Comentário
da Lição da Escola Sabatina
24-31 de
março de 2012
Lição 13
- A promessa de Sua vinda
Sobre o autor: Edilson Valiante
nasceu em São Paulo. Formou-se em Teologia em 1979. Por mais de 20 anos serviu
como professor da Faculdade Adventista de Teologia.
Foi distrital, departamental de
Educação e JA. Atualmente é o Secretário Ministerial da
União Central Brasileira. O
pastor Edilson é casado com a professora Nely Doll Valiante e pai de dois
filhos, Luciene e Eduardo.
A. Introdução
a. A ideia de “promessa e
cumprimento” está presente em toda a Bíblia e é ligada à imagem do concerto,
aliança, pacto, como uma bênção ao beneficiário. Na sua natureza, as promessas
bíblicas estão relacionadas ao ofício profético ou a uma declaração cuja fonte
é o próprio Deus. A Bíblia contém tantas promessas que alguns chegam a afirmar
que existem mais de 2.500 delas.
b. É evidente que a Bíblia contém
promessas feitas pelo próprio ser humano e, assim, estão sujeitas às falhas e
circunstâncias naturais humanas. A promessa feita por Balaque a Balaão
tornou-se fútil (Nm 22:17). Hamã fez a promessa de matar todos os judeus, mas
acabou enforcado por sua própria ferramenta de vingança (Et 7:9, 10). Judas,
por sua vez, traiu Jesus quando os líderes judeus lhe prometeram dinheiro (Mc
14:11). Em contrapartida, Jacó pediu a José que não deixasse seu corpo ser
sepultado no Egito e, como na promessa feita, o corpo de Jacó foi colocado
junto de seus ancestrais (Gn 47:29ss; 50:7-13).
c. A maior parte das promessas
bíblicas foi proferida por Deus. As promessas divinas, ao contrário das
humanas, são consideradas sagradas e puras (2Sm 22:31; Sl 12:6). Deus sempre
cumpre o que promete a ponto de as promessas poderem ser objeto de meditação
(Sl 119:50, 148). Do lado humano, a fé é apresentada como o meio indispensável
para que a promessa tenha realidade (Rm 1:16-17; Ef 2:8). Fé não tem apenas uma
dimensão futura no que respeita à confiança de que Deus irá cumprir o que
prometeu (Hb 11:1), mas possui uma dimensão constante, diária, na caminhada
daquele que vive a realidade do concerto (Hb 10:35-38). Assim, ter fé é
exatamente o mesmo que viver sob a perspectiva do cumprimento do concerto, isto
é, fé e fidelidade são a mesma coisa. Esse aspecto é confirmado pelo uso
intercambiável da expressão grega
pistís, que tanto pode ser
traduzida como “fé” ou como “fidelidade” (compromisso ao concerto). É nesse
ponto que Deus é fiel! Ele cumpre o que promete e o ser humano, como resposta,
deve viver sob o compromisso desse concerto. A dimensão escatológica dessa
realidade é apresentada em Apocalipse 2:10: “Sê fiel *pistís, ‘tenha
fidelidade’+ até a morte e dar-te-ei a coroa da vida”.
i. Deus fez promessas que podem
tanto ser de ordem temporal como de caráter espiritual. As promessas temporais
usualmente estão relacionadas à preservação, proteção, possessões,
prosperidade, descendência, restauração e libertação física. Vejamos alguns exemplos:
1. Por meio de Noé, Deus fez uma
promessa a toda à humanidade de que a Terra jamais seria destruída por águas como
no dilúvio (Gn 8:21-9:17).
2. Como Noé, Abraão também foi o
mediador de promessas extraordinárias à humanidade. Abraão seria pai de uma grande
nação (Gn 12:2; 17:4) e tais promessas se estenderiam além dos limites de sua
descendência física e atingiria aqueles que exerceriam fé até o fim. A ele
também foi prometida uma terra e uma herança (Gn 17:8).
3. O Êxodo e o Sinai foram
cumprimentos de promessas de libertação de Seu povo feitas desde os dias de
Abraão e a Moisés por Deus. O retorno de Judá do cativeiro babilônico e a restauração
de Israel são promessas bem compreendidas por Daniel, Jeremias, Ezequiel e até
por Esdras e Neemias.
