sábado, 1 de setembro de 2012

Meditação - Setembro 2012

Meditação Matinal - Setembro 2012
 

1º de setembro Sábado


Os Sonhadores


E, depois disso, derramarei do Meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões. Joel 2:28


Uma das características que eu procuro conhecer nas pessoas são os sonhos delas. Será que aquela pessoa imagina novos horizontes, novos alvos a conquistar?


Os sonhos, creio eu, fazem parte da imagem de Deus em que nossos primeiros pais foram criados e que ainda retemos mesmo em nosso estado degradado. Afinal, Deus é o sonhador celestial, Aquele que enxerga possibilidades ilimitadas. Todos nós nos enxergamos de maneira limitada e, com isso, desapontamos o Criador.


Ao longo dos anos, tive a oportunidade de falar para muitos grupos de jovens. Minha primeira atuação no ministério foi como preceptor em um de nossos colégios internos. Aprecio falar com os jovens mais do que com qualquer outro grupo, e é muito gratificante saber que, mesmo com a diferença de idade entre nós, que me coloca numa relação de “avô”, os jovens ainda se mostram interessados em ouvir o que tenho a dizer.


Quem sabe isso aconteça porque reconheço minha função como semeador de sonhos. Num verso que celebra a chegada da primavera, Robert Frost escreveu:

Venha com a chuva, ó ruidoso vento sudoeste!
Traga o construtor de ninhos, o cantor celeste;
Dê à flor encoberta um sonho.

É exatamente essa a minha intenção – dar à flor encoberta um sonho. Que espécie de sonho? Sonhos de progresso pessoal. Sonhos de trabalhar para Deus e para a humanidade. Sonhos de impactar o mundo com a bondade eterna.


Ouça o conselho de Ellen White dirigido especialmente aos jovens:


“Vocês têm a ambição de educar-se para poder ter nome e posição no mundo? Têm pensamentos que não ousam exprimir, de poderem um dia alcançar as alturas da grandeza intelectual; de poderem assentar-se em conselhos deliberativos e legislativos, cooperando na elaboração de leis para a nação? Nada há de errado nessas aspirações. Cada um de vocês pode estabelecer um alvo. Não devem se contentar com realizações mesquinhas. Aspirem à altura, e não se poupem trabalhos para alcançá-la” (Mensagens aos Jovens, p. 36).


A graça nos liberta para sonhar.

 

2 de setembro Domingo


As Excelências da Graça


O Deus de toda a graça, que os chamou para a Sua glória eterna em Cristo Jesus, depois de terem sofrido durante pouco de tempo, os restaurará, os confirmará, lhes dará forças e os porá sobre firmes alicerces. 1 Pedro 5:10


Recentemente peguei da prateleira de minha biblioteca pessoal um livro que me influenciou profundamente em minha juventude. Não pude encontrar uma única página sem ter algo sublinhado, e algumas páginas estavam quase totalmente grifadas. Aqui e ali encontrei asteriscos e de vez em quando algumas notas pessoais que escrevi, como: “Que trecho maravilhoso!”


Na página de rosto, escrevi naquela época uma citação: “As preciosas graças do Espírito Santo não se desenvolvem num momento. [...] Por uma vida de santo esforço e firme adesão ao direito, devem os filhos de Deus confirmar seu destino.”


Olho para a página de rosto e analiso a caligrafia com que a citação foi copiada. Sim, no ensino fundamental, recebi o prêmio de melhor caligrafia. É quase impossível acreditar que agora, após escrever milhares de palavras, rabisco as palavras com letra quase ilegível.


Mas por que foram escolhidas aquelas palavras? Certamente elas eram um resumo de minhas aspirações, o mais profundo desejo de minha juventude ao vivenciar o milagre da salvação. Até que ponto essas palavras moldaram minha vida – até que ponto, quem sabe, cheguei perto do sagrado ideal, e até que ponto falhei vez após outra em atingir o objetivo – deixo com o Senhor, que é cheio de graça e misericordioso.


Ah, o livro? Eis aqui algo que me intriga. Esse mesmo livro que abençoou e moldou a vida deste jovem sofre duros ataques ao longo dos últimos vinte anos ou mais. Ele tem sido criticado como um livro inadequado, um livro ruim, um livro desencorajador. Algumas pessoas o consideram de nenhuma serventia para a caminhada cristã. Exatamente o oposto, na verdade. Fui abençoado por meio dele. Será que isso faz de mim alguém melhor do que aqueles que não o leram? Claro que não. Esse livro falou comigo num momento crítico de minha vida. Ele elevou minha visão e me fez almejar alvos mais sublimes e buscar o melhor. Ele me trouxe uma mensagem feita sob medida. Para alguns ele foi recebido como uma ordem, até mesmo algo legalista. Posso ver hoje como isso foi possível.


Desejo a todos os cristãos a bênção que encontrei, não importa o meio pelo qual ela vier: as excelências da graça.


Ah, o livro? Mensagens aos Jovens, de Ellen G. White. E a citação na página de rosto? Testemunhos Para a Igreja, volume 8, página 314.

3 de setembro Segunda


Sua Pobreza, Nossa Riqueza


Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, Se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de Sua pobreza vocês se tornassem ricos. 2 Coríntios 8:9


Esta é a maior história já contada: a história de Jesus. A história da grande benevolência, do nível mais elevado do Céu para o ponto mais baixo da Terra. Do reino da glória, onde miríades de anjos entoam “Santo! Santo! Santo!” e curvam-se em adoração, para a manjedoura numa fétida estrebaria.


Rico? A riqueza do Universo era dEle. Ele criou todas as coisas, Ele mantinha todas as coisas. “Ele tem o mundo inteiro em Suas mãos.” Como Comandante dos exércitos celestiais: milhares se apressam a atender o Seu comando, sobre a terra e o oceano, sem descanso.
Tudo isso foi, e é dEle por direito, por virtude de quem Ele é e sempre será.


Ele, porém, virou as costas para tudo isso. Deixou de lado, não considerou essas coisas um direito ou privilégio que deveria agarrar com todas as forças. Ele esvaziou a Si mesmo, tomou a forma de servo. Humilhou-Se, foi obediente até mesmo à morte – à morte na cruz.


Você já tinha pensado nisso dessa forma? Sendo rico, Jesus Cristo tomou várias coisas emprestadas. Tomou emprestada uma manjedoura para que nela descansasse ao nascer. Tomou emprestado um barco para que pudesse ensinar. Tomou emprestados cinco pães de cevada e dois peixes para alimentar uma multidão. Tomou emprestado um jumento para a entrada triunfal em Jerusalém. E, por fim, Seu corpo sem vida foi colocado para descansar num sepulcro emprestado.


“O Rei da Glória muito Se humilhou ao revestir-Se da humanidade. Rude e ingrato foi o Seu ambiente terrestre. Sua glória foi velada, para que a majestade de Sua aparência exterior não se tornasse objeto de atração. Esquivava-Se a toda exibição exterior. Riquezas, honras terrestres e humana grandeza nunca poderão salvar uma alma da morte; Jesus Se propôs que nenhuma atração de natureza terrena levasse homens ao Seu lado. Unicamente a beleza da verdade celeste devia atrair os que O seguissem” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 43).


Por meio de Sua pobreza nos tornamos ricos. As riquezas da eternidade são nossas – oferecidas como um presente! Somos ricos, meus amigos, ricos em esperança, ricos em vida, ricos em salvação, ricos nEle. Isso é graça!

 

4 de setembro Terça


O Trono da Graça


Aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade. Hebreus 4:16


Todos os muitos textos bíblicos sobre graça transmitem alegria, mas nenhum mais do que o texto escolhido de hoje. Aqui encontramos a graça mencionada duas vezes: o trono da graça e graça para ajuda no momento de necessidade. Podemos dizer: “Do centro da graça do Universo a graça vem ao nosso encontro quando mais precisamos.”


O profeta Miqueias exclamou: “Com que eu poderia comparecer diante do Senhor e curvar-me perante o Deus exaltado?” (Mq 6:6).


Essa tem sido a súplica do coração de homens e mulheres espirituais ao longo das eras. Eles se torturam fisicamente, jejuam, recusam-se a dormir. Fazem peregrinações e penitências, seguem, assim como o monge Martinho Lutero, todo curso de ação prescrito pela estrutura da igreja. E, ainda assim, como Lutero, são deixados com um sentimento de vazio e incerteza.


Apenas em e através de Jesus Cristo todas as nossas aspirações religiosas encontram o lar. Apenas ao abrirmos os olhos, pelo Espírito, para a maravilhosa história da Sua vinda à Terra e da Sua morte, que era nossa por direito, encontramos a paz e a segurança que nosso coração tanto almeja.


Agora, por causa dEle, podemos saber que o Céu é um lugar bem-vindo. Pertencemos a esse lugar, assim como cada filho e filha pertence ao lar. A presença de Deus, santa como é, não mais lança temor ao nosso coração. O trono da graça se encontra no centro do Universo.


Por ser o trono da graça, o Senhor, por assim dizer, segura o cetro de entrada. Achegamo-nos a Ele com toda a confiança, não com lisonja servil, mas como uma criança que corre em direção aos braços abertos do amoroso pai.


O trono da graça nos oferece misericórdia e graça para nos ajudar. O pensamento é semelhante a um texto que aparece um pouco antes em Hebreus: “Porque, tendo em vista o que Ele mesmo sofreu quando tentado, Ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados” (Hb 2:18). Nesse contexto, a graça que Ele nos oferece é a graça que supera, a graça ideal para as nossas necessidades, concedida no momento certo.


