sábado, 6 de outubro de 2012

Comentários - Lição 1 O grande Conflito

Lição 1 – O grande conflito: fundamento de nossas crenças


Por Otoniel de Lima Ferreira, D.Min.
Professor de Evangelismo e Crescimento de Igreja.
SALT, IAENE

Introdução
Desde que houve a rebelião de Lúcifer e seus anjos no Céu e eles foram expulsos para a Terra, o grande conflito passou a fazer parte da vida de cada ser humano. Começou na mente de Eva nossa primeira mãe. “O que é certo?”, questionava ela. “Comer ou não do fruto do conhecimento do bem e do mal?” Ela foi vencida e então a herança da morte e do grande conflito passou para seu marido. “O que devo fazer?” pensou ele. “Fico do lado de Deus ou do lado de minha esposa?”. O grande conflito estava apenas começando...

O grande conflito está presente em toda e qualquer decisão que o ser humano tem que tomar. Em todas as escolhas estão presentes o bem e o mal.

O grande conflito e seus atores
Em Gênesis 3:15 estão os principais personagens do grande conflito entre o bem e o mal. “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Nesse texto vemos que os dois principais personagens são a mulher e a serpente. Mas a semente, isto é, a descendência da mulher e a descendência da serpente também estariam envolvidas. Quem é a mulher e quem é a serpente? Em Apocalipse 12 podemos ver o desfecho desta explicação com mais detalhes: “O dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo” (v. 17, ACF).

A mulher é interpretada como a Igreja de Deus e a serpente como o dragão, Satanás. Mesmo sabendo que é um inimigo derrotado, o objetivo do dragão é destruir, enfraquecer, deturpar, perseguir a igreja verdadeira, bem como todos os seus descendentes. Em especial os remanescentes. Ellen G. White comenta: “A grande controvérsia entre o bem e o mal há de assumir proporções cada vez maiores até seu desenlace. Em todas as épocas a ira de Satanás esteve voltada contra a igreja de Cristo, motivo pelo qual Deus lhe concedeu Seu Espírito e Sua graça para que ela pudesse enfrentar todas as oposições do mal” (O Grande Conflito, p. 7).

Mas a Palavra de Deus nos diz que a mulher feriria a cabeça da serpente e a derrotaria. Cremos que a serpente já foi derrotada quando Jesus Cristo morreu na cruz do Calvário, vencendo a morte por meio de Sua ressurreição e dando o direito de vida eterna a todos aqueles que nEle crerem (Jo 3:16).

A queda de Lúcifer
Tudo era perfeito, havia paz, liberdade e harmonia no Céu. Deus não criou o mundo para ser um lugar de sofrimento, violência e destruição. Mas houve, no Céu, “um ser que preferiu perverter essa liberdade. O pecado teve origem com aquele que, abaixo de Cristo, era o mais honrado por Deus e o mais elevado em poder e glória entre os habitantes do Céu” (O Grande Conflito, p. 493, 494). Em sua narrativa, Ellen G. White diz: “Antes de sua queda, Lúcifer foi o primeiro dos querubins cobridores, santo e incontaminado” (p. 494). A Bíblia também declara que Lúcifer era “o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; toda a pedra preciosa era a tua cobertura." "Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti" (Ez 28:12-15).

Em outras palavras, Lúcifer não se contentou com tudo isso. Ele quis mais: desejou o lugar de Cristo. O materialismo, o deus deste século, é semelhante ao pecado de Lúcifer. Sempre queremos algo mais. O egocentrismo, o orgulho e a arrogância são a origem da maioria dos problemas da Terra.

Na Igreja, essas características não deveriam existir. Por isso, o apóstolo Paulo nos adverte a não delegarmos cargos de alta responsabilidade a pessoas muito novas na fé, para que não haja o orgulho e elas venham a se perder. Embora ele estivesse certo, creio que uma pessoa que aceita a nova fé deve ser colocada imediatamente para trabalhar no serviço do Senhor, porém com responsabilidades menores e mais simples, para que aprendam com os mais experientes e assim prossigam no processo de maturidade do cristianismo. O grande problema hoje é o oposto do que estamos referindo. As pessoas entram na igreja e não são bem recebidas nem treinadas para realizar alguma tarefa para o crescimento da causa do Senhor. Assim, perdemos os que entram e desmotivamos os que desejam buscar os perdidos. Evitemos o orgulho, e também a falta de treinamento e valorização dos novos cristãos.

A arma de Deus
O grande conflito é revelado de várias formas e de maneira simbólica na vida do cristão. Em Apocalipse 12:17, a serpente, o dragão está irado com aqueles que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus. Alguns podem interpretar Gênesis 3:15, pois é notória a inimizade mortal entre a serpente e o ser humano.

Portanto, o grande conflito é revelado de diferentes formas. O autor da lição sugere alguns textos que salientamessas diferentes formas com fatos e ocasiões diferentes . Um dos exemplos foi quando Deus Se agradou da oferta de Abel e não da oferta de Caim. Ali estavam estampadas as duas forças: a do bem a do mal. Abel ouviu a voz de Deus e Caim atendeu a voz do Satanás (compare Gn 4:4 com Hb 11:4).

Outro exemplo é encontrado na comparação entre Gênesis 12:3 e 22:18 com Gálatas 3:16. A descendência mencionada ali não se refere às descendências de todas as nações, mas sim ao descendente de Abraão, Jesus Cristo, o Redentor do mundo. Na verdade, essa é a principal arma de Deus contra a serpente. “...esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15). Jesus foi ferido pela serpente. Não podemos negar isso, pois há marcas dos cravos em Suas mãos e pés, e também há a marca da lança em Seu lado. Mas a serpente foi ferida na cabeça, se tornando de uma vez por todas um inimigo derrotado pelo sacrifício na cruz do calvário e pela ressurreição de Jesus.

A maior vitória de Cristo sobre Satanás está registrada em Isaías 53:6. “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos”. Sabendo que o maior objetivo do inimigo é destruir o maior número dos filhos de Deus, o Senhor provou Seu próprio amor para conosco morrendo em nosso lugar. É maravilho o grande amor de Deus por Seus filhos, provendo um plano infalível para salvá-los. Resumindo, a arma infalível de Deus é, sem dúvida, nosso Senhor Jesus Cristo, nosso sumo sacerdote. “Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos Céus à destra do trono da majestade” (Hb 8:1).

