quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Meditação da Mulher - Janeiro 2013



1º de janeiro Terça

Boa resolução



Pois decidi nada saber [...] a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. 1 Coríntios 2:2

Enquanto trabalhava com minha classe de alunos com deficiência na articulação da fala, fui incumbida de preparar um grande mural para o Ano-Novo. Com o auxílio da revista The Mailbox, entrei em ação. O painel apresentava como fundo um céu de azul intenso, enquanto montes de neve fofinha cobriam a metade inferior. A borda de um vermelho vivo trazia a legenda: “Resoluções Legais.”

Expliquei às crianças o significado de “resolução”, e elas começaram a tarefa de escrever suas resoluções sobre um boneco de neve que seria colocado no mural. Primeiro, se esforçaram muito para pensar numa ideia, num objetivo. Depois, se esforçaram para chegar à conclusão de como expressá-lo. Finalmente, se esforçaram para escrever corretamente essas palavras. Por fim, as resoluções foram escritas sobre os bonecos de neve. Depois de ler as resoluções e falar mais uma vez sobre elas, finalmente nós as colocamos no mural.

As horas seguintes foram passadas com lições de ortografia e leitura, mas, enquanto a manhã avançava, observei que as crianças quebravam todas as suas resoluções! Cada uma delas! Jaime havia escrito de modo singelo: “Tentarei ser bonzinho.” Bem, de alguma forma isso não parecia fazer parte de sua agenda para aquela manhã. Décio havia prometido “dar duro na escola”, mas ele pouco se empenhava. Túlio havia dito que terminaria todo o seu trabalho na aula. Na verdade, ele não tinha ideia do que significava isso. E assim foi, até a última criança. Bem, pensei, resolução tomada, resolução quebrada.

Mais tarde, naquele dia, quando tive mais tempo para refletir sobre os eventos da manhã, precisei admitir que aquelas crianças, na verdade, não eram diferentes de qualquer outra pessoa. Quem já não tomou uma resolução de Ano-Novo e a quebrou poucos dias (ou quem sabe até horas) depois? Talvez haja uma única resolução que realmente tenhamos que tomar. Ao começarmos este ano, precisamos simplesmente decidir passar algum tempo significativo com Jesus cada dia, a fim de conhecê-Lo melhor. E, enquanto aprendemos a conhecer Jesus, Ele efetuará em nós “tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dEle” (Filipenses 2:13). As outras metas da sua lista virão oportunamente, uma a uma, à medida que você e Jesus passarem a se conhecer melhor.

Então, neste ano, resolvamos conhecer Jesus. Essa, na verdade, será uma boa resolução!

Sharon Oster

2 de janeiro Quarta


Interceptação divina


Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em Mim e Eu nele, esse dará muito fruto; pois sem Mim vocês não podem fazer coisa alguma. João 15:5

Não tomo resoluções. Já observei duas coisas: os seres humanos têm uma inclinação persistente de fixar-se numa ideia, e isso é totalmente fútil e infrutífero. A única coisa boa que vem com essa fixação é que alguns de nós, por fim, aprendemos que é impossível.

Observe todas as religiões mundiais que não tenham como base a fé em Jesus. Cada uma propõe um método pelo qual as almas perdidas possam ascender a Deus. Caso dependam de infindáveis meditações e orações, há um ímpeto intencional da Terra para o Céu, abastecido pelo esforço humano – intermináveis resoluções de fazer melhor, de mirar mais alto, de melhorar, de alcançar, de chegar.

Em nítido contraste está a fé em Jesus. O caminho mais essencial dessa religião não é a trilha ascendente do seguidor de Deus, mas a trilha descendente de Deus, estendendo-se do Céu ao inferno, e somente ascendendo após a descida inicial, heroica. Jesus, um com Deus, tornou-Se um servo, um homem, um criminoso e, por fim, o próprio pecado, em nosso favor (Filipenses 2). Então Deus “deu-nos vida com Cristo” e “nos ressuscitou com Cristo” (Efésios 2:5, 6). Aleluia!

Considere a evolução versus a criação bíblica. A evolução apresenta a mesma ascensão (neste caso, biológica), do macaco para o homem. A criação apresenta uma interceptação divina, na qual Deus falou e tudo se fez. Deus desceu à Terra para formar o homem a partir do pó, e a mulher, a partir do homem. Não alcançamos a semelhança com Deus como resultado de milênios de autodesenvolvimento; fomos feitos à imagem de Deus por Seu próprio toque de ternura.

Deus ainda toca as pessoas com algo chamado graça. Isso nos chega pela mesma via Céu-inferno que foi construída pelo Deus encarnado há mais de 2.000 anos. É uma interceptação divina, uma interposição sobrenatural, e o único meio de elevar-nos verdadeiramente para fora de nossa existência malcheirosa, monótona, infernal.

Talvez você se encontre num ponto da vida em que perceba que as tentativas de aperfeiçoamento próprio têm rendido pouco. Então, note uma coisa mais: a história não acabou! Existe essa coisa espantosa chamada graça, e ela impregna a atmosfera. O importante acerca do fracasso é que seus profundos soluços criam dentro de você mais espaço para o estimulante ar da graça. Aspire-o. É o que estava faltando.

Jennifer Jill Schwirzer

3 de janeiro Quinta


Vendo o quadro completo


Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam, dos que foram chamados de acordo com o Seu propósito. Romanos 8:28

Por muitos anos, meus escritos têm sido publicados. Na universidade, fiz cursos para aguçar minha habilidade de escrever: aprender mais sobre a história da superfície, o que jaz mais no fundo, e ver o quadro menor versus “o quadro completo”. Mesmo assim, tenho tido alguma dificuldade para entender o texto de hoje. Mas Deus estava para usar um dos nossos gatos a fim de me dar uma ajuda.

Tínhamos quatro gatos. Chocky, nosso gato malhado, com quase 11 anos, era o mais velho. Já um tanto frágil, tinha mais problemas de saúde que os outros três. Eu precisava verter-lhe garganta abaixo um antibiótico líquido para suas infecções do trato urinário. Precisava aplicar unguento e limpar os problemáticos olhos dele. Chocky tampouco gostava de tomar suplementos nutricionais ou colágeno de tubarão para ajudar suas articulações artríticas.

Ele só conseguia ver o aqui e agora (“Isso não é divertido!”) e não entendia os porquês. Mas ficava sempre contente quando começava a sentir-se melhor.

Comecei a ver que, por vezes, meu relacionamento com Deus se parecia com o de Chocky comigo. Quando Deus permite que alguns problemas e provações alisem algumas arestas ásperas do meu caráter ou personalidade, me remexo, protesto e pergunto: “Por quê? Por que eu? Por que agora?” À semelhança de Chocky, posso não entender completamente o que me acontece. Pois, com minha mente finita, não vejo o quadro completo e não sei quais são todos os planos de Deus para mim.

Chocky tem feito com que meu esposo, Carl, e eu corramos atrás dele até que um de nós, finalmente, o agarra e carrega. Uma vez apanhado, Chocky se submete com toda a graça que consegue reunir, e podemos então fazer o que é necessário para o seu bem-estar.
Hebreus 10:31 diz: “Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo!” Isso pode bem descrever os sentimentos de alguém que não conhece a Deus suficientemente para confiar nEle por completo.

Você fará comigo esta oração? “Senhor, como um gato, ou como o profeta Jonas, desejo muitas vezes fugir, e não confio em Ti o suficiente para cair nas Tuas mãos de maneira voluntária. Ajuda-me a reduzir a velocidade e permitir que me alcances, a fim de que não sejas impedido de guiar minha vida e fazer o que é melhor para mim. Amém!”

Bonnie Moyers

4 de janeiro sexta


A vida simples


Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Filipenses 4:11, ARA

Meu esposo, Joe, e eu tivemos a oportunidade de visitar certo país, alguns anos atrás. Havíamos ouvido, pelo noticiário, como era difícil a vida lá. Tínhamos visto imagens do sofrimento e condições de vida. Mas passamos pela experiência da “vida simples” enquanto o visitávamos. Lembro-me de que o alimento era estranho (nem mesmo conhecíamos alguns dos vegetais), mas os pratos eram tão saborosos e bem preparados que me vi pedindo receitas para tentar fazê-los com outros legumes.

A coisa que nos espantou foi a satisfação que demostravam nossos irmãos e irmãs. Eles conheciam suas necessidades e tenho certeza de que gostariam de ter uma vida mais confortável; contudo, não andavam por aí com aparência de estressados ou sobrecarregados. Eles encaravam a vida como eu gostaria de encarar. Com todas as comodidades do mundo ocidental, também temos todos os tipos de estresse. Então percebi que a simplicidade da vida deles e sua atitude de contentamento é uma das bênçãos de sua vida.

Ao retornar para casa, Joe e eu tivemos muito tempo para conversar, durante o longo voo. Falamos sobre como poderíamos simplificar nossa vida e buscar o contentamento de Deus, quer tivéssemos pouco, quer muito. Nos meses que se seguiram, fizemos algumas mudanças significativas. Ah, ainda temos o aparelho de som e a televisão e outras conveniências assim, mas renunciamos a outras coisas e pensamos duas vezes antes de comprar mais. Mudamos nosso regime alimentar para outro mais saudável e natural. Agora, quando faço compras no supermercado, meu carrinho se enche de alimento que vem do solo e não de uma lata ou pacote. Aprendi a sentir o gosto do meu alimento e o gosto da vida.

Paulo continua, em Filipenses 4:12: “Sei o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do que é preciso. Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha muito ou tenha pouco” (NTLH). O empenho de todos nós deveria ser nesse sentido – contentamento com a vida que traz paz e alegria. Joe e eu ainda não chegamos lá, mas tampouco nos encontramos onde estávamos antes.