“De todo vento tempestuoso que se levanta, de toda onda de aflição que se agiganta, há um retiro sereno e gracioso, encontrado junto ao trono do Deus Todo-Poderoso” (Hugh Stowell).

 

5 de setembro Quarta


A Voz do Trono de Misericórdia


Ali, virei a ti e, de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins que estão sobre a arca do Testemunho, falarei contigo acerca de tudo o que Eu te ordenar para os filhos de Israel. Êxodo 25:22, ARA


Deus deu a Moisés instruções detalhadas em relação à construção do santuário no deserto. Ele consistia de três partes principais: o pátio externo, que continha o altar de bronze para onde os filhos de Israel levavam as várias ofertas; a primeira tenda, ou compartimento, chamado de Lugar Santo, onde os sacerdotes oficiavam, e a área mais interna, mais sagrada, chamada de Lugar Santíssimo, onde apenas o sumo sacerdote entrava uma única vez ao ano, no Dia da Expiação.


O Lugar Santíssimo, cúbico em dimensões, era o retrato da simplicidade. A única mobília que havia ali era a arca da aliança, uma caixa feita de madeira de acácia banhada de ouro. Dentro da arca estava o Testemunho, as duas tábuas de pedra com os Dez Mandamentos escritos pelo dedo do próprio Deus. Para cobrir a arca da aliança havia uma tampa de ouro puro, com um querubim de cada lado, feitos do mesmo metal. As asas dos querubins tocavam cada canto do Lugar Santíssimo e um ao outro.


Essa estrutura simples e bela representava o coração do Céu. Na sala do trono do Universo, miríades de seres celestiais cercam o Rei dos reis e Senhor dos senhores, entoando incessantemente cânticos de louvor e adoração. Aqui Jesus, o grande Sumo Sacerdote, intercede em nosso favor; não que o Pai seja relutante em nos aceitar, mas porque cada benefício que flui aos homens e mulheres caídos vem pelos méritos do sangue derramado no Calvário.


O Lugar Santíssimo do santuário terrestre não continha nenhuma representação da Majestade do Céu, pois não é capaz de ser imaginada ou delineada. Embora não saibamos a forma de Deus, Ele deixou claro que Ele é o Deus da lei. As tábuas de pedra no Lugar Santíssimo nos dizem que o Céu e o Universo foram estabelecidos por Deus em princípios divinos.


Se tivéssemos apenas a lei – se o Lugar Santíssimo tivesse apenas a arca da aliança e as tábuas de pedra – não haveria esperança para nós. Todos nós nos desviamos do caminho, falhamos, transgredimos. A lei nos condena com uma severidade mais rígida do que as tábuas feitas de pedra.


Há, porém, o trono de misericórdia! Deus fala conosco do trono de misericórdia, não com a severidade do Sinai, mas com a salvação do Calvário.


Louvado seja o Senhor pelo trono de misericórdia!

6 de setembro Quinta


O Alimento e a Graça


Não vos deixeis envolver por doutrinas várias e estranhas, porquanto o que vale é estar o coração confirmado com graça e não com alimentos, pois nunca tiveram proveito os que com isto se preocuparam. Hebreus 13:9, ARA


Durante o período em que cursei a faculdade na Austrália, dividi o quarto por um tempo com um rapaz interessante. O passatempo predileto de Roy era fabricar violinos – e ele era muito bom nisso. Outra característica de Roy que chamava a atenção era a etiqueta à mesa.


A faculdade era mista, o que em si parecia uma filosofia questionável, pois as muitas regras de comportamento pareciam ter sido criadas para manter os sexos opostos bem longe um do outro. Por exemplo, o único lugar em que um rapaz tinha permissão para falar com uma moça era no gramado, uma área quadrada com bancos em frente à janela do escritório do presidente da instituição.


As refeições eram exercícios práticos, criados pelo corpo docente sempre alerta com o intuito de os alunos desenvolverem (assim esperavam) boas maneiras sem incentivar a intimidade. Os rapazes entravam por uma porta, as moças por outra. Funcionários direcionavam-nos às mesas para quatro pessoas, dois a dois, frustrando vigilantemente qualquer plano organizado antecipadamente para sentar à mesa.


Assim que as meninas viam Roy ser encaminhado para a mesa em que estavam, ficavam furiosas. Roy sempre pegava muita comida – às vezes duas bandejas – e, como se preocupava muito com a saúde, insistia em mastigar cada bocado 33 vezes. A mesa de Roy sempre era a última a deixar o refeitório.


Eu sempre conseguia tirar Roy do sério ao questionar-lhe sobre o pão branco. “Pão branco!”, explodia. “Não é bom nem para alimentar porcos!” Eu também concordava com Roy que aquilo que comemos nos afeta física, mental e espiritualmente. Gosto de praticar exercício e correr maratonas; e para isso é preciso comer de forma saudável. É preciso comer de forma correta para pensar de forma correta. Além disso, é muito, muito difícil agir com graça e bondade para com os outros quando se tem acidez de estômago.


Algumas pessoas, no passado e ainda hoje, querem tornar o alimento uma questão de fé e a dieta uma questão de devoção. Essas coisas estão relacionadas, mas são mundos completamente diferentes. O coração é confirmado apenas com a graça.

 

7 de setembro Sexta


Heroína


Portanto, você, meu filho, fortifique-se na graça que há em Cristo Jesus. 2 Timóteo 2:1


Há heróis de todos os formatos, tamanhos e idades, não importa o sexo. Assim foi com Ashley Smith, colocada sob os holofotes da mídia por um ato espetacular de coragem. Smith tinha se mudado para um conjunto de apartamentos na periferia de Atlanta, Geórgia, EUA, havia apenas alguns dias. Na madrugada do sábado, ao voltar para casa, um homem a abordou no estacionamento. Pressionando a arma contra ela, ele ordenou que ela entrasse no apartamento, dizendo: “Não vou machucá-la se fizer exatamente o que eu disser. Não quero machucá-la. Não quero machucar mais ninguém.”


Ashley Smith a princípio não saiba quem era o criminoso. Ela não fazia a menor ideia de que o homem que a imobilizou com fita crepe, uma cortina e um fio de extensão era o homem mais procurado pela polícia na história de Atlanta.


No dia anterior, Brian Nichols, acusado de estupro, apoderou-se da arma do oficial que o escoltava ao tribunal, atirou e matou o juiz que presidiria o tribunal e um repórter, e ainda matou um delegado que tentou impedi-lo de fugir. Depois, matou um agente federal e roubou-lhe a arma, as algemas e o veículo.


Ashley Smith estava agora imobilizada e sozinha em seu apartamento com esse indivíduo desesperado. “Pensei que fosse me estrangular”, ela afirmou mais tarde. Durante as primeiras horas da manhã, ela conversou com ele, tentando ganhar sua confiança. Disse-lhe que o marido havia falecido havia quatro anos e que, se ele a machucasse, sua filhinha seria órfã de pai e mãe. Disse-lhe que tinha marcado um encontro com a filha às dez horas da manhã, mas Nichols recusou-se a libertá-la.


Mais tarde, Nichols a desamarrou. Confessou que sentia como se “já estivesse morto”. Ashley, porém, insistiu que ele considerasse que pelo fato de ainda estar vivo já era um “milagre”. “Você está aqui em meu apartamento por uma razão”, Ashley afirmou. Quem sabe o Senhor desejasse que ele partilhasse a Palavra de Deus com os companheiros de prisão...


Nichols abaixou as armas. Ashley preparou panquecas para ele comer. Assim, ele a libertou. Ela ligou para a polícia e, tão logo um pequeno exército de policiais chegou ao local, ele se entregou pacificamente.


Que força inacreditável! Que coragem! Gostaria de conhecer mais a respeito de Ashely Smith e a fonte de seu heroísmo.


Acho que já sei qual é – não uma fonte, mas a Fonte.

 

8 de setembro Sábado


A Graça da Generosidade


Todavia, assim como vocês se destacam em tudo: na fé, na palavra, no conhecimento, na dedicação completa e no amor que vocês têm por nós, destaquem-se também neste privilégio de contribuir. 2 Coríntios 8:7


O amor ao dinheiro manchou o bom nome do cristianismo. Muitas pessoas hoje se consideram pós-cristãs. Foram criadas nos princípios cristãos, mas decidiram abandoná-los porque sentiam que faltava alguma coisa. Às vezes os pós-cristãos, ainda desejosos de encontrar Deus, procuram a Nova Era, o budismo ou o hinduísmo. Vez após outra, aqueles que sentem que deixaram o cristianismo para trás o associam com uma organização preocupada especialmente em arrancar dinheiro das pessoas.


A maneira com que a igreja em geral e cada um de nós como cristãos individuais nos relacionamos com o dinheiro é de vital importância.

Para entendermos a situação da maneira correta, precisamos começar com Jesus de Nazaré. Apesar de Ele ser o dono de toda a riqueza do Universo, esvaziou a Si mesmo. Nasceu na pobreza, viveu neste planeta como um homem pobre. Aqueles (e são muitos) que associam o cristianismo com prosperidade financeira têm um problema, não com Jesus, mas com os assim chamados seguidores do Homem da Galileia.


E esse problema é imenso. Assim como os papas medievais viviam no luxo à custa da plebe, os televangelistas (não todos, mas a maioria) vivem com fartura à custa dos apelos que fazem para arrecadar dinheiro. Constroem mansões, voam de um lado para o outro em aviões particulares e se hospedam em suítes presidenciais de hotéis suntuosos e caros. Que afronta à vida e à mensagem de Jesus Cristo! Que decepção para as pessoas que têm os olhos abertos!


