sábado, 18 de maio de 2013

MEDITAÇÃO DIÁRIA


Dois Caminhos


Sábado, 18 de maio



Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela. Mateus 7:13, 14

Esses caminhos são distintos, separados, e em direções opostas. Um leva à vida eterna, o outro à morte eterna. Vi a distinção entre esses caminhos, e também a diferença entre as multidões que neles viajam. Um é largo e suave; o outro, estreito e acidentado. Semelhantemente, as duas multidões que os percorrem são opostas no caráter, na vida, no vestuário e na conversa.

Os que viajam pelo caminho estreito conversam a respeito da alegria e felicidade que terão no fim da viagem. Seu rosto, muitas vezes, está triste e, no entanto, brilha frequentemente com piedosa e santa alegria. Um Homem de dores e experimentado nos trabalhos lhes abriu aquele caminho, e por ele percorreu. Seus seguidores veem-Lhe os rastos e são consolados. Ele o percorreu em segurança; assim também poderão fazer os da multidão, se seguirem as pegadas dEle.

Na estrada larga, todos estão preo­cupados com suas roupas e seus prazeres. Entregam-se livremente ao riso e à zombaria e não pensam no fim da viagem nem na destruição certa que os aguarda lá. Cada dia se aproximam mais de sua destruição; contudo, de forma insana se lançam, mais e mais depressa.

Por que é tão difícil viver uma vida abnegada, humilde? Porque os professos cristãos não estão mortos para o mundo. É fácil viver para Cristo depois de estar morto para o mundo. Mas eles desejam ser o máximo possível semelhantes ao mundo e, no entanto, querem ser considerados cristãos. Esses sobem por outro caminho. [...] A Terra os atrai; seus tesouros lhes parecem valiosos. Eles encontram nessas coisas motivação suficiente para lhes o­cupar a mente e o tempo que devia ser dedicado ao preparo para o Céu. [...]

Vi que jovens e adultos negligenciam a Bíblia. Não fazem desse livro seu estudo e regra de vida como devem. Esse importante livro, se mal estudado, os julgará no último dia. Histórias inúteis têm sido lidas atentamente, enquanto a Bíblia é desprezada. Virá o dia em que todos vão querer estar totalmente supridos das simples verdades da Palavra de Deus. [...]

Quando as verdades bíblicas atingem o coração, criam em nós o desejo de nos separarmos do mundo, assim como o Mestre. Aqueles que se aproximam do manso e humilde Jesus andarão de modo a honrá-Lo (Signs of the Times, 1º de abril de 1880).





A Luz do Mundo

Domingo, 19 de maio



Outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz. Efésios 5:8

Cristo disse aos Seus discípulos: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5:14). Assim como o Sol se move pelo céu enchendo o mundo de resplendor, assim também os seguidores de Jesus devem deixar que sua luz dissipe as trevas morais de um mundo que jaz em pecado. Mas eles não têm luz própria; é a luz do Céu que eles devem refletir ao mundo. [...]

A luz da vida é gratuitamente oferecida a todos. Todo aquele que deseja, pode ser guiado pelos raios luminosos do Sol da Justiça. Cristo é a grande solução para o pecado. Ninguém pode alegar que as circunstâncias, educação ou temperamento sejam uma desculpa para viver em rebelião contra Deus. Os pecadores são assim por sua escolha deliberada. Disse nosso Salvador: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras” (Jo 3:19, 20). [...]

Ao serem apresentadas as exigências de Deus, os que amam o pecado revelam seu verdadeiro caráter pela satisfação com que apontam as faltas e os erros dos professos cristãos. Eles são movidos pelo mesmo espírito de seu mestre, Satanás, que a Bíblia declara ser o “acusador de nossos irmãos” (Ap 12:10). Permita que um boato se inicie, e como rapidamente ele será aumentado e passado de boca em boca! Muitos se deleitam com ele, como abutres em cima de uma carcaça. [...]