4. É curioso que existe um entre
os dez mandamentos que apresenta uma promessa: o 5º mandamento estabelece a promessa
de longevidade aos filhos que honram seus pais (Êx
20:12; Ef 6:2).
ii. Dentre as muitas promessas de
cunho espiritual feitas na Bíblia (herança espiritual, adoção à filiação
divina, libertação escatológica) destacam-se duas: as promessas messiânicas
(desde Gn 3:15) e as promessas da vinda do Espírito Santo (Jl 2:23, 28-32; Is
44:3).
d. As promessas do Antigo
Testamento são tão marcantes que os escritores do Novo Testamento
constantemente se referem a elas como o cumprimento das promessas. Em outras
palavras, o NT se identifica como o cumprimento do AT. É comum percebermos em
Mateus, por exemplo, a expressão “para que se cumprisse o que foi dito pelo
profeta” (1:23; 2:15, 17; 21:4). Jesus Cristo é o cumprimento, o tema central,
das promessas feitas no AT (Rm 1:1-6; 2Co 1:20). O livro de Apocalipse é como
que uma coleção de citações de promessas do AT (LXX), tamanha a quantidade de
material profético que encontra ali o cumprimento.
e. O contexto de Hebreus 11, com
sua galeria dos heróis do AT, estabelece que o viver pela fé nas promessas de
Deus deve ser o estilo de vida também dos cristãos. Assim, Paulo exortou aos
cristãos que vivam sob a perspectiva das promessas de Deus com paciência e
consagração, “pois quem fez a promessa é fiel” (Hb 10:23).
B. Promessas ou Profecias
Messiânicas do AT
a. A promessa de Gênesis 3:15 é
conhecida como a primeira das promessas bíblicas, o protoevangelho, dividida em
duas vertentes, uma antropológica/soterológica e outra messiânica. Na primeira,
de forma sobrenatural, haveria a restauração da relação entre Deus e o ser
humano por meio de uma “inimizade” contra Satanás. Pelo pecado, a humanidade se
tornou “amiga” natural do inimigo, mas, pela graça, haveria uma forma para que
essa fatalidade fosse interrompida. A segunda parte da promessa é de caráter
messiânico, pois há a indicação da vinda de um Ser que, finalmente, venceria o
conflito, esmagando a cabeça da serpente. Lutero considerava esse verso como o
primeiro conforto, a fonte de toda graça e o fundamento de toda promessa. Por
meio de uma observação cuidadosa do texto hebraico de Gênesis 4:1, percebe-se
que o primeiro casal havia compreendido claramente o significado messiânico de
Gênesis 3:15. Em hebraico, literalmente Eva declarou: “Adquiri um varão, o Senhor”,
imaginando que Caim (que quer dizer “adquirido” – Qayin) seria o Libertador
prometido.
b. Existem dezenas de profecias
messiânicas que revelam detalhes significativos de Cristo. Como exemplo, vou
aludir a algumas, com a intenção de não ser exaustivo: Gênesis 49:10;
Deuteronômio 18:18ss; Salmos 2:1ss; 110:1ss; 118:22ss; Isaías 4:2; 7:14; 9:1-6;
11:4; 25:8; 32:1-8; 42:1-4; 49:1-6; 50:4-9; 52:13-53:12; 55:3-4; Jeremias
23:5-6; 31:31ss; Ezequiel 34:23-24; 37:22; Ozeias 3:4-5; Amós 9:11; Miqueias 5:1-4;
Zacarias 9:9-10. Os Salmos 8; 22; 34:21; 41:10; 45; 69 e 72 são citados no NT
em conexão com a vida do Messias. Essas promessas podem ser divididas em dois
grandes blocos: a visão messiânica escatológica e a visão messiânica histórica.
i. Na visão messiânica
escatológica, as promessas estão centradas no restabelecimento do poder real do
Messias como o grande restaurador do Império davídico. A linguagem de muitos
Salmos (especialmente o Sl 2) e várias referências apresentadas nos livros proféticos
(como exemplo, Is 55:3ss), descrevem o poder do “filho de Deus” ao recuperar
permanentemente o reinado de Davi. Desse ponto de vista, a promessa messiânica
do Cristo seria o Rei Escatológico que reinaria para sempre. Muitas referências
do NT ao reino futuro de Cristo, que será instaurado na Sua segunda vinda,
fazem alusão a esse grupo de promessas, como por exemplo, 1 Coríntios 15:20-28.
1. Essa dimensão escatológica
está associada ao tema da vinda do “dia do Senhor” e o juízo. Os profetas falam
da vinda do fim como “naquele(s) dia(s)” (Zc 14:9; Jl 2:29). O “dia do Senhor” refere-se
a um culminante evento histórico, a partir do qual haverá o estabelecimento de
uma nova ordem, uma nova criação. Para os infiéis, que não esperam a promessa
da vinda de Jesus, será um dia de trevas, angústia, juízo e castigo (Sf 1:15;
Is 34:8, Os 9:7).
