um Homem que havia sido morto e voltara à vida. E havia o fato de que essa “mensagem louca” era judaica. Muitos gentios provavelmente riram quando ouviram a mensagem cristã. Os tessalonicenses, não. Em vez disso, eles reorganizaram completamente a vida à luz do evangelho.


“Os crentes de Tessalônica eram verdadeiros missionários. Seu coração estava inflamado de zelo pelo seu Salvador, que os livrara do temor da ‘ira futura’ (1Ts 1:10, RC). Mediante a graça de Cristo, uma transformação maravilhosa se havia operado na vida deles; e a Palavra do Senhor, pregada por eles, era acompanhada de poder. Por intermédio das verdades apresentadas, corações foram alcançados e pessoas, acrescentadas ao número dos cristãos” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 256).


Leia novamente 1 Tessalonicenses 1:10. Sobre o que Paulo estava falando ali? O que é a “ira vindoura”? O que a ressurreição de Jesus tem a ver com essa questão? Por que essa promessa é tão importante para os que creem? 1Co 15:12-17; Jo 11:24, 25; Dn 12:2.

Sexta
Ano Bíblico: Is 15–19

Estudo adicional
A chegada de Silas e Timóteo, vindos da Macedônia enquanto Paulo se encontrava em Corinto, alegrara muito o apóstolo. Eles trouxeram “boas notícias” da “fé e caridade” dos que haviam aceitado a verdade durante a primeira visita dos mensageiros evangélicos a Tessalônica. O coração de Paulo se comoveu com a mais terna simpatia para com esses crentes que, em meio às provações e adversidades, se haviam mantido fiéis a Deus. Desejou muito visitá-los pessoalmente. Como, porém, isso fosse impossível então, escreveu-lhes.

“Nessa carta à igreja de Tessalônica, o apóstolo expressou sua gratidão a Deus pelas alegres novas do progresso por eles alcançado na fé...


“Muitos dos crentes de Tessalônica se haviam convertido dos ídolos a Deus, ‘para servir o Deus vivo e verdadeiro’... O apóstolo declarou que, em sua fidelidade em seguir ao Senhor, eles haviam sido ‘exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia’” (1Ts 1:6-9, RC; Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 255, 256).


Perguntas para reflexão
1. Pense mais na questão dos modelos, além de Jesus. Que vantagens e desvantagens vêm com eles?
2. Se as pessoas ao seu redor estivessem procurando evidências da fé, o que eles achariam em sua igreja? O que poderia, ou deveria, ser diferente?
3. Por que é tão importante encorajar os outros? Ao mesmo tempo, por que devemos ter cuidado ao fazer isso?
4. Pense na importância da doutrina da volta de Jesus para nossa fé. Que boas razões temos para confiar em algo tão radical, tão diferente de tudo que já aconteceu antes?

Resumo: Paulo encontrou muita alegria em oferecer ações de graças a Deus pelas muitas evidências de Sua obra na vida dos crentes de Tessalônica. Ao compartilhar o conteúdo de suas orações com eles, Paulo esperava motivá-los a continuar crescendo na fé e em seus esforços para evangelizar os outros.

Respostas sugestivas: 1: O trabalho que resultava da fé, o esforço motivado pelo amor e a perseverança proveniente da esperança em Cristo; a religião dos tessalonicenses era demonstrada na prática. 2: Fé, amor e esperança; o amor recebe a ênfase principal porque é a base para a fé e a esperança; o amor é a essência e a motivação correta da religião bíblica. 3: A eleição divina é uma oportunidade para todos os seres humanos, mas Deus respeita os que rejeitam sua oferta de salvação; assim, somente os que demonstram fé são confirmados como eleitos. 4: Cabe a nós escolher a quem servir; Deus deseja a salvação de todos; Cristo bate à porta e chama, porém é o ser humano que deve ouvir e abrir a porta. 5: Por meio da convicção, do poder e da presença do Espírito Santo, que revelam o evangelho em nossa vida; os tessalonicenses manifestavam essa experiência. 6: Por meio da manifestação prática do fruto do Espírito, em oposição às obras da carne; a pessoa que recebe o Espírito, recebe Seus dons e realiza Sua obra, segundo Sua vontade. 7: Paulo recebia e pregava a Palavra com alegria, apesar das perseguições; Paulo imitava a Cristo, os tessalonicenses imitavam Paulo e se tornavam modelo para outras igrejas. 8: Deixaram os ídolos, se converteram a Deus, serviam o Deus vivo e verdadeiro e aguardavam a volta do Filho de Deus, que havia ressuscitado e salva da ira vindoura.