O verdadeiro cristão “vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus” (Jo 3:21). A vida piedosa e a conversação santificada do cristão são um testemunho diário contra o pecado e os pecadores. Ele é um representante vivo da verdade que professa. Desses leais seguidores, Jesus declara que não Se envergonha de chamá-los irmãos. Todo aquele que finalmente se apossa da vida eterna manifestará mesmo aqui zelo e devoção no serviço de Deus. [...] Sabedor de seu dever, ele o cumprirá com entusiasmo e coragem. Ele segue a luz, à medida que ela brilha em seu caminho, a despeito das consequências. O Deus da verdade estará ao seu lado e jamais o desamparará (Signs of the Times, 9 de março de 1882).





Vida Equilibrada

Segunda, 20 de maio



Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? 1 Coríntios 3:16

Só nos é dado possuir uma vida aqui, e a pergunta que cada um deveria fazer é: Como posso empregar minha vida de modo a poder obter o máximo benefício? A vida só é de valor na proporção em que a aproveitamos em benefício de nossos semelhantes e para a glória de Deus. Cuidadoso cultivo das aptidões com que o Criador nos dotou nos habilitará para a utilidade aqui e na vida eterna, no mundo vindouro.

É bem empregado o tempo gasto em estabelecer e conservar a saúde física e mental. Não podemos consentir em impedir o crescimento ou invalidar uma simples função da mente ou do corpo pelo excesso de trabalho ou pelo abuso de qualquer parte da maquinaria viva. Logo que o fazemos, devemos sofrer as consequências. Nosso primeiro dever para com Deus e nossos semelhantes é o desenvolvimento próprio. Toda capacidade com que o Criador nos dotou deve ser cultivada no mais alto grau de perfeição, para que possamos executar a maior quantidade de bem de que somos capazes. Para purificar e aperfeiçoar nosso caráter, necessitamos da graça que nos é dada por Cristo e que nos habilitará a ver e corrigir nossas deficiências e melhorar o que há de excelente em nosso caráter. Essa obra, realizada por nós mesmos no poder e em nome de Jesus, será de maior benefício à sociedade que qualquer sermão que possamos pregar. A influência de uma vida bem equilibrada, bem ordenada, é de inestimável valor.

A intemperança está no fundamento da maior parte dos males da vida. [...] Não falamos da intemperança como limitada unicamente ao uso das bebidas alcoólicas, mas lhe damos mais ampla significação, incluindo a condescendência prejudicial de qualquer apetite ou paixão. [...] Se os apetites e paixões estivessem sob o domínio da razão e da religião, a sociedade apresentaria um aspecto bastante diferente.
Muitas coisas que geralmente fazem parte da dieta são impróprias como alimento; o gosto por elas não é natural, mas foi cultivado. Alimentos estimulantes suscitam o desejo de estimulantes mais fortes ainda.

Alimentos indigestos alteram todo o sistema; desejos nocivos e apetites desenfreados são os resultados. [...] A verdadeira temperança nos ensina a nos abstermos por completo daquilo que é prejudicial, e a usar de maneira sábia apenas alimentos saudáveis e nutritivos (Signs of the Times, 20 de abril de 1882).





O Trabalho é uma Bênção

Terça, 21 de maio



Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma [...]: soberba, fartura de pão e abundância de ociosidade. Ezequiel 16:49

Deus deu o trabalho aos seres humanos como uma bênção, para lhes ocupar a mente, fortalecer-lhes o corpo e desenvolver suas capacidades. Adão trabalhou no jardim do Éden, encontrando os mais elevados prazeres de sua santa existência na atividade mental e física. Quando ele foi expulso desse belo lar, como resultado de sua desobediência, e se viu obrigado a lutar com um solo improdutivo, a fim de ganhar seu pão de cada dia, essa própria luta constituía um alívio para seu coração pesaroso, uma salvaguarda contra a tentação.

Trabalho prudente é indispensável tanto para a felicidade como para a prosperidade de nossa raça. Ele torna forte o que é fraco, corajoso o que é medroso, rico o que é pobre, e feliz o que é infeliz. Nossos diversos encargos são proporcionais a nossas várias habilidades, e Deus espera resultados correspondentes aos talentos que Ele deu a Seus servos. Não é a grandeza dos talentos possuídos que determina a recompensa, mas a maneira pela qual são usados – o grau de fidelidade com que são realizados os deveres da vida, quer sejam grandes ou pequenos.