O outro lado da história é que a vida e a mensagem de Jesus tocam cada aspecto de nossa vida, incluindo a área muito particular de nosso bolso. A graça, que é Jesus, é generosa, abundante, transbordante; supera qualquer expectativa, ultrapassa a imaginação. Vista em termos comerciais grosseiros, o preço pago por nossa salvação foi incrivelmente arriscado. Mas a graça é amor arriscado.


A graça se enraíza em nossa vida à medida que permitimos ser influenciados por ela dia a dia. Transforma-nos em pessoas repletas do mesmo comportamento amoroso, disposto a se arriscar pelo bem do outro. Nós contribuímos porque é um prazer contribuir, porque temos que contribuir. Não por exigência, mas movidos por uma compulsão interior. Essa é a graça sobre a qual Paulo escreveu aos coríntios – a graça da generosidade. O cristão mesquinho é uma contradição.


Senhor, concede-me hoje a graça da generosidade.

 

9 de setembro Domingo


Uma Carta da Graça


Mando-o de volta a você, como se fosse o meu próprio coração. Filemom 12


A carta mais curta escrita por Paulo e que sobreviveu até a era moderna talvez seja a mais bela de todas. Na carta enviada a Filemom vemos a graça irradiar em cada verso. Trata-se de uma mensagem curta, muito pessoal, apenas um pouco mais do que um bilhete. Ao longo dos anos, algumas pessoas têm questionado por que essa carta deve ter lugar entre os outros livros da Bíblia, pois não contém nenhuma argumentação ou ampliação teológica.


Quão enganados estão os críticos! Essa pequena carta é rica em conteúdo e mais rica ainda em sentimento. Hoje é muito difícil ouvir um sermão baseado nela – o que é uma lástima para a reflexão e a experiência cristã. Dedicaremos vários dias ao estudo dessa carta, escavando seus tesouros. Estou confiante de que, no fim, você concordará comigo que se trata de uma joia rara.


A carta começa com a graça e termina com a graça. “A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo”, escreve Paulo em sua costumeira introdução (v. 3). Ele a conclui com a bênção: “A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o espírito de todos vocês” (v. 25).


Graça do começo ao fim! Que maneira de escrever! Que maneira de viver! Que bela oração para enfrentarmos o dia! Que do princípio ao fim, dos pés à cabeça, sejamos rodeados pela graça. Além das referências no início e no fim da carta, Paulo não se refere mais à graça especificamente. No entanto, ele demonstra a graça – a maneira de a graça atuar, como a graça aparece. Em todas as outras cartas, especialmente em Romanos e Gálatas, Paulo apresenta a teologia da graça; aqui, porém, ele vive a graça. Assim, se quisermos entender o que ele quer dizer com graça, é melhor prestarmos atenção na aula prática dessa mensagem pessoal.


Uma palavra, quase impossível de ser traduzida, utilizada três vezes por Paulo ao escrever a Filemom, abre uma porta para os sentimentos mais profundos do apóstolo. Encontramos essa palavra no verso 7: “Você, irmão, tem reanimado o coração dos santos” (NVI); no verso 12: “Mando-o de volta para você, como se fosse o meu próprio coração” (NVI) e no verso 20: “Reanime o meu coração em Cristo!” (NVI).


A palavra não é “coração”, mas literalmente “entranhas”, “vísceras”, para ser mais claro. Onde sentimos as mais profundas emoções, especialmente as negativas? Na barriga, nas vísceras. A graça trata de emoções profundas – vísceras. Aqueles que querem restringir a graça à teologia, ao debate e à argumentação precisam ler a carta de Paulo a Filemom. Enquanto a graça não lhes atingir as vísceras, não saberão o que ela é.

 

10 de setembro Segunda


O Filho de Paulo na Prisão


Apelo em favor de meu filho Onésimo que gerei enquanto estava preso. Filemom 10


Paulo era solteiro, mas teve filhos. Ele chamou Timóteo de “meu verdadeiro filho na fé” (1Tm 1:2) e “meu amado filho” (2Tm 1:2). Ao escrever para Tito, as palavras de abertura foram: “A Tito, meu verdadeiro filho em nossa fé comum” (Tt 1:4).


Timóteo e Tito foram cooperadores de Paulo na causa do evangelho. Eles viajaram juntos, trabalharam juntos, sofreram juntos. A grande missão pela qual entregaram o coração e dedicaram a vida os uniu com vínculos mais fortes do que os do mesmo sangue.


Paulo, porém, teve outro tipo de filho. Não se tratava de um colaborador, nem de um companheiro de lutas e vitórias na missão de proclamar o evangelho. Onésimo era seu nome e ele se tornou filho de Paulo no período em que o apóstolo esteve na prisão, provavelmente em Roma.


Sabemos bem pouco a respeito desse jovem. Não sabemos nada dele antes de se encontrar com Paulo, nem mesmo como se encontrou com Paulo. Não sabemos o que aconteceu com ele depois. A carta a Filemom nos revela apenas um pouquinho de sua vida e deixa a maior parte da história em branco. A carta, porém, revela o suficiente para nos deixar intrigados com as possibilidades. O mais importante é que a história – resumida e fragmentada como é – abre uma janela para compreendermos melhor a graça.


Isto sabemos com certeza: Onésimo era escravo. Paulo afirma isso de maneira muita direta no verso 16: “Não mais como escravo” (NVI).

Outra dica: há a possibilidade de Onésimo ter vindo de Colossos, uma cidade localizada onde hoje fica a Turquia, pois ao escrever aos colossenses Paulo menciona certo Onésimo, “que é um de vocês” (Cl 4:9).


Na ocasião em que Paulo escreveu para Filemom, Onésimo era um escravo fugitivo. Ele decidiu viver a própria vida e se libertou de Filemom, seu proprietário. Onésimo correu o mais rápido que pôde. Havia lugar melhor para se esconder do que em Roma, uma cidade grande, a maior da época?


Onésimo fez algo muito perigoso. Se fosse apanhado, poderia ser lançado às lampreias, peixes vorazes que arrancam a carne dos ossos. Poderia ser marcado com ferro quente, uma indicação permanente de que ali estava um escravo que tentou fugir.


O idoso Paulo está preso. Onésimo está em fuga. Deus faz com que se encontrem, e Paulo adota outro filho – um milagre da graça.

11 de setembro Terça


Dia do Destino


Em vez disso, Ele Se sacrificou de uma vez por todas, aniquilando todos os outros sacrifícios mediante Seu próprio sacrifício, a solução final para o pecado. Hebreus 9:6, The Message


Alguns eventos ficam gravados na memória. Para a geração mais antiga, um desses eventos foi a morte de John F. Kennedy. Naquela época, as pessoas eram capazes de relatar vividamente onde estavam e o que faziam no momento em que ouviram a notícia do assassinato. Para as pessoas hoje, a data 11 de setembro se tornou o dia do destino.


Era manhã de terça-feira, o que significa que a Comissão Administrativa da Associação Geral se reuniria às 9h. Ao encontrar-me com os outros membros da comissão poucos minutos antes da reunião, alguém informou que uma aeronave havia atingido uma das torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Não demos muita atenção à notícia – provavelmente uma pequena aeronave havia esbarrado no edifício numa manhã nublada.


Começamos a reunião. Quinze minutos depois, recebemos mais notícias: outra torre do edifício havia sido atingida por uma segunda aeronave. Não se tratava de um acidente; os eventos eram parte de um plano de ataque terrorista.


Tentamos nos concentrar no trabalho, mas não demorou muito e recebemos uma terceira notícia: o Pentágono, apenas a poucos quilômetros do local em que se encontra o prédio da Associação Geral, havia sido atingido por outra aeronave. Havia ainda mais uma aeronave terrorista da qual não se tinha notícia. Circulavam rumores de que o Departamento de Estado havia sido atingido por ela.


Em poucos minutos, o presidente da igreja na ocasião, pastor Jan Paulsen, convocou uma reunião com todos os funcionários. Ele informou a todos sobre os ataques, pediu que mantivéssemos a calma e partilhou palavras de conforto da Bíblia.


11 de setembro. A data em si se tornou sinônimo dos eventos daquele dia terrível. Foi um dia do destino, um momento crucial. Sentimos no íntimo de nosso ser que a vida nunca mais seria a mesma. Para os Estados Unidos e para o mundo, o futuro seria diferente; podíamos pressentir essa mudança.


O dia em que Jesus morreu no Calvário foi o supremo Dia do Destino. A história mudou nesse dia – e para melhor. Pois nesse dia Jesus pagou o preço final pelos nossos pecados e garantiu nossa salvação.

12 de setembro Quarta


O Proprietário de Escravos


Talvez ele tenha sido separado de você por algum tempo, para que você o tivesse de volta para sempre, não mais como escravo, mas, acima de escravo, como irmão amado. Filemom 15, 16


Filemom, a quem Paulo se referiu como “amado cooperador” (v. 1) e em cujo lar a igreja se reunia (v. 2), era um proprietário de escravos. Ele possuía pelo menos um escravo, Onésimo, que fugiu e encontrou Paulo na prisão, onde decidiu se tornar cristão. Como pode ser? Não é isso uma contradição, um paradoxo?


Alguns anos atrás, liguei a televisão para assistir ao noticiário e acompanhei uma reportagem que me deixou chocado e ao mesmo tempo horrorizado.


A câmera captou imagens de uma exposição fotográfica do vil capítulo da história norte-americana que ocorreu desde o fim do século 19 até o início do século 20:


a era do linchamento. As fotografias me deixaram revoltado e uma em especial ainda permanece nitidamente em minha mente. Ali está um grupo de homens e alguns meninos inclinados sobre o parapeito de uma ponte, fitando a lente da câmera fotográfica. Em sua face não há nenhum sinal de vergonha ou remorso. Atrás deles, um corpo carbonizado pendurado por uma corda amarrada no tronco de uma árvore. Na sequência, mostrou-se a fotografia de um cartão-postal expedido no dia seguinte com a inscrição: “Fizemos churrasco ontem à noite.”