Lição 04 – Jovens – 21 a 27 de julho "Jubilosos e Gratos"


Lição 04 – Jovens – 21 a 27 de julho


Jubilosos e gratos








“Sempre damos graças a Deus por todos vocês, mencionando-os em nossas orações. Lembramos continuamente, diante de nosso Deus e Pai, o que vocês têm demonstrado: o trabalho que resulta da fé, o esforço motivado pelo amor e a perseverança proveniente da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 1:2, 3).

Prévia da semana: Os cristãos devem ser gratos pela maneira como a graça de Deus pode transformar a vida de uma pessoa, e encorajar aqueles em cujas vidas Seu Espírito está atuando.
Leitura adicional: Caminho a Cristo, “Regozijo no Senhor”, p. 115-126

Domingo, 22 de julho
Questão de foco

Estou escrevendo com um prazo e tentando não me distrair da tarefa. Contudo, minha concentração se perde, regularmente meus olhos flutuam ao longo dos ícones de aplicativos na barra inferior da tela do meu notebook. Eles posam como uma fileira de bombons tentadores numa caixa. Clique. Mensagem: “Oi, Hannah, posso te encontrar para almoçar na quinta?”


Estou ajudando a escrever um livro sobre a segunda vinda de Cristo. Minha esperança é de que ele atraia uma geração curiosa, descrente e egocêntrica. Era para ser um projeto emocionante. Contudo, está levando muito tempo e estou perdendo a energia para fazer isso. Clique. “O terremoto no Japão foi um dos maiores registrados. O sistema de segurança do reator nuclear não está funcionando corretamente. Mais de mil pessoas estão desaparecidas.”
Começo a digitar novamente. O mundo não pode durar muito mais. É impossível ignorar quão vulneráveis somos. Deus nos ama, e Ele tem um plano.
Um e-mail entra na minha caixa. Talvez seja uma promoção da minha loja favorita. Clique. Oh, um e-mail do Paulo. Já faz tempo que não tenho notícias dele. Pergunto-­me se ele me ajudará com esse livro. Clique.

“Minha querida filha, eu não paro de agradecer e louvar a Deus por você! Você sabe que a menciono pelo nome em minhas orações todos os dias? É tão emocionante para mim saber que você acredita apaixonadamente nesse projeto, e que você ainda está trabalhando nele. Não tenho dúvida de que é uma das tarefas mais difíceis que você já realizou. Mas seu trabalho é inspirado por seu amor a Deus e pelas pessoas ao seu redor que ainda não possuem a esperança que você tem – de que Jesus voltará em breve.
“Quero que você saiba que tenho fé em você, porque a amo. Eu a vi crescer, e sei que você jamais perderá sua fé em Deus.

“Você se pergunta sobre o prazo final. Bem, também não sei a data. É um projeto em andamento – uma obra para a vida inteira. Confie em Deus para inspirá-la e Ele a preparará para Seu prazo final. Ele está entrelaçando a todos nós nesse projeto que sacudirá a Terra de diferentes maneiras.”
O encorajamento de Paulo me coloca novamente no foco do que é mais importante. Desconecto meu notebook da internet, escondo a barra de aplicativos, e retorno com energia renovada para a mais importante obra da minha vida.