A luta de Satanás
Um dos principais objetivos de Satanás é contrafazer os planos de Deus, especialmente quando se trata do plano de buscar e salvar o perdido. Ele tenta apagar o valor do ritual do santuário, jogando por terra o sacrifício vivo oferecido para expiação dos pecados da humanidade (Rm 1:20-28; Dt 32:17, 18).

Ele usou Herodes para perseguir Jesus quando nasceu, causando a fuga de José e Maria para o Egito (Mt 2:1-18). O inimigo também se aproveitou do momento do início do ministério de Cristo para colocar sobre Seus ombros as mais terríveis tentações, motivando-O a desistir de Seu plano de salvar a humanidade (Mt 4:1-11). Satanás também lutou para destruir o plano de salvação usando um discípulo (Pedro) para fazer com que Jesus desistisse de morrer em nosso lugar, mas foi repreendido (Mt 16:21-23). Finalmente, no ato da crucifixão, ele usou pessoas para tentá-Lo a desistir e descer da cruz, usando Seu poder (Mt 27:39-42). Penso também que uma das tentativas do inimigo foi colocar dois salteadores sendo crucificados com Ele, com o objetivo de ofuscar pela comparação o brilho de Seu ato redentor. Mas em tudo nosso Senhor saiu mais que vencedor e Satanás foi, ali mesmo, derrotado.

Destinos
Outro dia, recebi de um amigo uma parábola que contava a historia de dois irmãos gêmeos: João e Mário.

João morava em uma casa luxuosa, tinha um bom emprego e se tornou um dos empresários mais bem-sucedidos da cidade. Ele era respeitado e todos tinham orgulho de tê-lo como membro da sociedade. Quando precisavam de palestra de motivação nas empresas ou nas universidades, João era um dos primeiros convidados.

Enquanto isso, Mário vivia num imóvel emprestado, dependia de favores, e todo o dinheiro que ganhava, era gasto em bebidas e jogos em um bar próximo de sua casa. Por causa dessa escolha, ele estava solteiro, pois três mulheres já o haviam abandonado por causa da bebida e porque haviam se cansado de ser espancadas todos dias. Perguntaram então a Mário, qual foi a razão que o levou àquela vida miserável. Ele então respondeu: “Nasci em uma família desorientada. Meu pai era um bêbado inveterado e quando chegava em casa nos espancava. Não tínhamos alimento suficiente. Certo dia, decidi sair de casa e levar a vida por mim mesmo. Isso foi o que me tornou assim. Eu tinha um irmão que também saiu de casa e deve estar vivendo da mesma forma que eu.”

Naquela mesma ocasião, João estava em uma universidade de sua cidade ministrando uma palestra de motivação para os acadêmicos do curso de Administração. Um dos alunos lhe fez a seguinte pergunta. Sr. João, qual é a razão de o senhor ter uma vida tão bem-sucedida? Ele respondeu: “Nasci em uma família desorientada. Meu pai era um bêbado inveterado. Quando chegava em casa nos espancava. Não tínhamos alimento suficiente, então, um dia decidi sair de casa e levar a vida por mim mesmo. Decidi que eu ofereceria um lar diferente para minha família. Eu tinha um irmão que também saiu de casa e deve estar vivendo da mesma forma que eu”. Na verdade, nosso destino depende das escolhas que fazemos. Na vida cristã não é diferente. O autor da lição diz: “Uma coisa a respeito do grande conflito: ninguém pode ser neutro. Você está de um lado ou do outro. Qualquer um pode alegar estar do lado do Senhor (Jo 16:2). Como você pode saber, com certeza, que realmente está do lado certo?” (Lição de quinta-feira).

Conclusão
Todos os dias, quando acordamos, temos a chance de tomar a decisão certa. Porém, a grande maioria da humanidade decide pelo lado errado. A decisão certa está estampada nas páginas sagradas do evangelho de Mateus; “Buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6:33). Quando buscamos em primeiro lugar o reino de Deus, estamos dizendo de que lado do grande conflito queremos estar. Satanás não terá poder sobre os que escolherem estar do lado de Deus. “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7).

lição 01 Jovens "O Grande Conflito: A base" 29/09 a 06/10

Lição 1
29 de setembro a 5 de outubro



O grande conflito: a base

Casa Publicadora Brasileira – Lição dos jovens 142012


“Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o Descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você Lhe ferirá o calcanhar” (Gn 3:15).

Prévia da semana: O grande conflito entre o bem e o mal afeta a vida de todos no Universo. O mais importante é a escolha que cada um deve fazer entre Deus e Satanás.

Leitura adicional: O Grande Conflito, Ellen G. White, capítulos 37 e 42

Domingo, 30 de setembro
cpb - introdução

Apenas uma questão para debate?


A palavra controvérsia significa “prolongada disputa pública, debate ou competição”, “disputa relativa a uma questão de opinião”. A maioria de nós está familiarizada com o grande conflito entre Deus e Satanás, o bem e o mal. Porém, o mais difícil para se identificar nessa controvérsia é o que está sendo debatido e quem está certo.

Para definir o que está sendo debatido, precisamos ir para o tempo em que não havia controvérsia. No Céu, havia anjos gloriosos e especialmente um em particular (Ez 28:13-17): Seu nome era Lúcifer. Não sabemos quando o coração dele o levou a pecar, mas uma coisa é certa: ele começou a questionar a autoridade de Deus e, ao fazer isso, começou a cobiçar o trono de Deus (Is 14:14). Em Gênesis 3:5, Lúcifer falou com Eva, levando-a a questionar a autoridade de Deus e a invejar a posição dEle: “Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal.” (Lembre-se de que Lúcifer estava falando sobre ser Deus, assumir a posição de Deus, em lugar de ser feito à imagem de Deus. O Senhor criou os seres humanos à Sua semelhança [Gn 5:1]; mas Lúcifer tentou ser Deus e enganou os humanos levando-os a crer que poderiam fazer o mesmo.)