Ao encararmos este novo ano, peçamos a Deus que nos dê a paz e a alegria que o contentamento traz, e que remova a inquietação e o desejo egoísta de mais e mais coisas que não trazem paz nem alegria.

Heather-Dawn Small

5 de janeiro Sábado


Amar a misericórdia


Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: Pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus. Miqueias 6:8.

–Ai, Mary! – suplicou Linda, obviamente perturbada. – Você oraria por mim?

– É claro! – Minha resposta foi rápida, enquanto ouvia Linda contar sua história. Ela relatou seus opressivos sentimentos de despreparo, enquanto eu fazia minha segunda volta no ginásio onde trabalhava cinco dias por semana.

Enquanto ouvia Linda, lembrei-me rapidamente de ter sentido a mesma coisa alguns anos antes, e me identifiquei com ela.

– Linda – perguntei –, quando eu orar por você, há algo específico que devo incluir na oração? – Eu conhecia Linda fazia uns três anos, e havia feito amizade com ela ao longo desse tempo. Sabia que ela poderia não se sentir à vontade se eu orasse por ela com pessoas em volta. Enquanto ela continuava a me falar sobre suas preocupações, pedi a Deus que, de algum modo, abrisse a porta para que eu orasse com ela antes de sair. Deixando a preocupação de lado, concentrei-me em ouvi-la com mais atenção.

Dizendo brevemente a Linda que eu entendia seu desespero, aconselhei: – Lembre-se, Linda, de que Deus jamais colocará você em algum lugar sem capacitá-la.

Eu tinha menos de uma volta para completar quando, repentinamente, todas as outras mulheres saíram. (Foi só mais tarde que me chamou a atenção o modo como Deus permitiu que tudo acontecesse.) Quando terminei minha ronda, o Espírito Santo me convenceu: “Ore por Linda antes de ir embora, Mary.”

A caminho da porta, respondi ao Espírito Santo dizendo: – Linda, você se sentiria à vontade se eu orasse com você antes de ir embora? – Ela respondeu com ansiedade. Após minha breve oração, abracei Linda e saí.

No dia seguinte, quando a vi, ela veio correndo, radiante. – Contei ao meu esposo sobre o que você fez, e ele disse que Deus me enviou um anjo. Tenho tanta paz e confiança em Deus que não me sinto mais oprimida. Não sei agradecer-lhe o suficiente por ter tomado tempo para orar comigo!

Ao refletir sobre essa intervenção divina, percebi que, quando tomamos tempo para revelar aos nossos conhecidos que “amamos a misericórdia” , esse é o método de evangelismo de Deus – aprender a ser misericordiosos.

Mary L. Maxson

6 de janeiro Domingo

Antes de chegar...


Mas agora recomendo-lhes que tenham coragem, pois nenhum de vocês perderá a vida; apenas o navio será destruído. Atos 27:22

Um dia, durante minha hora devocional, li a história bíblica do naufrágio envolvendo o apóstolo Paulo, quando ele se dirigia a Roma para ser julgado pelo imperador. Vi um paralelo entre essa história e a minha vida, quando enfrento “tempestades” e problemas.

Ao desdobrar-se a história em Atos, antes que a tempestade irrompesse, o navio passa por um pequeno lugar. Paulo sugere que aguardem ali até que o inverno acabe, porque seria muito perigoso navegar durante aquela época do ano. A tripulação e os passageiros, porém, não desejam seguir-lhe o conselho. O navio continua a viagem e, dias mais tarde, o mar se torna revolto. As ondas atingem o navio com grande força, e a chuva é torrencial. Por vários dias, eles permanecem à deriva, sujeitos ao violento mar. (Enfrento tempestades terríveis em minha vida, às vezes, porque não sigo o conselho de Deus. Passo dias rodeada por trevas. Com medo, clamo ao Senhor por salvação.)

Os marinheiros começam a jogar a carga ao mar – ela é desnecessária agora. (Os momentos negros da vida me fazem avaliar o que me impede de me entregar completamente ao Senhor e de me livrar de tudo o que não vem do Senhor. Desfaço-me da bagagem da ira, do ressentimento, do descontentamento, da falta de perdão, do orgulho, da arrogância, da obstinação.)

Certa noite, Deus aparece a Paulo e diz que todos a bordo se salvarão. Na manhã seguinte, Paulo reúne a todos e revela seu sonho. Instrui os passageiros e a tripulação a comer, pois não vinham comendo devido à ansiedade. (Em meus próprios momentos difíceis, também preciso nutrir-me com a Palavra de Deus e orar para que seja forte quando o vento rodopiar ao meu redor.)

Com uma ilha à vista, abandonam o navio enquanto ele começa a partir-se pela força das ondas. Deve ter sido assustador se lançar no mar com ondas revoltas. (De modo semelhante, é assustador confiar em Deus quando não vejo exatamente o que está diante de mim. Contudo, preciso confiar e colocar a vida nas mãos de Deus, para que Ele me leve com segurança ao lugar dos Seus planos.)

Decidi confiar plenamente no Senhor e lançar-me num futuro desconhecido, sabendo que chegarei ao lugar que Ele designou, onde encontrarei tudo de que necessito.

Iani Dias Lauer-Leite

7 de janeiro Segunda

Tecido por metro


Assim como eu hoje considerei a tua vida de grande valor, que o Senhor também considere a minha vida e me livre de toda a angústia. 1 Samuel 26:24

Semana passada, fui com minha filha a uma loja de móveis sueca, para comprar algo na seção de tecidos. Enquanto olhava uma peça, minha filha disse: “Olhe! Lá está a Hannele!” Quando demonstrei que não estava entendendo, ela apontou: “Olhe aquele tecido, o azul-turquesa... Ali. E você também pode levar o branco.”

Vi dois fardos de tecido rotulados como “Hannele”. É um fato bem conhecido que aquela loja dá a todos os seus produtos nomes escandinavos, mas eu nunca havia encontrado um Hannele. Olhei o tecido com interesse. Era bom e tinha uma estampa bonita. Mas, naquele momento, Hannele não me seria útil.

O tecido Hannele custava 4,60 euros o metro, e desde então tenho cismado se eu poderia ou não calcular meu próprio valor em euros: comprimento vezes preço = 7,18 euros. O que me preocupa com relação a esse cálculo? Que o produto é tão barato? E se o tecido fosse um brocado dispendioso, com fios dourados? O resultado teria sido consideravelmente mais alto.

Naturalmente, sei que meus pensamentos eram ridículos. Não sou um tecido a ser comprado por metro, nem um bonito de algodão, nem brocado. Sou um ser humano cujo valor não se calcula dessa maneira. Mesmo assim, fiquei um tanto magoada. Minha bem escondida insegurança havia, mais uma vez, subido à superfície. Qual é o meu valor?

Todas desejamos nos sentir valiosas, a despeito de nossas faltas. A Bíblia nos diz que o rei Saul estava perseguindo Davi e queria matá-lo. Certa noite, Davi podia ter matado Saul (1 Samuel 26), mas não o fez porque considerou valiosa a vida do rei. Davi não quis agir em seu próprio benefício, mas esperou que o plano do Senhor se cumprisse para se tornar o novo rei. Sabia que fora chamado para esse cargo, e esse conhecimento lhe deu equilíbrio mental naquela situação difícil. Desse modo, pôde dizer: “Que o Senhor também considere a minha vida.” Isso não era exaltação própria, mas a percepção que Deus lhe dera. Aos olhos de Deus, ele era valioso e precioso. O mesmo se aplica a mim: aos olhos de Deus, não sou simplesmente um tecido vendido por metro, mas uma obra de arte exclusiva, feita pelas mãos de Deus, que me criou para ser exatamente o que Ele deseja que eu seja. Ele ainda está trabalhando em mim. Fico na expectativa de ver como será o acabamento do produto!

Hannele Ottschofski

8 de janeiro Terça

Ordena meus passos


Noé era homem justo, íntegro entre o povo da sua época; ele andava com Deus. Gênesis 6:9.

Cada dia, peço que o Senhor me use em Seu serviço, em tudo o que faço ou digo. Recentemente, enquanto meu esposo e eu fazíamos uma compra de óleo para motor, numa grande loja que vende por atacado, passamos pela seção de papelaria. Não estávamos precisando de nenhum material de escritório, mas uns envelopes me chamaram a atenção. Ao colocá-los no cesto, notei que havia 150 na embalagem. Samuel me perguntou por que eu estava levando aqueles envelopes em especial, e para que tantos. Respondi: “Não sei, mas vou encontrar uma utilidade para eles.” Quando chegamos ao caixa, o moço perguntou se eu precisava de selos; respondi que sim, sem pensar no que tínhamos ou não em casa. Mais tarde, no carro, meu esposo perguntou de novo sobre aquela compra em particular, e novamente eu lhe disse que não sabia naquele exato momento, mas que pensaria em algo.

Alguns dias depois, recebemos uma encomenda de livros sobre os Dez Mandamentos, para serem utilizados por nossa igreja na evangelização da comunidade. Senti que algumas pessoas não poderiam fazer a visitação de porta em porta, mas se interessariam por um programa de envio pelo correio. Agora eu sabia por que havia comprado os envelopes e os selos!

Apresentei a ideia ao líder do ministério pessoal da igreja. Ele ficou muito feliz em promovê-la e se comprometeu a despachar cinco livros por semana. Outros também se ofereceram para ajudar. Fui impressionada a usar a lista telefônica para preparar as etiquetas de endereçamento, e outros decidiram que acrescentariam dentro do envelope um cartão de estudos bíblicos. O plano foi disponibilizar o livro a cada lar da comunidade.