Mãos à Bíblia
1. Que coisas motivaram a gratidão de Paulo, Silas e Timóteo? O que essas coisas significavam na prática? Por exemplo, como “o trabalho que resulta da fé” se expressa na nossa maneira de viver? 1Ts 1:1-3
2. Que palavras usadas em 1 Tessalonicenses 1:1-3 ficaram famosas devido à forma pela qual apareceram em 1 Coríntios 13? Qual delas recebe a principal ênfase em 1 Coríntios, e por quê?
Nessas palavras, a ênfase está na ação, não em ideias abstratas. A ordem da fé, amor e esperança varia no Novo Testamento, mas o mais importante dos três é listado por último, em todos os casos (veja 1Co 13:13. A ordem em 1 Tessalonicenses 3:3 destaca a importância dos eventos dos últimos dias na mente de Paulo, conforme as duas cartas aos Tessalonicenses.

Karen Holford | Auchtermuchty, Escócia

Segunda, 23 de julho
Bons resultados

De certa maneira, Paulo e Silas foram pais espirituais dos cristãos tessalonicenses. Em Atos 17:1-9, lemos que eles foram a Tessalônica, onde debateram com os judeus por três sábados consecutivos. Muitos deles, juntamente com vários gregos, se tornaram cristãos (At 17:4).
Então, Paulo, Silas e Timóteo estavam agradecidos pela maneira com que a nova “plantinha” tinha se desenvolvido em Tessalônica. Uma coisa importante de se notar é que Paulo agradecia a Deus pela fé, amor e esperança deles que ressoava por todo o mundo cristão daquele tempo. Isso é importante. Os bons frutos que produzimos são resultado da obra de Deus em nós, não resultado de nosso próprio trabalho, ou do trabalho do pastor. Foi Deus quem produziu fé, amor e esperança na vida de antigos adoradores idólatras (1Ts 1:9).

De que tipo de fé, amor e esperança Paulo estava falando? Ele descreveu “o trabalho que resulta da fé, o esforço motivado pelo amor e a perseverança proveniente da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 1:3). Paulo, que em muitos lugares contrastou salvação pela fé e salvação pelas obras, acabou por dizer “trabalho da fé”? Leon Morris diz que, “enquanto Paulo insiste que a salvação é totalmente de Deus, ele também insiste que a fé é ocupada”.*
“Esforço do amor” significa mais do que apenas alguns atos de bondade aqui e ali. A palavra grega para “trabalho” (kopos) denota empenho contínuo e sofrimento por causa do amor. A palavra grega que traduzimos como “amor” é agape: o amor que vem somente de Deus e busca doar-se – independentemente do valor de alguém. Esse tipo de amor desafia nossa natureza humana.

Finalmente, a “perseverança da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo” é uma esperança voltada para a segunda vinda de Cristo. Em 1 Tessalonicenses 1:8, Paulo escreveu que a fé deles se tornou tão conhecida em muitos lugares que ele, Silas e Timóteo não precisaram dizer coisa alguma. As ações realmente falam mais alto que as palavras!


* Leon Morris, 1 & 2 Tessalonicenses: An Introduction and Commentary (Nottingham: InterVarsity Press, 1984), p. 43.

Mãos à Bíblia
3. A eleição ou escolha divina significa que não temos escolha? Por outro lado, isso significa que alguém que não foi escolhido por Deus não pode ter salvação, mesmo que a deseje? 1Ts 1:4
4. Como os textos a seguir nos ajudam a compreender que a salvação é nossa própria escolha? Js 24:15; 1Tm 2:4; Ap 3:20
É impossível obter fé sem o poder divino de atração. No entanto, no fim Deus permite que os seres humanos tomem as próprias decisões em relação a Ele e ao que Ele tem feito por nós. E o que Ele fez por nós foi ter nos “escolhido” em Cristo. Todos fomos “eleitos” para ter a salvação. O fato de que alguns não serão salvos – não clamarão essa salvação para si mesmos – reflete sua escolha, não a de Deus. A escolha de Deus é de que toda a humanidade seja salva (1Tm 2:4).