Desde então, parte da obra de Deus tem sido defender Sua identidade, para provar que Ele é o único digno de ser adorado e de ser chamado o grande Eu Sou. A revelação final da dignidade de Deus é vista em Jesus. Deus Se humilhou e Se tornou humano para que pudéssemos ser “refeitos” à semelhança dEle por meio da salvação. Em Jesus, temos a chance de aprender que somente Deus é Deus e que os seres humanos foram feitos para ser semelhantes a Ele e, na verdade, não para ser Ele!

Considere a evidência e a história. Pode o ser humano ser Deus? E o que Satanás deixa em seu rastro? A Bíblia nos diz que somente Deus é justo e vencerá a grande controvérsia. Mas até que uma pessoa escolha o lado de quem ela quer estar, tudo isso é apenas informação. Então, você escolhe o lado de quem?


A humanidade está em um tipo de batalha, uma luta entre forças inimigas. Embora essa compreensão seja comum, as pessoas têm visões radicalmente diferentes a respeito do significado do conflito, acerca de quem está envolvido, o que está em jogo e como ele vai acabar. Como adventistas do sétimo dia, com base na Bíblia, acreditamos na existência de um “grande conflito entre Cristo e Satanás”.

1. Quais são os atores principais no conflito? Embora símbolos às vezes sejam utilizados para descrever os atores, por que acreditamos que os poderes descritos são seres reais? Como entendemos nosso papel nesse conflito? Gn 3:15; Ap 12:1-17

Erome Daniel | Lincoln, Nebraska, EUA

Segunda, 1o de outubro
cpb - exposição

O quadro todo


O conflito entre Deus mais Seu amor e Satanás mais seu egoísmo formam o pano de fundo para tudo o que está escrito na Bíblia. A história de cada indivíduo – de Enoque a Sansão, a Maria Madalena, a Marta e a Paulo – é outro capítulo da missão milenar de Deus para salvar Seus filhos do pecado.

Embora o rastro do grande conflito percorra toda a Bíblia, é fácil perdê-lo. Você não pode encontrar a história toda em apenas um verso, capítulo ou livro específico. Nosso estudo de hoje ajuda a esclarecer quem está envolvido no conflito, como começou, como ele tem nos afetado e ao nosso mundo. Também estudaremos o plano de Deus para terminar o conflito e nosso papel nisso. Com tudo isso em mente, seremos capazes de traçar o tema da grande controvérsia muito mais claramente por toda a Escritura.

Quem está envolvido? (Ap 12:7-9, 17). Miguel (Jesus) e Seus anjos lutam contra o dragão (Satanás) e seus anjos. O dragão é lançado na Terra onde ele luta contra a mulher e a descendência dela – “os que obedecem aos mandamentos de Deus e se mantêm fiéis ao testemunho de Jesus” (Ap 12:17). Quer dizer: nós! Satanás não somente está em guerra com Deus, ele também busca destruir aqueles que seguem os mandamentos de Deus e estão desejosos de ser guiados pelo dom de profecia, o qual Apocalipse 19:10 define como “testemunho de Jesus”.

O começo (Is 14:4-21; Ez 28:12-19). Lúcifer, o belo anjo dirigente portador de luz, permitiu que o orgulho se enraizasse e crescesse em seu coração. Como resultado, ele passou a ter inveja de Deus. Ele se opôs à autoridade de Deus e recebeu, dessa forma, o nome “Satanás” ou “adversário”.* Como isso aconteceu com um ser perfeito é impossível explicar, mas revela quanto valor Deus dá à liberdade de escolha. Mesmo num mundo perfeito, Lúcifer teve a habilidade de questionar a lei e a autoridade de Deus. Contudo, Deus lançou Lúcifer fora do Céu juntamente com todos os anjos que Satanás convenceu a passar para o lado dele.

A luta de Satanás (Gn 3:1-5; Dt 32:17, 18; Mt 2:1-18; Rm 1:20-28). Satanás, atuando por intermédio da serpente, levou Eva a comer do fruto proibido. Enquanto Satanás podia oferecer a tentação de pecar, era escolha livre de Eva aceitá-la. Quando ela ofereceu o fruto a Adão, ele também escolheu desobedecer a Deus. Essas escolhas e ações trouxeram morte, confusão, dor e corrupção para seus descendentes e para a Terra.

Desde então, Satanás tem feito todo esforço para estragar a virtude da criação de Deus. Nosso mundo carrega as cicatrizes de milhares de anos de pecado. Pior ainda, contudo, é o efeito que o pecado tem em nossa mente e no coração. Satanás deseja que
adoremos qualquer coisa, exceto o único Deus verdadeiro. Como resultado, a humanidade está altamente degradada da beleza que Deus planejou para ela originalmente. Mesmo esse processo de decadência não é arbitrário. “Por isso Deus os entregou [os homens] à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos do seu coração” (Rm 1:24). Deus nos permite escolher quem adoraremos, e o coração é moldado de acordo com isso. Mas sombria como essa imagem pareça, Deus não nos deixa sem esperança! Ele promete restaurar nosso coração, enchendo-nos com Seu Santo Espírito (Sl 51:7-12).

Resposta de Deus (Gn 3:15; Jo 3:16, 17). Por causa do Seu amor por nós, Deus nos oferece o plano da salvação. Jesus veio à Terra plenamente como Deus e plenamente como homem. Aqui Ele viveu e morreu em nosso lugar. Isso abriu a porta da salvação para todo aquele que escolhe Jesus. A morte sacrifical de Jesus e o desejo de Satanás (atuando por meio dos sacerdotes) de matar o inocente Filho de Deus demonstraram para o mundo, anjos e todo o Universo o verdadeiro caráter do inimigo e de seus seguidores. Satanás não mais pode alegar que Deus não ama, que é injusto ou que não tem misericórdia, porque o Universo inteiro tem visto quão grande é o amor dEle em Seu desejo de abrir mão de Seu próprio Filho para pagar o preço do nosso pecado. Satanás também não pode alegar que seu governo é melhor do que o de Deus, porque todos têm visto que o caminho do mal leva à morte e ao sofrimento, enquanto o caminho de Deus traz vida, alegria e paz.