Dos primeiros 50 livros enviados, 20 retornaram por várias razões. Oramos especialmente por aqueles que receberam o livro. Esse esforço unido nos deu a sensação de trabalhar juntos na vinha do Senhor.

Todos os dias oro para que o Senhor me use em Seu serviço. E sei que Ele o fará.

Betty G. Perry

9 de janeiro Quarta

O intérprete perfeito


Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. Romanos 8:26

Migrei para os Estados Unidos, tendo saído da pequena ilha do Haiti. Eu tinha 17 anos e não falava inglês. Por muitos anos, dediquei tempo e esforço para aprender inglês, que tem servido como passaporte para essa sociedade de fala inglesa. Aprendi o suficiente para obter títulos e, com a capacidade crescente de lidar com o idioma, senti a obrigação de entrar em contato com outros. Assim, alistei-me como intérprete.

Um dia, fui convocada para servir de intérprete para uma jovem senhora no tribunal. Como é regra, não devo dirigir-lhe a palavra. Assim, fiquei um tanto desconcertada quando saí do sanitário e encontrei a mulher parada diante da pia do toalete. Ela deu um passo para o meu lado enquanto lavávamos as mãos, e sussurrou um tímido “Muito obrigada”. Acenei com a cabeça e retribuí com um “Disponha” em voz baixa, sem olhar nos olhos dela. Éramos perfeitamente estranhas, unidas por um idioma comum. Eu havia acabado de ser sua intérprete numa questão grave, e ela sentiu que precisava me agradecer.

Eu não havia feito muita coisa. Simplemente emprestei a ela minha voz. Traduzi, do seu nativo crioulo para o inglês, suas preocupações e parte da história da sua vida, e interpretei para ela as perguntas, os comentários e as conclusões da pessoa que falava inglês. A comunicação fora possível porque eu estava ali, e por isso ela me agradeceu.

Ao pensar naquela jovem mulher, recordei, com profunda gratidão, que muito frequentemente também preciso de uma voz. Por vezes, as lutas da vida me passam uma rasteira, e fico perplexa, assustada e aflita. Tudo o que posso fazer é suspirar, chorar ou gemer. Então, como por milagre, minha alegria é restaurada, a esperança renovada e meu desejo concedido. Alguém me empresta a voz quando minhas palavras falham e quando meu coração vacila sob o peso desta vida.

Alguém fala por mim! O Espírito Santo interpreta meus gemidos e lamentos diante do Pai, que me livra. A comunicação entre mim e o Pai é possível com a presença do Espírito. Muitas vezes, brado: “Muito obrigada!” Mas, de vez em quando, ao me dar conta do milagre de tudo isso e da grandiosidade do Seu amor por mim, sussurro um tímido: “Muito obrigada! Obrigada, Espírito Santo; muito obrigada, Espírito do Deus vivo – o Intérprete Perfeito.”

Rose Joseph Thomas

10 de janeiro Quinta

A escada


Aquele que come de tudo não deve desprezar o que não come, e aquele que não come de tudo não deve condenar aquele que come,
pois Deus o aceitou. Romanos 14:3

Enquanto eu assistia à classe batismal, o pastor Collier explicou que, quando eu entrasse na igreja, não devia ver um salão cheio de bancos; devia ver um salão cheio de escadas. E em vez de estar sentado numa igreja, cada membro devia estar em pé num degrau da escada.

Todas as escadas tinham o mesmo número de degraus. Cada uma alcançava o Céu – a meta de cada pessoa no salão. Cada degrau da escada trazia o nome de um fruto do Espírito. Mas nenhuma das escadas tinha os degraus na mesma ordem. O nome do degrau em que cada um se encontrava estava na lição de vida que cada um aprendia com o Espírito Santo naquele momento. Eu não teria ideia da ordem do aprendizado atribuída a meu vizinho.

Digamos que todos na igreja estivessem no terceiro degrau da escada. Eu me encontro no degrau chamado “amor”. As lições de vida que estou aprendendo com o Espírito Santo são sobre amar meus semelhantes como Cristo os ama. Já aprendi as duas primeiras lições, e subi os dois primeiros degraus, que são “paz” e “alegria”.

Mas o terceiro degrau da escada em que a pessoa à minha esquerda está parada poderia ter o nome de “paz”. Os dois degraus que ela aprendeu com o Espírito Santo se chamavam “alegria” e “amor”. E o terceiro degrau, sobre o qual está a pessoa à minha direita, poderia ser “alegria”. Os dois degraus que ela já aprendeu com o Espírito Santo foram “amor” e “paz”.

Deus trata as falhas da nossa personalidade uma de cada vez, e Ele trabalha conosco à medida que tenhamos condições de aprender. Eu julgo a Deus e Seus métodos quando julgo um irmão ou uma irmã segundo os meus padrões, e exijo que sigam a trilha estendida perante mim, em vez de reconhecer que eles têm uma trilha válida para seguir (ou, digamos assim, um degrau da escada sobre o qual estar).

Temos uma promessa maravilhosa em Lucas 6:37: “Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados.” Assim, hoje desafio a mim mesma – e a cada leitora – a aceitar-nos e aos outros assim como Cristo nos aceita. Ao mesmo tempo, podemos expressar-Lhe gratidão por nos aceitar como somos, e por trabalhar conosco no sentido de harmonizar-nos com a imagem de Cristo.

Darlenejoan McKibbin Rhine

11 de janeiro Sexta

Seu motorista hoje é...


Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; Eu o aconselharei e cuidarei de você. Salmo 32:8

Sentia-me ansiosa e estressada ao entrar no ônibus que ia do estacionamento de longa permanência ao terminal do aeroporto. Ainda era cedo, mas eu já estava em pé fazia algumas horas, colocando artigos de último minuto na mala, enchendo a garrafa de água – bem, você sabe o que acontece antes de sair em viagem. Como de costume, desejei ter pelo menos outro dia para deixar tudo pronto antes de sair de casa. Eu havia dirigido por uma hora até o aeroporto, estacionado o carro, tirado a mala, a bagagem de mão, a bolsa e os documentos. De que me esquecera? As filas da inspeção de segurança estariam tão ruins como da última vez? Teria tempo de comer algo antes de embarcar no voo? Quanta preocupação!

Mas então me acomodei no banco do ônibus e olhei ao redor. Então eu vi. Ali, acima do para-brisa, havia uma pequena placa que dizia: “Seu motorista hoje é: Jesus.”

Sorri, respirei fundo e relaxei. Jesus era meu condutor. Não precisava mais estar estressada. Bem, sei que Jesus é um nome comum entre os hispânicos, e a placa, na verdade, não tinha nada que ver com meu Senhor e Redentor. Entretanto, fez com que me lembrasse de que posso relaxar, se permito que Jesus seja meu condutor e assuma o controle do meu dia e da minha vida. A pressão sanguínea podia voltar ao normal e eu, desfrutar o dia. Quando permito que Jesus assuma o controle, sei que aquilo que acontece é algo que Deus quer ou permite que aconteça.

Acho muito reconfortante a promessa sobre como isso funciona: “O Deus da paz, que [...] trouxe de volta [...] o grande Pastor das ovelhas, os aperfeiçoe em todo o bem para fazerem a vontade dEle, e opere em nós o que Lhe é agradável, mediante Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém” (Hebreus 13:20, 21).

E quanto a você? É Jesus o seu motorista hoje? Ao começarmos um novo ano, é muito importante que demos permissão para que Jesus seja nosso condutor. Não devo permitir apenas que Ele seja meu motorista – devo também permitir que Ele escolha o destino e como chegar lá. Entregar o controle pode ser bem difícil, mas é tão gratificante!

Acho que é hora de eu sair do banco do motorista e deixar que Jesus o ocupe de modo permanente – sem ficar dando palpites no banco de trás!

Ardis Dick Stenbakken

12 de janeiro Sábado

Os poços


Ele me tirou de um poço de destruição, de um atoleiro de lama; pôs os meus pés sobre uma rocha e firmou-me num local seguro. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino de louvor ao nosso Deus. Salmo 40:2, 3

Deus me chamou para caminhar com uma nova amiga durante um tempo de grande dificuldade. Ela é mãe solteira, tem saúde frágil e uma renda inadequada. Quando ela contraiu pneumonia no início de nossa amizade, levei compras de mercado para ela. Mas Deus me fez ver que suas necessidades iam além do pagamento do aluguel e outras contas. A situação precisava de uma mudança, e isso teria que ser por intervenção divina.

Garanti a Missy que oraria por ela, e a incentivei a buscar a direção de Deus, bem como frequentar a igreja, onde também encontraria amigos solidários. Uma vez lhe emprestei dinheiro, mas relutantemente concluí que uma ajuda financeira adicional não seria algo sábio. Sofri por ela enquanto passavam dias e semanas, e Deus não realizava um milagre – embora ela não passasse fome e o dinheiro do aluguel aparecesse. “Que mais posso fazer?”, eu me perguntava.

Então li sobre uma intercessora que preferia passar meia hora orando silenciosamente por uma amiga necessitada a passar uma hora conversando com ela. Eu mal podia imaginar algo assim! Passar meia hora completa em petição silenciosa pela necessidade de Missy? O que eu diria a Deus? Certamente não devia apenas ficar repetindo “Socorre-a!”, vez após vez!

Intrigada, abri o livro de Salmos. Os brados por livramento me prenderam a atenção, e passei meia hora lendo um salmo após outro, intercedendo por Missy diante de Deus.

Quando fechei a Bíblia, meu coração estava calmo. Refleti sobre poços literais e figurados. Sair deles requer ajuda, e não é algo fácil. Lembrei-me da penitenciária estadual onde lecionei certa vez. Sair daquele “poço” – mesmo como funcionária ou visitante – é igualmente complicado. Para entrar ou sair, há uma sucessão de portas barulhentas, corredores e mais portas barulhentas. Você não abre uma porta, simplesmente, e sai.