Filip Bajic | Galston, East Ayrshire, Reino Unido

Terça, 24 de julho
Motivos de gratidão

Porque isso é o certo! (1Ts 1:3; 1Co 13:13). Paulo tinha algumas coisas desafiadoras que ele queria dizer aos tessalonicenses, mas sabia que precisava conectar-se com eles primeiro, encorajando-os e apreciando-os. Sabendo eles que Paulo se alegrava por eles, isso tornaria mais fácil escutarem as palavras duras que viriam posteriormente em sua carta. Ele queria que soubessem que qualquer que fosse a confusão em que tivessem se metido, eles ainda lhe traziam alegria.
Sabiamente, Paulo deu um passo para trás em sua inspeção dos erros deles para ver o quadro completo. Sim, correções precisavam ser feitas; mas eles estavam no trilho certo e isso era a coisa mais importante. Sua alegria vinha de saber que os “bebês” que ele trouxera para Cristo estavam amadurecendo em crentes fiéis e amoráveis. Eles precisavam progredir muito espiritualmente, e ele sabia que era certo agradecer a Deus pelo crescimento deles (2Ts 1:3, 4). Paulo era grato especificamente pela fé, esperança e amor deles – uma coleção unida de conceitos que ele acreditava fossem o coração da vida cristã.

Cada crente tessalonicense podia visualizar a alegria na face de Paulo enquanto a carta era lida em voz alta. Além disso, cada crente tessalonicense sabia que, fosse lá o que Paulo precisasse dizer, era porque os amava.

Deus está trabalhando (Mt 5:3-12; Rm 8:28; 1Ts 5:16-18). No reino de Deus, a felicidade é descoberta em lugares inesperados. A felicidade não reside no que temos, em quem somos, onde estamos, o que fazemos, nem mesmo no que esteja acontecendo conosco. O dom da felicidade de Deus ultrapassa as circunstâncias dolorosas e desafiadoras que enfrentamos. No coração da felicidade está a segurança que temos no infinito amor de Deus por nós. Ele trabalha pelo bem de todo aquele que O ama (e também por aqueles que não O amam).
Saber que Deus Se importa com todo aspecto de nossa vida nos dá uma sólida fundação à nossa felicidade. Sua compaixão infinita nos dá uma perspectiva diferente na vida. Não se trata do que está acontecendo conosco agora. Ao contrário, se trata de como Deus usa o que está acontecendo conosco para nos ajudar a crescer à Sua semelhança.

O Espírito de Deus transforma (Gl 5:19-23; 1Ts 1:9). Os crentes em Tessalônica sabiam muito bem o que significava viver uma vida de adoração idólatra (1Ts 1:9). Sabiam o que não era um lugar feliz para se estar (Gl 5:19-21). As pessoas ainda estão buscando felicidade nas experiências egoístas da imoralidade sexual, avareza financeira e material, ambição, orgias, drogas e álcool. Quando o Espírito Santo preenche nossa vida, descobrimos uma felicidade autêntica que vem do uso desinteressado dos nossos talentos espirituais para ajudar os outros a experimentar a dimensão do amor de Deus. Conhecemos a felicidade quando tratamos as pessoas com bondade e respeito. Os conflitos são transformados, promovendo a paz. Irritações e aborrecimentos são transformados pela paciência. Vícios e raiva são vencidos pelo domínio próprio; e ódio e violência são dissolvidos pelo amor.
A fé muda tudo (1Ts 1:4, 5; 1Tm 1:15). Provavelmente, não exista uma experiência mais feliz do que a de compreender que Deus nos ama e nos aceita como somos, mesmo que sejamos os piores dos pecadores. Seu perdão nos convida a responder amando-O e crendo nEle. Tendo vivido uma vida de adoração idólatra, os tessalonicenses podiam ter se sentido como os piores pecadores. A fé num Deus que aceita, ama e perdoa continuamente nos torna livres dos nossos erros passados. A fé inabalável dos tessalonicenses no amor e perdão de Deus, aliada ao poder do Espírito Santo, os ajudaria a se ajustarem às mudanças que precisavam ser feitas quando Paulo lhes revelou mais da vontade de Deus para eles.