A ociosidade é uma das maiores maldições que podem incidir sobre o ser humano, pois o vício e o crime seguem em sua esteira. Satanás está à espreita, pronto a apanhar de improviso e destruir os incautos cujo lazer lhe dá a oportunidade de captar a amizade deles, sob algum disfarce atraente. Ele é mais bem-sucedido quando se aproxima das pessoas em suas horas livres. [...]

Os ricos geralmente se consideram no direito à preeminência entre seus semelhantes e no favor de Deus. Muitos se sentem acima do trabalho honesto e olham com desdém para seus semelhantes mais pobres. Os filhos do rico aprendem que para ser elegantes devem se vestir de acordo com a moda, fugir de todo trabalho útil e evitar relacionamento com as classes trabalhadoras.

Tais ideias são completamente opostas ao propósito divino na criação do ser humano. [...]

O Filho de Deus honrou o trabalho. Embora fosse a Majestade do Céu, escolheu Seu lar terrestre entre o pobre e o oprimido, e trabalhou pelo pão de cada dia na humilde carpintaria de José. [...] A senda do trabalhador cristão talvez seja dura e estreita, mas é honrada pelas pegadas do Redentor, e aquele que segue esse sagrado caminho está seguro (Signs of the Times, 4 de maio de 1882).





Olhos e Ouvidos Atentos

Quarta, 22 de maio



Os olhos do Senhor estão sobre os justos; e os Seus ouvidos, atentos ao seu clamor. Salmo 34:15

A opinião é amplamente difundida de que a espiritualidade e a devoção a Deus são prejudiciais à saúde. Apesar de essa conclusão ser extremamente falsa, aparentemente tem um fundamento. Muitos professos cristãos estão sempre se sentindo desfavorecidos. Parecem pensar que é uma virtude reclamar de espírito deprimido, grandes provações e severos conflitos.

Eles não representam corretamente a religião bíblica. Longe de ser antagônico à saúde e à felicidade, o temor do Senhor é o fundamento de toda verdadeira prosperidade […]

A consciência de estar procedendo bem é o melhor remédio para corpos e mentes enfermos. A bênção especial de ­Deus repousando sobre o recebedor resulta em saúde e força. A pessoa ­cuja mente esteja calma e satisfeita em ­Deus está no caminho para a saúde. Ter consciência de que os olhos do Senhor estão sobre nós e Seus ouvidos abertos a nossas orações é de fato uma satisfação. Saber que temos um Amigo que nunca falha, ao qual podemos confiar todos os segredos do coração é um privilégio que jamais as palavras podem expressar.

A melancolia e o desânimo supostamente causados pela obediência à lei moral de Deus são geralmente atribuíveis à negligência de Suas leis físicas. Aqueles ­cujas fa­culdades morais estão obs­curecidas pela doença não são os que representam exatamente a vida cristã ou a beleza da santidade. Eles estão frequentemente sob o fogo do fanatismo, a água da fria indiferença ou impassível melancolia. […]

É o dever de todo cristão seguir rigorosamente o exemplo de Cristo – cultivar a paz, a esperança e o regozijo, que se manifestarão em alegria genuína e serenidade habitual. Dessa forma, poderá ele espalhar luz a todos ao seu redor, em vez de lançar sombras negras de desânimo e tristeza.

Muitos estão constantemente em busca de agitação e diversão. Sentem-se inquietos e insatisfeitos quando não são absorvidos por algazarras, futilidades e busca de prazeres. Essas pessoas podem professar a religião, mas estão enganando o próprio coração. Não possuem fé genuína. Sua vida não está oculta com Cristo em Deus. Não encontram em Jesus alegria e paz (Signs of the Times, 15 de junho de 1882).





Ciência e Revelação

Quinta, 23 de maio



Diz o insensato no seu coração: Não há Deus. Salmo 14:1

Há homens que pensam ter feito maravilhosas descobertas na ciência. Eles citam as opiniões de eruditos como se as considerassem infalíveis, e ensinam as deduções da ciência como verdades que não podem ser contestadas. E a Palavra de Deus, que é dada como lâmpada para os pés do viajante enfastiado do mundo, é julgada por esse padrão e achada em falta.