Não tenho as chaves para libertar Missy da prisão de suas circunstâncias atuais. Mas posso orar com ela, ajudar a fortalecer-lhe a fé e andar com ela pelos corredores sombrios, partilhando minha confiança em que, por fim, ela passará pela última porta barulhenta rumo à liberdade de uma nova vida.

Dolores Klinsky Walker

13 de janeiro Domingo

Enfrentando os desafios da vida


Tudo posso nAquele que me fortalece. Filipenses 4:13

Acordei, hoje de manhã, com as pernas rígidas e doloridas. Não sei como é possível passar por outro dia de dor, reaprendendo a caminhar uma vez mais. Nem mesmo quero tentar. Sinto vontade de desistir antes que o Sol apareça no horizonte, mas não desisto.
Digo a mim mesma: “Dorothy, você consegue! A promessa aí está. Cristo lhe dará forças para levantar, vestir-se, lavar-se, tomar o desjejum, fazer exercícios e tudo que precisa ser feito hoje.”

Admito que a vida não tem sido justa comigo nestes últimos três anos: duas rodadas de químio, duas vezes linfoma, câncer de mama, mastectomia, radiação, três operações no joelho esquerdo e uma operação no quadril direito. A luta tem sido longa e difícil. Toda vez que me aproximo da recuperação, sou derrubada de novo. Mas, pela graça e força que vêm de Deus, tenho conseguido levantar-me e seguir. Deus é bom e tem mandado muitas bênçãos para o meu caminho, em meio a todos esses desafios.

Nunca me esquecerei da primeira vez em que reclamei a promessa de hoje. Eu era caloura no internato de ensino médio da igreja. Estudava piano com a Srta. Soper e estava pronta para apresentar-me num recital. Ela me levou ao palco na tarde anterior ao programa para ensaiar a peça comigo. Eu estava assustada. “Não consigo tocar!” gemi. “Tire meu nome da lista do recital.”

“Sim, você consegue”, respondeu a professora. “Vá para o seu quarto, leia Filipenses 4:13 e memorize o verso. Quando chegar a sua hora de tocar, simplesmente se lembre de que Deus estará com você para dar-lhe coragem e forças.”

Fiz como a professora disse e consegui tocar perfeitamente a peça naquela noite. “Ah, muito obrigada, Jesus!” disse eu. Desde então, tenho reivindicado essa promessa muitas vezes.

Com o auxílio de Deus e com esse verso, descobri que posso fazer muitas coisas que jamais sonhei poder realizar, tais como dar um curso de culinária, dirigir uma Escola Cristã de Férias, falar em retiros para mulheres, lecionar durante um ano sem livros didáticos, estabelecer um orfanato, concluir a universidade depois de casada, aprender a me adaptar a uma nova cultura, escrever 27 livros, dar início ao atendimento adventista à infância na Índia para cuidar de milhares de crianças pobres, dirigir o Ministério da Mulher – e a lista continua.

Então, os desafios de hoje são algo que pode ser enfrentado pela graça e força de Deus. Ele não me abandonou até aqui. E não me deixará agora.

Dorothy Eaton Watts

14 de janeiro Segunda


Deus sabe o que é melhor


O que o homem semear, isso também colherá. Gálatas 6:7

No sábado, 13 de janeiro de 2007, minha irmã Gerry faleceu. Na terça-feira anterior ao seu falecimento, tive uma sensação esmagadora de que precisava deixar literalmente tudo o que estava fazendo e ir ao hospital onde ela fora internada alguns dias antes. Quando cheguei ao hospital, entendi o porquê – Gerry e seu esposo, David, haviam acabado de saber que ela teria apenas alguns dias de vida. Foi um dia estranho, durante o qual procurei manter minhas emoções sob controle enquanto lutava para carregá-las.

Lembro-me de ter sentado a sós com Gerry, enquanto ela soluçava porque não queria morrer. Ela não queria deixar seus filhos – Luke de 23 anos e Joe, de 12 anos – e seu esposo. Ela riu e chorou ao dizer que não queria perder a festa do meu quinquagésimo aniversário, que ela e minha família estavam planejando para o verão. Ela olhou meu rosto enquanto contava que estava assustada. Mas, então, disse: “Se é isso que Deus quer para minha vida, então está tudo bem.”

Uma das coisas que precisei fazer mais tarde, naquele dia, foi contar sobre a condição de Gerry às minhas outras três irmãs e ao papai. Mamãe estava arrasada demais para falar-lhes sobre isso. Pouco tempo depois, duas de minhas irmãs foram ao hospital. Gerry começara sua jornada para deixar este mundo. Quando entrei no quarto, ela me perguntou: – Você contou ao papai? O que ele disse?

Contei a ela o que papai dissera: – Gerry sofreu bastante na vida, e Deus sabe o que é melhor para ela. Se é dessa maneira que Ele deseja pôr um fim ao seu sofrimento, então está bem.

– Agradeça ao papai. Eu precisava ouvir isso – disse ela. E a partir daquele momento, Gerry enfrentou a morte em paz.

Pela primeira vez na vida, enxerguei um novo sentido no verso de hoje. Meus pais têm um amor intenso para com Deus. Nesse amor, eles entregaram tudo a Deus, e assim têm sido capazes de confiar a Ele a própria vida e a vida de suas filhas. Era comum, enquanto crescíamos, ouvir papai dizendo: “Deus sabe o que é melhor” – especialmente se alguma crise nos atingia.

A maneira como nós, pais, cremos em Deus, a confiança que demonstramos nEle, influencia o modo como nossos filhos confiam em Deus. Gerry pôde dizer: “Deus sabe o que é melhor.”

Pense, hoje, naquilo que seu relacionamento com Deus está dizendo aos outros, especialmente àqueles que você mais ama. Depois, passe algum tempo pensando se você também, assim como Gerry, crê que “Deus sabe o que é melhor”. Fale com Deus acerca do que você descobriu.

Mary Barrett

15 de janeiro Terça


Aquietai-vos


Parem de lutar! Saibam que Eu sou Deus! Salmo 46:10

Tenho um controle remoto para meu carro. Ele tem muitos propósitos. Liga e desliga o motor. Tranca e destranca as portas. Abre o porta-malas e, quando acionado, toca a buzina do carro continuamente, até que eu o desligue. Talvez haja ainda outras utilidades das quais eu não tenha conhecimento.

Um dia, descobri uma coisa estranha a respeito de controles remotos. Saí de uma loja e fui para o enorme estacionamento, quando percebi que não tinha ideia de onde estava o carro. Encaminhei-me para a direção onde julguei que ele estivesse, apenas para descobrir que não era ali. Então, segui em outra direção. Para meu espanto, tampouco era lá. Fiquei plantada no meio do estacionamento, querendo saber o que fazer. Foi aí que me lembrei de que a buzina do carro toca quando aperto um botão do controle. Devido ao barulho do trânsito, precisei ficar atenta e sintonizada para ouvir o som particular da buzina. Precisei ficar quieta. Por fim, eu a ouvi à distância e me encaminhei naquela direção.

Quando nem assim consegui localizar o carro, apertei o botão de novo. Desta vez, o som veio por trás de mim. Isso continuou algumas vezes. Comecei a rir, pensando nisso, enquanto perambulava pelo estacionamento para seguir o som da buzina – para trás e para a frente, para trás e para a frente. Como era que eu ouvia o carro, mas não o via? Por fim, descobri o que fizera errado (para meu grande alívio). Eu havia comprado um carro novo alguns dias antes. Era totalmente diferente daquele que eu dirigira durante quatro anos – até a cor era outra. Eu ouvira o carro certo o tempo todo, mas estava procurando um com a cor diferente.

A mente que nosso Criador nos deu está em sintonia com as coisas certas? Nossos olhos estão nos enganando? Que vozes ouvimos em nossa vida? São as vozes certas? Estão nossos ouvidos atentos para ouvir o que Deus tem a nos dizer? Vamos imediatamente nessa direção, como fiz em resposta à buzina do meu carro? Reconhecemos a Sua orientação quando a vemos? Esse é o desejo de Deus para a nossa vida, como você sabe.

Jesus Cristo espera que nos aquietemos e Lhe ouçamos cuidadosamente os ensinos, que vejamos a beleza que Ele reservou para nós e que saibamos o que estamos procurando. Uma vez mais, somos convidados a aquietar-nos e saber que Ele é Deus!

Vidella McClellan

16 de janeiro Quarta

O livro perdido


Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. Filipenses 4:6

É maravilhoso saber que podemos ir a Deus com todas as nossas tristezas e desejos, a qualquer momento. Podemos contar-Lhe tudo. Ele está sempre ouvindo.

Podemos pedir algo e dizer: “Muito obrigada” ao mesmo tempo? Não é melhor pedir e aguardar para ver como as coisas acontecem, antes de agradecer a Deus Sua intervenção? Não! No que diz respeito a Deus, podemos ter certeza de que Ele nos ajuda. Não importa o que for, Ele não nos desapontará.

Se estamos preparadas para levar nossos pedidos a Deus, devemos também estar preparadas para aceitar Seu auxílio, seja em que forma vier. Deus não nos pede que suportemos a situação indefinidamente. Mas Ele espera que sejamos pacientes, pois escolherá o momento certo de nossa vida para a Sua solução. Pedir é fácil, mas dar graças a Deus é importante. Muitas vezes, é mais fácil contar-Lhe nossos desejos do que apresentar nosso agradecimento por todas as coisas boas que já recebemos.