A esperança é viva (Dn 12:2; 1Ts 1:8-10). A esperança surge naturalmente quando temos fé em Deus e acreditamos em Suas promessas. Não temos nada a temer pelo futuro porque sabemos que a morte não é o fim de tudo. Na verdade, nossa ressurreição da morte é realmente o começo de uma experiência completa de nova vida. Os crentes tessalonicenses tinham uma confiança vibrante na segunda vinda de Jesus. Essa confiança era famosa entre outros crentes. A vida diária deles era moldada pela esperança na promessa da ressurreição e uma vida futura no Céu.
O amor está em ação (1Ts 1:3; 1Co 13). Paulo sabia que o amor de Deus era a força por trás do ministério da igreja tessalonicense. Amar a Deus os ajudou a amar aos outros. Quando nosso coração está cheio da experiência com o amor de Deus, então o amor dEle transborda de nossa vida para a vida dos outros. 1 Coríntios 13 descreve o amor de Deus; o amor que precisamos experimentar dEle para que o vivamos em nossos relacionamentos com os outros, pois “o maior deles, porém, é o amor” (1Co 13:13).

Pense nisto
1. O que lhe dá maior alegria: sua fé em Deus; sua esperança na segunda vinda de Jesus; ou seu amor inspirado por Deus por aqueles que estão ao seu redor?
2. Que diferença faria se abertamente louvássemos e agradecêssemos a Deus pela fé, esperança e amor dos nossos companheiros cristãos?
3. Paulo disse que a fé, a esperança e o amor são importantes e que o amor é o mais importante dos três. Como a fé, a esperança e o amor interagem e apoiam um ao outro em sua vida?
4. Se Paulo escrevesse uma carta para você, que aspectos de sua fé, esperança e amor inspirariam sua alegria e gratidão?



Mãos à Bíblia
5. Como podemos obter a certeza de que estamos justificados diante de Deus? Na vida dos tessalonicenses, quais eram as três evidências que indicavam para Paulo que eles estavam justificados diante de Deus? 1Ts 1:5
6. Como podemos saber se o Espírito Santo está realmente na nossa vida e na igreja? Gl 5:19-23; 1Co 12:1-11
O “fruto” do Espírito é uma poderosa evidência de que Deus está atuando. Quando o Espírito Santo é uma presença viva, coisas que não são naturais para os seres humanos pecadores começam a se tornar naturais. Os cristãos acabam praticando atos de graça e bondade que não haviam ocorrido antes. Paulo viu muitas evidências de que a vida dos tessalonicenses havia sido transformada pela operação sobrenatural do Espírito Santo.

Bernie Holford | Auchtermuchty, Escócia

Quarta, 25 de julho
Cheio e inspirado

 “Detenham-se sobre as boas qualidades daqueles com quem vocês estão associados e olhem o menos possível para seus erros e fraquezas. Quando vocês são tentados a se queixar do que alguém disse ou fez, louvem alguma coisa na vida ou caráter dessa pessoa. Cultivem a gratidão. Louvem a Deus pelo Seu admirável amor em dar Cristo para morrer por nós. Nada lucramos em pensar em nossas mágoas. Deus nos convida a meditar na Sua misericórdia e no Seu amor incomparável, a fim de que sejamos inspirados com o louvor” (Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p. 479).
“É a fé que nos habilita a ver para além do presente, com seus fardos e cuidados, ao grande porvir em que será esclarecido tudo quanto nos traz agora perplexidade. A fé vê Cristo posto como nosso Mediador, à destra de Deus. A fé contempla as mansões que Cristo foi preparar para aqueles que O amam. A fé vê as vestes e a coroa preparadas para o vencedor, e escuta o cântico dos remidos. [...] Fé não é sentimento. ‘A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem’” (Ibidem, p. 259, 260).