O que dizer da escravidão na época de Paulo? Quem sabe tenha sido diferente. Sim e não. O Império Romano era mantido através da escravidão. Grande porcentagem da população era composta de escravos. Ao contrário do que aconteceu na América, a escravidão na época de Paulo não tinha base étnica. As pessoas se tornavam escravas pelo fato de nascerem de pais escravos, por meio da pirataria ou por causa de dívidas. A condição dos escravos variava muito. Alguns escravos eram altamente educados, tutores, filósofos ou músicos. Gerenciavam comércios ou empresas e administravam províncias.


Os proprietários de escravos, porém, tinham poder absoluto sobre eles.


Os escravos não tinham permissão para adquirir bens, não podiam se casar legalmente e poderiam ser separados da esposa e dos filhos caso o proprietário assim desejasse. Não tinham direito à justiça, nenhum lugar para fugir e pedir asilo.


A escravidão era uma escola em que se aprendia a covardia, a lisonja, a desonestidade e a mais baixa imoralidade.


Filemom, o querido amigo de Paulo, era proprietário de escravo. Como isso foi possível? Porque a prática não caminhava de mãos dadas com o conhecimento. O evangelho da graça ainda não dominava completamente a vida dele.

13 de setembro Quinta


A Conduta Mais Estranha


Por isso, mesmo tendo em Cristo plena liberdade para mandar que você cumpra o seu dever, prefiro fazer um apelo com base no amor. Filemom 8, 9


Paulo tinha um escravo fugitivo em suas mãos. De alguma forma, Onésimo encontrou Paulo na prisão, ouviu as boas-novas de sua boca e decidiu se tornar cristão. Agora, cheio de sentimento, Paulo escreve para Filemom, proprietário de Onésimo. Em seguida, o que faz? Envia Onésimo de volta!


O que se passa na cabeça de Paulo? Por que não escreve para Filemom repreendendo-o por negar a Criação e o evangelho ao tornar outra pessoa seu escravo? Por que não mantém o jovem Onésimo com ele para tornar a infeliz vida na prisão um pouco mais fácil?


Ao enviar Onésimo de volta para Filemom, Paulo o sujeita a correr risco de morte. A lei romana estabelecia severas penalidades para escravos fugitivos: Onésimo poderia ser legalmente crucificado, ser lançado para lampreias vorazes ou, na melhor das hipóteses, ser marcado com ferro quente, o que deixava uma cicatriz permanente e visível para evitar fugas futuras.


A escravidão era algo comum no Império Romano, e Filemom não foi o único professo seguidor de Jesus Cristo que tinha escravos. Em suas cartas, Paulo se refere várias vezes à relação entre mestres e escravos. Aos coríntios, ele escreveu: “Foi você chamado sendo escravo? Não se incomode com isso. Mas, se você puder conseguir a liberdade, consiga-a” (1Co 7:21). Em outras ocasiões, advertiu os escravos a servirem seus senhores com honestidade e fidelidade e aconselhou os proprietários a tratarem os escravos com justiça e amor (Ef 6:5-9; Cl 3:22; 1Tm 6:1, 2; Tt 2:9, 10). Em nenhum lugar Paulo disse para os proprietários libertarem os escravos, tampouco aconselha os escravos a tentarem se revoltar. O que aconteceu com o valor moral de Paulo?


Estava bem onde Deus colocou. Com a institucionalização da escravidão dentro da sociedade de sua época e sendo os cristãos uma minoria sem apoio legal, teria sido imprudente instigar uma mudança na ordem social. Paulo, no entanto, estava envolvido em mudar a ordem social. Sua mensagem, o evangelho da graça, plantou ideias que eram verdadeiras bombas-relógio, contando o tempo até o momento de “explodir” a escravidão para sempre. Para bombas-relógio como essa “não há [...] escravo nem livre, [...] pois todos são um em Cristo Jesus” (Gl 3:28) e “não há [...] escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos” (Cl 3:11).


A graça ainda é uma bomba-relógio. Você crê nisso?

14 de setembro Sexta


De Inútil Para Útil


Ele antes lhe era inútil, mas agora é útil, tanto para você quanto para mim. Filemom 11


Não sabemos como começou a história de Onésimo, tampouco sabemos o que aconteceu depois que Paulo enviou esse escravo fugitivo de volta para seu mestre, Filemom, presumidamente com sua carta pessoal em mãos. Pela lógica, porém, podemos supor qual foi o início da história desse escravo e um fascinante detalhe da história da igreja primitiva nos dá ideia do que aconteceu depois.


Parece claro que Onésimo, ao fugir para a liberdade (mesmo correndo grande risco sob a lei romana), se tornou cristão após o encontro com Paulo na prisão. Se isso aconteceu em Roma, como é provável, a chance de esse encontro ocorrer deve ter sido muito pequena. Roma era uma cidade de aproximadamente um milhão de pessoas. O que pode ter colocado Onésimo em contato com o apóstolo? A Mão divina, claro. Quem sabe Paulo tenha encontrado o jovem ao visitar o lar de Filemom (se é que isso aconteceu). Talvez antes de o escravo fugir, ele já soubesse que Paulo estava na prisão. Quem sabe, tocado pelo amor do encontro anterior, ele tenha decidido procurar Paulo na prisão.


Temos mais certeza dos fatos ao considerar o restante da história. Paulo enviou Onésimo de volta ao seu mestre com o pedido de que Filemom o recebesse bem, não mais como escravo, mas como irmão (versos 16, 17). Se Onésimo devia alguma coisa a Filemom, Paulo garantiu que pagaria a dívida (v. 19). Em seguida, Paulo escreveu: “Escrevo-lhe certo de que você me obedecerá, sabendo que fará ainda mais do lhe que peço” (v. 21).


O que a frase “ainda mais” poderia envolver? Certamente apenas uma coisa: libertar Onésimo.


Filemom entendeu a mensagem e agiu de acordo. Se esse não fosse o caso, a carta de Paulo não teria subsistido. Filemom a teria jogado fora.


O jovem Onésimo, aparentemente nascido na escravidão, recebeu um nome comum a escravos: Onésimo significa “útil”. Mas, em vez disso, ele se tornou inútil, como menciona Paulo. “Mas agora é útil, tanto para você quanto para mim” (v. 11).


Talvez saibamos o que aconteceu com Onésimo. Aproximadamente 50 anos depois de Paulo escrever a Filemom, um personagem chamado Inácio escreveu ao líder da igreja de Éfeso. A carta foi preservada e, através dela, temos certeza de que Inácio tinha conhecimento da carta de Paulo a Filemom. Ele brinca com o significado das palavras “útil” e “inútil”, assim como Paulo. Você sabe qual o nome da pessoa para quem Inácio enviou a carta, o bispo da igreja de Éfeso? Onésimo!


Que história de perdão, de graça transformadora!

15 de setembro Sábado


Dia Nacional do Perdão


Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo. Efésios 4:31, 32


Algum tempo atrás, um homem que não conheço me escreveu para partilhar uma ideia. “Creio que precisamos de um Dia Nacional do Perdão (ou semana), em que cada pastor e cada igreja escreveriam uma carta para cada membro afastado pedindo perdão por qualquer coisa que a igreja tenha feito que o tenha magoado ou prejudicado emocional ou espiritualmente”, ele sugeriu. “Há milhares de pessoas que costumavam fazer parte de nossa família e que nos deixaram por razões pelas quais talvez a igreja precise se desculpar.


“Não creio que nossas igrejas possam crescer enquanto tivermos pessoas cheias de raiva e amargura, tanto dentro quanto fora da igreja. Muitos membros foram emocionalmente prejudicados por palavras ásperas, ou até mesmo palavras bem-intencionadas, porém expressas da maneira errada ou no momento errado. Gostaria de sugerir que cada igreja faça um esforço conjunto para localizar os endereços dessas pessoas e enviar uma carta pedindo perdão por qualquer coisa que a igreja tenha feito para prejudicá-las.”


Partilho da preocupação desse irmão com membros afastados. Embora saiba que devemos manter o foco em Jesus e que basicamente cada um é responsável por suas próprias ações, também concordo que muitos membros afastados se sentem magoados e ressentidos devido a danos reais que sofreram na igreja. O perdão é um remédio maravilhoso. Trata-se de uma das palavras mais doces de nossa linguagem. O perdão é o caminho de Deus para a paz e a santidade.


Deus colocou o perdão em cada fibra de nosso ser. O ódio, a amargura e o ressentimento corroem nosso corpo, não apenas consumindo nossa força, mas também enfraquecendo o sistema imunológico. O ódio é hoje listado como uma das causas da pressão alta. Pesquisas revelaram que, ao encontrarmos o alívio para o ódio mediante a decisão de perdoar, a pressão arterial elevada causada por esse sentimento diminui.


O caminho da graça é o caminho do perdão e, portanto, o caminho para uma vida livre de maldade, amargura, raiva e ódio. Em vez de amargura, compaixão. Em vez de ressentimento, bondade. Em vez de ódio, perdão. Esse é o caminho para a plenitude de vida na Terra e para a vida eterna na presença de Deus. Tornemos hoje o Dia Pessoal do Perdão.

 

16 de setembro Domingo


O Apóstolo do século 21


João era uma candeia que queimava e irradiava luz, e durante certo tempo vocês quiseram alegrar-se com a sua luz. João 5:35


Vez por outra a graça toca um seguidor de Jesus com tanta intensidade que ele ou ela brilha com uma luz tão forte que atrai outros a Cristo. Essa luz é tão brilhante que parece não durar muito tempo.