Minha filhinha Selina teve a oportunidade de ver como é importante pedir e dar graças. Ela havia emprestado um livro a alguém, um livro que era importante para ela. Depois, esqueceu-se de quem era a pessoa a quem havia emprestado o livro. Durante dias e semanas, tentamos descobrir onde ele poderia estar. Pedimos a professores e colegas que ajudassem na procura do livro. Pedimos até aos vizinhos. Ninguém sabia. Certa noite, quando Selina já estava na cama, sugeri que pedíssemos o auxílio de Deus. Oramos: “Pai do Céu, por favor ajuda-nos a saber onde está o livro, e muito obrigada desde já, porque em breve ele estará de volta!” Como tínhamos a certeza de que Deus nos ajudaria, pudemos dizer nosso “muito obrigada” ao mesmo tempo.

Tínhamos procurado o livro durante duas semanas. Mas, no momento em que pedimos o auxílio de Deus, foi como se um relâmpago houvesse brilhado, e eu soube onde estava o livro: na casa da prima! Foi fantástico! Foi como um milagre! Essas experiências ajudam nossos filhos a confiar no grande Deus que temos – e ajudam a nós também.

Nem tudo funciona tão rapidamente, mas podemos ter a certeza de que Deus está ouvindo; podemos chegar à presença dEle com todos os nossos cuidados. Os ouvidos de Deus estão sempre abertos para ouvir nossas orações. Rendamos-Lhe graças.

Sandra Widulle

17 de janeiro Quinta


Amigos até a morte


Quem tem muitos amigos pode chegar à ruína, mas existe amigo mais apegado que um irmão. Provérbios 18:24

Michael tornou-se nosso amigo no primeiro dia em que nos encontramos na classe da Escola Sabatina da igreja do Newbold College. Quando ele soube que éramos africanos, contou-nos sua experiência na África como oficial da Marinha, durante a Segunda Guerra Mundial. Posteriormente, conheceu nossos filhos e passou a amá-los como se fossem seus próprios netos. Ele fazia questão de conversar conosco todos os sábados, e tornou-se muito próximo da minha família.

Após a formatura, nos despedimos e partimos para o serviço missionário em Gâmbia. Continuamos telefonando para Michael, e ele nunca deixou de nos enviar notícias, cartões, revistas e fotos do Newbold. Também lhe mandávamos fotos da nossa vida como missionários. Ele apreciava tanto as fotos dos batismos, que pediu à administração da igreja um cantinho no quadro de anúncios principal, a fim de fixar ali nossas fotos com as palavras: “A obra missionária da família Kwei em Gâmbia.” Ele nos escreveu para contar a respeito e dizer como ficava feliz quando alunos e membros da igreja do Newbold viam seus amigos africanos trabalhando para Deus.

Michael já era idoso quando nos conhecemos, e assim não foi surpresa para nós quando sua esposa, Brenda, escreveu para contar-nos que ele havia perdido a visão. Pouco depois, ela pediu que não procurássemos falar com Michael ao telefone, já que ele não ouvia mais. Ficamos tristes, mas meu esposo o visitava toda vez que ia à Inglaterra, e Michael nunca se esqueceu de nós.

Poucos meses mais tarde, recebemos um telefonema do pastor da igreja do Newbold, contando que Michael havia descansado serenamente no Senhor. Soubemos que ele escrevera em seu testamento que 900 dólares (£ 550) deviam ser dados a nós para a obra missionária em Gâmbia.

Michael se apegou a nós como um irmão, até a morte. É isso que o Salmo 133:1 diz: “Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união!” Sentimos o seu amor até mesmo após a sua morte. Que amigo! Ele me faz lembrar de Jesus, nosso verdadeiro amigo celestial, que nunca Se cansa de nós. Mesmo que nos desgarremos, Ele espera pacientemente e faz o possível para que retornemos. Foi o que escreveu o compositor do hino: “Oh, que amigo em Cristo temos! Mais chegado que um irmão!”

Você precisa de um amigo para sempre? Tente Jesus.

Mabel Kwei

18 de janeiro Sexta

Quando você menos espera


Antes de clamarem, Eu responderei; ainda não estarão falando, e Eu os ouvirei. Isaías 65:24

Sentada no fundo da classe da Escola Sabatina, orei silenciosamente: Como eu gostaria de fazer algo para Ti, Senhor. Mas não sei o que fazer. O professor contava histórias de pessoas comuns que faziam coisas para o Senhor, estimulando a classe a envolver-se e fazer mais para a causa de Cristo. Fazia pouco tempo que eu era cristã, e estava frequentando a igreja havia apenas seis semanas. Era tímida e na realidade nem conhecia bem as pessoas, mas naquela manhã o Espírito Santo me falou ao coração, e desejei fazer algo para o Senhor.

A sineta tocou, indicando a hora do encerramento. Levantei-me do assento e me encaminhava à porta quando alguém chamou: “Emily!” Foi uma surpresa. Eu havia falado com tão poucas pessoas, que estranhei quando alguém se lembrou do meu nome. Virei-me e vi a professora da Escola Sabatina do meu filho. “Você teria interesse em ajudar a apresentar algumas lições na classe dos juvenis?”

Foi um choque! Eu não tinha ideia de que o Senhor podia responder – ou responderia – tão rapidamente. Nem sabia o que dizer. Não havia como negar que era uma resposta direta à oração que eu havia sussurrado nem 10 minutos antes. De algum modo, não era exatamente o que eu esperava. Nunca havia pensado em ensinar.

Para dizer a verdade, eu nunca havia pensado muito em alguma coisa que pudesse fazer. Mas Deus havia. E respondi: “Sim”.

Sentia-me incrivelmente nervosa e insegura. Para piorar as coisas, meu filho frequentava aquela classe, o que não facilitou nem um pouco uma tarefa difícil. Embora não tivesse experiência naquele tipo de trabalho, o Senhor me auxiliou além da medida. Fico feliz porque Ele sabe o que devemos fazer, mesmo que não o saibamos.

Hoje posso louvá-Lo porque sei que, quando clamo, Ele responde. Com efeito, Ele declara que “antes que clamem, Eu responderei; estando eles ainda falando, Eu os ouvirei” (Isaías 65:24, ARA). Que promessa! Ele já deu um jeito. Antes mesmo que você Lhe conte os desejos do seu coração, a resposta já está a caminho.

Você tem algo que deseja fazer para o Senhor? Conte-Lhe a respeito. Ele está só esperando para usá-la. Tem esperado durante toda a sua vida e sabe exatamente onde colocá-la, no Seu plano perfeito.

Emily Felts Jones

19 de janeiro Sábado


Milagre dos tempos modernos


Deem graças ao Senhor, proclamem o Seu nome; divulguem os Seus feitos entre as nações. Salmo 105:1

Depois que nosso ônibus capotou a caminho do congresso de jovens no Suriname, sofri com dores nas costas por muitos anos. Sentia dores constantes no ombro e nas costas e, à semelhança da mulher com o fluxo de sangue, fui a muitos médicos, sem encontrar cura. Praticamente todos os médicos que consultei após mudar-me para Maryland, cinco anos mais tarde, queriam operar minhas costas. Eu hesitava, e me recusei. Precisava exercitar-me diariamente para evitar uma dor lancinante.

Havia muitas coisas que não conseguia fazer com o lado direito. Além da sequela, eu tinha uma escoliose que não fora tratada. Comecei a orar diariamente por cura. Vinte e um anos passaram antes que eu fosse curada.

Eu caminhava mancando, e não podia manter o ombro direito para trás por causa do deslocamento permanente daquele lado. Com o passar dos anos, meu braço parecia encurtar.

Um dia, minha irmã mais velha veio me visitar. Eu continuava com os exercícios, como de costume, porém a dor parecia piorar muito. Eu me perguntava por que, já que minha rotina não mudara. Quando minha irmã perguntou acerca da minha aflição, contei-lhe sobre a dor que sentia desde o acidente. Ela pensou por um momento e depois disse que conhecia alguém que poderia ajudar-me em S. Tomas, Ilhas Virgens. Eu planejara ir até lá para um casamento em junho, e ela prometeu tomar providências para que eu o consultasse. Vi um pequeno raio de esperança.

Foram necessárias quase dez visitas a esse jovem senhor. Primeiro, ele mediu minhas pernas. O lado direito era alguns centímetros mais curto que o esquerdo! Ele colocou meus ligamentos e veias de volta à sua posição original. A seguir, trabalhou nas minhas costas e pernas, colocando-as no lugar. Depois de terminar, pediu-me que me pusesse em pé e colocasse para trás os dois ombros. Fiz isso com facilidade.

Sentia-me como uma nova pessoa; senti-me curada, e a dor desapareceu! O médico me aconselhou a ir com calma, porque os ossos haviam estado fora do lugar por tanto tempo que seria fácil retornarem. Pulei de alegria e me regozijei pelo milagre da cura. Posso agora imaginar como se sentiu aquela mulher que foi curada pelo próprio Jesus.

Irisdeane Henley-Charles

20 de janeiro Domingo

O que você quer?


“O que você quer que Eu lhe faça?”, perguntou-lhe Jesus. Marcos 10:51

Uma das perguntas favoritas de Jesus é: “O que você quer?” Muitas vezes não sabemos o que queremos, e Jesus nos desafia a esclarecer.

Anos atrás, passei por uma cirurgia oftalmológica. No meio do procedimento, o médico disse: “Raquel, há um problema, e seu olho direito será afetado.” Deixando o hospital naquele dia, o desejo do meu coração era me encontrar com Jesus e ouvi-Lo perguntar: “O que você quer que Eu lhe faça?” Alguma vez você já se encontrou numa situação assim, quando seu coração procurava uma resposta?