A pesquisa científica em que esses homens se acham empenhados demonstrou ser um laço para eles. Obscureceu-lhes a mente, e eles se desviaram para o ceticismo. Têm uma sensação de poder e, em vez de olhar para a Fonte de toda sabedoria, eles se gloriam no conhecimento superficial que talvez tenham obtido. Exaltaram sua sabedoria humana em oposição à sabedoria do grande e poderoso Deus, e ousaram entrar em conflito com Ele.

A Palavra inspirada declara que esses homens são “insensatos”.

Deus tem permitido que uma torrente de luz irradie sobre o mundo nas descobertas na ciência e na arte; quando, porém, supostos cientistas falam e escrevem sobre esses assuntos meramente do ponto de vista humano, certamente chegam a conclusões erradas. Os maiores intelectos, se não forem guiados pela Palavra de Deus em suas pesquisas, ficarão desnorteados em suas tentativas para descobrir as relações da ciência e da revelação. O Criador e Suas obras estão além da compreensão deles; e como não conseguem explicá-los pelas leis naturais, a história bíblica é considerada duvidosa. Os que duvidam da veracidade dos relatos do Antigo e do Novo Testamentos serão levados um passo além e duvidarão da existência de Deus; e então, tendo abandonado sua âncora, irão de encontro às rochas da incredulidade. Moisés escreveu sob a orientação do Espírito de Deus, e as teorias geológicas corretas jamais alegarão terem sido feitas descobertas que não podem ser harmonizadas com as declarações dele. A ideia em que muitos tropeçam, a saber, que Deus não criou a matéria quando trouxe o mundo à existência, limita o poder do Santo de Israel.

Muitos, quando são incapazes de medir o Criador e Suas obras por seu imperfeito conhecimento da ciência, duvidam da existência de Deus e atribuem infinito poder à natureza. [...] A Bíblia não deve ser provada pelas ideias dos homens de ciência, mas a ciência é que deve ser submetida à prova desse padrão infalível (Signs of the Times, 13 de março de 1884).





Serviço Alegre

Sexta, 24 de maio



Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando, até ao fim, a mesma diligência. Hebreus 6:11

O Senhor olha com aprovação as obras de Seus servos fiéis. [...] Sempre foi o dever do povo escolhido de Deus trabalhar abnegadamente; mas alguns negligenciam a parte do trabalho que lhes cabe, e outros ficam sobrecarregados ao compensar as deficiências de seus irmãos. Se todos alegremente fizessem sua parte, receberiam ajuda, mas os que reclamam e murmuram a cada passo não receberão qualquer ajuda ou recompensa.

Deus Se desagradou dos filhos de Israel porque murmuravam contra Ele e contra Moisés, que Ele enviou para ser o libertador deles. De maneira maravilhosa, Ele os havia tirado do cativeiro no Egito, para que os pudesse elevar e enobrecer, e fazer deles um louvor na Terra. Mas, era-lhes necessário encontrar dificuldades e suportar privações. Deus os estava tirando de um estado de degradação e os adaptando para ocupar uma posição honrosa entre as nações, e receber importantes e sagrados encargos. [...]

Esqueceram-se de sua amarga servidão no Egito. Perderam de vista a bondade e o poder de Deus, manifestados em favor deles em seu livramento do cativeiro. Esqueceram-se de como seus filhos foram poupados quando o anjo destruidor matou todos os primogênitos do Egito. Não se lembraram da grande mostra do poder divino no Mar Vermelho, quando o Senhor proclamou: “Aqui se quebrarão as tuas ondas empoladas” (Jó 38:11), e as águas foram ajuntadas, formando uma muralha sólida. Perderam da memória que, enquanto atravessaram sem perigo pelo caminho que lhes havia sido aberto, os exércitos de seus inimigos, tentando segui-los, foram submersos nas águas do mar. [...]

Deus não coloca sobre alguém fardos tão pesados que a cada passo a pessoa seja obrigada a reclamar do peso que tem que suportar. É o atrito, e não o movimento constante, que desgasta o maquinário. É a preocupação contínua, e não o trabalho que realizam, que está matando tais pessoas. [...]

Há paz e contentamento no serviço de Cristo. Um pouco antes de deixar os discípulos, Ele lhes fez esta promessa: [...] “Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá” (Jo 14:27) (Signs of the Times, 12 de junho de 1884).