João Batista foi uma dessas pessoas. Jesus o chamou de “a candeia que queimava e irradiava luz”, mas essa candeia brilhou apenas alguns anos. Outro exemplo é alguém desconhecido pela maioria dos cristãos ocidentais – Sadhu Sundar Singh, mais conhecido como “O Apóstolo do Século 21” e “O Apóstolo dos Pés Ensanguentados”.


Sundar Singh nasceu numa devota família Sikh em Punjab, Índia. Jovem ativo e dinâmico, Sundar Singh a princípio se opunha fortemente ao cristianismo. Certa vez, rasgou uma Bíblia em público e a queimou. Um dia, acordou às três da manhã e orou pedindo que, se Deus existisse, Ele Se revelasse e lhe mostrasse o caminho da salvação. Se a oração não fosse respondida, Sundar Singh estava decidido a deitar-se sobre os trilhos e morrer sob as rodas do trem.


Ele orou e aguardou, esperando ver Krishna, Buda ou qualquer outra divindade hindu. Em vez disso, uma luz brilhou em seu quarto, aumentando em intensidade até que Sundar Singh não recebeu o deus pagão que esperava, mas o próprio Cristo. “Por toda a eternidade jamais me esquecerei de Sua face gloriosa e amorosa ou das poucas palavras que proferiu: ‘Por que Me persegues? Vês, morri na cruz por ti e pelo mundo inteiro’”, ele recordou mais tarde.


A partir daquele momento, Sundar Singh se tornou uma nova pessoa. “Meu coração se encheu de alegria e paz inexprimíveis, e todo o meu ser mudou completamente.” Ele foi batizado em seu décimo sexto aniversário.


Tomado pela paixão de proclamar a mensagem de Jesus, Sundar Singh adotou o estilo simples de um santo homem indiano. Mais tarde, a influência de sua vida e escritos tocaram cristãos em todas as partes do mundo. Ele pregou em Londres, Paris, Alemanha, Estados Unidos e Austrália. O maior fardo, porém, de seu coração era o Tibete, país ainda não alcançado pelo cristianismo. Ele fez muitas jornadas para as montanhas solitárias desse país, e da última jamais regressou. Ninguém sabe o que aconteceu com ele. Tinha apenas 39 anos na ocasião em que desapareceu. Foi uma lâmpada que brilhou com a luz da graça.


17 de setembro Segunda


O Robô Fedorento


Davi, porém, disse ao filisteu: “Você vem contra mim com espada, com lança e com dardos, mas eu vou contra você em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem você desafiou”. 1 Samuel 17:45


Você já ouviu falar do robô Fedorento? Fedorento é um robô muito feio, uma geringonça mal pintada e feita de canos de terceira categoria colados um ao outro. A cola usada em Fedorento tem um cheiro horrível; por isso, o nome.


O Departamento de Pesquisas Navais dos Estados Unidos e a NASA lançaram um concurso robótico subaquático. Fedorento foi inscrito na competição, e foi saudado com risadas. Fedorento concorreu com o protótipo inscrito pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, uma máquina muito bonita criada por 12 engenheiros de elite e estudantes do curso de ciência da computação.


O custo total de Fedorento foi de 800 dólares, doados por comerciantes locais. Seus criadores foram quatro adolescentes de calças largas e tênis, estudantes da Escola de Ensino Médio Carl Hayden, em Phoenix, Arizona, EUA. Os quatro eram imigrantes mexicanos ilegais. Eles viram o anúncio da competição no mural colocado ali por dois professores de ciências da escola que se ofereciam para ajudar a equipe que desejasse participar do concurso. Assim, eles decidiram se inscrever. Os adolescentes construíram Fedorento com canos de PVC e peças comuns de computador. Em seguida, foram para Santa Bárbara, Califórnia, onde a competição seria realizada.


A competição exigia a construção de um robô que fosse capaz de explorar um submarino submerso. Assim que os quatro adolescentes de Hayden viram que a escola de engenharia mais prestigiada dos Estados Unidos estava inscrita na competição, sentiram-se intimidados.

Porém, algo muito engraçado aconteceu naquela competição. Fedorento ganhou o prêmio máximo. Ele desempenhou uma tarefa que o outro robô não foi capaz de realizar: sugar o fluido de um pequeno recipiente a mais de três metros abaixo d’água.


Por que gosto tanto dessa história, verdadeira em cada detalhe? Porque gosto muito de histórias em que pessoas desvalorizadas e menosprezadas decidem lutar contra o improvável e saem vitoriosas. E essa é uma das razões pelas quais a história de Davi e Golias atrai a atenção de pessoas de todas as idades. A história de Davi talvez seja a melhor história de alguém desvalorizado e menosprezado que alcançou a vitória, mas o Bom Livro está repleto de histórias assim, pois a Bíblia fala da graça, que faz de homens e mulheres comuns verdadeiros heróis.


18 de setembro Terça


O Cabelo de Beethoven


Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. 1 Coríntios 15:51, 52


Li um livro interessante, O Cabelo de Beethoven, de Russell Martin. Parte história real, parte mistério, parte ciência forense, a narrativa acompanha a trajetória de um chumaço de cabelo cortado da cabeça do grande compositor logo após a morte dele. Em sua época, Ludwig van Beethoven se sobressaiu na música mundial. A influência e o poder de suas composições foram tão grandes que alguns companheiros compositores afirmaram não acreditar que Beethoven fosse um mero humano, mas que deveria haver algo divino nele.


Porém, o homem que criou sons tão incríveis e que foi amplamente aplaudido e aclamado sofreu terrivelmente durante os últimos 30 anos de sua vida. Parecia sofrer dores constantes causadas por gastrenterites, icterícia, hemorragia interna e fortes dores de cabeça. Pior e mais trágico de tudo, ele gradualmente perdeu a audição até ficar completamente surdo. Suas maiores obras foram compostas num período em que a música era-lhe totalmente interna. Uma das cenas mais comoventes ocorreu no fim da estreia da magnífica Nona Sinfonia, criada e regida na ocasião por ele. A plateia ficou em pé, gritando e aplaudindo, mas Beethoven não percebeu nada até que alguém o virou de frente para o público.


Durante o funeral de Beethoven, em 1827, um jovem judeu chamado Ferdinand Hiller, que mais tarde se tornou um grande compositor e músico, compareceu à cerimônia para prestar homenagem. Junto com outras pessoas, Hiller cortou um chumaço de cabelo do falecido compositor como recordação. A relíquia passou de mão em mão por mais de um século dentro da família de Hiller até que na Segunda Guerra Mundial chegou às mãos de um médico na Dinamarca, que ajudava os judeus a escapar dos nazistas.


Finalmente, a relíquia foi comprada por dois fãs norte-americanos de Beethoven. Há alguns anos, ao ser examinado o chumaço de cabelo com o auxílio dos métodos mais avançados, descobriu-se uma concentração extremamente alta de chumbo. Assim, o grande mistério aparentemente foi solucionado. As terríveis enfermidades de Beethoven aparentemente foram causadas por envenenamento por chumbo.


Uma ligação fascinante com o passado. Porém, quando Jesus chamar Seu povo, Ele não precisará de um chumaço de cabelo ou de qualquer molécula de nosso corpo atual. Sua palavra será suficiente. Seremos transformados!

19 de setembro Quarta


O Atleta Espiritual


Exercite-se diariamente em Deus – nada de flacidez espiritual, por favor! A prática de exercício físico no ginásio é útil, mas uma vida disciplinada em Deus é muito mais, colocando-o em forma tanto hoje quanto na eternidade. 1 Timóteo 4:8, The Message


Se você pensa que participar de uma maratona é o teste máximo de resistência (ou loucura) humana, considere, então, o caso daqueles que correm cinco maratonas de uma só vez. Chamados ultramaratonistas, eles correm 20 horas sem parar.


No mundo desses superatletas, a corrida mais difícil é a Ultramaratona de Badwater. O trajeto de 216 quilômetros tem como ponto de partida o Death Valley [Vale da Morte], um trecho do Deserto Mojave considerado o local mais quente do planeta. A temperatura pode atingir mais de 54 ºC. O asfalto fica tão quente (acima de 93 ºC), que os maratonistas precisam correr sobre a faixa branca para evitar que o tênis derreta. A corrida começa abaixo do nível do mar e atinge 2.560 metros na linha de chegada, a meio caminho do Monte Whitney, o pico mais alto dos 48 estados continentais norte-americanos.


Durante uma corrida recente, 72 maratonistas de 11 países se qualificaram para a Ultramaratona. Sete eram mulheres, incluindo Pam Reed, 46 anos, mãe de três filhos, que já havia vencido a corrida nos dois últimos anos. Reed, de 1,62 m de altura, pesa apenas 45 quilos. Seu método de treino não é nada convencional. Sem treinador, sem nutricionista e sem nenhum programa de treino, Reed simplesmente corre o máximo que consegue, até cinco vezes ao dia.


Outro competidor, Dean Karnazes, 43, corre 50 quilômetros durante a semana e 160 nos fins de semana. Ele provavelmente já correu mais do que qualquer outra pessoa – 563 quilômetros em 81 horas. São três dias sem dormir. Para Karnazes e outros que se dedicam à prática de esportes radicais, o objetivo é ver até onde o corpo é capaz de ir. Eles competem, não por causa do prêmio (o vencedor da Ultramaratona Badwater recebe apenas uma fivela e um tapinha nas costas), mas pela satisfação pessoal que o esforço extremo os faz sentir.


