sábado, 16 de fevereiro de 2013

Meditação Matinal 2013


Meditação Matinal 2013




1º de fevereiro Sexta


Santidade ao Senhor


Duro é este discurso; quem o pode ouvir? João 6:60

Alguns professos seguidores de Cristo têm a tendência de dizer como os discípulos o fizeram em certa ocasião, ao ouvirem as severas verdades que saíram dos lábios do divino Mestre: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” Muitos podem achar que o caminho seja estreito demais. Quando falamos em renúncia e sacrifício por amor a Cristo, acham que insistimos muito nesses pontos. Prefeririam nos ouvir falar da recompensa do cristão. Sabemos que os que são fiéis herdarão todas as coisas; porém, a grande questão é: “Quem suportará o dia da Sua vinda? E quem poderá subsistir quando Ele aparecer?” (Ml 3:2). Quem será considerado digno de receber a mui grande e preciosa recompensa a ser concedida aos vencedores? Aqueles que forem participantes dos sofrimentos de Cristo serão os que partilharão com Ele da Sua glória.

Sem santificação, diz-nos a Palavra de Deus, ninguém poderá ver o Senhor. Sem pureza de vida é impossível estarmos habilitados a morar com os santos e imaculados anjos, no puro e santo Céu. Nenhum pecado pode haver lá. Nenhuma impureza pode entrar pelos portais de pérola da cidade dourada de Deus. E a questão que compete a nós é: se nos afastamos de todo pecado e satisfazemos as condições que Deus nos propõe para que nos tornemos seus filhos e filhas. Ele requer de nós separação do mundo para que nos tornemos membros da família real. [...]

Cremos, sem nenhuma dúvida, que Cristo está para vir em breve; e por assim crermos, sentimos a obrigação que está sobre nós de apelar a homens e mulheres que se preparem para a vinda do Filho do homem. [...] Meu desejo é que estejamos entre aqueles que se prostrarão diante do trono de Deus, exclamando: “Digno é o Cordeiro que foi morto” (Ap 5:12). [...]

Quando todos estivermos prontos, tendo vencido todo pecado, afastado toda iniquidade, estaremos em condições de receber o toque final da imortalidade. [...]

Não será seguro esperar um tempo melhor por vir. Esse tempo é chamado hoje. Se alguém ouvir a Sua voz, não endureça o seu coração. Devemos atender hoje ao convite de misericórdia. Devemos reconhecer nosso orgulho, nossa insensatez, nossa vaidade e fazer uma inteira entrega do coração a Deus. Precisamos ir a ele com nossos talentos, toda a influência que temos e depositar tudo isso, sem reservas, aos pés dAquele que morreu na cruz do Calvário para nos redimir (Review and Herald, 12 de abril de 1870).

Sábado 2 de fevereiro


Sacrifício por Cristo


Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. [...] Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Marcos 12:30, 31

Contemplamos beleza, amabilidade e glória em Jesus. Vemos Seus incomparáveis encantos. Ele era a majestade do Céu. […] Anjos se curvavam em adoração diante dEle e prontamente obedeciam às Suas ordens. Nosso Salvador abandonou tudo. Ele pôs de lado Sua glória, majestade e esplendor, desceu à Terra e morreu pela raça em rebelião, que transgrediu os mandamentos de Seu Pai. Cristo aceitou humilhar-Se para salvar a raça caída. Ele bebeu o cálice do sofrimento e nos ofereceu em troca a taça da bênção; sim, esse cálice foi bebido por nossa causa e, embora muitos saibam disso, ainda assim decidem continuar no pecado e na insensatez; e Jesus ainda continua os convidando. [...] As verdades da Palavra de Deus devem exercer seu poder sobre nós, e nós devemos lançar mão delas. Se fizermos isso, elas terão influência santificadora em nossa vida; elas nos habilitarão no preparo para o reino da glória, para que, quando o tempo da graça findar, possamos ver o Rei em Sua formosura e habitar em Sua presença para todo o sempre.

E agora a pergunta que surge é: Estamos dispostos a fazer o sacrifício? [...] “Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e Eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (2Co 6:17, 18). Que promessa!

Pensamos nós que por abraçar a verdade de Deus estamos nos rebaixando? [...] A verdade sempre eleva aquele que a recebe. […] Traz pureza de caráter, pureza de vida e nos habilita a fazer parte do séquito celestial no reino da glória. Sem essa habilitação, jamais poderemos ver as moradas celestiais. […]

Requer a verdade que permaneçamos em nosso posto para servir a Deus porque outros ao nosso redor não estão dispostos a se render aos reclamos de Cristo? Requer ela uma separação de sentimentos para com eles? Sim; e essa é a cruz que devemos levar, e que leva muitos a dizer: Não posso me render aos reclamos da verdade. Cristo, porém, nos diz: Se alguém ama pai, ou mãe, ou irmão, ou irmã, mais do que a Mim, esse não é digno de Mim. [...] É esse um sacrifício grande demais a fazer por Aquele que tudo sacrificou por nós? (Review and Herald, 19 de abril de 1870).

3 de fevereiro Domingo


Crescendo em Graça


Tu, pois, filho Meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus. 2 Timóteo 2:1

A busca do reino de Deus e Sua justiça deve ser o objetivo e o alvo de nossa vida. Não é brincadeira de criança cumprir esse mandado; porém, apesar de qualquer renúncia que seja necessária, ainda assim é de nosso interesse, para esta vida e para a vida futura, obedecer a essa instrução. Devemos ter em vista unicamente a glória de Deus, crescendo assim em graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Quanto mais empenhada e sinceramente buscarmos a sabedoria divina, tanto mais firmemente seremos estabelecidos na verdade. [...]

Não devemos ser sempre crianças em nosso conhecimento e experiência nas coisas espirituais. Não nos devemos exprimir sempre na linguagem de quem acaba de receber a Cristo; mas nossas orações e exortações devem crescer em inteligência à medida que progredimos em experiência na verdade. A linguagem de uma criança de seis anos em uma de dez anos de idade não nos agradaria, e quão penoso seria ouvir expressões de inteligência infantil em uma pessoa chegada aos anos da maturidade! [...]

O jovem que tem vários anos de experiência na vida cristã não deve ter a linguagem hesitante de um que é bebê em Cristo. Há um desejo de crescimento nos professos cristãos. Aqueles que não estão se desenvolvendo à plena estatura de homens e mulheres em Cristo Jesus manifestam isso em seu modo de falar das coisas do reino de Deus. [...]

Os testemunhos apresentados por muitos professos seguidores de Cristo são de pessoas que se tornaram fracas na vida espiritual. A linguagem da verdadeira, profunda e inteligente experiência espiritual é desejável. [...] Não devemos cultivar a linguagem da Terra e ser tão familiarizados com a conversação dos homens, que a linguagem de Canaã nos seja nova e estranha. [...]

Os cristãos precisam ser estudantes na escola de Cristo, sempre aprendendo mais do Céu, mais das palavras e da vontade de Deus; mais da verdade e da maneira de empregar fielmente o conhecimento adquirido por eles para instruir outros e levá-los a buscar primeiro o reino de Deus e a Sua justiça. Devemos obter conhecimento inteligente das Escrituras, pois, como poderemos conhecer a vontade de Deus e o caminho sem buscar os tesouros da Sua justiça em Sua Santa Palavra? Devemos conhecer a verdade por nós mesmos e entender tanto as profecias como os ensinamentos práticos de nosso Senhor (Youth’s Instructor, 28 de junho de 1894).

Segunda 4 de fevereiro


Falsa Santificação


Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Apocalipse 3:17

Querido irmão, entristeceu-nos tomar conhecimento da condição do irmão B [A. W. Bartlett] e saber que Satanás o está instigando a promover o descontentamento na Associação de Indiana, sob a aparência de piedade cristã. Tanto o irmão como nós cremos plenamente que a santidade de vida é necessária para nos tornar aptos à herança dos santos na luz. Defendemos que esse estado deve ser alcançado por meio da Bíblia. Cristo orou para que Seus discípulos pudessem ser santificados pela verdade, e os apóstolos pregaram a purificação do coração mediante a obediência à verdade.

A professa igreja de Cristo está repleta de artigos espúrios, e uma característica que lhe é distinta, é que, quanto mais a pessoa absorve o espírito da santificação popular, menos aprecia a verdade presente. Muitos daqueles que são adversários declarados do sábado de Deus, da tríplice mensagem angélica e da reforma de saúde se acham entre os que se dizem santificados. Alguns deles chegaram até mesmo à posição quase sem esperança de que não podem pecar. Esses, certamente, não mais fazem uso da Oração do Senhor, que nos ensina a orar para que nossos pecados sejam perdoados, e muito pouco utilizam a Bíblia ao professarem ser guiados pelo Espírito. [...]