Nossa escolha (Js 24:15). A morte de Jesus nos oferece o dom da salvação. É nossa decisão escolher a quem serviremos. Deus jamais forçará alguém a servi-Lo. Contudo, Ele fará todo o possível para nos mostrar quem Ele é e como Sua orientação traz vida e luz. Ao agir assim, a maneira de Deus lidar com cada indivíduo serve como um quadro menor da grande controvérsia como um todo. Assim como cada pessoa precisa decidir a quem servir, Deus contrasta os verdadeiros horrores do pecado com o incrível sacrifício de amor abnegado de Cristo. Dessa maneira, o Universo inteiro pode decidir a quem oferecer sua lealdade.


* James Strong, The Exhaustive Concordance of the Bible (Nashville, Tenn.: Abingdon Press, 1890), Main Concordance, p. 878, Hebrew and Chaldee Dictionary, p. 115.

Pense nisto

– A perspectiva de um conflito universal entre Deus e o mal muda sua maneira de ver suas batalhas pessoais e esforços contra a tentação? Se sim, de que maneiras?
– Como a grande controvérsia nos ajuda a compreender por que o sofrimento e a morte persistem em nosso mundo, apesar de termos um Deus amoroso e poderoso?

Mãos à Bíblia

Embora a Bíblia não mencione explicitamente as questões envolvidas no conflito entre Deus e Satanás, elas podem ser deduzidas a partir de algumas passagens bíblicas relacionadas ao assunto, como Isaías 14:4-21 e Ezequiel 28:12-19. Em seus cenários originais, esses textos representavam os reis pagãos de Tiro e Babilônia. Mas, quando lidos cuidadosamente, apresentam detalhes que vão além desses antigos governantes orientais. Na verdade, eles apontam para a origem, posição e queda de Satanás.

2. Em 1 Timóteo 3:6 Paulo adverte contra a ordenação de um novo converso, alertando que isso pode levar a pessoa a se tornar vaidosa e a cair na mesma condenação do diabo. Como a declaração de Paulo esclarece Isaías 14:4-21 e Ezequiel 28:12-19? De que forma essas três passagens nos ajudam a entender algumas questões do conflito?

David Skau | Oroville, Califórnia, EUA

Terça, 2 de outubro
cpb - testemunho

Você tem que lutar por seu direito


“O expediente de Satanás neste conflito final com o povo de Deus é o mesmo que empregou no início da grande controvérsia no Céu. Pretendia estar buscando promover a estabilidade do governo divino, enquanto secretamente aplicava todo o esforço para conseguir sua subversão. E da mesma obra que assim se estava esforçando por cumprir, acusava os anjos fieis. [...] Assim será agora. Enquanto Satanás procura destruir os que honram a lei de Deus, fará com que sejam acusados como violadores da lei, como homens que estão desonrando a Deus e acarretando juízos sobre o mundo” (Ellen White, O Grande Conflito, p. 591).

Nossa batalha é constante, mas a esperança é oferecida àqueles que forem leais e fieis a Deus.

“Os que se esforçam para obedecer todos os mandamentos de Deus defrontarão oposição e escárnio. Apenas em Deus lhes será possível subsistir. A fim de suportar a prova que diante deles está, devem compreender a vontade de Deus como se acha revelada em Sua Palavra. Poderão honrá-Lo, unicamente, tendo uma concepção correta de Seu caráter, governo e propósitos, e agindo de acordo com estes. Pessoa alguma, a não ser os que fortaleceram o espírito com as verdades da Escritura, poderá resistir no último grande conflito. A toda pessoa virá a inquiridora prova: Obedecerei a Deus de preferência aos homens? A hora decisiva está mesmo agora às portas. Estão nossos pés firmados na rocha da imutável Palavra divina? Estamos preparados para permanecer firmes em defesa dos mandamentos de Deus e da fé de Jesus?” (ibidem, p. 593).

Deus nos oferece esperança por meio da perseverança e da paciência. Não devemos lutar uns contra os outros, mas sim amar e trabalhar juntos para uma vida conforme a vontade de Deus; para que vençamos o mal, assim como Cristo fez unido com Deus e colocou um fim na grande controvérsia.

“Portanto, irmãos, sejam pacientes até a vinda do Senhor. Vejam como o agricultor aguarda que a terra produza a preciosa colheita e como espera com paciência até virem as chuvas do outono e da primavera. Sejam também pacientes e fortaleçam o seu coração, pois a vinda do Senhor está próxima. Irmãos, não se queixem uns dos outros, para que não sejam julgados. O Juiz já está às portas!” (Tiago 5:7-9).

Pense nisto

– Examine sua vida para considerar como Satanás pode estar tentando você agora.
– Analise essa tentação à luz do grande conflito. Então, peça a ajuda de Deus para colocar os pés em Sua Palavra imutável.

Mãos à Bíblia

3. De que forma o grande conflito é revelado em Gênesis 3:15?

4. Que assuntos envolvidos no grande conflito são esclarecidos nos textos a seguir? Por que o plano da salvação é central nessa questão? Compare Gn 4:4 com Hb 11:4; compare Gn 12:3 e 22:18 com Gl 3:16; compare Êx 25:9 com Hb 4:2; compare Is 53:6 com Rm 5:8; leia Mt 16:18; 18:16-20; Leia Hb 8:1, 2

Santiago Fernandez | Lincoln, Nebraska, EUA

Quarta, 3 de outubro
cpb - evidência

A última promessa



O Éden era um verdadeiro paraíso. Adão e Eva podiam explorá-lo sem se preocupar em encontrar um animal perigoso ou se cansar. E eles eram capazes de se comunicar com seu Criador face a face. Que alegria isso deve ter sido! O que eles conversavam foi perdido com o passar do tempo, mas podemos ao menos imaginar seus diálogos. Talvez eles tenham apontado para algumas das criaturas mais incomuns, perguntando ao Criador por que o ornitorrinco é dessa maneira ou se maravilhando com as muitas cores vibrantes das variedades de pássaros. Suas conversas podem ter abrangido assuntos mais sérios, quando perguntavam sobre a árvore cujos frutos eles não podiam comer. Pediram a Jesus uma explicação e que lhes contasse também quem era Satanás.