Muito mais importante é nos dedicarmos à corrida da vida, nos disciplinarmos para nos tornarmos atletas espirituais preparados para o serviço do Mestre, esforçando-nos para ser e fazer o melhor para a Sua glória e para tornar este mundo um lugar melhor! Um novo dia nos espera. Não sabemos para onde seu curso nos levará, mas de uma coisa temos certeza: Alguém já percorreu esse caminho antes de nós. Seus pés formaram bolhas, Sua testa ficou repleta de gostas de suor e sangue. Na força de Sua vitória, nós também podemos vencer.

20 de setembro Quinta


Fraudes e Fé


Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. Hebreus 11:1


Há vários anos, uma caixa de pedra foi descoberta em Israel. Tratava-se de um ossuário, objeto usado para guardar os ossos de alguém falecido na época de Jesus. Nada de especial até aqui – muitas caixas como essa foram desenterradas pelos arqueólogos. Essa, no entanto, continha uma inscrição em um dos lados. As palavras, em aramaico antigo, diziam: “Tiago, filho de José, irmão de Jesus.”


A caixa causou grande comoção no mundo. Mais de 100 mil pessoas apareceram para ver a caixa em sua primeira exposição. Ela foi capa dos conceituados periódicos The New York Times e Biblical Archaeology Review. Esse objeto parecia oferecer a primeira evidência arqueológica consistente de que Jesus de fato existiu.


Alguns estudiosos, porém, duvidaram. A caixa não havia sido descoberta durante uma escavação autorizada: ela simplesmente apareceu em um antiquário. Os peritos em inscrições antigas notaram que as duas metades da inscrição não estavam iguais: “Tiago, filho de José” tinha formas retas, mas “irmão de Jesus” estava desigual, com letras diferentes. Mais tarde, a trajetória da caixa foi rastreada até o apartamento em Tel Aviv do empresário israelita Oded Golan. Ele alegou ter comprado a caixa de um negociante árabe na década de 1970. Mais tarde, o usuário e a inscrição foram declarados autênticos.


Logo após o ossuário ter sido exposto em Toronto, fez-se outra grande descoberta: uma tábua que supostamente pertenceu ao Templo do rei Salomão. Ao investigar a trajetória da tábua, descobriu-se que ela veio do mesmo lugar: o apartamento de Oded Golan. Os detetives israelitas vasculharam o prédio e descobriram uma oficina contendo furadeiras, brasões incompletos, porções de terra e carvão. Os oficiais chamaram aquilo de fábrica de fraudes, e acusaram o empresário de falsificação.


Tanto no passado quanto hoje, muitas pessoas procuram pretextos palpáveis nos quais apoiar sua religião. A verdadeira fé, no entanto, não requer tais escoras. A fé “é a mão que se apega a Cristo e se apodera de Seus méritos, o remédio contra o pecado” (O Desejado de Todas as Nações, p. 175). A palavra original traduzida por “certeza” em Hebreus 11:1 pode significar “escritura de propriedade”. Ter fé significa segurar em nossas mãos a escritura de propriedade do Céu. Nunca estivemos lá, nunca vimos como é, mas ele é nosso como se já o conhecêssemos.

21 de setembro Sexta


O Ritmo Espontâneo da Graça


Caminhem comigo e trabalhem comigo; observem o que Eu faço. Aprendam o ritmo espontâneo da graça. Não colocarei nada pesado ou mal ajustado sobre vocês. Acompanhem-Me e aprenderão a viver de maneira livre e leve. Mateus 11:29, 30, The Message


Há beleza na naturalidade do atleta: o jogador de beisebol que bate o bastão contra a bola, ou faz um lançamento preciso para o jogador entre a segunda e terceira bases para uma jogada dupla. Ele faz com que jogadas complicadas pareçam algo rotineiro, fácil.


Da mesma forma, há beleza na espontaneidade do músico: a violinista que tira sons perfeitos de seu instrumento musical enquanto faz o concerto vibrar no ar. Ela parece transportada, perdida no mundo da excelência.


O beisebol bem jogado e o violino bem tocado – ambos exigem disciplina e concentração. Ambos são possíveis somente depois de horas e horas de treino e prática. Mesmo assim, ambos parecem emergir de um estado em que a excelência flui sem esforço aparente.


Quando os jogadores de beisebol cometem um erro, geralmente é porque a naturalidade foi quebrada por alguma razão. Assim que começam a pensar demais no que querem fazer, se conscientizam demais sobre a mecânica do jogo, a facilidade e a fluência que desejam desaparecem. O mesmo ocorre com o músico. Enquanto estiver concentrado demais na partitura, prestando a máxima atenção para não cometer um erro, a música carecerá da qualidade transcendente que vai muito além do “acertar as notas” simplesmente.


A vida cristã é como jogar beisebol, como tocar violino num concerto musical. Ela requer disciplina e concentração. Cada um de nós deve praticar exercícios espirituais – oração, estudo da Bíblia, reflexão. Deus, porém, deseja que alcancemos muito mais do que apenas nos concentrar na mecânica de acertar a bola e seguir a partitura; Ele quer que alcancemos o estado da espontaneidade da graça.

“Caminhem comigo e trabalhem comigo – observem o que Eu faço”, Ele nos convida. “Não colocarei nada pesado ou mal ajustado sobre vocês. Acompanhem-Me e aprenderão a viver de maneira livre e leve.”


Este é o meu desejo para você hoje, amigo: viver de maneira livre e leve. Viver na confiança inocente de um filho de Deus, seguro, protegido, sereno. Obedecer, mas não ficar preso à lei. Zelar pelo mais sublime, mais nobre e melhor, mas com tranquilidade de espírito, não com esforço impaciente.


Querido Mestre, ensina-me neste dia o ritmo espontâneo da Tua graça.

 

22 de setembro Sábado


A Carta Mais Alegre de Paulo


Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se! Filipenses 4:4


A carta aos filipenses é a carta mais alegre de Paulo. A exuberância do apóstolo transborda e começa a nos contagiar desde as primeiras linhas. Note como a “alegria” e o “regozijo” fluem desde o início até o fim da mensagem:


“Agradeço a meu Deus toda vez que me lembro de vocês” (Fp 1:3); “em todas as minhas orações em favor de vocês, sempre oro com alegria” (v. 4); “também com isto me regozijo” (v. 18, ARA); “alegria na fé” (v. 25); “a exultação de vocês em Cristo Jesus transborde por minha causa” (v. 26); “completem a minha alegria” (Fp 2:2); “estou alegre e me regozijo com todos vocês” (v. 17); “estejam vocês também alegres, e regozijem-se comigo” (v. 18); “fiquem alegres” (v. 28); “minha alegria e coroa” (Fp 4:1, ARA); “alegrai-vos [...], outra vez digo: alegrai-vos” (v. 4, ARA); “alegro-me grandemente no Senhor” (v. 10).


O que torna essa alegria transbordante ainda mais extraordinária é que Paulo escreveu essa carta da cela de uma prisão. Seu trabalho estava sob o ataque de rivais. Algumas pessoas que professavam pregar o evangelho, na verdade, procuravam prejudicar Paulo. Após muitos anos de viagens incessantes em prol do evangelho, sobrevivendo a dificuldades, naufrágios, açoites e apedrejamento, certamente Paulo já estava ficando fisicamente cansado.


Mas não em espírito. Ele conhecia muito bem Aquele a quem proclamava. O Senhor ressurreto renovava seu interior dia após dia para que, a despeito das condições e do lugar, ele pudesse estar alegre. E não apenas alegre – uma alegria transbordante que era contagiante.


“As circunstâncias que Paulo vivencia em seu interior não são importantes se comparadas à vida de Jesus, o Messias”, escreveu Eugene H. Peterson na introdução que fez aos Filipenses na versão bíblica The Message. “Trata-se de uma vida que não apenas aconteceu a certa altura da história, mas que continua a acontecer, transbordando na vida de outros que O recebem e, então, continua a transbordar por todos os lugares. Cristo é, entre muitas coisas, a revelação de que Deus não pode ser retido ou escondido. É a qualidade de ‘transbordar’ da vida de Cristo que explica a felicidade dos cristãos, pois a alegria é a abundância de vida, o transbordar do que não pode ser reprimido dentro de alguém.”


Hoje, meu amigo, não sabemos que sombras podem sobrevir ao nosso caminho. Mas de uma coisa sabemos: não importa como termine nosso dia, a nova vida em Jesus é nossa, jorrando e transbordando.

 

23 de setembro Domingo


A Torre do Silêncio


Pense nisso! Todos os pecados perdoados, a ficha do passado limpa, o velho mandado de prisão cancelado e pregado na cruz de Cristo. Ele despojou todos os tiranos espirituais do Universo de sua falsa autoridade na cruz e fez com que marchassem nus pelas ruas. Colossenses 2:14, 15, The Message


Na região litorânea ocidental da Índia, aglomerados ao redor de Bombaim, vivem os parsis, remanescentes de um povo poderoso no passado. Eles fugiram da Pérsia (Irã) há mais de 1.400 anos, ocasião em que os invasores árabes dominaram o país e estabeleceram o islamismo.


Os parsis representam apenas uma pequena fatia da população de um bilhão de indianos. Existem hoje menos de 100 mil parsis, e esse número está diminuindo. A influência desse povo, porém, é imensa. Dentro dessa comunidade se encontram os chefes das indústrias, os melhores médicos e outros profissionais e artistas.


Sua religião, pela qual fugiram de sua terra de origem, floresceu no período em que a Pérsia dominou o cenário mundial. Segundo o fundador Zoroastro, trata-se de uma religião moral que ensina que a terra, a água e o fogo são sagrados. Os templos dos parsis se caracterizam por uma chama que queima continuamente.