Que terrível ilusão! Eles pensam que estão completos em Cristo e não sabem que são infelizes, cegos, miseráveis, pobres, e nus. [...]

Advertimos nossos irmãos da Associação de Indiana e de outros lugares. Nossa posição tem sido sempre de que a verdadeira santificação, que subsistirá à prova do juízo, é a que vem por meio da obediência à verdade e a Deus.

Deus está guiando um povo, mas tem sido o esforço de Satanás, por todo o caminho, induzir certos indivíduos a manifestarem sua opinião contra os irmãos, levando-os dessa forma a se afastarem do corpo de crentes para a ruína certa. Portanto, na história da terceira mensagem angélica, há pessoas que se enganaram, caídas ao longo do caminho. Aqueles que são levados pelo fanatismo irão pouco a pouco se sentir em harmonia com aqueles que rejeitaram a verdade totalmente e, a menos que sejam detidos em seu curso, mais cedo ou mais tarde, estarão nas fileiras de nossos mais fortes oponentes. – Assinado por Tiago e Ellen White (Review and Herald,
6 de junho de 1878).

5 de fevereiroTerça


Conquistando o Errante


Se teu irmão pecar contra ti, vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mateus 18:15

Se você se sente ofendido porque seu semelhante ou amigo está agindo errado, prejudicando a si mesmo, e foi surpreendido em alguma falta, siga a regra bíblica: “Vai e repreende-o entre ti e ele só” (Mt 18:15). Quando você se achegar a alguém que supõe estar em erro, fale-lhe num espírito manso e quieto; “porque a ira do homem não opera a justiça de Deus” (Tg 1:20).

Os que erram não podem ser restaurados senão com um espírito de mansidão, bondade e terno amor. Seja cuidadoso. Evite qualquer coisa que passe a ideia de orgulho ou autossuficiência, seja por olhar, gesto, palavra ou entonação da voz. Guarde-se contra uma palavra ou olhar que exalte a si mesmo ou coloque sua bondade e justiça em contraste com suas fraquezas. Previna-se contra a mais leve aproximação de desdém, arrogância ou desrespeito. Evite cuidadosamente toda aparência de ira e, embora você possa usar de franqueza no falar, não permita que haja reprovação, qualquer acusação injuriosa, falar irritadiço, mas amor sincero. Acima de tudo, que não haja sombra de ódio ou má vontade, amargura alguma ou acidez na expressão. [...]

Tenha em mente que o sucesso da repreensão depende grandemente do espírito com que é dada. Não negligencie a oração fervorosa a fim de que você possa ser humilde, e que os anjos de Deus possam ir adiante de você, trabalhando no coração daqueles a quem busca alcançar, suavizando-o mediante celestiais impressões para que seus esforços sejam proveitosos. [...]

Você tem se desculpado por falar mal de seu irmão, irmã ou semelhante, antes de ir a ele e dar os passos que Deus ordenou. Você diz: “Mas por quê? Eu nada falei senão depois de estar tão sobrecarregada que não podia mais me conter.” O que a sobrecarregou? Não foi, por acaso, a negligência do próprio dever, de um “assim diz o Senhor”? (Ag 1:5). Você está sob culpa de pecado porque não foi e falou ao ofensor de sua falta, entre você e ele só. [...]

Algumas vezes, a branda e terna reprovação não surtirá bom efeito. Nesse caso, a bênção que você desejava que o outro recebesse ao seguir o caminho da justiça, cessando “de fazer mal” e aprendendo “a fazer o bem”, retornará para você (Is 1:16, 17). Se os que erram persistirem no pecado, trate-­os bondosamente e deixe-os com o Pai celestial (Review and Herald, 17 de julho de 1879).

Quarta 6 de fevereiro


O Segredo da Vida Espiritual


Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. João 3:5

Frequentemente, se fazem as perguntas: “Por que não há mais poder na igreja? Por que não mais religiosidade?” A razão é que os requisitos da Palavra de Deus não são realmente observados; não amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Isso cobre toda a questão. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas. Se esses dois requisitos divinos fossem explicitamente observados, não haveria discórdia na igreja nem notas desarmoniosas na família. Entre muitos, o trabalho é superficial demais. Formas exteriores tomam o lugar da obra interior da graça. [...] A teoria da verdade converteu a mente, mas o templo do coração não foi purificado de seus ídolos.

Quando o mandamento impressionou a consciência e o coração de Paulo, reviveu o pecado, e ele morreu. Nesses dias de pretensão, há muitas falsas conversões. Verdadeira convicção do pecado, real dor de coração causada por pecaminosidade, morte do egoísmo, vitória diária sobre os defeitos de caráter, e novo nascimento são representados como coisas antigas que, no dizer de Paulo, “já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5:17). Muitos nada sabem a respeito de uma obra dessas. Enxertaram a verdade em seu coração natural, e continuaram como antes, manifestando os mesmos infelizes traços de caráter.

Tornai boa a árvore e os resultados serão bons frutos. A atuação do Espírito de Deus no coração é essencial para uma vida devota. Ele precisa ser recebido no coração daqueles que aceitam a verdade e criar neles um coração puro, para que possam guardar Seus mandamentos e ser praticantes de Sua Palavra. [...]

A Bíblia não é estudada com a intensidade com que deveria. Não se faz dela a norma de vida. Se seus preceitos fossem cuidadosamente seguidos e se tornassem a base do caráter, haveria uma firmeza de propósito que nenhuma especulação financeira ou ocupação mundana conseguiria influenciar seriamente. Um caráter assim formado, e amparado pela Palavra de Deus, resistirá no dia da provação, de dificuldades e perigos. A consciência precisa ser esclarecida e a vida, santificada pelo amor da verdade recebida no coração, para que a influência exercida sobre o mundo seja salvadora (Review and Herald, 28 de agosto de 1879).

7 de fevereiro Quinta


Uma Igreja Viva


Deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro e para aguardardes dos Céus o Seu Filho. 1 Tessalonicenses 1:9, 10

Uma igreja viva é uma igreja que trabalha. O cristianismo prático desenvolverá obreiros fervorosos para o avanço da causa da verdade. [...] Almejamos ver o verdadeiro caráter cristão manifestado na igreja. Nosso desejo é ver os membros livres do espírito frívolo e irreverente, e desejamos ardentemente que possam reconhecer sua alta vocação em Cristo Jesus. Alguns que professam a Cristo estão se empenhando ao máximo para assim viver e agir, a fim de que sua fé religiosa possa recomendá-los a pessoas de valor moral, e elas possam ser induzidas a aceitar a verdade. Entretanto, muitos há que não sentem responsabilidade alguma até mesmo em manter o próprio coração no amor de Deus, e há aqueles que, em vez de abençoar outros por sua influência, são um fardo para quem quer trabalhar, vigiar e orar. [...]

Os que estão buscando em humildade de espírito exaltar a verdade de Cristo por sua conduta exemplar são representados na Palavra de Deus como ouro puro, enquanto a classe cujo estudo e principal pensamento consiste em se exaltar, são “como o metal que soa ou como o sino que tine”. [...]

Rogamos àqueles que têm ligação com Deus que orem fervorosamente e que não parem aí, mas trabalhem pela purificação da igreja tanto quanto oram por isso. O tempo presente chama homens e mulheres que tenham firmeza moral e de propósito; homens e mulheres que não sejam moldados ou subjugados por quaisquer influências não santificadas. [...]

Pessoa alguma pode ser bem-sucedida no serviço de Deus, a menos que nele ponha inteiramente o coração e considere todas as coisas por perda pela excelência do conhecimento de Cristo. Ninguém que faça qualquer reserva pode ser discípulo de Cristo, e muito menos Seu colaborador. A consagração deve ser completa. [...]

Jesus foi preparar mansões para aqueles que estão vigiando e esperando o aparecimento dEle. Lá se encontrarão com os puros anjos, com a hoste de redimidos e unirão seus cânticos de louvor e triunfo. Lá, o amor do Salvador circundará Seu povo e a cidade de Deus irradiará a luz de Seu semblante – uma cidade cujos muros, altos e grandes, são adornados com toda sorte de pedras preciosas; os portões são de pérolas e as ruas, de ouro puro, transparentes como cristal (Review and Herald, 3 de junho de 1880).