Contudo, num dia fatídico, Eva se afastou de Adão e se aproximou da árvore proibida. Chegando perto, a serpente escondida entre as folhas foi capaz de falar com ela. Mas aquela não era uma serpente qualquer. Era o próprio Satanás! Ele confundiu Eva com uma pergunta capciosa: “Foi isso mesmo que Deus disse: ‘Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim’?” (Gn 3:1). Talvez, pega de surpresa, a resposta de Eva tenha aumentado o perigo pousado na árvore (Gn 3:2, 3). Após discutir mais com a serpente, Eva tomou do fruto e o comeu. Pouco depois, ela o deu a Adão que também comeu do fruto proibido.

O encontro seguinte de Adão e Eva com seu Criador não foi dos melhores. Eles haviam falhado no teste e temiam as consequências. Quando Deus apareceu, foi com o coração pesaroso que lhes informou as consequências das ações deles. Eles deveriam ser banidos do paraíso que tinham aprendido a amar. Também foram proibidos de comer da Árvore da Vida. Seus companheiros animais se voltariam uns contra os outros e também contra eles, e tudo o que tinha vida morreria. Contudo, Deus tinha boas-novas. Leia-as em Gênesis 3:15. Esse texto é a primeira promessa registrada na Bíblia. Nela, o plano de salvação é apresentado. O plano foi cumprido milhares de anos depois, quando Jesus foi crucificado depois de ter vivido uma vida sem pecado. Talvez, naquele tempo, alguns seres no Universo tenham se recordado das palavras ditas no Jardim prometendo vitória para todos aqueles que seguiriam Cristo, independentemente do que acontecesse.

Mãos à Bíblia

De modo progressivo, Deus manifestou a Si mesmo e Sua verdade, em meio ao grande conflito. Deus atuou por meio dos rituais no tempo dos patriarcas, por intermédio da morte expiatória de Cristo, e continua atuando por meio da igreja e do próprio ministério de Cristo no santuário celestial. No entanto, Satanás tem trabalhado incansavelmente para minar os planos do Senhor.

5. Como Satanás procurou usurpar e destruir a verdade sobre o plano da salvação, especialmente a verdade revelada no sistema de sacrifícios? Rm 1:20-28; Dt 32:17, 18

6. De que maneiras Satanás trabalhou contra Jesus? Mt 2:1-18; 4:1-11; 16:21-23; 27:39-42

Bryan Yates | Hollister, Califórnia, EUA

Quinta, 4 de outubro
cpb - aplicação

A arma de amor



Agora que estamos no “ciclo de enxágue” da graça de Deus, sabemos que a guerra acabou. Deus venceu – com o amor. O vencedor ato de amor foi a morte salvífica de Jesus. Cristo não é apenas o Filho de Deus. Ele é Deus, e Ele preferiria morrer para nos dar vida a viver sem nós. Deus nos ama mais do que ama a Si mesmo.

A reação aparentemente natural para essa paixão impressionante é amar sem reservas. Mas amor – amor agape verdadeiro, abnegado, amor centrado em Deus – é raro. Mesmo que esse amor fosse simples como parece, nosso mundo provavelmente ainda não seria todo sol e rosas. Algumas vezes as instruções mais simples são as mais difíceis de ser seguidas, e não dá para negar que as instruções de Deus sejam realmente simples: (1) ame a Deus; (2) ame a si mesmo; (3) ame ao seu próximo.

Ame a Deus. Amar a Deus é tão fundamental como respirar. Realmente, não podemos viver sem isso. Você poderia supor que naturalmente amamos Aquele que nos deu a vida. Deus nos diz muitas vezes na Bíblia para amá-Lo – cinco vezes, só em Deuteronômio (Dt 6:5; 11:1, 22; 19:9; 30:6). Ainda assim, frequentemente O ignoramos. Esse amor é essencial. Mas a única maneira de podermos conseguir amar, ainda que um pouquinho, a Deus, depende da ajuda dEle.

Ame a si mesmo. Isso é algo difícil porque somos cegos para nosso valor. Deus ama cada pedaço de nós (Mt 10:30). Ele é como um “pai novato”, contando os dedinhos de sua filha, tocando sua bochecha rosada. Por que Deus amaria algo sem valor? Somos infinitamente preciosos para Ele, e odiar-nos uns aos outros depois de Ele ter morrido por nós é o mesmo que cuspir no rosto dEle.

Ame aos outros. Quando tenho dificuldade de amar alguém, lembro-me de que Deus ama aquela pessoa tanto quanto me ama. É um pensamento assustador! Mas não deveríamos amar as pessoas somente porque Deus as ama (apesar de essa ser uma boa razão). Deveríamos amá-­las porque são pessoas. Não precisamos de uma razão para amar; o amor é a própria razão.

Lembre-se de que, não importa o que façamos, nada importa sem amor (1Co 13). O maior amor é amar aos outros mais do que a si mesmo (Jo 15:13). O amor cobre uma multidão de pecados (1Pe 4:8).

Mãos à Bíblia

7. Apocalipse 14 descreve o contra-ataque divino às manobras de Satanás, durante as etapas finais do conflito, com o objetivo de encerrar a guerra. De que maneira algumas questões do grande conflito serão reveladas? Ap 14:6-13

Do ponto de vista de Deus, uma proclamação clara das questões envolvidas no conflito é representada como sendo transmitida por três anjos. No conflito final, haverá pessoas que permanecerão leais a Deus. Em Apocalipse 14, elas são simbolizadas pelo número 144 mil, possivelmente representativo de um povo inumerável de todas as nações da Terra (Ap 7:4). Também haverá os impenitentes, que serão destruídos na colheita seguinte (Ap 14:14-20). O ponto é que um dia esse grande conflito estará terminado.

Serena Stevens | Centerville, Ohio, EUA

Sexta, 5 de outubro
cpb - opinião

A luta por atenção


Apesar de ficarmos inconformados cada vez que lemos sobre a idolatria de Israel ou Judá, algumas vezes nos esquecemos de que a experiência deles não é exclusiva. Idolatria é tão real hoje e mesmo mais perigosa porque os deuses de nosso mundo não são mais convenientemente rotulados como “Baal” ou “Astarote”. Ao contrário, eles são habilmente ocultos na estrutura de nossa vida diária, o que exige que estejamos mais atentos para identificá-los. Provavelmente, poderíamos sugerir uma lista de necessidades básicas que, se não formos cuidadosos, poderão facilmente se tornar uma armadilha para nós: dinheiro, comida, vestuário e habitação. Além desses, existem outros “ídolos” que Satanás usa para nos dominar. Geralmente, essas distrações vêm em forma de divertimento e entretenimento. Para alguns de nós, é o nosso time favorito ou atleta por quem torcemos fielmente. Para outros, é um ator ou programa de televisão com quem estabelecem um laço emocional ou intelectual. Para outros, ainda, é um desejo contínuo de estar conectado às redes sociais.