Tais crenças levaram a uma prática singular em relação ao sepultamento dos mortos. Porque a terra é sagrada, o cadáver (considerado altamente maculado) não pode ser enterrado. Tampouco cremado ou lançado no rio, pois o fogo e a água também são considerados sagrados.


A torre do silêncio é uma torre circular em que os mortos são expostos a céu aberto. Os urubus limpam a carne do esqueleto; os ossos caem para o interior da torre. Hoje a população de urubus na Índia está reduzida devido ao envenenamento por inseticida. Os cadáveres simplesmente apodrecem sob a influência do sol e do ar.


Que contraste com a morte de Jesus! Sim, o corpo dEle foi colocado num gélido sepulcro de pedra. Sim, Seus seguidores choraram e se lamentaram. Mas Ele ressuscitou como poderoso vencedor. Ele destruiu completamente o poder do pecado. Limpou a ficha do nosso passado. Cancelou o mandado de prisão, pregando-o em Sua cruz. Acabou com os poderes das trevas, despojou-os e fez com que marchassem nus pelas ruas.


Sem torre do silêncio aqui! Aleluia! Viva o grande Comandante! O Senhor Jesus reina! O Criador do Céu e da Terra, o Salvador da humanidade e o Vencedor sobre a morte! Todo o Céu ecoou com o brado de triunfo: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória” (Sl 24:7, ARA).

 

24 de setembro Segunda


Manassés


Quando ele orou, o Senhor o ouviu e atendeu o seu pedido e o trouxe de volta a Jerusalém e a seu reino. E assim Manassés reconheceu que o Senhor é Deus. 2 Crônicas 33:13


Vez por outra ouvimos alguém contar a história de alguma mudança drástica em sua vida após um encontro com Cristo; alguém que saiu das drogas e do envolvimento com gangues para a caminhada cristã, e assim por diante. Ou lemos um livro que talvez descreva detalhadamente os anos vividos antes de Jesus Se tornar o Salvador e Senhor da pessoa que o escreveu. Nenhuma dessas histórias, porém, sequer chega perto da experiência de Manassés.


Manassés, rei de Judá no sétimo século a.C., foi um dos piores monarcas que já existiram. Ele tinha apenas 12 anos quando assumiu o trono e reinou por 55 anos. Encontramos o relato de sua história em 2 Reis 21 e 2 Crônicas 33. Os dois relatos são bem semelhantes quanto à descrição da maldade desse monarca, mas Crônicas apresenta alguns detalhes intrigantes.


O rei Manassés imitou as práticas idólatras das nações vizinhas e com isso o povo chegou ao ponto de fazer “pior do que as nações que o Senhor havia destruído diante dos israelitas” (2Cr 33:9). Ele ergueu altares aos baalins, fez postes sagrados à deusa Astarote, adorou a todos os exércitos celestes, construindo até mesmo altares para eles dentro do Templo do Senhor. Manassés sacrificou o próprio filho no fogo (prática abominável associada à adoração ao deus Moloque). Praticou feitiçaria, adivinhação e magia. Consultou médiuns. “Além disso, Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, até que encheu Jerusalém de um a outro extremo” (2Rs 21:16, ARA).


Alguma vez você ouviu falar de um comportamento tão rebelde assim? Certamente ali estava um indivíduo para quem toda esperança de salvação tinha acabado havia muito tempo. Espere um pouco! Jamais menospreze o poder da graça. Jamais desista de um pecador ou o considere uma causa perdida. Deus permitiu que os assírios dominassem a nação. Eles levaram Manassés cativo, colocaram-lhe um gancho no nariz (antigas representações mostram os assírios fazendo exatamente isso), prenderam-no com algemas de bronze e levaram-no para a Babilônia. E ali, miraculosamente, o pior líder do povo de Deus teve o coração transformado. “Humilhou-se muito perante o Deus de seus pais” (2Cr 33:12, ARA). Manassés orou – e Deus ouviu.


Deus sempre nos ouve. Ele transformou Manassés e também pode transformar você e eu. Nunca desista de um pecador, pois Deus jamais desiste.

25 de setembro Terça


Graça Durante a Madrugada


Quando me deito lembro-me de Ti; penso em Ti durante as vigílias da noite. Salmo 63:6


O grande reformador Martinho Lutero desenvolveu o hábito de, quanto mais ocupado estava, mais tempo dedicar à oração. Sempre que se sentia pressionado pelas preocupações e responsabilidades, mais cedo ele se levantava. Antes do alvorecer, passava as horas da noite em comunhão com a Fonte da força e sabedoria.


Há uma aparente contradição aqui, algo que não faz sentido para o indivíduo não espiritual: quanto menos tempo Martinho Lutero tinha para orar, mais tempo passava em oração. Trata-se do mesmo aparente paradoxo representado pelo título do livro Ocupado Demais Para Deixar de Orar, de Bill Hybel.


A “contradição” revela a essência da vida cristã, que é, no fundo, uma grande contradição. Paulo utiliza um paradoxo em 2 Coríntios 12:7-10, quando se refere ao “espinho na carne”, e conclui: “Quando sou fraco é que sou forte”. A Fonte de nossa sabedoria e poder se encontra fora de nós mesmos. Somente quando nos conectamos com essa Fonte (o que requer tempo, tempo tranquilo) podemos viver e servir como Deus deseja.


Não sou Martinho Lutero, mas entendi o poder de sua vida paradoxal de oração. Quanto mais e maiores responsabilidades recebia em meu ministério, aprendi que o segredo para suportá-las se encontrava nas vigílias da noite. Deus concede graça durante a madrugada – graça para o momento e graça para o dia à frente.


Assim, diante de uma situação desafiadora, desperto às três da manhã (ou antes) com a mente pronta para enfrentar o dia. Nessas ocasiões, aprendi que em vez de ficar virando de um lado para o outro, tentando conseguir algumas horas a mais de sono, é infinitamente melhor me levantar. Passar tempo com a Palavra. Dedicar o tempo necessário para a comunhão com Deus, suplicando e ouvindo. Analisar o que me espera sem pressa, permitindo que o Senhor decida a minha agenda.


Repetidamente o emaranhado de nós tem se desembaraçado com facilidade. As prioridades de repente se tornam claras.


Geralmente, combino esse precioso momento com o Senhor com uma caminhada. Está escuro; as ruas estão vazias; o único veículo em movimento é um carro patrulha ocasional; mas a caminhada é maravilhosa no frescor, no vigor sereno do dia que está prestes a nascer. A experiência é envolta com graça na comunhão com o amoroso Pai. Recomendo que você também viva essa experiência.

26 de setembro Quarta


A Mente Voraz


Ninguém desta casa está acima de mim. Ele nada me negou, a não ser a senhora, porque é a mulher dele. Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus? Gênesis 39:9


A resposta de José para a mulher de Potifar é clássica. A cena se assemelha com a de uma novela: o jovem e a mulher mais velha; o escravo e a esposa do mestre, que trama seduzi-lo, aguarda o momento oportuno e, então, ataca. Mas, mesmo em desvantagem (os desejos da carne, a manipulação, a demonstração de poder), o jovem não age conforme o roteiro manda. José vira as costas e foge.


Não sabemos qual era a aparência da mulher de Potifar, se era atraente ou não. Por ser a mulher de um oficial do governo, há grande possibilidade de que fosse muito atraente. Sem dúvida, ela se adornou com as roupas e joias mais sedutoras que possuía para tentar atrair o jovem que havia escolhido para conquistar. Mas pode ser que ela não tenha sido nada atraente. A tentação geralmente ocorre por meios bem comuns. A tentação ocorre principalmente na mente, sussurrando que os prazeres proibidos são os melhores, que águas roubadas são doces. (Compare com Provérbios 7:21.)


A grande obra de Izaak Walton, The Compleat Angler [O Completo Pescador], aparentemente trata da arte de pescar; mas, na verdade, é mais uma reflexão sobre a vida. Walton observa: “Como pode algo tão pequeno atrair uma mente tão voraz?”


A mente voraz do peixe o leva a abocanhar uma isca minúscula pendurada na água. Da mesma forma, a mente voraz do ser humano o leva a abocanhar “iscas” menos do que atraentes que se apresentam diante dela.


Podemos observá-las ao longo do relato bíblico, pessoas se vendendo por coisas “tão pequenas”. Esaú abriu mão de seu direito de primogenitura por um prato de cozido de lentilhas. Acã vendeu a alma por uma capa comum e uma barra de ouro. E o pior: Judas, um dos 12, vendeu seu Senhor por trinta moedas miseráveis de prata. Vez após outra a sequência se repete: a pessoa se concentra na isca proibida, se encanta e abocanha o anzol.


Mas não José, graças a Deus! Como ele conseguiu sair ileso de uma tentação tão poderosa? Ele conhecia e amava a Deus e não faria nada – nada – que O desonrasse.

27 de setembro Quinta


Fiquem com o que é Bom


Ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom. 1 Tessalonicenses 5:21


Eu estava a caminho de casa depois de visitar a Índia. Tanto na ida quanto no retorno havia uma escala programada em Frankfurt, Alemanha. Assim, antes de sair de casa, verifiquei o itinerário de viagem que estava em minha gaveta e coloquei na carteira uma nota de 10 euros e outra de 100 rúpias que encontrei ali.


O voo para Mumbai (antes conhecida como Bombaim) aterrissou à 1h30 da manhã. O voo de volta estava marcado para outro horário muito incomum – 2h50 da manhã (a aeronave simplesmente aterrissa, reabastece e regressa a cada noite). Ali estava eu, fazendo o check-in por volta das 11h da noite, com tempo suficiente apenas para passar pela segurança, pela imigração e pela alfândega. Não precisava de ajuda com a bagagem, mas por consideração ao carregador deixei que ele levasse minhas malas e passasse com elas pela área de segurança.