Sexta 8 de fevereiro


A Corrida Cristã


Desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta. Hebreus 12:1

Nesse texto, um dos jogos públicos tão famosos nos tempos de Paulo é usado para ilustrar a corrida cristã. Os competidores de uma corrida se submetiam a um difícil processo de treinamento, praticando o mais rígido domínio próprio para que suas forças físicas pudessem estar dentro das condições mais favoráveis, e então serem essas forças exercitadas ao máximo para conquistar a honra de uma coroa perecível. Alguns jamais se refaziam do terrível esforço físico. Não era incomum pessoas caírem no percurso, sangrando pela boca e nariz. Outros expiravam agarrando firmemente o insignificante objeto que lhes custou tão caro.

Paulo compara os seguidores de Cristo aos competidores em uma corrida – “aqueles, para alcançar uma coroa corruptível”, disse o apóstolo; “nós, porém, a incorruptível” (1Co 9:25). Aqui, Paulo estabelece um contraste para pôr à mostra os débeis esforços de professos cristãos, que exigem prazeres egoístas e recusam se colocar, mediante a renúncia e hábitos de estrita temperança, em uma posição que lhes proporcione a vitória. Todos os que participavam das competições públicas ficavam animados e agitados pela esperança de alcançar o prêmio. Da mesma forma é apresentado aos cristãos um prêmio – a recompensa da fidelidade até ao fim da carreira. Se o prêmio for alcançado, seu bem-estar futuro está assegurado; um excelente e eterno peso de glória está reservado aos vencedores. [...]

Nas corridas, a coroa da vitória era colocada à vista dos competidores para que, se algum deles fosse tentado por um momento a diminuir seus esforços, os olhos se fixassem no prêmio e eles fossem estimulados com novo vigor. Dessa mesma forma é apresentado o alvo celestial à vista do cristão, para que exerça sua justa influência e o inspire com zelo e ardor. [...]

Na corrida, todos tomavam parte, mas um só recebia o prêmio. [...] Não se dá o mesmo com a carreira cristã. Ninguém que seja fervoroso e perseverante deixará de alcançar sucesso. Não é dos rápidos a carreira, nem dos valentes a guerra. O mais fraco dos santos assim como o mais forte podem alcançar a coroa de glória imortal, se forem inteiramente fervorosos e se submeterem a privações e perda por amor a Cristo (Review and Herald, 18 de outubro de 1881).

9 de fevereiro Sábado


Fé é a Vitória


Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Filipenses 3:14

A maior bênção que podemos receber é o correto conhecimento de nós mesmos, a fim de podermos ver nossos defeitos de caráter e, pela graça divina, repará-los. [...]

Estamos mais próximos de Deus hoje do que estávamos há um ano? Que mudança haveria em nossa experiência religiosa, que transformação de caráter, se dia após dia mantivéssemos o princípio de que não somos de nós mesmos, mas que nosso tempo e talentos pertencem a Deus, e que toda capacidade deve ser utilizada para fazer a vontade dEle e promover Sua glória. [...]

Podemos estar cercados pelas promessas de Deus, que serão como um muro de fogo ao nosso redor. Desejamos saber como exercitar a fé. A fé é dom de Deus, mas a faculdade de exercê-la é nossa. Se a fé permanecer inoperante, ela não será de utilidade para nós; mas, se exercitada, mantém todas as bênçãos ao seu alcance. A fé é a mão pela qual o coração se apodera da força do Infinito. É o meio pelo qual corações humanos, renovados pela graça de Cristo, batem em harmonia com o grande coração de amor.

A fé se firma nas promessas de Deus e as reivindica na certeza de que Ele fará justamente o que disse que faria. Jesus Se aproxima do pecador, desamparado e necessitado, e diz: “Tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco” (Mc 11:24). Creia; reivindique as promessas e louve a Deus por ter recebido o que pediu a Ele, e quando maior for sua necessidade, você experimentará Sua bênção e receberá especial auxílio. […]

A interrogação que permanece em muitos corações é: Como encontrarei a felicidade? Não devemos fazer o alvo de nossa vida viver pela felicidade, mas certamente a encontraremos no caminho da humilde obediência. Paulo era feliz. Ele afirma repetidamente que, apesar dos sofrimentos, conflitos e provações que foi chamado a suportar, desfrutava de grande conforto. Ele disse: “Sinto-me grandemente confortado e transbordante de júbilo em toda a nossa tribulação” (2Co 7:14). Todas as energias do mais excelente dos apóstolos foram aplicadas no preparo para a futura vida imortal; e, quando o tempo de sua partida se aproximou, ele pôde exclamar em santo triunfo: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia” (2Tm 4:7, 8) (Signs of the Times, 22 de maio de 1884).

Domingo 10 de fevereiro


Hábito que Nasce do Amor


Cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando. 1 Coríntios 16:2

Doar faz parte da religião do evangelho. O plano da salvação fundamentou-se no sacrifício. Jesus deixou as cortes reais do Céu e Se fez pobre para que, por Sua pobreza, nós pudéssemos enriquecer. A vida de Cristo na Terra foi de altruísmo; assinalou-se por humilhação e sacrifício. É o servo maior do que o seu senhor? (Jo 13:16). E deverão os homens, participantes da grande salvação que Jesus veio do Céu trazer-lhes, recusar-se a seguir seu Senhor e partilhar de Sua abnegação e sacrifício? Deverá o Redentor do mundo praticar abnegação e sacrifício em nosso favor, e os membros do corpo de Cristo entregar-se à complacência consigo mesmos? Não; a abnegação é condição essencial do discipulado. [...]

Cristo, como nossa cabeça, serve de guia na grande obra de salvação, mas Ele confiou a obra aos Seus seguidores na Terra. Essa obra não pode ser levada avante sem recursos, e Ele deu a Seu povo um plano para levantamento de fundos suficientes para tornar próspera Sua causa. O sistema do dízimo, instituído para esse propósito, remonta a um tempo além dos dias de Moisés. Já desde os dias de Adão, antes mesmo que um sistema definido fosse dado, era requerido dos seres humanos o oferecimento de dádivas a Deus com intuitos religiosos. [...]

Deus não obriga os homens a doarem à Sua causa. Tudo quanto derem deve ser voluntário. Não quer ter Seu tesouro cheio de ofertas dadas de má vontade. Era Seu desígnio, no plano de doação sistemática, pôr o ser humano em íntima relação com seu Criador e em solidariedade e amor com seus semelhantes, colocando desse modo sobre ele responsabilidades que haviam de neutralizar o egoísmo e fortalecer os impulsos desinteressados e generosos. Somos inclinados a ser egoístas e a fechar o coração a atos generosos. O Senhor, ao requerer que se deem dádivas em tempos determinados, tem por objetivo que o doar se torna um hábito e que seja considerado um dever cristão. O coração, aberto por um ato de beneficência, não deve ter tempo de se tornar egoísta e frio antes de a próxima oferta ser entregue. [...]

Todo homem, mulher ou jovem pode se tornar tesoureiro do Senhor. [...] Ele propositadamente providenciou, para nosso próprio bem, que tomássemos parte no progresso de Sua causa. Honrou-nos tornando-nos coobreiros Seus. Determinou que houvesse necessidade da cooperação dos seres humanos para que sua liberalidade fosse cultivada e mantida em exercício (Signs of the Times, 18 de março de 1886).

11 de fevereiro Segunda


O Descanso do Cristão


Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o Meu jugo é suave, e o Meu fardo é leve. Mateus 11:28-30

O mundo está cheio de ansiedade, conflitos e dificuldades. É uma terra inimiga em que somos assaltados por tentações de todo lado. “No mundo”, diz Jesus, “passais por aflições; mas tende bom ânimo; Eu venci o mundo” (Jo 16:33); e “a Minha paz vos dou” (Jo 14:27).

Nosso Salvador descreve Seus preceitos como um jugo e a vida cristã como um peso a ser carregado. No entanto, em contraste com o cruel poder de Satanás e os fardos impostos pelo pecado, Ele afirma: “O Meu jugo é suave, e o Meu fardo é leve” (Mt 11:30).

Quando tentamos viver como um cristão que desempenha suas responsabilidades e cumpre seus deveres sem ter Cristo como ajudador, o jugo é penoso e o fardo, intoleravelmente pesado. Mas Jesus não deseja que façamos isso. [...]

Muitos professam ir a Cristo enquanto ainda se apegam aos seus próprios caminhos, que são um jugo doloroso. Egoísmo, cobiça, ambição, amor do mundo ou algum outro pecado alimentado destroem sua paz e alegria. [...]

Em cada ato, o cristão deve procurar representar seu Mestre e fazer Seu serviço parecer atrativo. Que ninguém torne repulsiva a religião, gemendo e suspirando e narrando suas provas, suas abnegações e sacrifícios. [...]