Isso não significa que essas atividades sejam erradas em si. Mas, como cristãos e participantes ativos na grande controvérsia, precisamos continuamente estar a postos contra as tentativas de Satanás de nos separar do Pai. Como é o caso em todos os aspectos de nossa vida, deveríamos honestamente considerar se nossas escolhas no que diz respeito à recreação nos levam para mais perto de Deus ou se elas nos distraem desse propósito fundamental.

John Wesley acreditava que não existe meio-termo entre servir a Deus e servir a Satanás. Ele estava convencido de que toda parte de sua vida “deve ser um sacrifício a Deus ou a si próprio, na verdade, ao diabo”.* Para o cristão, não existe diferença entre o religioso e o secular. Cada momento vivido – seja classificado como adoração, trabalho, ou lazer – é uma oportunidade para servir a Deus e se aproximar dEle.

Mãos à Bíblia

– Crie um cartaz que enfatize a importância de amar aos outros. Considere usar a seguinte frase: “Amamos a Jesus o mesmo tanto da pessoa que menos amamos.”
– Escreva uma explicação curta do plano da salvação que você poderia apresentar a um colega e outra explicação que seria mais apropriada para uma criança de oito anos.
– Escolha três ou quatro versos bíblicos de um assunto como “O plano da salvação” ou “A breve vinda de Jesus”. Copie os versos em cartões e reveja-os durante a próxima semana, até você tê-los guardado na memória. Então, busque oportunidades para compartilhar os versos com os outros.
– Distribua literatura (folhetos ou livros) para pessoas num parque, shopping ou consultório médico.
– Registre por uma semana anotações pedindo a Deus a cada dia que revele quaisquer ídolos que estejam impedindo você de fazer uma entrega total a Ele.
– Passe tempo na natureza procurando evidências de como o pecado afetou o meio ambiente.

* John Wesley, “A Plain Account of Christian Perfection” (1777), The Works of John Wesley, ed. Thomas Jackson, v. 11 (1872), p. 366-446.

Ryan Watson | Lincoln, Nebraska, EUA

Lição 01 "O grande conflito: Fundamentos de nossas Crenças" 29 set/ a 06/10

Lição 1
29 de setembro a 6 de outubro



O grande conflito: fundamento de nossas crenças

Casa Publicadora Brasileira – Lição 142012



Sábado à tarde
Ano Bíblico: Zc 1–4

VERSO PARA MEMORIZAR: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o Seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu Lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15).

Leituras da semana: Gn 3:15; Ap 12:1-17; Is 14:4-21; Ez 28:12-19; Is 53:6; Rm 1:20-28; Jo 16:2

Pensamento-chave: O tema do grande conflito é o conceito abrangente que dá coesão às crenças fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Dizem que “a necessidade é a mãe da invenção.” A palavra mãe, nesse caso, significa “a fonte”, “a força motriz” e “o fundamento”. É a carência, a necessidade de algo que move as pessoas à ação. Por exemplo, a necessidade de um ar mais puro é a base, a força motriz por trás do movimento por outras fontes de energia diferentes dos combustíveis fósseis.

Assim como ocorre com as invenções físicas, um sistema de crenças também precisa de uma base, um princípio que o explique.

Os adventistas do sétimo dia professam um corpo de 28 crenças fundamentais. Essas crenças têm o fundamento no conceito que chamamos de “grande conflito”. Cada uma das 28 crenças fundamentais aborda um aspecto específico desse conflito cósmico. As crenças que serão estudadas neste trimestre têm mais sentido contra o pano de fundo do tema do grande conflito. Nesta semana, consideraremos alguns dos pontos principais desse fundamento.

Domingo
Ano Bíblico: Zc 5–8


O conflito e seus atores


Ao longo de toda a história registrada, as pessoas têm percebido que a humanidade está em um tipo de batalha, uma guerra, uma luta entre forças inimigas.

O poeta T. S. Eliot escreveu: “Em todos os meus anos, uma coisa não muda./Por mais que você a disfarce, essa coisa não muda:/A perpétua luta entre o bem e o mal” (T. S. Eliot: The Complete Poems & Plays [T. S. Eliot: Peças de Teatro e Poemas Completos]; Nova York, San Diego, Londres; Harcourt Brace & Company, 1952, p. 98).

Embora essa compreensão seja comum, as pessoas têm visões radicalmente diferentes a respeito do significado do conflito, acerca de quem está envolvido, o que está em jogo e como ele vai acabar. No entanto, como adventistas do sétimo dia, temos uma perspectiva decididamente sobrenaturalista acerca dessa batalha, uma perspectiva que vem da nossa compreensão bíblica e da forma pela qual a Bíblia descreve o que chamamos de “grande conflito entre Cristo e Satanás”.

1. Quais são os atores principais no conflito? Embora símbolos às vezes sejam utilizados para descrever os atores, por que acreditamos que os poderes descritos são seres reais, literais? O que aconteceria com todo o nosso sistema de crenças se entendêssemos apenas de modo espiritual a realidade do grande conflito entre Cristo e Satanás e nosso papel nele? Gn 3:15; Ap 12:1-17

Não é incomum as pessoas usarem termos como diabo, anjos e até mesmo Deus, quando querem falar de algo muito diferente do que aquelas palavras normalmente significam. Por exemplo, há alguns cujo interesse no uso da palavra “Deus” focaliza apenas a função que essa palavra desempenha na linguagem e sociedade humanas. Elas não têm interesse em saber se “Deus”, de alguma forma, existe.

Sejam quais forem os símbolos utilizados para descrevê-las, a Bíblia ensina que essas figuras são entidades reais, envolvidas em um conflito real. É assim que os adventistas do sétimo dia as entendem. A maioria das doutrinas estudadas neste trimestre não terão sentido se os atores identificados no conflito não forem considerados literalmente, o que muitas vezes nos coloca decididamente em conflito com a cultura dominante.