Quando leio a história do cego Bartimeu, considero fascinante que Jesus lhe tenha perguntado o que ele queria. Acho que a resposta é muito óbvia: o cego queria ver! Você não acha que isso era óbvio para Jesus? Receber a visão também significava uma mudança total no estilo de vida de Bartimeu. Ele teria que mudar tudo – não mendigar mais, ter um emprego de verdade, e ter seus olhos abertos de muitas outras maneiras. Mas por que Jesus perguntou o óbvio? Penso em duas razões: (1) energizar a fé e levá-la a expressar-se, e (2) ajudar a pessoa a decidir o que quer de Jesus.

Quando Deus perguntou a Salomão o que desejava, ele escolheu sabedoria. Isso era maior que riqueza, muitas esposas ou o favor entre todos os outros reinos ao seu redor. Mas ele acabou tendo todas essas coisas também.

Imagino que Bartimeu tenha servido como um tremendo encorajamento para outros. Quando recém-chegados perguntavam por Jesus, os discípulos apontavam para Bartimeu e diziam: “Jesus o curou da cegueira, como vocês sabem!” Cheio de louvor a Deus, Bartimeu trouxe glória a Jesus.

A cura de Bartimeu é um poderoso exemplo de como agrada a Jesus que nossa fé perceba sua oportunidade, agarre-a e se recuse a abandoná-la até receber de Deus o que precisa. Quem teria imaginado que esse pedinte se tornaria um doador? O que sua fé pode ajudar você a se tornar?

Que tal deixar que Deus lhe faça a mesma pergunta: “O que você quer que Eu lhe faça?” Esquadrinhe seu coração. O que você realmente deseja que Deus faça? Conte-Lhe; confie nEle!

Se comparecemos diante de Deus como os desalentados mendigos que somos, podemos acreditar que Cristo nos restaurará a visão e, como Bartimeu, veremos a Deus. Ao encarar este dia, lembre-se de que Jesus está perto. E lhe pergunta hoje: “O que você quer que Eu lhe faça?” Você tem a resposta?

Raquel Queiroz da Costa Arrais

21 de janeiro Segunda

Pessoas que mudam o mundo


Esses homens, que têm causado alvoroço por todo o mundo, agora chegaram aqui. Atos 17:6

Quando pensamos naqueles que mudaram o mundo, pensamos em pessoas famosas e poderosas. Com frequência, nos esquecemos das pessoas comuns que contribuíram para mudar a sociedade para melhor. Como enfermeira de idosos, ouço numerosas histórias que são uma bênção para mim. Guardo-as com carinho, especialmente porque os profissionais de saúde, no meu país, são proibidos de discutir religião no trabalho.

Anita precisa receber cuidados 24 horas por dia, porque sofreu atraso no seu desenvolvimento. Nasceu numa época da história do meu país em que as pessoas com graves deficiências eram isoladas daquelas consideradas “normais”. Também foi na época em que as garotas adolescentes tinham seus bebês furtados, porque alguns acreditavam que isso era o “melhor” para a mãe e o bebê.

Quando conheci Lee, irmã de Anita, ela contou a história. Anita fora uma filha muito desejada. Contou que haviam escolhido o nome de Anita antes do seu nascimento, e falou do cobertor que seu pai fizera antes de ela ser concebida. Enquanto ouvia essa história, meus pensamentos se voltaram para nosso Pai celeste, que nos conhecia antes que fôssemos concebidas e fez preparativos para nossa salvação antes que ela fosse necessária. Anita nasceu aparentemente normal, mas depois, sem razão, as coisas deram errado, e ficou óbvio que ela apresentava uma grave deficiência. Foi isolada da família e cresceu em instituições. Lee expressou remorso, dizendo que ela e suas irmãs foram proibidas de entrar em contato com Anita. Mesmo depois de adulta, Lee expressava sentimentos de culpa pelo modo como Anita fora tratada pela família. Aproveitei a oportunidade para explicar que, naquela época, as pessoas criam que estavam fazendo a “coisa certa”, e que são pessoas como ela que mudam a sociedade, desfazendo os erros do passado e produzindo uma sociedade que inclui todos os indivíduos, independentemente de idade, cor, capacidade ou gênero.

Lee, posteriormente, contou sobre sua fé cristã e disse que nunca entendeu por que Anita era inválida. Partilhou sua nova compreensão de João 9:3 acerca do homem que nascera cego, “para que se [manifestassem] nele as obras de Deus”. Ela nunca soube de minha fé cristã, muito menos de minha dificuldade para entender esse verso. Louvo a Deus por Anita e Lee, e pelo modo como a sociedade tem sido transformada por pessoas como essa mulher.

Bridgid Kilgour

22 de janeiro Terça


Enchendo recipientes vazios


Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nEle, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo. Romanos 15:13

De tempos em tempos, preciso de algum tipo de recipiente – potes e panelas, um cesto, balde ou vaso para flores.

Para encontrar o recipiente certo, preciso ir às compras. Há diferentes tamanhos, cores e formas, com preços diferentes a escolher. Estão todos vazios.

Para alcançar meu objetivo, é necessário tempo, dinheiro, tomada de decisões e a implementação. Uma vez feito tudo isso, posso encher os recipientes com aquilo que eu escolher.

Deus pede que sejamos vasos vazios; vazios de egoísmo, orgulho, inveja, discórdia, ciúme ou qualquer outra coisa que deixamos o inimigo colocar em nosso coração. Quando estamos vazios dessas coisas, mediante o Espírito Santo, Ele pode nos encher com Suas características, como amor, alegria, paz, gentileza, mansidão e bondade. Pode também otimizar os talentos e capacidades que nos deu para trazerem glória ao Seu nome.

Naturalmente, o processo de esvaziamento não é algo que possamos executar por conta própria. Quando tentamos fazê-lo através de nossos esforços, é certo que resultará em fracasso. O Espírito Santo é quem abranda e sensibiliza nosso coração e mente, para que tenhamos condições de ser transformados e preenchidos.

O esvaziamento de si mesmo é um processo diário. As bênçãos de Deus são novas cada manhã. Para recebê-las, devemos nos livrar de pensamentos, atitudes e um espírito que crie barreiras que as bloqueiam. Deus não intervirá contra nossa vontade. Nada há que Ele valorize mais do que nossa livre escolha. Mas Ele nos convida a pedir, para que possamos receber.

E quando Deus realiza o preenchimento, podemos ter a certeza de que Ele tem em mente nosso melhor interesse. Quer que nossa alegria e paz sejam completas; fará o que for possível para conceder-nos a plenitude de vida que Ele deseja para cada um dos Seus filhos.

É você um vaso escolhido de Deus? Você O convida diariamente para preenchê-la com os atributos de que você precisará para permanecer junto dEle e ser uma bênção aos outros? Podemos, hoje, pedir que Deus nos preencha com todos esses atributos que refletirão Seu caráter em nós.

Marian M. Hart

23 de janeiro Quarta

Sem dor


Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. Apocalipse 21:4

Meus olhos iam de um ponto a outro, abertos e focalizados. Gradualmente, eu voltava à consciência. A sala de recuperação me envolvia. Os odores de sangue, anestesia e antisséptico estavam ao meu redor. Meu primeiro pensamento foi: A dor acabou! Sim, eu sentia a recente incisão, os músculos protestando por terem sido espetados, cutucados e esticados, e os ossos reclamando por terem sido serrados, perfurados e martelados. Com esse desconforto eu conseguia lidar. Não havia mais dor!

Descontando o fato de encarar minha própria mortalidade, que parecia ultimamente vir correndo em minha direção com a velocidade da luz, o dilema da cirurgia tinha sido o mais difícil. Muitos médicos haviam opinado que, a menos que me submetesse a uma operação no quadril, mais cedo ou mais tarde eu estaria numa cadeira de rodas. Por outro lado, se a delicada e complicada cirurgia falhasse, eu iria para a cadeira de rodas. Não havia muitas opções.

Ao longo de quase cinco anos com uma dor cada vez mais aguda e implacável no quadril, que já era congenitamente mal-formado, comecei a me identificar com Jeremias, quando ele perguntou: “Por que é permanente a minha dor?” (Jeremias 15:18), e com Isaías, que declarou: “Dores se apoderaram de mim” (Isaías 21:3, ARA). Por fim, precisei dizer: Basta! Era hora de cuidar do problema. Coloquei-me nas mãos de Deus, como também nas de uma dupla de escolhidos cirurgiões ortopedistas e sua equipe de dedicados enfermeiros e fisioterapeutas. E agora, aqui estava eu. Sem dor!

Com frequência, as Escrituras adquirem vida somente após experimentarmos pessoalmente o que as passagens abordam. Como enfermeira a vida toda, eu queria acreditar que, ao longo dos anos, demonstrara empatia para com os pacientes sob meus cuidados. Mas, verdade seja dita, eu possuía um conceito limitado da “implacabilidade” da dor crônica e seu abrangente impacto sobre a vida de alguém – até conviver pessoalmente com ela.

Durante as semanas da recuperação, enquanto eu aprendia a andar de novo, a promessa de hoje no livro de Apocalipse revestiu-se de um significado mais pleno. Senti, em nível muito mais profundo, como milhões de habitantes da Terra, ao longo dos séculos, apegaram-se a essas palavras de esperança e anelaram seu cumprimento.

Você também não deseja que Jesus volte logo, para que não haja mais dor?

Arlene Taylor

24 de janeiro Quinta

O Senhor é meu Pastor


O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta. Salmo 23:1, NLT

Ao despertar, lembrei-me de que havia acabado a jornada de dez meses de minha amiga com leucemia. Não posso dizer que o combate estava encerrado, porque ela não lutou.

Foi esta a lição que ela me ensinou: Quando alguma coisa é mais forte que você, tal como a morte, não lute contra ela, porque, quando ela vencer, você se sentirá como se houvesse perdido. Mas se a aceita, você sai ganhando.