Vejam os outros que o amor de Cristo é um motivo permanente; que a religião de vocês não é uma peça de vestuário para ser vestida ou despida segundo as circunstâncias, mas sim um princípio, calmo, estável, firme – que governa toda a sua vida. [...]

Qualquer que seja sua sorte na vida, lembre-se de que você está a serviço de Cristo e manifeste um espírito contente e agradecido. Seja qual for seu fardo ou cruz, erga-o em nome de Jesus; leve-o na Sua força. […]

O amor a Jesus não pode ser ocultado, mas se fará visto e sentido. [...] Ele faz com que o tímido se torne ousado, o indolente ativo, o ignorante sábio. Torna o gago eloquente, e desperta o intelecto adormecido para uma nova vida e um renovado vigor. [...] Ter paz em Cristo é de maior valor do que todos os tesouros da Terra (Signs of the Times, 17 de dezembro de 1885).

Terça 12 de fevereiro


Caráter Divino


O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Gálatas 5:22, 23

Toda pessoa pode ser justamente aquilo que escolhe ser. O caráter não se obtém mediante educação. O caráter não é obtido acumulando fortunas ou alcançando honra mundana. Não é obtido o caráter pelo fato de travarem outros os combates da vida em nosso lugar. Tem de ser procurado, trabalhado, combatendo-se para alcançá-lo; e isso requer propósito, vontade e determinação. Formar um caráter que Deus possa aprovar requer esforço perseverante. Exigirá um constante resistir aos poderes das trevas, colocar-­se sob a ensanguentada bandeira do Príncipe Emanuel para ser aprovado no dia do julgamento, e ter nosso nome conservado no livro da vida. Não será de maior valor termos o nome registrado naquele livro, tê-lo imortalizado entre os anjos celestiais, do que ouvi-lo pronunciado em louvores por toda a Terra? Que eu tenha a certeza de que Ele aprova meus atos e minha conduta, e então, venha o que vier, sejam as aflições quais forem, vou me resignar ao meu destino e me alegrar no Senhor. [...]

Acenderam seu fogo na chama do altar? Então façam com que ela brilhe em boas obras aos que estão ao seu redor. Mantenham-se unidos, e por sua divina influência e fervorosos esforços, espalhem a luz. [...]

Devemos trabalhar para Deus e devemos trabalhar para o Céu com toda a força e fé que há em nós. Não nos enganemos com as coisas temporais desta vida. Consideremos as coisas de interesse eterno. Desejo ter uma ligação mais íntima com Deus. Desejo cantar o hino da redenção no reino da glória. Desejo que a coroa da imortalidade seja colocada sobre a minha fronte. Com língua imortal, desejo cantar louvores Àquele que deixou a glória e veio à Terra para salvar os que estavam perdidos. Desejo louvá-Lo. Desejo enaltecê-Lo. Desejo glorificá-Lo. Desejo receber a herança imortal e as riquezas eternas. O que nos importa, pergunto-lhe, que importância terão para nós as coisas deste mundo, se perdermos ou ganharmos o Céu, afinal? De que servirão para nós? Se, porém, nos apegarmos às coisas do Céu, vamos nos apegar também aos nossos semelhantes; poderemos exercer uma influência que avançará constantemente contra a onda de males que há no mundo e levar pessoas à arca da salvação (Review and Herald, 21 de dezembro de 1886).

13 de fevereiro Quarta


Guiados Pelo Espírito


Eis que nas palmas das Minhas mãos te gravei. Isaías 49:16

Há dois tipos de conduta que podemos ter: uma nos leva para longe de Deus e nos exclui do Seu reino; e nesse caminho estão a inveja, a contenda, homicídios e toda sorte de maus atos. Devemos seguir a outra forma de conduta e, ao adotá-la, encontraremos alegria, paz, harmonia e amor. [...] O amor que arde no peito de Jesus é o de que mais necessitamos; e quando esse amor estiver no coração, ele se revelará. Podemos ter o amor de Cristo no coração e esse amor não fluir para outros? Ele não pode estar em nosso coração sem testificar de que está ali. Será então revelado em palavras e na própria expressão do semblante. [...]

Logo após nosso filho mais velho [Henry Nichols White, 1847-1863] ter sido tirado de nós, aquele em quem depositávamos as mais favoráveis esperanças, que nos serviria de arrimo e a quem solenemente havíamos dedicado a Deus; e depois que lhe fechamos os olhos, na morte, e o lamentamos em grande dor, por causa da nossa aflição, indescritível paz sobreveio ao meu coração, além da nossa compreensão. Pude pensar na manhã da ressurreição; pude refletir sobre o futuro, quando o grande Doador da vida vier, quebrar as cadeias do sepulcro e chamar os justos mortos de seus leitos no pó; quando Ele libertará os cativos de seus cárceres, para que então nosso filho esteja entre os vivos novamente. Nisso havia paz, alegria e consolação indescritíveis. [...]

Quando Cristo deixou este mundo, Ele confiou uma obra a nossas mãos. Enquanto esteve aqui, Ele mesmo levou avante Sua obra; quando, porém, subiu ao Céu, Seus seguidores a retomaram onde Ele a havia deixado. Outros retomaram a obra onde os discípulos a deixaram, e assim ela tem sido realizada até agora, quando temos uma obra a fazer em nossos dias. [...]

Não precisamos caminhar sozinhos. Podemos levar todas as nossas tristezas e desgostos, problemas e provações, angústias e cuidados, e derramá-los nos ouvidos que estão abertos para ouvi-los; dAquele que está suplicando diante do Pai os méritos de Seu sangue. Ele está pleiteando por Suas feridas – Minhas mãos, Minhas mãos! “Eis que nas palmas das Minhas mãos te gravei” (Is 49:16). Ele apresenta as mãos feridas a Deus, Suas súplicas são ouvidas, e anjos velozes são enviados para ministrar a homens e mulheres caídos, a fim de levantá-los e sustê-los (Review and Herald, 4 de janeiro de 1887).

Quinta 14 de fevereiro


Crescendo e Multiplicando


Graça e paz vos sejam multiplicadas, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor. 2 Pedro 1:2

Não é em nossa fé que devemos confiar, porém nas promessas de Deus. Quando nos arrependemos de nossas transgressões passadas, contra Sua lei, e resolvemos prestar obediência no futuro, devemos crer que Deus, por amor de Cristo nos aceita e perdoa nossos pecados.

As trevas e o desânimo virão, às vezes, ao coração e ameaçarão nos vencer; mas não devemos rejeitar nossa confiança. Precisamos conservar os olhos fixos em Jesus, sentindo ou não. Devemos procurar cumprir fielmente cada dever conhecido e então, calmamente, descansar nas promessas de Deus. [...]

Podemos não sentir hoje a paz e a alegria que sentíamos ontem, mas devemos, pela fé, segurar a mão de Cristo e confiar nEle tão completamente nas trevas como à luz.

Satanás poderá sussurrar: “Vocês são pecadores demais para que Cristo os salve.” Embora reconheçam que são realmente pecadores e indignos, vocês podem enfrentar o tentador com esta declaração: “Pela virtude da expiação, reclamo Cristo como meu Salvador.” [...]

Se permitíssemos que nossa mente se demorasse mais sobre Cristo e o mundo celestial, acharíamos um poderoso estímulo e amparo em guerrear as batalhas do Senhor. [...] Quando por tão longo tempo se permitiu à mente repousar somente em coisas terrenas, é difícil mudar os hábitos do pensamento. Aquilo que os olhos veem e os ouvidos escutam, muitas vezes atrai a atenção e absorve o interesse. Mas, se quisermos entrar na cidade de Deus e olhar para Jesus e Sua glória, precisamos nos acostumar aqui a contemplá-Lo com os olhos da fé. [...]

A santificação é uma obra progressiva. Os passos sucessivos são postos perante nós nas palavras de Pedro: “Reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor” (2Pd 1:5-7). Eis aqui um procedimento pelo qual podemos ter certeza de que jamais cairemos. Aqueles que estão assim trabalhando sobre o plano de adição em obter as graças cristãs terão a certeza de que Deus operará de acordo com o plano de multiplicação, em assegurar-lhes os dons de Seu Espírito (Review and Herald, 15 de novembro de 1887).