De fato, embora o secularismo tenha assumido diferentes contornos e formas ao longo dos últimos dois séculos, nada o caracteriza mais do que o esforço para eliminar toda a linguagem sobrenatural do discurso humano. Com o sucesso da ciência, a cultura contemporânea está testemunhando uma extinção gradual da crença no sobrenatural.

A cultura de sua região é fortemente afetada pela visão secular e científica acerca do mundo? Você foi influenciado por essa visão? Contra que aspectos dela especialmente devemos nos guardar?

Segunda
Ano Bíblico: Zc 9–11


A queda de Lúcifer


Embora a Bíblia não mencione explicitamente as questões envolvidas no conflito entre Deus e Satanás, elas podem ser deduzidas a partir de algumas passagens bíblicas relacionadas ao assunto, tais como Isaías 14:4-21 e Ezequiel 28:12-19. Em seus cenários originais, esses textos representavam os reis pagãos de Tiro e Babilônia, mas, quando lidos cuidadosamente, apresentam detalhes que vão além desses antigos governantes orientais. Na verdade, eles apontam para a origem, posição e queda de Satanás.

2. Em 1 Timóteo 3:6, Paulo adverte contra a ordenação de um novo converso, alertando que isso pode levar a pessoa a se tornar vaidosa e a cair na mesma condenação do diabo. Como a declaração de Paulo esclarece Isaías 14:4-21 e Ezequiel 28:12-19? De que forma essas três passagens nos ajudam a entender algumas questões do conflito?


Pelo menos três questões são levantadas nos textos citados acima: orgulho, autonomia e independência. O Antigo Testamento retrata um ser criado, dependente, desejando ser autossuficiente e independente. Mas independência é sempre independência de algo ou alguém. A primeira carta de João 3:8 diz que o diabo vive pecando desde o princípio; 1 João 3:4 define “pecado” como transgressão da lei. Segue-se, então, que o pecado de Satanás, que se manifestou como uma busca por independência e autonomia – representava o desejo de ser livre das “restrições” de Deus e de Suas leis. Assim, ao recusar se submeter à autoridade da lei de Deus, Satanás mostrou que desejava viver sob um conjunto diferente de condições. Essa rebelião também implicava que o sistema de leis do Céu não era o ideal e que, na verdade, algo estava errado com essas leis. Mas, pelo fato de que a lei de Deus é um reflexo de Seu caráter, um defeito na lei equivaleria a um defeito no caráter de Deus. Em resumo, a rebelião de Satanás foi tanto contra o próprio Deus como contra qualquer outra coisa.

Orgulho, autonomia, independência. O que essas palavras trazem à sua mente? De que maneira todos nós estamos em perigo de cair nas armadilhas, às vezes muito sutis, que o orgulho, a autonomia e a independência colocam diante de nós? Afinal de contas, sob as condições corretas, o que há de errado nesses conceitos?

Terça
Ano Bíblico: Zc 12–14


A arma de Deus


3. De que forma o grande conflito é revelado em Gênesis 3:15?


A linguagem enigmática de Gênesis 3:15, na qual o conflito está predito, nos dá um indício das regras divinas para essa guerra. Podemos ver que o conflito, que tinha acabado de começar na Terra, envolvendo a serpente e a mulher, tomaria forma, envolvendo os seguidores dos participantes iniciais: a “semente” da mulher e a “semente” da serpente. No devido tempo, como sabemos, o conflito culminaria em um confronto mortal entre Satanás e um descendente da mulher, Jesus de Nazaré. A arma escolhida por Deus foi Jesus, que viria para lutar em favor da mulher, seria ferido, mas finalmente desferiria um golpe mortal na serpente. A arma escolhida foi um ato de sacrifício, por meio de Jesus, um ato de amor altruísta.

4. Que assuntos envolvidos no grande conflito são esclarecidos nos textos a seguir? Por que o plano da salvação é central nessa questão?
A) Compare Gn 4:4 com Hb 11:4;
B) Compare Gn 12:3 e 22:18 com Gl 3:16;
C) Compare Êx 25:9 com Hb 4:2;
D) Compare Is 53:6 com Rm 5:8;
E) Leia Mt 16:18; 18:16-20;
F) Leia Hb 8:1, 2

Quarta
Ano Bíblico: Malaquias


A batalha de Satanás


Se você olhar atentamente para a lição de ontem, verá uma progressão na maneira pela qual Deus manifestou a Si mesmo e Sua verdade, em meio ao grande conflito. Deus atuou por meio dos rituais no tempo dos patriarcas e no santuário israelita, por intermédio da morte expiatória e sacrifical de Cristo, por meio da igreja e no próprio ministério de Cristo no santuário celestial.

No entanto, Satanás tem trabalhado incansavelmente para minar os planos do Senhor. Grande parte do grande conflito tem sido, e ainda é, travada em torno desses mesmos temas.

Por exemplo, o sistema de sacrifícios praticado pelos patriarcas e no ritual do santuário de Israel, foi designado por Deus para que a humanidade se lembrasse do Criador e para manter viva a esperança de redenção.

5. Como Satanás procurou usurpar e destruir a verdade sobre o plano da salvação, especialmente a verdade revelada no sistema de sacrifícios? Rm 1:20-28; Dt 32:17, 18

Claro, a encarnação de Cristo, Seu ministério na Terra e Seu sacrifício expiatório na cruz foram as partes centrais do modo como Deus preferiu derrotar Satanás no grande conflito. A morte de Cristo garantiria a destruição de Satanás, que trabalhou incansavelmente contra Cristo.

6. De que maneiras Satanás trabalhou contra Jesus? Mt 2:1-18; 4:1-11; 16:21-23; 27:39-42

Depois de Sua morte e ressurreição, Cristo estabeleceu Sua igreja na Terra, para proclamar à humanidade perdida a boa notícia da salvação. Desde o início da igreja, Satanás tem procurado enfraquecê-la e destruí-la. As passagens a seguir mostram algumas das táticas que ele usa contra a igreja (leia At 5:17, 18; 7:54-60; 2Ts 2:1-4; 1Tm 4:1; 2Pe 2:1; Ap 12:13-17).

