segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Comentário lição 4 - "Criação, um tema bíblico"


Lição 4 – Criação, um tema bíblico



Michelson Borges, jornalista pela UFSC e mestre em teologia pelo Unasp
Nahor Neves de Souza Jr., geólogo pela Unesp e doutor em engenharia pela USP

Introdução
Ideia central 1: O relato da criação e a triste história do pecado registrados no livro de Gênesis constituem a base sobre a qual se assentam todas as doutrinas bíblicas. A própria história da redenção que permeia as páginas das Escrituras está assentada sobre os primeiros capítulos de Gênesis. A morte de Cristo só tem sentido se aceitamos o relato da queda humana. O livro de Salmos, Jó e os profetas estão repletos de referências à criação. Paulo também falou sobre isso em seu famoso discurso no Areópago (At 17:22-31) e o próprio Jesus Se referiu a Adão e Eva como personagens reais, históricos (Mt 19:4-6).

Ideia central 2: O “verso para memorizar” da lição desta semana mostra que, nestes últimos dias, a igreja deve proclamar a todo o mundo: “Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:7). A referência textual ao mandamento do sábado (Êx 20:8-11) fica clara nas palavras escolhidas por João. Portanto, a mensagem criacionista de que Yahweh é o Criador que deve ser adorado está no âmago das três mensagens angélicas que precisam ser anunciadas antes que Jesus retorne à Terra.

Para refletir
1. Por que podemos considerar os primeiros capítulos de Gênesis como a base teológica de toda a Bíblia?
2. Jesus e Paulo confirmaram a historicidade dos primeiros capítulos de Gênesis?
3. Podemos dizer que o criacionismo faz parte da última mensagem a ser dada ao mundo antes da vinda de Jesus?

Ampliação
O grande espetáculo paralelo
Deus reservou uma missão especial ao último grupo de adventistas do sétimo dia. Também declarou profeticamente quando a igreja remanescente deveria iniciar a proclamação da última mensagem de advertência, o último convite (Ap 14:6-12). O início do últimomovimento adventista coincide praticamente com o fim do extenso período profético de 2.300 anos (Dn 8:14). Curiosamente, em meados do século 19 o mundo presenciou o surgimento de vários movimentos nos campos social, religioso e científico. Destacamos apenas algumas dessas atividades organizadas, classificando-as em dois grandes grupos:

I – Movimento Adventista (três mensagens angélicas)
1. Deus, o Criador
2. Declínio espiritual da cristandade
3. Selo de Deus versus selo da besta

II – Espetáculo Paralelo (três mensagens concorrentes)
1. Comunismo marxista
2. Espiritismo moderno
3. Evolucionismo darwiniano

O despertamento mundial para a importância de se adorar o Criador e aguardar o breve retorno de Cristo, durante o século 19, vem acompanhado da solene incumbência de se divulgarem amplamente as três mensagens angélicas, missão realçada na seguinte revelação: “Em sentido especial, os adventistas do sétimo dia foram postos no mundo como atalaias e portadores de luz. A eles foi confiada a última mensagem de advertência a um mundo a perecer. Sobre eles incide a maravilhosa luz da Palavra de Deus. A eles foi delegada uma obra da mais solene importância: a proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Nenhuma outra obra há de tão grande importância. Eles não devem permitir que nenhuma outra coisa lhes absorva a atenção” (Ellen G. White, Testemunhos Seletos, v. 3, p. 288).

Paralelamente, verifica-se o desenvolvimento e a propagação de outras “mensagens” concorrentes: a mensagem de Friedrich Engels (cofundador do marxismo) é clara: “Hoje, porém, nossa imagem conceitual do Universo em sua evolução não consente, absolutamente, lugar nem para um criador nem para um governante.” O moderno espiritismo é divulgado em três frentes: (1) pela família Fox (Hydesville, Nova York), (2) por meio do Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, (3) e das visões de Andrew Jackson Davis (“Allan Kardec americano”). Por sua vez, a teoria de Darwin, lança por terra os principais atributos divinos: Deus, como Criador, é substituído pelo processo evolutivo; Deus, como Mantenedor, é substituído pela seleção natural; Deus, como Salvador, é substituído pela evolução humana que supostamente conduz o ser humano, inevitavelmente e de maneira gradual, a uma condição mais elevada.