Deus em Primeiro Lugar

Sábado, 25 de maio



Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento. 1 Timóteo 6:17

Há perigo em dedicar tempo, energia mental e força na busca de ganhos mundanos, mesmo se o sucesso for resultado de esforço perseverante, pois, ao fazer isso, corremos o risco de colocar Deus e Sua justiça em segundo lugar. É muito melhor viver na pobreza, sofrer decepções e ter nossas esperanças terrenas despedaçadas do que arriscar nossos interesses eternos. Estímulos lisonjeiros podem nos ser apresentados, e podemos buscar obter riqueza e honra e, assim, colocar o coração e o espírito em empreendimentos mundanos. [...]

O dinheiro se tornou a medida da humanidade no mundo, e os homens são estimados, não por sua integridade, mas pela quantidade de riquezas que possuem. Assim também era nos dias anteriores ao dilúvio. [...]

Que não sejamos determinados a enriquecer. Se percebemos que a pobreza será nosso destino ao permanecermos na verdade simples, permaneçamos na verdade e vivamos. Jesus disse que “nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra de Deus” (Lc 4:4). Os devotos do mundo podem rir dessa declaração, apesar disso, ela é um conselho de sabedoria eterna. [...] O cristão que é chamado para o mundo por causa de seus empreendimentos, se seguir a Cristo, levará sua cruz e enfrentará as preocupações no Espírito de Cristo. Não fará do mundo seu deus, colocando cérebro, ossos e músculos a serviço de mamom. Saberá que o Céu o está observando, e renderá glória a Deus em todo sucesso que obtiver. Entenderá que Deus sabe, ao contrário de nós, que alguns anos mais se passarão e os tesouros da Terra deixarão de existir. [...]

A visão do mundo porvir traz equilíbrio à mente, para que as coisas que podem ser vistas não assumam o controle das nossas afeições, que foram compradas por preço infinito pelo Redentor do mundo. Por meio da atuação do Espírito Santo, as coisas invisíveis e eternas são colocadas diante do ser humano, e as vantagens do tesouro eterno e imperecível são em sua beleza atraente apresentadas aos olhos da mente. Dessa maneira, aprendemos a contemplar o invisível e eterno, e a estimar de mais valor as repreensões de Cristo do que os tesouros deste mundo (Signs of the Times, 26 de junho de 1893).





Uma Igreja Viva

Domingo, 26 de maio



Rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, como de nós recebestes, quanto à maneira por que deveis viver e agradar a Deus, e efetivamente estais fazendo, continueis progredindo cada vez mais. 1 Tessalonicenses 4:1

Ansiamos ver o verdadeiro caráter cristão se manifestar na igreja; ansiamos ver seus membros libertos do espírito frívolo e irreverente; desejamos ardentemente que compreendam seu grande chamado em Cristo Jesus. Alguns que professam a Cristo esforçam-se ao extremo para viver e agir de maneira que sua fé religiosa receba a aprovação de pessoas de valor moral, para que sejam induzidas a aceitar a verdade. Há muitos, porém, que não sentem responsabilidade alguma, mesmo a de manter a si mesmos no amor de Deus, e que, em vez de abençoar outros por meio de sua influência, são um fardo àqueles que trabalham, vigiam e oram. [...]

O tempo presente requer homens e mulheres que possuam propósitos de firmeza moral, homens e mulheres que não sejam moldados ou vencidos por qualquer influência não santificada. Tais pessoas serão bem-sucedidas na obra do aperfeiçoamento do caráter cristão por meio da graça de Cristo concedida liberalmente. [...]

Ninguém pode ser bem-sucedido no serviço de Deus, a menos que nele ponha todo o coração e considere todas as coisas por perda pela excelência do conhecimento de Cristo. Ninguém que faça qualquer reserva pode ser discípulo de Cristo, e muito menos Seu colaborador. A consagração deve ser completa. Pai, mãe, esposa e filhos, casas e terras, tudo o que o servo de Cristo possuir, deve estar sujeito ao chamado de Deus – depositado sobre o altar sagrado. [...]

Aqueles que buscam por meio do estudo sincero da Palavra de Deus e da oração fervorosa a orientação de Seu Espírito serão guiados por Ele. A coluna de nuvem os guiará de dia, e a coluna de fogo à noite; e graças ao senso da contínua presença de Deus não será possível negligenciar Sua santa lei. [...]