“O Espírito recreia, refina e santifica os seres humanos, preparando-os para se tornarem membros da família real, filhos do celeste Rei. [...] O fruto do Espírito é ‘amor’, não ódio; ‘alegria’, não descontentamento e queixumes; ‘paz’, não irritação, ansiedade. É ‘longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio’” (Ibidem, p. 287).
“Qual foi o resultado do derramamento do Espírito Santo no dia do Pentecostes?

As boas-novas de um Salvador ressuscitado foram levadas até as mais longínquas partes do mundo habitado. À medida que os discípulos proclamavam a mensagem da graça redentora, os corações se entregavam ao poder da mensagem. A igreja viu conversos vindo para ela de todas as direções. Extraviados converteram-se de novo. Pecadores uniram-se aos crentes em busca da Pérola de grande preço. Alguns que haviam sido os mais ferrenhos inimigos do evangelho se tornaram seus campeões. Cumpriu-­se a profecia: ‘O que dentre eles tropeçar [...] será como Davi, e a casa de Davi [...] como o anjo do Senhor’ (Zc 12:8). Cada cristão via em seu irmão uma revelação do amor e benevolência divinos. Só um interesse prevalecia; um elemento de emulação absorveu todos os outros. A ambição dos crentes era revelar a semelhança do caráter de Cristo, bem como trabalhar pelo desenvolvimento de Seu reino” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 48).


Mãos à Bíblia
7. Por que os tessalonicenses se tornaram imitadores de Paulo? Como devemos entender isso à luz da ideia de que Cristo é nosso maior exemplo? 1Ts 1:6, 7
Ao dizer isso, Paulo afirmou o desejo de ver os tessalonicenses imitá-lo como um amado professor e conselheiro, e também de se tornarem modelos dignos de imitação. Nesse caso específico, o que estava sendo exemplificado era a alegria no sofrimento. O sofrimento pode tornar alguém mais amargo ou melhor. No contexto do evangelho e do poder do Espírito Santo, os tessalonicenses descobriram a alegria sobrenatural em meio ao sofrimento, assim como Paulo e Silas haviam descoberto antes (At 16:22-25).

Obinnaya Iheoma | Dumbarton, Escócia

Quinta, 26 de julho
Perfeito e completo

Uma laranja não é completa sem a casca. Também não seria se estivessem faltando pedaços dela. Para que a laranja alcance um estado de perfeição, as partes faltantes precisam ser restauradas e envolvidas pela casca. Paulo encorajou os cristãos primitivos a uma vida de perfeição, apontando-lhes as partes do fruto do Espírito: o dom do caráter de Jesus dado por meio do Espírito Santo, envolvido em amor. Paulo também foi pronto em agradecer a Deus o comprometimento visto nos tessalonicenses ao colocarem sua fé, amor e esperança em ação. O pecado havia distorcido a ideia de perfeição e integridade fazendo-os acreditar que isso era impossível de ser alcançado.
Ao considerar os seguintes aspectos da vida no Espírito, podemos nos assegurar de que nossa jornada cristã será uma experiência benéfica e alegre:

Seja submisso. Ser uma pessoa completa em Cristo exige submissão e aceitação do dom do Espírito. Deus prometeu dar o Espírito Santo àqueles que pedirem (Lc 11:13).


Seja grato. Desenvolva uma atitude de gratidão. Às vezes, gastamos muito tempo obcecados com nossas fraquezas e com o que não temos. Ao contrário, deveríamos concentrar nossas forças e agradecer a Deus os dons e habilidades que Ele nos deu (1Ts 5:18). Tiremos tempo para apreciar os dons e habilidades das pessoas ao nosso redor. Isso produz resultados positivos em abundância.


Seja amoroso. Nossa motivação para servir aos outros deveria ser nosso amor por Cristo. Quando Ele esteve na Terra, expressou Seu amor pelos outros ao suprir as necessidades deles (Mt 20:28). Também deveríamos expressar nosso amor suprindo as necessidades dos que estão à nossa volta.