15 de fevereiro Sexta


Unidos com o Mestre


Aquele que diz que permanece nEle, esse deve também andar assim como Ele andou. 1 João 2:6

Temos uma grande obra para fazer, se quisermos herdar a vida eterna. Temos que renunciar à impiedade e às concupiscências mundanas e viver uma vida de justiça. Muitos ensinam que crer em Jesus é tudo quanto é necessário à salvação, mas que diz a palavra da verdade? – “A fé sem obras é morta” (Tg 2:26). Devemos lutar “o bom combate da fé”, tomar “posse da vida eterna”, tomar a cruz, negar o próprio eu, combater contra a carne, e seguir diariamente os passos do Redentor. Não há para nós salvação, exceto em Jesus, pois é pela fé nEle que recebemos poder para nos tornar filhos e filhas de Deus; porém, não é essa simples fé passageira, é uma fé que realiza as obras de Cristo. [...]

A fé viva se manifesta na exibição de um espírito de sacrifício e dedicação para com a causa de Deus. Os que o possuem acham-se sob o estandarte do Príncipe Emanuel e travam com êxito uma batalha contra os poderes das trevas. [...]

Genuína fé em Jesus leva à renúncia do eu; entretanto, por mais alta que seja a profissão, se o eu for exaltado e condescendente, a fé em Jesus não estará no coração. Por uma vida de consagração diária, o verdadeiro cristão mostra que foi comprado por um alto preço e que não pertence a si mesmo.

Quem quer que assuma a atitude de que não faz diferença se guardamos ou não os mandamentos de Deus, não está relacionado com Cristo. [...] O erro fatal é pensar que não é preciso fazer nada para alcançar a salvação. Vocês precisam cooperar com os agentes celestiais. [...]

Os que estão ligados a Jesus se acham em união com o Criador e Mantenedor de todas as coisas. Têm um poder que o mundo não pode dar nem tomar. Mas, embora grandes e exaltados privilégios lhes tenham sido conferidos, não devem simplesmente se alegrar em suas bênçãos. Como mordomos da multiforme graça de Deus, devem se tornar uma bênção aos outros. [...]

Somos guardadores de nosso irmão. Cristo “a Si mesmo Se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para Si mesmo, um povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras” (Tt 2:11-14). E a fé que opera esse zelo em nós é somente a fé genuína. Se o ramo permanece na Videira Verdadeira, sua união se manifesta pelos frutos que dela brotam, “pois, pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7:20) (Review and Herald, 6 de março de 1888).

Sábado 16 de fevereiro


Atributos Celestiais



Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade. João 17:17

Cada momento do nosso tempo de graça é precioso, pois é um tempo para a edificação do caráter. Devemos dar a mais séria atenção ao cultivo de nossa natureza espiritual. Precisamos guardar o coração e vigiar os pensamentos para que a impureza não macule nosso ser.
É necessário manter cada faculdade da mente na melhor condição possível para que possamos servir a Deus na medida de nossa capacidade. Nada que interrompa nossa comunhão com Deus deve ser permitido. [...]

Temos uma obra a fazer neste mundo, e não devemos permitir que nos tornemos absortos em nós mesmos, esquecendo-nos assim dos direitos de Deus e da humanidade sobre nós. Se buscarmos a Deus com fervor, Ele nos impressionará por Seu Santo Espírito. Ele sabe do que necessitamos, pois está familiarizado com todas as nossas fraquezas e deseja que deixemos de lado o eu para que possamos nos tornar bondosos em pensamentos, palavras e atos. Precisamos parar de falar de nós mesmos, de fazer de nossas necessidades e desejos o único objeto de nossos pensamentos. Deus deseja que cultivemos os atributos do Céu. [...]

Com que paciência suportaríamos as faltas e erros de nossos irmãos, se nos lembrássemos de quão grandes são nossos fracassos à vista de Deus! Como podemos orar a nosso Pai celestial: “Perdoa-nos as nossas dívidas, como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6:12), se somos condenadores, ressentidos, exigentes em nossa maneira de tratar os outros? Deus deseja que sejamos mais bondosos, mais afetuosos e amáveis, menos críticos e suspeitosos. Oh, que todos tivéssemos o espírito de Cristo, e soubéssemos como tratar com nossos irmãos e semelhantes! [...]

Há muitos entre os que professam ser seguidores de Cristo que procuram justificar os próprios defeitos salientando os erros dos outros. Devemos imitar o exemplo de Jesus. Quando Ele era injuriado, não injuriava também, mas entregava-Se Àquele que julga com justiça. [...] Ele era a Majestade do Céu. E em Seu puro coração não havia espaço para o espírito de represália, mas unicamente para a piedade e o amor. [...]

Podemos nos esquecer de algum ato de bondade que façamos; poderá se apagar de nossa memória; a eternidade, porém, fará sobressair em todo o seu brilho cada ato feito em favor da salvação de pessoas, cada palavra proferida para conforto dos filhos de Deus; e esses atos praticados por amor de Cristo serão parte de nossa alegria por toda a eternidade (Review and Herald, 24 de fevereiro de 1891).

17 de fevereiro Domingo


Bênçãos de Deus


Tornai-vos para Mim, e Eu Me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos. Malaquias 3:7

Satanás apresenta constantemente os pecados e erros daqueles que professam serem filhos de Deus e zomba de Seus anjos por esses defeitos. O que levará o povo do Senhor a uma posição correta diante dEle? O Senhor responde à pergunta em Malaquias: “Tornai-vos para Mim, e Eu Me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos” (Ml 3:7). Quando buscarmos ao Senhor com inteiro propósito de coração, nós O acharemos.

Daniel propôs no coração ser fiel ao Deus do Céu. Decidiu não comer das iguarias do rei ou beber do vinho que ele bebia; e seus três companheiros decidiram não desonrar a Deus se ajoelhando diante da imagem de ouro que Nabucodonosor havia erguido na planície de Dura. Quando nos propusermos servir ao Senhor com a mesma determinação desses fiéis servos de Deus, Ele fará nossa parte e permitirá que nos apossemos de Sua força. [...]

Anjos contemplam com espanto a ingratidão daqueles por quem Deus tanto fez, ao conceder-lhes continuamente Suas dádivas e favores. As pessoas se esquecem das reivindicações divinas e se entregam ao egoísmo e ao mundanismo. [...]

Deus não pode abençoar as pessoas, suas propriedades e rebanhos, quando não utilizam para a glória dEle as bênçãos que recebem. Ele não pode confiar Seu tesouro àqueles que o empregam incorretamente. Foi na mais simples forma de linguagem que o Senhor disse a Seus filhos o que deles requer. Devem dizimar de tudo o que possuem e dar ofertas como reconhecimento pelas bênçãos que Ele lhes concede. Suas misericórdias e bênçãos são abundantes e contínuas. Ele envia a chuva, o Sol e faz a vegetação florescer. Dá as estações, a semeadura e a colheita no tempo certo; e a infalível bondade de Deus requer algo melhor do que a ingratidão e o esquecimento que as pessoas devolvem a Ele.

Não vamos nós nos voltar a Deus e com o coração agradecido apresentar-Lhe nossos dízimos e ofertas? O Senhor tornou esse dever tão claro que se negligenciarmos cumprir suas reivindicações não seremos desculpados.

O Senhor colocou Seus bens nas mãos de Seus servos para serem administrados com equidade, a fim de que o evangelho seja pregado a todo o mundo. As providências e a provisão para a disseminação da verdade no mundo não foram deixadas ao acaso (Signs of the Times, 13 de janeiro de 1890).

Segunda 18 de fevereiro


Deixe sua Luz Brilhar


Quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus. João 3:21

No Sermão do Monte, Cristo apresentou ao povo o fato de que a piedade pessoal era sua força. Deviam se entregar a Deus, trabalhar com Ele e com Ele cooperar sem reservas. Altas pretensões, formas e cerimônias, embora imponentes, não tornam bom o coração e puro o caráter. O verdadeiro amor a Deus é um princípio ativo, um agente purificador. [...]

A nação judaica havia ocupado a mais alta posição; foram construídos grandes e altos muros para evitar sua associação com o mundo pagão; eles pretendiam ser o povo peculiar, leal, favorecido por Deus, mas Cristo apresentava sua religião como vazia de fé salvadora, uma combinação das áridas e rígidas doutrinas, mescladas com sacrifícios e ofertas. Eles eram muito meticulosos na prática da circuncisão, mas não ensinavam sobre a necessidade de manter puro o coração. Exaltavam os mandamentos de Deus nas palavras, mas se recusavam a exaltá-los na prática; sua religião era apenas uma pedra de tropeço para os outros. [...]

Embora houvessem ocupado até então indiscutível autoridade quanto às questões religiosas, tinham agora que dar lugar ao grande Mestre e a uma religião que não conhecia limites, não fazia entre as nações distinção de classes, posição social ou etnia. No entanto, a verdade ensinada por Cristo se destinava a toda a família humana. A única fé verdadeira é aquela que “atua pelo amor” (Gl 5:6) e purifica o coração. É como o fermento que transforma o caráter. [...]