Comecei a repetir o Salmo 23 e a ver o paralelo com a experiência de Judy. Verdadeiramente, o Senhor era seu Pastor. Diariamente, ela reassumia o compromisso de seguir seu sábio Pastor pela senda estendida diante dela. Escolheu repousar em pastos verdejantes e junto a águas tranquilas, e desse modo Ele pôde refrigerar-lhe a alma. Ela decidira andar pelas veredas da justiça por amor do nome dEle, em vez de perambular pelas trilhas da autopiedade.

Enquanto andou pelo vale da sombra da morte, não temeu esse mal. Judy mergulhara nas Escrituras e agora se apoiava no cajado que conforta, e usava a vara do humor para animar-nos. Participou da mesa de promessas, preparada diante dela, na presença da grande inimiga, a morte.

Os anciãos a ungiram com óleo. Por fim, ela segurou o transbordante e amargo cálice e dele bebeu, porque em plena confiança entendia que, de alguma forma, devido ao amor do Pastor, isso também fazia parte da bondade e misericórdia que a haviam seguido todos os dias.

Você poderia dizer que ela faleceu sozinha no quarto do hospital, mas acho que ela diria que morrera nos amorosos braços do seu Pastor, sabendo que, num piscar de olhos, por ocasião da ressurreição, ela se levantaria para habitar na casa do seu Senhor para todo o sempre.

No salão funerário, quando fui vê-la, cochichei: “Muito obrigada, Judy, por mostrar como um cristão morre verdadeiramente no Senhor, com esperança.” Para a cerimônia fúnebre, o Salmo 23 foi impresso no programa com a explicação: “O Salmo 23 foi o primeiro contato de Judy com a Bíblia. Ela o aprendeu aos quatro anos de idade, com sua avó.”

Sim, a semente da Palavra fora plantada, e por 50 anos as raízes haviam crescido. Quando os devastadores ventos do sofrimento e da morte lhe fustigaram a alma, a planta mostrou-se forte o suficiente para resistir.

Lana Fletcher

25 de janeiro Sexta

Dando e recebendo


Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o Seu poder que atua em nós, a Ele seja a glória. Efésios 3:20, 21

Arua na frente da nossa igreja tem espaço para menos de uma dúzia de carros. Por volta das 10 horas, no sábado pela manhã, todas as vagas de estacionamento nas ruas próximas já estão ocupadas. Depois disso, a menos que você deseje uma multa de 100 dólares, usar a área de estacionamento a várias ruas de distância é sua única opção.

Já passava das 10 horas quando saí de casa. Haviam pedido que eu participasse do programa e eu estava correndo contra o tempo, de modo que decidi ir direto para o estacionamento. Porém, apesar de ter tomado essa decisão, “ouvi” uma voz a me dizer: “Tenho uma vaga para você na frente da igreja.”

Durante os minutos seguintes, perguntei-me se Deus realmente me daria um espaço em que estacionar. Minha oração todas as manhãs, durante aquela semana, havia sido: “Ó Senhor, abençoa-me, de verdade!” E Ele me abençoara – cada dia, espetacular e inesperadamente. Contudo, quanto mais perto chegava da igreja, menos confiante me sentia quanto ao fato de essa bênção específica fazer parte do pacote. Ao virar a última esquina, bradei: “Eu creio; ajuda-me na minha falta de fé.”

Enquanto eu passava pela frente da igreja, uma fila de carros se estendia de um lado ao outro do prédio. Mas justamente ali, antes do início da área em que era proibido estacionar, havia um espaço vazio. Não pude acreditar! Na verdade, passei por ele e segui em frente, dizendo a mim mesma que estava guardado para o pastor. Meu espaço estaria na rua seguinte.

Na rua seguinte, tentei estacionar numa vaga entre dois veículos, mas vi que bloquearia parcialmente um acesso. Inspecionei duas ruas mais. Os espaços ficavam tão longe da igreja que decidi ir para o estacionamento. Ao passar a segunda vez pela igreja, meus olhos foram atraídos para aquele espaço vazio bem ali na frente. De súbito, veio o estalo – aquela era a minha vaga para estacionar! Aquele era o espaço que Deus me prometera.

Dei a volta e ocupei a vaga. Foi um encaixe perfeito. Infelizmente, a essa altura, perdi minha parte no programa e desapontei várias pessoas, simplesmente por causa de minha recusa em aceitar o que Deus me oferecia. Concentramo-nos tantas vezes em racionalizar os milagres da vida, que perdemos as dádivas de Deus – não porque Ele não as conceda, mas porque não as recebemos.

Avery Davis

26 de janeiro Sábado

Esperando com paciência


Esperei com paciência pela ajuda de Deus, o Senhor. Ele me escutou e ouviu o meu pedido de socorro. Tirou-me de uma cova perigosa.
[...] Ele me pôs seguro em cima de uma rocha. [...] Ele me ensinou a cantar uma nova canção. Salmo 40:1-3, NTLH

Enquanto lia o verso de hoje, recebi coragem renovada. Veja, eu estava com problemas no meu veículo e também tinha despesas com a calefação central. Ambas as situações eram inevitáveis.

Eu vinha orando por um trabalho extra que me ajudasse a solucionar o problema. Sendo que a dívida não era culpa minha, achei que o auxílio viria rapidamente. Quando a ajuda não chegou como eu havia esperado, comecei a me atormentar com a questão “e se...”.
E se eu não conseguisse um trabalho extra no magistério? E se acontecesse algo para atrasar os pagamentos da minha pensão? E se meu marido não conseguisse pagar as contas do mês? As preocupações se sucediam. Isso começou a me manter acordada à noite.

Foi a essa altura que li um comentário num dos meus livros devocionais: “Quando você está em dificuldade, aguarde com paciência e oração.” Em vez de me atormentar e ficar acordada na cama, recusei-me a permitir que meus pensamentos se demorassem no assunto. Em vez disso, escolhi usar o tempo dando graças pela maneira como o Senhor me havia conduzido no passado. Ultimamente, tenho dormido melhor.

Então, esta manhã, enquanto estudava a Palavra de Deus, encontrei o verso de hoje. Tenho ainda mais provas de que Deus ouvirá e me tirará de qualquer desespero persistente. Ele me colocará sobre uma rocha uma vez mais.

Seria tão bom se eu pudesse manter sempre essa promessa diante de mim. Mas, com demasiada frequência, permito que os cuidados terrestres tirem minha paz mental e então sou apanhada mais uma vez pelo desespero. Preciso lembrar-me de que esse é o objetivo de Satanás. Ele quer que nos concentremos tanto em nossos problemas, que tiremos os olhos de Deus e de Seu alvo máximo para nós – o Céu e a Nova Terra.

O problema financeiro não desapareceu. Mas meu Deus é dono de todas as coisas (Salmo 50:10). Minha boa saúde e as outras incontáveis bênçãos que me manda devem ser lembretes de que cuidará dessa situação no Seu devido tempo. “Amado, oro para que você tenha boa saúde e tudo lhe corra bem, assim como vai bem a sua alma” (3 João 2) é a promessa à qual me apegarei enquanto espero com paciência e oração por Sua resposta.

Patrícia Cove

27 de janeiro Domingo


Saída para um caso sem saída


O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as Suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus. Filipenses 4:19

Na década de 1980, Audrey, filha de minha prima, estava concluindo o curso pré-Medicina na Universidade de Boston, onde ela fielmente frequentava o culto e a confraternização semanal interdenominacional, promovidos por uma das preceptoras. Abençoada com um belo espírito, ela ajudava espontaneamente nos preparativos e depois na limpeza após os eventos.

Numa dessas noites, a preceptora e outros membros do corpo docente a envolveram naquilo que ela considerou uma conversa agradável sobre sua família, terra natal e planos para o futuro. Entre outras coisas, ela lhes contou que seu bisavô havia sido pregador metodista na Guiana, América do Sul, no início dos anos 1900. Desejaram-lhe sucesso e se despediram naquela noite.

Algumas semanas mais tarde, ela fez uma ligação um tanto velada, mas frenética, a muitos estados de distância, para sua mãe, que estava justamente saindo de casa para o trabalho.

– Mamãe, preciso de 2.500 dólares até amanhã, para poder inscrever-me para o exame final.

– Dois mil e quinhentos o quê? Filha, não tenho nem 2.500 centavos! Mas você me deu uma grande ideia sobre como passar minha hora de almoço.

Na hora do almoço, Gwen, mãe de Audrey, entrou furtivamente na capela do seu local de trabalho e orou: “Senhor, esta filha não é minha. Eu a entreguei a Ti um bom tempo atrás. Se há algo que desejas que eu faça para Te ajudar, por favor, deixa-me saber. Caso contrário, o problema é todo Teu.”

Antes do fim do expediente, o nome de Gwen foi chamado pelo alto-falante, anunciando um telefonema. Desta vez, havia vibração enquanto Audrey anunciava: – Mãe, recebi uma bolsa de estudos da Jessie Durrell! E adivinha de quanto, mamãe? Exatamente 2.500 dólares. Não é fantástico?

– E quem é Jessie Durrell? – quis saber a mãe.

A instituição de bolsas de estudo Jessie Durrell fora fundada para promover a educação de descendentes de pregadores metodistas da região de New Hampshire. As preceptoras haviam secretamente apresentado uma solicitação em nome de Audrey, sem ter certeza de que se aplicaria ao caso dela.

– Bem, louvado seja o Senhor, e graças a Jessie Durrell! – exclamou Gwen.

As obras do vovô Mac certamente o acompanharam (ver Apocalipse 14:13), e hoje Audrey é diretora médica de um hospital na Pensilvânia.

Vashti Hinds-Vanier

28 de janeiro Segunda

Estás com pressa, Deus?