Como povo peculiar de Deus, elevemos o estandarte do caráter cristão, para que não deixemos de receber a recompensa que será dada ao justo e fiel. [...] Devemos operar nossa salvação com temor e tremor. Aqueles que mantêm firme o princípio de nossa confiança até o fim receberão a coroa de glória imortal. [...] Simplicidade, pureza, paciência e amor devem caracterizar nossa experiência cristã (Review and Herald, 3 de junho de 1880).





Descanso em Cristo

Segunda, 27 de maio



A vós, que sois atribulados, descanso conosco. 2 Tessalonicenses 1:7

O compassivo Salvador convida a todos para irem ter com Ele. Vamos crer em Suas promessas e não tornar o caminho da vida tão difícil. Não trilhemos o precioso caminho, aberto para a passagem dos redimidos do Senhor, com murmurações, dúvidas, pressentimentos sombrios e gemidos, como se forçados a desempenhar uma tarefa desagradável e severa. Os caminhos de Cristo “são caminhos de delícias, e todas as suas veredas, paz” (Pv 3:17). Se fizemos caminhos ásperos para nossos pés e assumimos pesados fardos de ansiedade ao ajuntar para nós mesmos tesouros sobre a Terra, mudemos agora de atitude, e sigamos o caminho que Jesus preparou para nós.
Nem sempre estamos dispostos a ir a Jesus com nossas aflições e dificuldades. Às vezes, derramamos nossos aborrecimentos em ouvidos humanos e contamos nossas aflições àqueles que não podem nos ajudar. [...]

A brevidade do tempo é apresentada como incentivo para buscarmos a justiça e fazermos de Cristo nosso amigo. Mas não é esse o grande motivo. Parece egoísmo. Será preciso conservar diante de nós os terrores do dia de Deus, para, por causa do medo, compelir-nos a agir retamente? Não deveria ser assim. Jesus é atraente. É cheio de amor, misericórdia e compaixão. Propõe-Se a ser nosso amigo, a andar conosco por todos os caminhos escabrosos da vida. [...]

O convite de Cristo a todos nós é um chamado para uma vida de paz e descanso – vida de liberdade e amor, assim como para uma rica herança na vida futura e imortal. [...] Não precisamos nos alarmar se esse caminho de liberdade nos levar por entre conflitos e sofrimentos. A liberdade que desfrutaremos será tanto mais valiosa porque fizemos sacrifícios para alcançá-­la. A paz que ultrapassa todo entendimento vai nos custar batalhas com os poderes das trevas, lutas severas contra o egoísmo e os pecados do íntimo. [...] Em face da tentação, devemos nos educar a enfrentá-la com firmeza, sem dar lugar a nenhum pensamento lamurioso, embora talvez esgotados do trabalho e de combater o bom combate da fé. [...]

Não conseguimos reconhecer nosso Redentor no mais amplo sentido a menos que, com os olhos da fé, O vejamos a alcançar as maiores profundezas da miséria humana, tomando sobre Si a natureza da humanidade, a capacidade de sofrer, e pelo sofrimento demonstrando Seu poder divino para salvar os pecadores e elevá-los à comunhão com Ele (Review and Herald, 2 de agosto de 1881).





O Dever de Dar Fruto

Terça, 28 de maio



Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em Mim, e Eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer. João 15:5

No plano de restaurar nos seres humanos a imagem divina, foi estipulado que o Espírito Santo atuasse na mente humana e fosse, como a presença de Cristo, uma influência modeladora no caráter humano. Aceitando a verdade, as pessoas também se tornam recipientes da graça de Cristo e dedicam sua santificada capacidade humana à obra em que Cristo Se empenhou – os seres humanos se tornam cooperadores de Deus. É com a finalidade de tornar as pessoas instrumentos para Deus que a verdade divina é inculcada em sua compreensão. [...]

Por intermédio da verdade, o caráter é transformado e formado à semelhança divina. Pedro descreve os cristãos como aqueles que purificaram o coração por meio da obediência à verdade através da operação do Espírito Santo. [...]

