sábado, 2 de março de 2013

LOÇÃO 10 COMENTÁRIO


Lição 10 - Mordomia cristã e meio ambiente


Michelson Borges, jornalista pela UFSC e mestre em teologia pelo Unasp
Nahor Neves de Souza Jr., geólogo pela Unesp e doutor em engenharia pela USP

Introdução

Ideia central 1: Gênesis 1:28 traz a ordem de Deus ao primeiro casal: que se multiplicassem e “dominassem” a Terra. Além disso, conforme o Salmo 8:6, foi dado ao ser humano domínio sobre as obras criadas por Deus. Diferentemente do que ensinam os darwinistas, o ser humano é qualitativamente superior às outras criaturas, mas se torna responsável por isso na medida em que deve usar sua sabedoria inigualável e seu senso moral para administrar a criação e zelar por ela (Gn 2:15). Essa compreensão nos ajuda a evitar dois extremos: (1) o desprezo pela natureza e (2) a divinização da natureza.

Ideia central 2: O mandamento do sábado é um lembrete de nossa dependência do Criador e de nossa responsabilidade para com a criação, já que ele é o memorial dessa criação (Êx 20:8-11). Outra maneira de mostrar que somos administradores dos bens que nos foram confiados por Deus é cuidando de nosso corpo, chamado na Bíblia de “santuário do Espírito Santo” (1Co 6:19, 20). Cuidar da saúde é uma questão espiritual, pois tudo o que afeta o corpo, afeta também a mente, e a mente é o canal de comunicação de Deus conosco. Deus está disposto a nos ajudar na administração daquilo que Ele nos dá: corpo, talentos, recursos materiais e tempo.

Para refletir

1.O que significa a ordem de Deus para que o ser humano “domine” sobre a criação? A correta compreensão desse assunto nos livra de dois equívocos. Quais?
2. De que maneira o sábado nos lembra de que somos administradores da criação?
3. Segundo a Bíblia, qual é o principal motivo pelo qual devemos cuidar da saúde?

Ampliação

A maior catástrofe ambiental da história humana

O mundo em que vivemos apresenta condições gerais bastante favoráveis à vida, especialmente quando o comparamos aos demais planetas do sistema solar. No entanto e infelizmente, determinados danos ambientais ocasionados por desastres naturais – destacando-se as catástrofes geológicas – agridem frequentemente nosso planeta. Qualquer processo geológico, natural ou induzido, que coloque em risco a vida humana, pode ser considerado um risco geológico (definição convencional). Seu âmbito inclui os acontecimentos locais (deslizamentos, que podem ser induzidos pela própria atividade humana), regionais (terremotos, maremotos, etc.) e, principalmente, os globais, que podem ameaçar a totalidade da espécie humana (erupções vulcânicas catastróficas, impacto de asteroides, etc.).

Recentemente, a geologia convencional tem considerado a hipótese de que eventuais catástrofes de amplitude global tenham provocado extinções em massa. Esses desastres naturais cíclicos teriam interrompido esporadicamente os prolongados períodos (supostos milhões de anos) de relativa calmaria geológica. Durante esses longos intervalos, processos naturais (com destaque para a seleção natural) teriam promovido a lenta e gradual evolução dos seres, desde o primeiro ancestral até a atual biodiversidade. Mesmo com alguns avanços nos últimos trinta anos (inclusão de eventuais catástrofes), mas sob a forte e negativa influência da geocronologia padrão, esse quadro interpretativo da geologia histórica constitui um prejuízo acumulado incalculável para o progresso do conhecimento geológico.

Na verdade, se existe uma área promissora no campo da investigação científica que disponibilize dados significativos para a melhor compreensão dos primórdios da história da Terra e de seus ocupantes, essa área é a geologia diluvialista. Com efeito, diferentemente da versão tradicional da geologia, as extensas e espessas deposições sedimentares, com seu notável conteúdo fóssil (mortandade em massa e rápido soterramento), distribuídos por toda a superfície da Terra, estão associadas a outros quatro fenômenos geológicos globais, já identificados e descritos cientificamente. Esse seis fenômenos geológicos de amplitude global (figura 1) constituem evidências mais do que suficientes que apontam para uma catástrofe geológica de proporções globais, cujo contexto histórico e cronológico se encontra claramente exposto no relato bíblico do dilúvio: a maior catástrofe ambiental da história humana!

Figura 1


Um quadro de fenômenos geológicos globais, com uma geocronologia curta (horas, dias, semanas e meses) pode ser apreciado no livro de Souza Jr. (2004): Uma Breve História da Terra (Sociedade Criacionista Brasileira). Nesse livro encontram-se mais evidências e explicações sobre as inconsistências e improbabilidades de se conciliar etapas de lentas e graduais transformações evolutivas com a formação do registro fóssil ou coluna geológica fanerozoica. O desenvolvimento de seis fenômenos geológicos globais, contínuos e interligados (figura 2), aponta para um cenário mais condizente com a realidade dos fatos geológicos e paleontológicos. Um interessante modelo explicativo do provável significado da disposição (mais ou menos ordenada) dos seres no registro fóssil poderá ainda contribuir para compreensão melhor da história fanerozoica:

Figura 2


“A disposição relativamente organizada do conteúdo fóssil retrataria: a morte catastrófica e o soterramento rápido e ordenado dos seres (mobilidade diferenciada); o sepultamento contínuo e sequencial de plantas e animais (flutuabilidade seletiva), que antes viviam organizadamente distribuídos (zoneamento paleoecológico).”