Seja otimista. Isso não significa que deveríamos negar que existem problemas. Ao contrário, é desafiador saber que haverá um resultado positivo e crer que as coisas terminarão bem (Rm 8:28). Deveríamos fundamentar nossa esperança e otimismo nas promessas de Deus, crendo que Ele fará o que prometeu (2Pe 3:9).

Mãos à Bíblia
8. Que evidências adicionais da fé dos tessalonicenses foram apresentadas por Paulo? 1Ts 1:8-10
“Os crentes de Tessalônica eram verdadeiros missionários. Seu coração estava inflamado de zelo pelo seu Salvador, que os livrara do temor da ‘ira futura’ (1Ts 1:10, RC). Mediante a graça de Cristo, uma transformação maravilhosa se havia operado na vida deles; e a Palavra do Senhor, pregada por eles, era acompanhada de poder. Por intermédio das verdades apresentadas, corações foram alcançados e pessoas, acrescentadas ao número dos cristãos” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 256).

Elizabeth Iheoma | Dumbarton, Escócia

Sexta, 27 de julho
Alegria = liberdade

Enquanto esteve na Terra, Cristo nos ensinou a viver de acordo com Sua lei e graça. Não podemos deixar de nos regozijarmos em Suas promessas. Mas ser alegre numa rotina diária não é fácil. Com frequência, estamos lamentando o que aconteceu em nosso passado ou nos preocupando a respeito do futuro. Esquecemo-nos de que a vida é agora e que ela está cheia de surpresas e bênçãos maravilhosas que Deus deseja repartir conosco. Precisamos viver no presente. Ele é um presente!
Quando fazemos a escolha de viver de acordo com o fruto do Espírito, estamos vivendo da maneira que Deus planejou – em paz e harmonia uns com os outros. Nossa vida será testemunha visível do que Cristo tem feito em e por nós, porque a alegria verdadeira vem somente dEle. A alegria é uma escolha. Certamente, ela pode ser uma escolha difícil frente à tragédia, agonia e estresse, mas, se pedirmos que Deus nos encha com Sua alegria, Ele nos surpreenderá. Quando temos alegria no coração, motivada por quem Cristo é, estamos mais abertos à Sua obra em nossa vida. Temos mais capacidade de apreciar a vida por seus altos e baixos. Estaremos menos propensos a perder os detalhes bonitos e as ricas oportunidades que se renovam a cada manhã. Focalizar o negativo somente nos leva a um poço mais profundo.

Viver na Terra não é justo, mas podemos escolher viver no presente, levando tudo “na esportiva” com fé, amor e gratidão. Fazer isso determinará nossa felicidade. Exige prática, mas Deus está pronto a ajudar. Ele sabe exatamente de que precisamos. Max Lucado escreveu: “Escolhi a alegria. [...] Convidarei meu Deus para ser o Deus da circunstância. Recusarei a tentação de ser sarcástico... a ferramenta do pensador preguiçoso e me recusarei a enxergar as pessoas como qualquer coisa menos do que seres humanos criados por Deus. Recusarei ver qualquer problema se não como uma oportunidade para ver a Deus.”*
A alegria nos liberta. Seja livre.

* Max Lucado, Grace for the Moment Journal (Nashville: J. Countryman, 2002), p. 9.

Pense nisto
1. De que maneiras Deus tem lhe dado motivos para ser alegre?
2. Que coisas práticas você pode fazer em sua rotina diária para se concentrar em Deus e nas coisas positivas da vida?



Mãos à obra
1. Escreva todos os dias pelo menos dez coisas diferentes pelas quais você pode/deve ser grato. Tente fazer isso por uma semana inteira, sem escrever a mesma coisa duas vezes.
2. Pesquise sobre “alegria”, usando uma concordância bíblica ou uma Bíblia de estudo.
3. Ofereça-se para ajudar num lar para desabrigados, orfanato, asilo ou numa instituição para jovens com problemas.
4. Reparta com outros uma experiência difícil que tenha se tornado para você uma bênção disfarçada.
5. Aceite o desafio de passar um dia inteiro sem reclamar.

Taylor N. Bajic | Galston, East Ayrshire, Reino Unido