O evangelho de Cristo significa piedade prática, uma religião que eleva aquele que a recebe acima do seu estado de depravação natural. Aquele que contempla o Cordeiro de Deus sabe que Ele tira o pecado do mundo. A verdadeira religião trará como resultado um desenvolvimento na vida e no caráter inteiramente diferente daquele que foi visto na vida dos escribas e fariseus. [...]

Deus nos concede luz não para que permaneça de forma egoísta escondida e não venha a penetrar naqueles que jazem nas trevas. Os agentes humanos são condutos apontados por Deus para levar a mensagem ao mundo. Em vez de ensinar-lhes a esconder sua luz, o Salvador diz a Seu povo: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus” (Mt 5:16) (Review and Herald, 30 de abril de 1895).

19 de fevereiro Terça


Necessidade do Espírito Santo


Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Gálatas 5:25

O Espírito Santo deve não somente santificar, mas convencer. Ninguém pode se arrepender de seus pecados até que esteja convencido de sua culpa. Quão necessário, pois, é que tenhamos o Espírito Santo conosco ao trabalhar para alcançar aqueles que estão caídos. Nossas aptidões humanas serão exercidas em vão, a menos que estejam unidas a esse Agente celestial. [...]

Na obra de salvar pessoas, seres humanos e anjos devem trabalhar em harmonia, ensinando a verdade de Deus aos que são ignorantes nesse sentido, para que possam ser libertos das cadeias do pecado. Só a verdade pode libertar as pessoas. A liberdade que advém pelo conhecimento da verdade deve ser proclamada a todas as pessoas. Nosso Pai celestial, Jesus Cristo e os anjos do Céu, todos estão interessados nesse grandioso e santo trabalho. Ao ser humano foi concedido o elevado privilégio de revelar o caráter divino procurando de forma altruísta livrar as pessoas do abismo da ruína em que se afundaram. Todo ser humano que consinta em ser iluminado pelo Espírito Santo deve ser usado para a realização desse propósito de origem divina. [...]

Nosso Salvador deve ser mais distintamente reconhecido e aceito como plenamente suficiente para Sua igreja. Ele somente pode aperfeiçoar a fé de Seu povo. […]

Precisamos deixar, porém, mais espaço para a operação do Espírito Santo, a fim de que os obreiros estejam bem ligados uns aos outros e avancem na força de uma corporação unida de soldados. [...] Inteira consagração ao serviço de Deus revelará a modeladora influência do Espírito Santo em todo passo ao longo do caminho. [...]

Deus quer que Sua igreja se apodere de Suas promessas pela fé, e solicite o poder do Espírito Santo para ajudá-la em todo o sentido. [...]

Que o frágil homem compreenda que é o General dos exércitos do Céu que está conduzindo e dirigindo a movimentação de Suas forças aliadas na Terra. Cristo mesmo é o poder renovador que opera em todo soldado e por meio dele, pela atuação do Espírito Santo. Cada pessoa deve se tornar um instrumento em Suas mãos para trabalhar pela salvação de outros. A ninguém que deseja trabalhar para o Mestre deve ser recusado um lugar, se for um verdadeiro seguidor de Cristo. Cada um deve assumir suas responsabilidades na causa do Senhor. A eficiência do Espírito de Deus tornará eficazes os trabalhos de todos os que estiverem dispostos a se submeter à Sua orientação (Review and Herald, 16 de julho de 1895).

Quarta 20 de fevereiro


Ouse Ser Como Daniel


Por agora, vai-te, e, em tendo oportunidade, te chamarei. Atos 24:25

Não importa quão pecadora tenha sido uma pessoa, não importa qual sua posição, se se arrepender e crer, indo ter com Cristo e nEle confiar como seu Salvador pessoal, poderá essa pessoa ser salva perfeitamente. Quão perigosa é, porém, a posição daquele que conhece a verdade, mas tarda em praticá-la. Quão arriscado é para os seres humanos procurar distrair a mente, agradar o paladar e satisfazer o intelecto negligenciando o que foi revelado como um dever e ficar divagando na busca de algo que não sabem o que é. [...]

Jesus declara: “Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem” (Jo 12:35). [...] Praticai todo preceito da verdade apresentada a vocês. Vivam de toda palavra que procede da boca de Deus, e seguirão então a Jesus por onde quer que vá. [...] O Senhor não Se recusa a dar Seu Espírito Santo aos que Lhe pedem. Quando a convicção atinge a consciência, por que não prestar atenção e atender à voz do Espírito de Deus? Cada ato de hesitação e demora nos leva a nos colocarmos onde é cada vez mais difícil aceitar a luz do Céu, e afinal parecerá impossível ser impressionado por admoestações e advertências. O pecador diz, com facilidade cada vez maior: “Por agora, podes retirar-te, e, quando eu tiver vagar, chamar-te-­ei” (At 24:25). [...]

Aqueles que a princípio se demoram e ficam hesitantes, resistindo à luz e lutando contra todo o conhecimento, possuem boas intenções de voltar e tomar sua decisão em uma ocasião oportuna; entretanto, o astuto inimigo que está em seu encalço faz seus planos para prendê-los com os fios imperceptíveis dos maus hábitos. O caráter é formado por hábitos; um passo no caminho descendente é o ponto de partida para o segundo passo, e o segundo, para os outros que se seguirão. [...]

Os filhos de Deus devem brilhar como luzes em meio a esta geração pervertida e sem rumo. Entretanto, se os hábitos corretos não forem cultivados, darão lugar às tendências naturais e eles se tornarão presunçosos, condescendentes, descuidados, cobiçosos, vingativos, independentes, obstinados, voluntariosos, orgulhosos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus. [...]

O caráter de Daniel é um exemplo do que a pessoa pode se tornar por meio da graça de Cristo. Ele tinha grande força intelectual e espiritual. [...] O Espírito Santo deve ser o divino morador a habitar em nós. Então, permitamos que a gratidão e o amor se tornem diante de Deus a expressão do nosso coração (Review and Herald, 29 de junho de 1897).

21 de fevereiro Quinta


Filho de Deus


A todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no Seu nome. João 1:12

Se pudermos apreciar essa grande bênção, que benefício será para nós! É-nos dado o privilégio de ser colaboradores juntamente com Deus na nossa salvação. Receber e crer é a parte que nos cabe nesse pacto. Devemos receber a Cristo como nosso Salvador pessoal e continuar crendo nEle. Isso significa permanecer em Cristo, demonstrando, em todo o tempo e sob todas as circunstâncias, uma fé nEle que seja uma representação do Seu caráter – a fé que opera pelo amor e purifica o coração de toda impureza. [...]

Cada pessoa deve alcançar uma experiência própria. Ninguém pode depender da experiência ou prática de outros para a salvação. Cada um de nós precisa se familiarizar com Cristo para poder representá-Lo devidamente ao mundo. [...] Nenhum de nós necessita justificar seu temperamento irritável, o caráter malformado, egoísmo, inveja, ciúmes ou qualquer impureza da mente, do corpo ou do espírito. Deus nos chamou para glória e virtude. Devemos atender ao chamado. [...]

Como poderemos nos livrar do poder daquele que no passado foi um exaltado anjo nas cortes celestiais? Ele era um ser cheio de beleza e de porte nobre, abençoado com um poderoso intelecto. Por causa de sua exaltação pessoal, julgou ser igual a Deus. [...] Como poderemos discernir suas falsas teorias e resistir às suas tentações? Somente por meio da experiência individual obtida pelo conhecimento de Jesus Cristo, nosso Senhor. Sem a ajuda divina, possivelmente não poderíamos escapar das tentações e armadilhas que Satanás tem preparado para enganar a mente humana. [...]

Devemos andar como Ele andou, seguindo bem de perto Seus passos e demonstrando Sua mansidão e humildade. [...] A obra de Cristo é pura e elevada. O caminho que Ele trilhou não foi para agradar e satisfazer a Si mesmo. Ele fala a Seus filhos, dizendo: “Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, [...] tome a sua cruz e siga-Me” (Lc 9:23). O preço do Céu é a submissão a Cristo. O caminho do Céu é o caminho da obediência ao Seu mandado: “Negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.”

Devemos nós andar assim como Jesus andou. O caminho que Ele trilhou, devemos trilhar, pois esse caminho leva às mansões que Ele está preparando para nós (Review and Herald, 24 de abril de 1900).