É o dever do cristão brilhar. O professo seguidor de Cristo não cumpre as exigências do evangelho a menos que ministre aos outros. Ele nunca deve se esquecer de que precisa deixar sua luz brilhar diante dos homens para que vejam suas boas obras e glorifiquem o Pai que está no Céu. Seu discurso deve estar sempre cheio de graça e em harmonia com sua profissão de fé. Suas obras devem revelar Cristo ao mundo. Jesus Cristo e Ele crucificado é seu tema inesgotável, de que é livre para falar, trazendo do bom tesouro de seu coração as lições preciosas do evangelho. O coração que está repleto da bendita esperança, que é revestida de imortalidade e cheia de glória, não pode ser silenciado. Aqueles que possuem o senso da sagrada presença de Cristo não podem falar palavras superficiais e insignificantes.
Suas palavras devem ser solenes, um cheiro de vida para vida. Não devemos ser filhos atirados de um lado para o outro, mas ancorados em Jesus Cristo, munidos de algo de valor sólido do qual falar. [...] Os cristãos devem anunciar as boas-­novas da salvação e nunca se cansar de proclamar a bondade de Deus. [...]

Falemos aos pecadores, pois não sabemos, mas Deus está tocando o coração deles. Nunca nos esqueçamos da grande responsabilidade que acompanha cada palavra que proferimos na presença deles. Façamo-nos a pergunta: “A quantos falei com meu coração repleto do amor de Jesus, a respeito do dom inefável da misericórdia de Deus e da justiça de Cristo?” (Review and Herald, 12 de fevereiro de 1895).





Representantes de Cristo

Quarta, 29 de maio



Dia após dia, morro! 1 Coríntios 15:31

Os que professam o nome de Cristo devem representá-Lo como seu modelo e exemplo. Devem revelar aos outros a verdade em sua pureza e apresentar-lhes os privilégios e as responsabilidade da vida cristã; e isso pode apenas ser feito pelo professo seguidor de Cristo à medida que ele conformar seu caráter aos sagrados princípios da verdade. Não deve haver qualquer deslealdade aos depósitos sagrados da parte de qualquer um que professa ser filho de Deus. A verdade não deve ser rebaixada ao nível comum, pois isso desonraria a Deus, que ofereceu um infinito sacrifício no dom de Seu Filho pelos pecados do mundo. [...]

Muitos que alegam ser filhos de Deus parecem não entender que o coração deve ser regenerado, pois por suas práticas ignoram as palavras e as obras de Cristo. Por meio de suas ações, claramente dizem: “É meu privilégio agir por conta própria. Seria completamente infeliz se não agisse segundo minha vontade.” Essa é a religião atual do mundo, mas ela não possui o endosso celestial. [...]

A assim chamada ciência, a lógica humana e a poesia não podem ser transmitidas como possuindo autoridade de igual valor ao da Revelação; mas é o propósito deliberado de Satanás exaltar as normas, as tradições e as invenções de seres humanos como possuindo autoridade de igual valor ao da Palavra de Deus e, ao cumprir seu desígnio, ele eleva as palavras humanas à supremacia. [...]

Não há segurança para nenhum de nós, exceto ao receber diariamente uma nova experiência ao contemplar Jesus, o autor e consumador de nossa fé. Dia a dia devemos contemplá-Lo e ser transformados segundo a imagem dEle. Devemos reproduzir os atributos divinos e seguir as pegadas de Jesus, a despeito de quanto isso nos custe. Devemos nos colocar sob a orientação divina, consultar a Palavra de Deus e diariamente inquirir: “É este o caminho do Senhor?” [...] Nenhuma deficiência de caráter será imortalizada nem manchará o Céu com sua imperfeição. [...]

Não há valor em professar a verdade a menos que a pessoa aceite os princípios, absorva o rico alimento da verdade e se aproprie dele, tornando-se, assim, participante da natureza divina (Review and Herald, 20 de novembro de 1894).





O Sangue nas Ombreiras

Quinta, 30 de maio



Tomai um molho de hissopo, molhai-o no sangue que estiver na bacia e marcai a verga da porta e suas ombreiras com o sangue. Êxodo 12:22

As regras que Moisés deu com relação à Páscoa são plenas de significado e têm aplicação a pais e filhos nesta era do mundo. [...]