Entretanto, a carta aos Hebreus fala de um santuário real no Céu, onde Cristo entrou depois de Sua ascensão (Hb 4:14-16; 9:24), para realizar uma função sacerdotal em favor da humanidade pecadora (Hb 7:27). Em Daniel 8:11-14, podemos ver a atividade de Satanás oposta ao ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial e sua tentativa de usurpar esse ministério.

Uma coisa é ler 1 Pedro 5:8, 9 e ter uma compreensão intelectual dessa advertência; outra coisa é realmente vivê-la em nosso dia a dia. Como podemos, de fato, resistir ao diabo? Quantas vezes durante um único dia você está ciente dos esforços de Satanás contra você?

Quinta
Ano Bíblico: Vista geral do Antigo Testamento


Escolhas


Se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24:15). Como esse texto revela o que é, em muitos aspectos, a questão mais fundamental no grande conflito?

As profecias apresentam uma visão das cenas finais do conflito entre Deus e Satanás. Por um período de 1.260 anos (Dn 7:25; 12:7; Ap 11:2; 12:14; 13:5), Satanás esporadicamente, mas persistentemente, perseguiu o povo de Deus. Em um confronto final descrito em Apocalipse 12 e 13, ele emprega dois poderes terrestres: uma besta semelhante a leopardo (Ap 13:1-10) e uma besta de dois chifres (Ap 13:11-17). Esses poderes empregam todas as táticas de Satanás, mencionadas na lição de ontem.

7. Apocalipse 14 descreve o contra-ataque divino às manobras de Satanás, durante as etapas finais do conflito, com o objetivo de encerrar a guerra. De que maneira algumas questões do grande conflito serão reveladas? Ap 14:6-13

Do ponto de vista de Deus, uma proclamação clara das questões envolvidas no conflito (aqui representadas como sendo transmitidas por três anjos) é necessária antes do fim do conflito. A humanidade precisa ser informada de modo inteligente para que as pessoas tomem uma decisão sobre essas questões.

No conflito final haverá pessoas que permanecerão leais a Deus. Em Apocalipse 14 elas são simbolizadas com o número 144.000, possivelmente representativo de um povo inumerável de todas as nações da Terra (Ap 7:4). Mas elas permanecerão obedientes aos mandamentos de Deus em um tempo de grande angústia e serão inteiramente dedicadas à adoração de seu Deus Criador. Receberão a aprovação de Deus e serão vitoriosas com Ele, enquanto as impenitentes serão destruídas na colheita seguinte (Ap 14:14-20). O ponto é que um dia esse grande conflito estará terminado.

Uma coisa a respeito do grande conflito: ninguém pode ser neutro. Você está de um lado ou do outro. Qualquer um pode alegar estar do lado do Senhor (Jo 16:2). Como você pode saber, com certeza, que realmente está do lado certo? Comente com a classe.

Sexta
Ano Bíblico: Mt 1–4

Estudo adicional


Leia de Frank B. Holbrook, “The Great Controversy” [O Grande Conflito], p. 969-1008, em Raoul Dederen (editor), Handbook of Seventh-day Adventist Theology [Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia].

“A Bíblia explica-se por si mesma. Textos devem ser comparados com textos. O estudante deve aprender a ver a Palavra como um todo, e bem assim a relação de suas partes. Deve obter conhecimento de seu grandioso tema central, do propósito original de Deus em relação a este mundo, da origem do grande conflito, e da obra da redenção. Deve compreender a natureza dos dois princípios que contendem pela supremacia, e aprender a delinear sua operação através dos relatos da História e da profecia, até a grande consumação. Deve enxergar como esse conflito penetra em todos os aspectos da experiência humana; como em cada ato da vida ele revela um ou outro daqueles dois princípios antagônicos; e como, quer queira ou não, ele está agora mesmo decidindo de que lado do conflito estará” (Ellen G. White, Educação, p. 190).

Perguntas para reflexão
1. Alguns falam sobre uma “demora” na segunda vinda de Cristo. Com a quantidade de injustiça e de sofrimento sem sentido no mundo, parece que cada dia adicional de vida na Terra já é demais. Peça que os alunos compartilhem suas perspectivas sobre o tema do grande conflito do ponto de vista da assim chamada “demora”.
2. Como podemos saber que estamos do lado do Senhor? A resposta é relevante especialmente por causa do nosso entendimento de quem serão os perseguidores nos últimos dias. Como podemos ter certeza de que estaremos no lado certo?

Respostas sugestivas: 1. Jesus e Satanás; a Bíblia afirma que o conflito e seus atores são reais. Se tudo fosse apenas algo espiritual, não haveria esperança real. 2. Satanás ficou orgulhoso por causa da beleza, perfeição e privilégios que o Criador havia dado a ele; quis ser igual a Deus, cobiçou a adoração dos anjos e corrompeu sua santidade, dando origem ao conflito. 3. Na inimizade entre a serpente e a mulher; Jesus, o descendente da mulher esmagaria, na cruz, a cabeça da serpente. 4. O plano da salvação está em todas as questões: (A) O verdadeiro e o falso sistema de adoração; a verdadeira fé, que obedece, e a presunção, que se rebela contra Deus; (B) A bênção será dada aos que aceitarem o sacrifício de Jesus, descendente de Abraão; os seguidores da serpente serão amaldiçoados; (C) O ritual do santuário anunciou o evangelho no Antigo Testamento, mas nem todos aproveitaram; (D) Nossos pecados foram lançados sobre Jesus por causa do amor de Deus por nós; (E) Fundamentada em Cristo, a igreja tem autoridade para resolver problemas internos e vencer as forças externas do mal; (F) Jesus está à direita do trono da majestade, ministrando como Sumo Sacerdote, em favor de Seu povo. 5. Buscou transformar a glória de Deus na semelhança do homem corruptível e de animais; levou as pessoas a desonrar o corpo e a adorar a criatura em lugar do Criador; e a oferecer sacrifícios aos demônios. 6. Procurou matar o menino Jesus; apresentou tentações para que Jesus pecasse; usou Pedro para desviar Cristo de Sua missão; desafiou Jesus a descer da cruz. 7. Os mensageiros divinos apresentarão: o evangelho eterno, o dever de adorar somente ao Criador e o juízo divino; diante do evangelho, as mentiras de Babilônia serão derrubadas; os adoradores da besta serão destruídos e os adoradores do Criador receberão a vida.