2. A nova ordem futura instaurada
pelo Messias está em paralelo à existência de um remanescente que permanece
fiel, enquanto que a “maioria” rejeita o concerto, a promessa.
3. O tema do “dia do Senhor” (ou
do “Dia do Senhor Jesus Cristo”) e do remanescente encontram sua perspectiva de
cumprimento no NT (Mt 7:22; 10:15; 1Co 1:8). Esse dia escatológico aparece
normalmente associado à parousia, a manifestação gloriosa da vinda de Cristo
(1Ts 4:15; 5:2).
ii. Por outro lado, contudo, há
promessas messiânicas do AT com a intensa percepção de um Cristo com os
predicados de servo sofredor (especialmente Is 53). Seria Alguém que viria para
servir e dar Sua vida antes de assumir o controle do Reino.
iii. Jesus colocou essas duas
dimensões de forma precisa quando Se autorreferiu Àquele “Filho do Pai” que
“tinha vindo” de acordo com a promessa (Mt 11:19; 10:34; Mc 10:45; Lc 12:49) e
Àquele “Filho do homem” que “viria” no futuro, em uma “segunda vinda” ou
parousia Mt 16:28; 25:31; 26:64; Mc 8:38). Assim, Jesus expressou Sua plena
consciência de ser o “prometido”
do AT e de ser o que “prometeu” no NT. A certeza do cumprimento de Suas
promessas futuras no estabelecimento do reino é atestada e ratificada pelo
cumprimento das profecias do AT sobre Sua messianidade.
iv. Dessa dupla perspectiva das
promessas messiânicas do AT podemos concluir que:
1. Os dois testamentos são
interdependentes e que um não pode ser entendido sem o outro. A relação óbvia
está entre expectação e cumprimento.
2. A trajetória de Jesus, Sua
vida, ministério, morte e ressurreição não se enquadram à reflexão tradicional
do judaísmo nos Seus dias. O Cristo como servo sofredor não fazia parte da expectação
messiânica preconcebida pela liderança, mas oferece a dimensão correta de Jesus
não apenas como o Messias de Israel, mas o Salvador do mundo (Jo 4:42; 1Jo
4:14). Da magnitude local para o
cumprimento global e cósmico. Ele não era somente o “filho de Davi”, mas o
“Filho de Deus” (Mc 12:35-37).
3. Os discípulos de Jesus
testemunharam os eventos que os fiéis do AT almejavam ter visto (Lc 10:35ss).
Em resposta à perplexidade de João Batista, Jesus assegurou que a promessa de
Isaías 35:5ss estava se cumprindo.
4. Assim, o cumprimento das
promessas no NT transcende o AT. Jesus é maior que Jonas (Mt 12:41), maior que
Salomão (Lc 11:31), maior que Davi (Mc 2:25-28), maior que o templo (Mt 12:6).
DEle foi o melhor ministério (Hb 8:6), o melhor sacrifício (9:26), com melhores
promessas (8:6). O trono terreno de Davi é transferido para o trono de Cristo
no Céu (At 2:34-35; Ap 3:21). Um sumário desse argumento é apresentado por
Paulo em Atos 13:32-34. Em Cristo, todas as promessas feitas a Abraão são
cumpridas plenamente! NEle, todas as nações da Terra são abençoadas.
c. A profecia messiânica de tempo
apresentada por Daniel 8-9 é extremamente significativa, não apenas por balizar
os 2.300 anos, mas por definir a data em que ocorreria o ministério do Messias
e a Sua morte “no meio da semana”.
Veio na plenitude dos tempos! (Gl
4:4).
d. Que os líderes judeus tinham
compreensão das promessas messiânicas é evidente na conversa que tiveram com
Herodes (Mt 2:4-6) e no contexto da vinda do segundo Elias (Mt 17:9-13).
C. Promessas da segunda vinda a.
Embora a expressão “segunda vinda de Cristo” não ocorra na Bíblia, a evidência
escriturística é tão marcante que há uma convergência teológica da maioria das
tradições cristãs concordando com a vinda de Jesus. Praticamente todos os
credos do cristianismo, desde o Credo Apostólico (2º séc.), atestam a crença na
segunda vinda de Jesus.
b. O testemunho de Jesus de que
Ele iria voltar é decisivo, principalmente Seu discurso escatológico registrado
em Mateus 24-25, onde não há apenas uma descrição cronológica dos fatos, tanto
antecedentes quanto ocorrentes, mas a forma (visível, física, pessoal), a
natureza (inesperada, triunfante e gloriosa) e a necessidade de preparo para o
evento. O ponto central dessa sequência escatológica é a prontidão (vigilância)
que os cristãos devem ter constantemente: “Portanto, vigiai, porque não sabeis
em que dia vem o vosso Senhor” (24:42). De acordo com Cristo, a essência da
vigilância, se evidencia na nossa maneira de nos relacionarmos com o próximo.