A associação da descrição bíblica do dilúvio com os fenômenos geológicos globais (eventos extraordinários que podem se desenvolvernaturalmente) explicaria apenas parcialmente o ocorrido. Muitos detalhes ficariam sem respostas, como por exemplo: o encaminhamento dos animais em direção à arca; o desencadeamento do próprio dilúvio; a preservação dos seres no interior da embarcação durante o terrível e devastador cataclismo; etc. Esses e outros aspectos requerem, em princípio, a intervenção sobrenatural de Deus (figura 3). Mas, de toda maneira, a coerente combinação de conhecimento bíblico-histórico (o dilúvio de Gênesis) com o conhecimento científico (fenômenos geológicos globais) confirma a própria definição de criacionismo (ver figura 2 da lição 2).

Figura 3


Adam Sedgwick (1785-1873) é reconhecido como responsável pelo lançamento das bases científicas da geologia. Ele contribuiu para as definições dos períodos Cambriano e Devoniano e na construção da própria coluna geológica. O interessante é que Sedgwick foi criacionista e acreditava no dilúvio de Gênesis ou nas evidências geológicas de catástrofes súbitas. Para esse ilustre geólogo britânico, os estratos sedimentares foram depositados por águas catastróficas. As possíveis origens dos grandes volumes de água que devastaram a superfície da Terra durante o dilúvio podem hoje ser mais bem compreendidas (figuras 4 e 5).

Figura 4

Figura 5


Sedgwick foi professor de geologia na prestigiada Universidade de Cambridge e presidente da Sociedade Geológica de Londres. Como autêntico criacionista, sentia-se à vontade para associar a geologia à ética e à narrativa bíblica de Gênesis 7 e 8. Charles Darwin (1809-1882), discípulo de Sedgwick, infelizmente, desconsiderou os preciosos ensinamentos científicos do grande mestre, o qual, consternado, se sentiu no dever de criticar publicamente o modelo de evolução de seu ex-aluno. Hoje, após 154 anos, à luz do conhecimento geológico disponível, temos que admitir que Sedgwick estava coberto de razão.

Conclusões

- Com respeito ao dilúvio, leia “As fontes do grande abismo” (aqui), “Dilúvio: águas de cima e de baixo” (aqui), “Dilúvio universal e suas implicações” (aqui) e “Dilúvio: lenda ou fato?” (aqui).

- Leia os artigos “Amigo animal” (aqui) e “O preço da carne” (aqui) e pense em nossa reponsabilidade diante dos seres criados.

- Leia a série “Batalha pela mente” (aqui).

- Leia Gênesis 1:29. Um estudo da Universidade Heinrich-Heine, na Alemanha, traz evidências de que o consumo de frutas e legumes pode melhorar o aprendizado, a memória e o raciocínio. Os benefícios físicos dessa dieta já são bem conhecidos.

- Segundo matéria publicada no site Nutrição em Pauta, “os adventistas do sétimo dia (ASD) têm sido objeto de muitos estudos epidemiológicos. Os resultados sugerem fortemente que os ASD estão vivendo mais por seguirem certos princípios dietéticos herdados a partir de suas crenças religiosas, como vegetarianismo, ênfase no consumo de grãos integrais, frutas, hortaliças e abstinência de tabaco e álcool. [...] Adventistas vegetarianos californianos tendem a ser menos obesos, bebem menos café [na verdade, a orientação da igreja é para se evitar a cafeína], comem mais leguminosas e produtos à base de proteína vegetal. Além disso, exercitam-se com maior regularidade. Tanto a ausência de carne quanto a adição de frutas, castanhas e hortaliças parecem exercer grande influência na prevenção de câncer e doença cardíaca, bem como no aumento da longevidade. [...] A experiência de saúde da população ASD tem sido estudada por pelo menos 51 anos. Existem mais de 300 artigos científicos abordando estudos sobre a saúde dos ASD publicados em periódicos científicos da Dinamarca, Holanda, Noruega, Japão, Austrália, além dos bem conhecidos estudos da Universidade de Loma Linda, Califórnia, EUA”.

- O jornal norte-americano Daily Mail, em sua edição de 20 de novembro de 2008, traz um artigo sobre longevidade. Entre as dicas para se viver mais apontadas na matéria – use fio dental, vá à igreja, ria diariamente, etc. –, está esta: “Seja um adventista do sétimo dia.” O texto diz: “Os adventistas do sétimo dia vivem em média quatro anos a mais que o resto de nós [...]. Analisando dados obtidos das dietas dos adventistas do sétimo dia que são vegetarianos estritos e outros estudos a longo prazo, o Dr. [Pramil] Singh afirma que ‘os que são vegetarianos há um bom tempo têm uma vantagem de 3,6 anos de vida e vivem cerca de 86,5 anos’.”

- Você quer viver mais e melhor? Siga estes princípios bíblicos: temperança (equilíbrio em tudo); regime alimentar apropriado (o mais natural possível); uso abundante de água (seis a oito copos por dia, entre as refeições); ar puro; luz solar em horários apropriados; exercício físico e repouso; confiança em Deus.

Assista ao esboço em vídeo desta lição. Clique aqui.
Assista ao programa “Em Busca das Origens”. Clique aqui
Assista também à exposição geral da Lição “Origens” (aqui).

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