Sexta 22 de fevereiro


Fonte de Lucro


Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Lucas 18:24

Essas palavras do Salvador têm um profundo significado e requerem fervoroso estudo. [...] Muitos que possuem grandes riquezas têm obtido seus bens por negociações feitas de forma a se beneficiar à custa de seus semelhantes, e se vangloriam de sua astúcia ao fechar um negócio que lhes é favorável. Toda quantia assim obtida, bem como o lucro de cada centavo têm sobre eles a maldição de Deus. [...]

Os ricos serão provados com mais rigor do que nunca. Se eles passarem pela prova e vencerem os defeitos de seu caráter, e como fiéis administradores de Cristo devolverem ao Senhor as coisas que Lhe pertencem, será dito a eles: “Bem está, servo bom e fiel [...] entra no gozo do teu Senhor” (Mt 25:21). [...]

Cristo declara: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mt 6:24). [...] “E os fariseus, que eram avarentos, ouviam todas essas coisas e zombavam dEle” (Lc 16:14). Atentem para as palavras de Cristo a eles dirigidas: “Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas ­Deus conhece o vosso coração, porque o que entre os homens é elevado perante ­Deus é abominação” (Lc 16:15). [...]

Escrevendo a seu filho no evangelho, Paulo disse: “Grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores (1Tm 6:6-10). [...]

Em sua carta a Timóteo, Paulo queria impressionar-lhe a mente com a necessidade de passar tais instruções aos ricos, para livrá-los do engano que tão facilmente os acomete, e preveni-los quanto a pensar que são melhores que os pobres; que por causa da capacidade de a­cumular fortuna eles se considerem superiores em sabedoria e discernimento. Em resumo, que a piedade é lucro. [...]

Há elevados e santos objetivos que exigem recursos, e o dinheiro assim empregado proporcionará ao doador uma grande e permanente alegria, muito maior do que se fosse usado na satisfação pessoal ou de forma egoísta acumulado pela ganância do lucro (Review and Herald, 19 de dezembro de 1899).

23 de fevereiro Sábado


O que é Fé


Fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem. Hebreus 11:1

O pensamento de que a justiça de Cristo nos é imputada, não por causa de qualquer mérito de nossa parte, mas como dom gratuito de Deus, demonstrava-se um pensamento precioso. O inimigo de Deus e do ser humano não quer que essa verdade seja claramente apresentada, pois ele sabe que, se o povo a aceitar plenamente, o poder dele será arruinado. Se ele pode dominar a mente de maneira que a dúvida e a incredulidade e as trevas constituam a experiência dos que professam ser filhos de Deus, ele pode vencê-los com a tentação. Aquela fé simples, que toma Deus em Sua palavra, deve ser estimulada. O povo de Deus deve ter aquela fé que lança mão do poder divino; “porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2:8). Os que creem que Deus, por amor de Cristo, lhes perdoou os pecados, não devem, pela tentação, deixar de prosseguir em combater o bom combate da fé. Sua fé deve se tornar mais forte, até que sua vida cristã bem como suas palavras declarem: “O sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1Jo 1:7).

Fé é a confiança em Deus, ou seja, a crença de que Ele nos ama e conhece perfeitamente o que é para o nosso bem. Assim, ela nos leva a escolher o caminho dEle em vez do nosso. Em lugar da nossa ignorância, ela aceita a sabedoria dEle; em lugar de nossa fraqueza, aceita a força dEle; em lugar de nossa pecaminosidade, Sua justiça. Nossa vida e nós mesmos já somos dEle; a fé reconhece essa posse e aceita as bênçãos dela. Verdade, retidão e pureza têm sido designadas como segredos do êxito da vida. [...] Todo bom impulso ou aspiração é um dom de Deus. [...]

Deve-se explicar bem como exercer a fé. Para toda promessa de Deus há condições. Se estamos dispostos a fazer Sua vontade, toda a força dEle é nossa. Qualquer dom que Ele promete está na própria promessa. [...]

A fé que nos habilita a receber os dons de Deus é em si mesma um dom. [...] Ela cresce quando exercitada no apropriar-se da Palavra de Deus. A fim de fortalecer a fé, devemos frequentemente trazê-la em contato com a Palavra.

Quantas vezes os que confiavam na Palavra de Deus, embora se encontrando literalmente desamparados, têm resistido ao poder do mundo inteiro! [...] Eles constituem a verdadeira nobreza do mundo. São a sua linhagem real (Review and Herald, 24 de dezembro de 1908).

Domingo 24 de fevereiro


O Único Tesouro


Somos feitura dEle, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas. Efésios 2:10

Um caráter formado segundo a semelhança divina é o único tesouro que poderemos levar deste mundo para o vindouro. [...] Desejaria estimular os jovens a considerar de ouro todo momento do tempo. Não o desperdicem em indolência; não o gastem em tolices, mas apoderem-se dos tesouros superiores. Cultivem os pensamentos e expandam a mente cingindo o espírito, não permitindo que ele se encha de assuntos sem importância. Aproveitem toda vantagem que se lhes oferecer para fortalecer a inteligência. Não se satisfaçam com uma norma inferior. Não fiquem satisfeitos enquanto não houverem, mediante esforço fiel, vigilância e fervorosa oração, se apoderado da sabedoria que é de cima. [...]

Valorizem todo raio de luz que puderem obter pela indagação da Palavra de Deus. Empreendam hoje o trabalho que Deus lhes dá e vejam quanto bem poderão realizar na força de Cristo. Façam de Deus seu Conselheiro. [...]

Nas reivindicações que fez, Cristo teve em mente nossa natureza. Cristo tomou sobre Si nossa natureza, e veio para trazer poder moral para ser unido ao esforço humano. [...] Nosso espírito pode de tal maneira se identificar com o dEle, que seremos um com Ele em nossos pensamentos e intenções. [...]

As capacidades intelectuais, morais e físicas devem ser igualmente cultivadas e desenvolvidas para alcançarmos a mais alta norma na obtenção do conhecimento. […]

Daniel, conforme relatado na história sagrada, era apenas um jovem quando, juntamente com seus companheiros, foi levado cativo para a Babilônia. Entretanto, ele permaneceu, diante do universo celestial, diante dos mundos não caídos e diante de um mundo em rebelião, como poderoso exemplo do que a graça de Deus pode fazer pelos pecadores. [...] Não foi escolha dele ser exposto aos hábitos perversos, à glutonaria e extravagância dessa nação pagã. Ele, porém, propôs no coração servir ao Senhor enquanto lá estivesse. Daniel cooperou com Deus. Permaneceu sob a bandeira de Cristo como um súdito fiel do celeste Rei. [...]

O caráter que uma pessoa forma neste mundo determina seu destino para a eternidade. O elemento de valor na vida de alguém neste mundo será de valor no mundo por vir. O futuro de uma pessoa é determinado pelo modo como se permite ser influenciada. [...] Tomemos o jugo de Cristo sobre nós e aprendamos o que Ele tem a nos ensinar (Youth’s Instructor, 17 de agosto de 1899).

25 de fevereiro Segunda


O Caminho de Deus


Faze-me, Senhor, conhecer os Teus caminhos, ensina-me as Tuas veredas. Salmo 25:4

Por vezes, ouve-se um suposto seguidor de Cristo dizer: “Vocês não devem ficar surpresos se eu pareço rude, se falo francamente, se manifesto mau humor: esse é o meu jeito de ser.”

Você diz para não ficarmos surpresos! Não estaria o Céu surpreso diante de tais manifestações, tendo em vista o plano da salvação que foi elaborado, o infinito sacrifício feito na cruz do Calvário para que você reflita a imagem de Jesus? Esse “seu jeito” vai entrar no Céu? Suponha que alguém se aproxime dos portais de pérola e diga: “Eu sei que fui rude, fui mau, além da minha inclinação para mentir e roubar, mas quero entrar nas mansões celestiais.” Esse tipo de temperamento achará entrada através dos portais da cidade celestial? Não, não! Somente entrarão lá aqueles que observarem os caminhos de Deus.

A manifestação das tendências naturais e cultivadas para o mal não pode ser desculpada pela alegação de que “esse é o meu jeito”. Os cristãos compreendem que necessitam muito da graça de Cristo para trazer os princípios do cristianismo para a vida diária.

Os jovens que cooperam com Cristo perceberão que o caminho que decidiram seguir está cheio de erros que necessitam ser corrigidos. Ao serem introduzidos na formação do caráter, esses erros são como vigas apodrecidas. Ninguém permita que ali permaneçam. Ninguém busque o privilégio de poder se apegar a essas imperfeições, justificando a si mesmo ao dizer: “É o meu jeito.” Aqueles que agradam ao próprio eu, recusando-se a abandonar seu caminho para seguir o caminho indicado por Cristo, certamente sofrerão suas consequências. [...]