O sincronismo entre essas mensagens é impressionante. Entre as várias “coincidências”, algumas se destacam:

– Em 1832, foram apresentadas as primeiras publicações de Guilherme Miller sobre o fim do mundo; no mesmo ano, Charles Lyell publicou sua obra-prima Principles of Geology, cujas ideias uniformistas (contrárias ao catastrofismo do dilúvio bíblico) foram amplamente utilizadas por Darwin.
– No mesmo ano (1844), Ellen White recebeu sua primeira visão e Jackson Davis teve seu primeiro contato com os espíritos.
– Entre outras manifestações simultâneas, em 1848 foi disponibilizada a primeira publicação do Manifesto Comunista, de Marx e Engels; as irmãs Fox “conversaram” com as “batidas”, em Nova York; Ellen White recebeu a visão em que lhe foi dada a ordem para publicar uma pequena revista.
– Depois de muita relutância, Darwin publicou sua obra-prima A Origem das Espécies, em 24 de novembro de 1859; no mês de setembro do ano seguinte, em uma reunião geral do movimento adventista, foi definido o nome da denominação: Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Certamente, esses sincronismos envolvendo dois nítidos e antagônicos movimentos não devem ser interpretados como simples coincidências. Em lados opostos, podemos distinguir claramente dois protagonistas. No contexto da própria história humana, desde as culturas e civilizações mais remotas, até os dias atuais, consideramos desnecessário demonstrar a realidade do conflito entre as forças do bem e as forças do mal. Entre as diversas versões desse grande conflito, a versão bíblica se destaca pelas inúmeras evidências que lhe conferem legítima historicidade e confiabilidade.

cpb - comentário lição 412013

Especificamente, no contexto da controvérsia criacionismo versus evolucionismo, provavelmente o arqui-inimigo de Deus tenha ficado surpreso ao perceber que a criação foi previamente preparada para enfrentar os funestos resultados do pecado. Assim, por meio do evolucionismo darwiniano e de ideologias congêneres que integram o grande espetáculo paralelo, esse inimigo procura sutil e diligentemente substituir a fantástica capacidade adaptativa e reprodutiva dos seres (implantada neles originalmente por Deus) pela onipotente seleção natural – principal mecanismo supostamente criador de todas as espécies. [O livro Nos Bastidores da Mídia, no capítulo “Guerra ideológica”, trata mais desse tema do espetáculo paralelo.]

A criação é um tema bíblico fundamental, ainda que algumas pessoas ou filosofias tentem ofuscar essa verdade.

Conclusões
– Gênesis é a base da teologia bíblica. Ali são apresentados os conceitos da origem do mal, do grande conflito entre o bem e o mal, da criação, da queda humana e da redenção. Portanto, desacreditar a literalidade dos primeiros capítulos de Gênesis é lançar por terra, igualmente, importantes doutrinas bíblicas.
– Jesus, a autoridade máxima para os cristãos e figura respeitada mesmo entre muitos não cristãos, confirmou os relatos do Gênesis ao Se referir a eles como históricos (Gn 1:27; 2:24; Mt 19:4-6). Na verdade, na condição de “segundo Adão”, Jesus veio ao mundo para derrotar Satanás em seus domínios e resgatar a raça humana de sua situação miserável.
–O Salmo 104 igualmente confirma a literalidade dos primeiros capítulos de Gênesis.
– Jó 38:1-21 também trata os eventos da criação como literais.
– Em Atos 17:22-31, Paulo apresenta a doutrina da criação para filósofos atenienses.
– A verdade da criação e da adoração ao único Deus Criador faz parte da última mensagem de advertência ao mundo (as três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12). A fim de tentar anular o poder dessa mensagem, o inimigo de Deus se utiliza de filosofias e crenças que afastam as pessoas da verdade bíblica e do Deus da Bíblia. Em adição ao espiritismo, ao darwinismo e ao materialismo, podemos mencionar o relativismo e o secularismo. O relativismo torna “movediças” as bases para uma discussão sobre a verdade absoluta. Para o relativista, não existem verdades absolutas, exceto a verdade absoluta de que não existem verdades absolutas! (Clique aqui e leia um bom texto sobre isso.) O secularismo deixa de lado toda consideração sobre assuntos espirituais, ignorando, portanto, a predição acerca da vinda de Jesus e do Juízo.

Assista ao esboço em vídeo desta lição. Clique aqui.
Veja uma animação em Prezi da Lição deste trimestre. Clique aqui
Assista também à exposição geral da Lição “Origens” (aqui).

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