Respondeu o Senhor: “Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.” Lucas 10:41, 42

Ela entrou no escritório com um rodopio. Em segundos, ligou o computador e tirou o casaco, enquanto ouvia os recados da secretária eletrônica. Atendeu o telefone com um sorriso na voz, enquanto continuava a tirar o pó do computador e do arquivo. Administrava sua família e a vida pessoal da mesma maneira. Levava os meninos ao treino de futebol, fazia compras no mercado e ainda participava de um chá de bebê na hora entre a saída do trabalho e o jantar. Eu a invejava. Quem dera ser tão eficiente! Eu ficava impressionada e me sentia alguém com sorte por ela ter escolhido trabalhar para nossa empresa.

Então notei que as primeiras palavras de sua boca, toda manhã, eram: “Ah, estou tão atrasada!” Ao longo do dia, ela dizia consigo mesma: “Ah, estou tão atrasada! Comecei a sentir mais pena do que inveja. E me perguntava: Será que Deus alguma vez teve pressa? Como teria sido Jesus como carpinteiro? Existe uma pista no livro O Desejado de Todas as Nações. Quando os clientes entravam em Sua oficina e tentavam apressá-Lo, Ele começava a cantar. Em pouco tempo, eles estavam cantando também.

Como a maioria dos americanos, também me aflijo com a “doença da pressa”. Eu gostava quando Karen fazia três coisas ao mesmo tempo no escritório. Eu também fazia. Mas li que devemos carregar apenas os fardos que o Senhor coloca sobre nós. Não devemos assumir fardos que o Senhor não colocou sobre nós. Parte da minha doença da pressa seria porque tenho levado sobre mim fardos que Ele nunca pretendeu que eu carregasse?

Um dia, meu coração começou a falhar, meu peito a doer, e descobri que era desaconselhável empurrar para dentro de um dia tudo o que eu achava que devia. Após uma rápida pesquisa, descobri que um dos tratamentos para sintomas cardíacos é a meditação. O livro dizia que se deve procurar um lugar quieto para relaxar e meditar, respirando calmamente. Recomendavam uma hora inteira dessa atividade – ou inatividade, conforme o caso! Então me veio a ideia: eu podia usar essa hora todos os dias para meditar sobre Deus!

E o que dizer sobre as obras de Deus? Nunca consegui apressar a maré ou acelerar o nascimento de uma andorinha que sai da casca do ovo no celeiro. O que você acha? Deus tem pressa?

Elizabeth Boyd

29 de janeiro Terça

Comunhão, confraternização e doação


Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo. 1 João 1:3

Frequentemente sou convidada para almoçar com amigos ou colegas, ou tenho a oportunidade de doar meu tempo e bens, ou doar cestas de alimento. Sinto-me bem após essa confraternização, e feliz por poder suprir as necessidades de outros. Reunir-nos em grupos e sociabilizar-nos é uma forma agradável de comunhão. De alguma forma, a vida parece insípida e monótona se a pessoa está sozinha o tempo todo.

Algum tempo atrás, tive o privilégio de participar de uma equipe que planejou um retiro em um dos hotéis simples e isolados da nossa ilha. O planejamento exigiu todas as nossas forças e por isso ficamos felizes quando os arranjos (com exceção de uns poucos detalhes) se concretizaram. O cenário da costa norte era calmo e convidativo, chamando-nos para repousar. Passamos momentos tranquilos entre as muitas atividades educativas em grupo e aproveitamos o tempo para nadar e mergulhar entre as ondas que se quebravam na praia. Às vezes, simplesmente nos sentávamos sob a água que jorrava da fonte rochosa para dentro da piscina, abaixo. Era um prazer adicional simplesmente relaxar e saborear as refeições de cujo preparo fomos poupados.

O companheirismo vem em muitas formas, e passar tempo juntos nunca parece completo sem refeições tomadas em boa companhia. Uma mesa posta com opções de alimentos de diferentes cores e estilos é uma cena bem-vinda e oferece grande promessa às papilas gustativas. Os momentos que compartilhamos foram passageiros, e dentro de pouco tempo estávamos de volta ao nosso programa regular. Podíamos ouvir alguns perguntando: “Quando vamos fazer isso de novo? Que momentos gostosos!”

Faz diferença quando tiramos tempo para comunhão, confraternização e doação de nós mesmos aos outros. Formamos relacionamentos e laços durante o tempo que passamos juntos, alegrando-nos e desfrutando companheirismo. Comunhão, confraternização e doação nos ajudam a determinar a maneira social e gratificante como desejamos viver. Convidar o Senhor para participar conosco desses momentos especiais é uma bênção maior ainda.

“Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia” (Hebreus 10:25). Nesses momentos de companheirismo, lembremo-nos de convidar Jesus para ser nosso hóspede especial.

Elizabeth Ida Cain

30 de janeiro Quarta


Graças a Deus pelas cores


Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e mais branco do que a neve serei. Salmo 51:7

“Agasalhem-se! Tempestade de neve, ventos fortes e visibilidade próxima a zero.” Enquanto o meteorologista anunciava a previsão, olhei pela janela. O chão já estava coberto com 20 a 30 centímetros, como resultado de dois dias de constante queda de neve. Apesar dessa previsão séria do tempo, me aventurei a sair sobre estradas cobertas de gelo para assistir a um seminário.

Na parte da tarde, busquei David, meu filho, no ensaio da sua banda. A caminho de casa, conversamos sobre o dia, o clima e a condição das estradas com gelo. Falei dos acidentes que tinha visto a caminho do seminário, e ele me contou sobre seu dia na escola, bem como seus planos de começar a tocar trombone numa banda.

Quando eu estava chegando à entrada para a garagem, David bradou: “Mãe, olha aquilo ali!” Ele apontou para o jardim. “Gosto de ver a neve, assim como está ali no chão.” Olhando para a alva cobertura de neve, concordei. “Quando ninguém caminhou ainda sobre a neve, ela é tão branca e linda que me dá a sensação de pureza. E me lembra daquilo que Deus pode fazer por nós quando pecamos.”

Meu coração materno foi tocado quando o ouvi dando essa explicação.

Após uma breve pausa, David acrescentou: “Pegadas e marcas de pneu sujam a neve, mas uma boa nevasca vai cobrir a sujeira, deixando-a branquinha e limpa outra vez. Deus faz a mesma coisa com a gente, quando lava nossos pecados. Ficamos mais brancos que a neve e somos renovados por Ele quando Lhe pedimos.”

Pensei num sermão que li há muito tempo: “Os pecados, não importa a intensidade da cor, se tornarão brancos como a neve. Seremos vestidos com vestes brancas, tendo nossos pecados escarlate sido mudados e nossas vestes imundas e manchadas deixadas como a lã, brancas como a neve. Quando pedimos que nossos pecados sejam removidos, pedimos para ser purificados. Que significa nos tornarmos brancos como a neve? Essa é a veste que será colocada sobre nós – mais branca do que a pode tornar qualquer lavandeiro. Essa é a bendita promessa” (Alonzo T. Jones, “Five Sermons on Righteousness” [Cinco Sermões Sobre a Justificação]).

Certamente essa é a promessa de Deus para nós, porque Ele nos ama.

Margo Peterson

31 de janeiro Quinta

O caixão cor-de-rosa


O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as Suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus. Filipenses 4:19

Três anos antes do falecimento de minha mãe, ela pediu que eu a levasse a uma casa funerária para fazer um plano de funeral pré-pago e escolher o caixão. Nós ríamos enquanto andávamos pela sala dos caixões, e ela disse que parecia um tanto esquisito escolher a caixa dentro da qual seria sepultada, mas sabia exatamente o que queria. Quase tudo era mais caro do que ela esperava. Então, ali estava ele.
Era cor-de-rosa, forrado com cetim cor-de-rosa, e era o menos caro de todos. Ela se virou para mim e disse: “É este! Faço questão de ser sepultada num caixão exatamente como este. Quero que seja cor-de-­rosa, forrado com cetim cor-de-rosa.”

Na época em que mamãe faleceu, nós nos havíamos mudado para outra cidade, e quando fomos à funerária fazer os planos para a cerimônia, disseram-nos que não tinham o caixão que ela queria, nem nada parecido. Que fazer? Eu sabia que mamãe nunca tomaria conhecimento do fato, mas assim mesmo era muito importante para mim, porque havia sido muito importante para ela.

A diretora era uma senhora muito bondosa e atenciosa, e disse que faria alguns telefonemas para ver o que podia ser feito. Primeiro, ligou para a funerária onde mamãe havia escolhido o caixão. Não tinham mais aquele no estoque, mas mencionaram outro local para onde ela poderia telefonar. Depois de mais dois telefonemas, ela conseguiu localizar um. Mamãe havia falecido na quarta-feira, e a cerimônia devia ser na sexta-feira à tarde, de modo que a questão do tempo era essencial. O lugar onde estava o caixão ficava a muitos quilômetros de distância, mas prometeram que o entregariam na sexta-feira de manhã. Também fiquei sabendo que era o último caixão disponível daquele tipo.

Quando entrei na capela na sexta-feira à tarde e vi a aparência serena de mamãe no seu caixão cor-de-rosa muito especial, chorei. Não foram só lágrimas de tristeza pela perda de minha maravilhosa mãe, mas lágrimas de alegria. Deus Se importou o suficiente para atuar através de uma diretora de casa funerária para encontrar exatamente o caixão que mamãe havia desejado, e que por milagre fora entregue em tempo hábil para o sepultamento.

Oro para que não demore até Jesus retornar e despertar mamãe (que agora está tirando uma soneca no seu caixão cor-de-rosa), e levar-nos todos para o Céu. Lá não haverá necessidade de caixões!

Anna May Radke Waters

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