Estamos nos esforçando para andar no caminho da verdade e da justiça? Então, não desanimemos por causa das tentações. Na verdade, seremos tentados, mas devemos nos lembrar de que a tentação não é pecado; não é indicação alguma do desagrado do Senhor. Ele permite que sejamos tentados, mas mede a tentação pelo poder que nos comunica, a fim de nos capacitar para resistir e vencer. É na hora da tentação e da prova que devemos medir o grau da nossa fé em Deus e avaliar a firmeza do caráter cristão que possuímos.

Não devemos dizer: “Para mim, é impossível vencer.” [...] Em nossa própria força, não podemos vencer, entretanto, o auxílio foi posto sobre Aquele que é poderoso. Elevemos a Deus esta oração: “Faze-me saber os Teus caminhos, Senhor; ensina-me as Tuas veredas” (Sl 25:4) (Youth’s Instructor, 2 de outubro de 1902).

Terça 26 de fevereiro


Fé Inquestionável


O homem creu na palavra de Jesus e partiu. João 4:50

Na cidade de Cafarnaum, o filho de um nobre jazia doente, à morte. Em vão o pai tentou salvá-lo. Um mensageiro chegou apressadamente à mansão e pediu para ver o nobre. Ele lhe disse que acabava de chegar de Jerusalém e que na Galileia havia um profeta de Deus, que alguns declararam ser o tão esperado Messias. [...] Talvez Ele pudesse curar seu filho.

Quando o nobre ouviu a notícia, a expressão do seu semblante se transformou do desespero para a esperança. [...] A esperança que nasceu em seu coração lhe deu forças a fim de se preparar para a jornada. Antes do amanhecer, ele tomou seu caminho para Caná da Galileia, para onde se supunha que Jesus houvesse ido. [...]

Ao encontrar Jesus, suplicou-Lhe que fosse a Cafarnaum e curasse seu filho. “Se não virdes sinais e milagres, não crereis”, Jesus disse (Jo 4:48). Em certo sentido, o nobre acreditava, pois, do contrário, não haveria feito a longa jornada nesse momento tão crítico. Cristo, porém, tinha por objetivo aumentar a fé dele.

Em angustiosa súplica, o pai clamou: “Senhor, desce antes que meu filho morra!” (Jo 4:49). Ele temia que cada instante que passasse colocaria seu filho mais distante do poder do grande Médico. […] Desejando levá-lo a aperfeiçoar sua fé, o Salvador disse: “Vai, o teu filho vive.”

“E o homem creu na palavra que Jesus lhe disse e foi-se” (Jo 4:50). Na certeza de que a morte que ele tanto temia não alcançaria seu filho, o nobre não fez pergunta alguma nem pediu qualquer explicação. Ele acreditou.

E incessantemente ele repetia as palavras: “O teu filho vive.”

O poder das palavras do Redentor saiu como um relâmpago, de Caná até Cafarnaum, e a criança foi curada. […] Ao lado da cama, os que ali estavam observavam, com a respiração suspensa, o conflito entre a vida e a morte. E quando, em um instante, a febre que nele ardia desapareceu, encheram-­se de espanto. Sabendo da ansiedade do pai, foram ao seu encontro com as alegres novas. Ele tinha apenas uma pergunta a fazer: Quando o menino começou a melhorar? Eles lhe disseram, e o nobre ficou satisfeito. [...]

A fé dele foi então coroada com a certeza. […]

Ao trabalharmos para Cristo, necessitamos mais da fé inquestionável desse nobre. [...] Aquele que crê incondicionalmente em seu Salvador encontrará os portais do Céu entreabertos e inundados com a glória vinda do trono de Deus (Youth’s Instructor, 4 de dezembro de 1902).

27 de fevereiro Quarta


O Poder da Música


Fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão, como o jardim do Senhor; regozijo e alegria se acharão nela, ações de graças e som de música. Isaías 51:3

A melodia de louvor é a atmosfera do Céu e, quando o Céu vem em contato com a Terra, há música e cântico – “ações de graças e voz de melodia” (Is 51:3).

Sobre a Terra recém-criada, linda e sem mácula, sob o sorriso de Deus, “as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam” (Jó 38:7). Assim, corações humanos, em afinidade com o Céu, têm correspondido à bondade de Deus em notas de louvor. Muitos dos fatos da história humana se têm ligado a cânticos.

A história dos cânticos da Bíblia está repleta de sugestões quanto aos usos e benefícios da música e do canto. A música muitas vezes é pervertida para servir a fins maus, e assim se torna um dos poderes mais sedutores para a tentação. Corretamente empregada, porém, é um dom precioso de Deus, destinado a erguer os pensamentos a coisas altas e nobres, a inspirar e elevar o coração. Assim como os filhos de Israel, viajando pelo deserto, suavizavam sua viagem pela música de cânticos sagrados, Deus ordena a Seus filhos hoje que alegrem sua vida peregrina. Poucos meios há mais eficazes para fixar Suas palavras na memória do que repeti-las em cânticos. Esse tipo de cântico tem um poder maravilhoso. Tem poder para subjugar as naturezas rudes e incultas; poder para suscitar pensamentos e despertar compaixão, para promover a harmonia de ação e banir a tristeza e os maus pressentimentos, os quais destroem o ânimo e debilitam o esforço.

É um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais. Quantas vezes, ao coração duramente oprimido e pronto a desesperar, vêm à memória algumas das palavras de Deus – as de um estribilho há muito esquecido, de um hino da infância – e as tentações perdem seu poder, a vida assume novo significado e novo propósito, e o ânimo e a alegria são comunicados a outras pessoas! [...]

Que haja cântico no lar, de hinos que sejam suaves e puros e haverá menos palavras de censura e mais de animação, esperança e alegria. Haja canto na escola, e os alunos serão levados para mais perto de Deus, dos professores e uns dos outros.

Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto como a oração (Youth’s Instructor, 29 de março de 1904).

Quinta 28 de fevereiro


A Verdade Vence o Mal


Não penseis que vim trazer paz à Terra; não vim trazer paz, mas espada. Mateus 10:34

Alguns fazem a pergunta: Como conciliar a declaração “Não vim trazer paz, mas espada” e o hino cantado pelos anjos quando Cristo nasceu na manjedoura, em Belém: “Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens”? O hino cantado pelos anjos está em harmonia com as palavras do profeta Isaías que, quando predisse o nascimento de Cristo, afirmou ser Ele o Príncipe da Paz. O evangelho é uma gloriosa mensagem de paz e de boa vontade para com os homens; Cristo veio trazer harmonia e paz. Ele deixou Seu trono de glória e revestiu Sua divindade com a humanidade para que pudesse tirar os filhos dos homens da apostasia e levá-los a viver novamente em lealdade para com Deus, ligando assim seu coração ao coração do Infinito Amor. Ele veio para oferecer ao mundo caído o remédio para o pecado para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas que, ao se tornar um com Ele e com o Pai, possa ter a vida eterna. [...]

A condição do mundo na época em que Cristo veio para andar e viver entre os seres humanos não tinha nada de excepcional. Nesse tempo, as Escrituras estavam soterradas sob as tradições humanas, e Cristo declarou que aqueles que se atreviam a interpretar a Palavra de Deus eram tão ignorantes com respeito às Escrituras como eram com relação ao Seu poder. [...]

Cristo apresentou aos Seus compatriotas e ao mundo o resplendor, a beleza, a santidade e a natureza divina pelos quais poderiam estar intimamente ligados ao coração do Amor Infinito. Ele trouxe luz ao mundo para dissipar as trevas espirituais e revelar o que é a verdade. [...] A verdade, que deve ser restaurada e revivida, é a aniquiladora do mal, mas, quando o mal é persistentemente cultivado, torna-se também um destruidor de pecadores. [...]

A perversidade dos pecadores e sua resistência à verdade fazem com que a missão de Cristo pareça o que Ele anunciou aos Seus discípulos: o envio da espada sobre a Terra. O cristianismo, porém, não traz como consequência a luta, a discórdia; o que traz conflito é a oposição que há no coração daqueles que não receberão suas bênçãos.

Desde o início, quando o cristianismo foi apresentado ao mundo, tem havido uma guerra mortal instituída contra ele. [...] Aqueles que sofrem por causa da verdade conhecem o valor de um evangelho puro, do livre uso da Bíblia e da liberdade de consciência (Bible Echo [Austrália], 12 de março de 1894).