Aliás, o propósito básico das profecias não é apenas informar quanto ao futuro
(satisfazer curiosidades), mas mostrar como devemos viver enquanto esperamos o
fim.
Esse aspecto é desenvolvido nas 4
parábolas seguintes:
i. Mateus 24:45-51 – A parábola
do bom e do mau servo: A demora do Senhor afeta nossa maneira de nos
relacionarmos com outros e nossa maneira de tratá-los.
ii. Mateus 25:1-13 – A parábola
das dez virgens: Vigilância significa desenvolver um tipo de relacionamento com
Jesus mantido mesmo que Sua vinda não seja tão breve quanto o esperado.
iii. Mateus 25:14-30 – A parábola
dos talentos: Vigilância tem que ver com o uso e desenvolvimento de todas as
habilidades dadas por Deus enquanto se espera o fim.
iv. Mateus 25:31-46 – A parábola
do grande julgamento: Vigilância significa tratar todos como se fossem o
próprio Cristo.
c. Outro texto de destaque foi o
proferido por Jesus no cenáculo e registrado por João 14:1-3.
d. Jesus anunciou não somente Sua
vinda, mas também o estabelecimento do Reino de Deus. Esse Reino não seria
produzido pela história como um poder terreno. Seria o resultado de uma
gloriosa teofania, de manifestação sobrenatural. Não seria apenas uma reforma
político-social, mas a instauração radical do “novo”, de ordem celestial (novo
céu, nova Terra, nova Jerusalém, etc.).
i. Os ensinos de Jesus trazem uma
dimensão presente como condição para o reino futuro. O reino já está em nosso
meio! Os que aguardam o fim escatológico se preparam hoje, confrontando as
forças do pecado e evidenciando fé em Cristo ao fazer a vontade de Deus.
Assim, a vinda de Jesus evoca a
salvação e a redenção contidas no evangelho e que deve ser vivida no dia a dia.
Nesse sentido, o reino de Deus já está presente como um autenticador do reino
futuro. Os teólogos gostam de usar a expressão “já, mas não ainda” para descrever
esse aspecto que, embora dialético, faz parte do coração da mensagem de Jesus.
O cumprimento das promessas do AT se dá “agora” (Lc 4:18-22, Mc 1:14ss), mas a
consumação ocorrerá no futuro escatológico (Mt 19:28). Em outras palavras,
Jesus pregou a salvação presente (por exemplo, as parábolas da moeda, da ovelha
e do filho perdidos), e deixou certa a salvação futura. Os milagres feitos por
Jesus mostravam que a
salvação/cura eram amostras do reino a ser instaurado “no fim”. Contudo, a
cruz, a ressurreição e o ministério sacerdotal de Jesus são as maiores
evidências do cumprimento futuro do reino.
ii. No presente, o reino cria uma
comunhão mista de pessoas boas e más, mas quando ele for consumado, haverá
separação entre aqueles que são do reino e os impostores (o trigo e o joio; a
rede que traz todo tipo de peixe). A perspectiva escatológica do reino define a
ideia do juízo. Enquanto a vinda do reino será positiva para os salvos (Mc
13:27), será negativa para Satanás e seus seguidores (Mt 25:41).
iii. Jesus usou linguagem
metafórica para descrever o caráter do Seu reino. O Pastor reunirá Suas ovelhas
(Mt 25:32); os puros de coração verão a Deus (5:8); a herança será recebida
(19:29); o tesouro está sendo acumulado (6:20); tronos e posições de autoridade
serão dados aos fiéis (19:28); a colheita está sendo reunida nos celeiros
(13:30); os gentios se ajuntarão numa grande festa celestial com os patriarcas (8:11);
os salvos vão estar à mesa com Ele (Lc 22:29ss) e beberão o vinho de uma nova
era (Mc 14:25). Haverá uma grande festa de núpcias (Mt 22:3; 25:10). Todas
essas ilustrações descrevem a restauração da perfeita comunhão entre Deus e os
seres humanos perdida em virtude do pecado.