O pai deve dedicar todo membro da família a Deus e fazer a obra que é representada pela festa da Páscoa. É perigoso depor esse solene encargo nas mãos de outros. Esse perigo é ilustrado por um incidente registrado a respeito de uma família hebreia na noite da Páscoa.

Segundo a lenda, a filha mais velha estava doente, mas estava ciente do fato de que um cordeiro deveria ser escolhido pela família e que seu sangue deveria ser aspergido nos umbrais da porta, para que, ao ver as marcas de sangue, o Senhor não permitisse a entrada do destruidor para ferir de morte o primogênito. Com grande ansiedade, observou o entardecer, ocasião em que o anjo destruidor passaria. Ficou muito impaciente. Chamou o pai ao seu lado e perguntou: “O senhor marcou os umbrais da porta com sangue?” Ele respondeu: “Sim, dei instruções específicas sobre esse assunto. Não se preocupe. O anjo destruidor não entrará aqui.”

A noite chegou e, de vez em quando, a menina chamava pelo pai para perguntar: “O senhor tem certeza de que os umbrais da porta estão marcados com sangue?” E, vez após outra, o pai lhe assegurava que não havia motivos para temer; que uma ordem que envolvia tais consequências não seria negligenciada por seus servos fiéis. Próximo à meia-noite, ouviu-se sua voz suplicante dizer: “Pai, não tenho certeza. Leve-me em seus braços e deixe-me ver as marcas com meus próprios olhos, para que possa descansar.”

O pai atendeu ao desejo da filha; tomou-a nos braços e carregou-a até a porta, mas não havia marca alguma de sangue nos umbrais. Ele tremeu de horror e percebeu que seu lar poderia se tornar um lugar fúnebre. Com as próprias mãos, cortou um ramo de hissopo e aspergiu sangue nos umbrais da porta. Em seguida, mostrou à filha doente que as marcas estavam lá (Review and Herald, 21 de maio de 1895).





Trabalho Para Todos

Sexta, 31 de maio



Cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus. Romanos 14:12

Deus concedeu a “cada homem uma obra”. Não deixou os interesses espirituais da igreja inteiramente nas mãos do ministro. Não é para o bem do ministro, nem para o bem dos membros de igreja que o ministro assuma responsabilidade exclusiva pela herança do Senhor. Cada membro de igreja tem uma parte a desempenhar a fim de que o corpo possa ser preservado em condição saudável. Somos todos membros do mesmo corpo, e cada membro deve desempenhar uma parte em benefício de todos os outros. Todos os membros não têm a mesma função. Assim como os membros de nosso corpo natural estão sob a liderança da cabeça, os membros do corpo espiritual devem se submeter à liderança de Cristo, cabeça da igreja. [...]

O ministro e os membros devem se unir como um só corpo para trabalhar pelo desenvolvimento e pela prosperidade da igreja. Todo aquele que é um verdadeiro soldado no exército do Senhor será um trabalhador dedicado, sincero e eficiente, trabalhando para promover os interesses do reino de Cristo. [...]

Muitos membros de igreja foram privados da experiência que deveriam ter tido, por prevalecer o sentimento de que o ministro deve realizar todo trabalho e suportar todos os fardos. Ou os fardos foram acumulados sobre o ministro, ou ele mesmo assumiu as responsabilidades que deveriam ser realizadas pelos membros. O ministro deve confiar nos oficiais e membros de igreja e ensiná-los a trabalhar pelo Mestre. Assim, o ministro não terá que realizar todo o trabalho sozinho. Ao mesmo tempo, a igreja receberá maior benefício do que se ele tentasse fazer todo o trabalho e dispensasse os membros de igreja de desempenhar a parte que lhes foi determinada pelo Senhor. [...]

O fardo do trabalho da igreja deve ser distribuído entre os membros, para que cada um possa se tornar um trabalhador inteligente de Deus. Há no geral muita força em desuso em nossas igrejas. [...] Muitos possuem mãos e coração dispostos, mas se sentem desmotivados para colocar suas energias no trabalho. [...] A sabedoria de se adaptar a situações específicas e a força de agir em momentos de emergência são adquiridas ao colocarmos em uso os talentos que o Senhor nos concedeu, como também pela experiência adquirida por meio do ministério pessoal (Review and Herald, 9 de julho de 1895).

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