e. O livro de Atos descreve a
Páscoa e o Pentecostes como advento e cumprimento da era porvir. Isso é
evidente no sermão de Pedro no capítulo 2, onde é revelado que teve início o
tempo do fim, “os últimos dias” (v. 17). O Espírito Santo e a Igreja são marcas
do início de uma nova era. A entronização de Cristo revela que Ele não mais é o
servo sofredor, mas o Rei assentado à direita do Pai (7:55-56).
f. A teologia paulina expressa
nas epístolas entende a ressurreição de Cristo como o grande evento que
determina a breve vinda de Jesus. A morte já foi vencida! (2Tm 1:10; 2Co 4:6;
1Co 15). Se o Espírito Santo habita no coração do ser humano, esse se torna um
ente espiritual, experimentando uma “novidade de vida” (2Co 2:16; 5:4; Cl 1:3;
Ef 2:5; Rm 6:4). Embora o mistério da iniquidade ainda exerça sua influência,
esse poder já está derrotado (1Ts 4:13-18; 2Ts 2:1ss). Nos escritos de Paulo, o
dia glorioso da vinda de Jesus aparece em diferentes formas: Dia do Senhor (1Ts
5:2); Dia do Senhor Jesus (1Co 5:5); Dia do Senhor Jesus Cristo (1Co 1:8); Dia
de Jesus Cristo (Fp 1:6); Dia de Cristo (Fp 1:10) e aquele Dia (2Tm 1:18).
Embora esteja presente em todo o NT,
outro tema preponderante em Paulo
é o da “esperança” (c. de 50 vezes). Paulo usou três palavras gregas para
descrever a vinda de Jesus:
i. Parousia, que significa
“presença” (Fp 2:12) e “chegada” (1Co 16:17). É uma expressão que se tornou
técnica para descrever a vinda de Cristo como Rei.
ii. A vinda de Cristo também será
um apocalipsis, uma “revelação” da glória e do poder de Cristo (Ef 1:20-23; 2Ts
1:7).
iii. O terceiro termo é
epiphaneia, que quer dizer “aparecimento” indicando a visibilidade da vinda de
Jesus (2Ts 2:8, onde também aparece a expressão parousia). Destaca-se também
Tito 2:13, onde o aparecimento de Jesus é a realização da “bendita esperança”.
g. Dentre as epístolas gerais, a
que mais trata do tema da vinda de Jesus é 2 Pedro e, em especial, o capítulo
3. Aqui os temas complexos da iminência e da demora na vinda de Jesus são
discutidos pela primeira vez. A demora estaria diretamente relacionada com a
longanimidade de Deus que não deseja que ninguém se perca (v. 9). Outras razões
são apresentadas na literatura cristã:
i. Clemente de Roma, um dos
primeiros pais da igreja, achava que os pecados dos cristãos seriam a causa da
demora, como expresso em 2 Clemente de Roma aos Coríntios.
ii. O fim só virá quando o
evangelho tiver sido pregado em todo o mundo. Orígenes e Clemente de Alexandria
diziam que Deus havia posposto Sua vinda para que as reais consequências do mal
fossem manifestas e para que o poder de Deus fosse completamente vindicado.
iii. Clemente de Roma e Justino,
o Mártir, acreditavam que Cristo só viria quando o número dos eleitos (igual ao
dos anjos caídos) fosse completado. Como
alguns eleitos não haviam nascido ainda, Deus teria que esperar.
iv. A cronologia profética ainda
não havia atingido o tempo correto (como exemplo, os 2.300 anos).
h. O livro de Apocalipse é
essencialmente a “revelação” de como o reino espiritual de Cristo seria
construído na história do grande conflito.
i. Para os adventistas do sétimo
dia é de especial significância o conteúdo da pregação das mensagens angélicas
(14:6-12), isso sem falar nos textos que indicam as características da igreja
verdadeira no fim dos tempos.
ii. A vitória de Cristo, a
destruição de Satanás e seus representantes e o estabelecimento do novo céu e
da nova Terra mostram o desfecho do grande conflito.
iii. “Ora vem, Senhor Jesus!”D.
Crença fundamental nº 25 “A segunda vinda de Cristo é a bendita esperança da
igreja, o ponto culminante do evangelho. A vinda do Salvador será literal,
pessoal, visível e universal. Quando Ele voltar, os justos falecidos serão
ressuscitados e, juntamente com os justos que estiverem vivos, serão
glorificados e levados para o Céu, mas os ímpios irão morrer. O cumprimento
quase completo da maioria dos aspectos da profecia e a condição atual do mundo
indicam que a vinda de Cristo é iminente. O tempo exato desse acontecimento não
foi revelado, e somos, portanto, exortados a estar preparados em todo o tempo.”
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