A essa altura, eu tinha 30 rúpias na carteira, uma recompensa justa por seu trabalho. Mas ele começou a reclamar que merecia receber mais.


– Dê-me uma nota de 100 rúpias, sahib – ele insistiu.


Tentei livrar-me dele, mas ele grudou em mim que nem sanguessuga. Estava tarde e eu, muito cansado. Tudo o que queria era chegar à sala de embarque, encontrar um lugar para colocar os pés para cima e descansar um pouco. Talvez um dólar (equivalente a 40 rúpias) o deixasse satisfeito. Puxei a carteira e – surpresa! – ali estava uma nota de dez rúpias que aparentemente passara despercebida. Não custa tentar, pensei. Entreguei a nota para ele. Ele pegou sem questionar e saiu com tanta pressa que até fiquei surpreso.


Na manhã seguinte, entendi o porquê. Ao passear pelas lojas do aeroporto de Frankfurt, notei que a nota de 10 euros havia desaparecido de minha carteira. Claro! A nota de 10 rúpias é de coloração semelhante à nota de 10 euros e ambas possuem quase o mesmo tamanho. O carregador realmente foi muito bem pago – recebeu o valor equivalente a uma semana de trabalho ou mais!
Na vida cristã, precisamos colocar tudo à prova. A mudança é boa e necessária, tanto no âmbito pessoal quanto no âmbito coletivo. Mas nem toda mudança é boa. Precisamos ser conservadores; ou seja, ficar com o que realmente importa.


Isso vale para os ensinos fundamentais da Bíblia; a graça não os muda. Vale também para os princípios de vida que a Bíblia ensina – integridade, fidelidade, honestidade, pureza, autenticidade. E vale para a adoração: com reverência e decência. Fiquemos com o que é bom.

 

28 de setembro Sexta


O Deus da Segunda Chance


Só Lucas está comigo. Traga Marcos com você, porque ele me é útil para o ministério. 2 Timóteo 4:11


Note quem é o autor das palavras do texto de hoje: o apóstolo Paulo. Muitos anos antes ele não permitiu que João Marcos se envolvesse em seu ministério porque, durante a primeira viagem missionária do apóstolo, Marcos, que o acompanhava juntamente com Barnabé, o decepcionou. Assim que a situação ficou difícil na Panfília (região litorânea na Ásia Menor), Marcos desistiu e voltou para casa. Posteriormente, quando Barnabé quis convidar Marcos para acompanhá-los em sua segunda viagem missionária, Paulo não permitiu. Os dois líderes tiveram uma desavença tão séria que resolveram se separar. Paulo escolheu Silas e seguiu em uma direção, Barnabé convidou Marcos e seguiu em outra.


Agora, porém, Paulo, já idoso e preso, com a morte chegando cada vez mais perto, mudou de ideia. Quer João Marcos ao seu lado. Paulo pede que Timóteo o leve até ele “porque”, diz Paulo, “ele me é útil para o ministério”.


Sempre que alguém, homem ou mulher, falha em cumprir seu dever, ficamos decepcionados. Toda vez que um jovem fracassa, fico muito triste. Os jovens já contam com muitos críticos prontos para apontar alguma falha ou atentos para vê-los fracassar sem oferecer-lhes ajuda ou apoio.


Quando um ministro fracassa, a dor é ainda maior. Os santos podem tolerar uma pessoa que comete todos os tipos de erros antes de se entregar a Cristo (às vezes exultam com os detalhes sombrios), mas tome cuidado após ser batizado. Tome cuidado dobrado se for ministro. A disposição dos santos para perdoar se desvanece diante dos seus olhos.


João Marcos corrigiu seu erro. Ele fracassou, mas Barnabé lhe concedeu uma segunda chance. E ele não o decepcionou! Graças a Deus pelos “Barnabés” da igreja – homens e mulheres que não ficam relembrando nossas falhas, mas, em vez disso, nos concedem uma segunda chance.


Além de João Marcos progredir no ministério, ele se tornou tão respeitado que seu relato da história de Jesus, um dos primeiros a ser escritos, encontrou seu lugar no cânon bíblico. Pense nisto: de fracassado a escritor do Evangelho, de desistente a líder respeitado!


Amo histórias assim, de desistentes que se tornaram decididos e corajosos; de fracassados que escreveram Evangelhos, pois eles são a demonstração viva da essência da graça. E graça tem tudo que ver com segunda chance. E terceira.


E quarta. E quinta. E sexta. E sétima...

 

29 de setembro Sábado


A Bênção de Aser


Aser, o mais abençoado dos filhos! Que ele seja o favorito entre os irmãos, seus pés massageados com óleo. Protegido por portas e portões com trancas de ferro, sua força seja como ferro por toda a sua vida. Deuteronômio 33:24, 25, The Message


Um fervoroso cristão evangélico montou uma companhia de extração de petróleo em Israel, no território ocupado pela tribo de Aser. Ele tem certeza de que a promessa feita a Aser – “seus pés massageados com óleo” (The Message) – é a garantia de que se pode encontrar petróleo naquela região.


Não estou com pressa alguma de comprar ações dessa companhia. O “óleo” a que Moisés, autor da bênção, se referiu certamente não era o óleo mineral, mas provavelmente o óleo de oliva, ou o óleo usado para abençoar as pessoas na época. Eugene Peterson, na versão bíblica The Message, chegou bem próximo do original.


Mas esqueça os esquemas comerciais e se concentre na bênção em si. Que ideias maravilhosas ela contém! Preste atenção nelas. São cinco promessas de coisas boas.


Primeira, Aser é “o mais abençoado” dos 12 filhos de Jacó. Podemos apenas especular como isso se cumpriu. Entre as 12 tribos, as duas que parecem se destacar mais na história israelita são a de Judá, que deu origem à linhagem de monarcas que governaram o reino do sul, e a de Efraim, que estabeleceu a dinastia no norte. Rúben, apesar de ser o primogênito, nunca exerceu a liderança. Levi, por sua vez, se tornou a tribo de sacerdotes. E quanto a Aser? Não temos conhecimento de nenhum líder da tribo de Aser.


Assim, Aser, “o mais abençoado”, certamente se destacou em outras áreas. Além disso, a vida é muito mais do que poder e autoridade. Aser deveria ser “o favorito entre os irmãos”. Gosto dessa ideia! Não o líder, não o mais inteligente, mas o mais amado. Acho que preferiria essa bênção.


Os pés de Aser serão massageados com óleo. Você já recebeu uma boa massagem nos pés, daquelas que eliminam cada dor de seu corpo e fazem desaparecer o cansaço e a dor? Eu já (na Romênia), e identifico-me muito com essa bênção. Aser foi realmente um filho afortunado.


Aser também seria protegido, como se as portas e portões com trancas de ferro impedissem o mal de entrar. Isso parece convidativo nessa época turbulenta?


Por último e melhor: a força de Aser seria “como ferro” por toda a sua vida. Gosto da versão Almeida Revista e Atualizada, que diz: “Como os teus dias, assim seja a tua força” (v. 25).


Essa, sim, é uma bênção maravilhosa para levarmos conosco neste novo dia!

 

30 de setembro Domingo


A Graça da Cura


Deus disse: “Se vocês ouvirem, ouvirem obedientemente às instruções de Deus para vocês viverem em Sua presença, obedecendo aos Seus mandamentos e guardando todas as Suas leis, então, não trarei sobre vocês todas as doenças que Eu trouxe sobre os egípcios, Eu sou o Deus que os cura”. Êxodo 15:26, The Message


Deus deseja que tenhamos plenitude de vida, saúde física, mental e espiritual. Tem sido um grande erro da igreja ao longo dos séculos se concentrar apenas na vida interior e negligenciar a física. De fato, nos primeiros séculos, ideias enraizadas na filosofia grega dominaram o cristianismo, ideias que denegriam o corpo. Dessa aberração se desenvolveu o ideal monástico, o celibato e a mortificação do corpo. Que diferença do relato da criação em Gênesis, em que o próprio Deus é o Criador do corpo humano!


Quando o Filho de Deus desceu à Terra para nos revelar como Deus é e para restaurar tudo o que se perdeu com o pecado, Ele dedicou boa parte de Seu tempo ao ministério da cura, trazendo vista ao cegos, audição aos surdos, fala aos mudos, movimento aos paralíticos e mente saudável aos mentalmente aflitos.


A graça fluía de Jesus, a graça da cura! Pense na vida de uma comunidade em que a dor tenha desaparecido, em que não haja sofrimento ou ansiedade – nem mesmo funerais! Jesus acabou com todos os funerais em que esteve. A morte fugia de Sua presença, pois Ele era o próprio Doador da vida.


Na verdade, podemos afirmar que o ministério inteiro de Jesus envolveu a cura. Ele tornava as pessoas sãs, a despeito de seu problema. É interessante notar que a mesma palavra grega, sozo, é utilizada tanto para expressar o ato de salvar quanto o de curar o físico. Por exemplo, quando Jairo enviou a mensagem implorando que Jesus fosse até a casa dele para curar a filha enferma (Mc 5:23), a palavra para curar utilizada é sozo, idêntica à palavra encontrada na passagem: “Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (Lc 19:10).


“Eu sou o Deus que os cura”, Deus afirmou aos israelitas. Ele ainda é. Nem o médico mais habilidoso é capaz de nos curar. Ele é apenas um agente ou ministro da cura que apenas Deus pode efetuar.


Jesus passou Seus dias restaurando pessoas arruinadas pelo pecado. Ele ainda restaura pessoas assim. Sua graça pode transformar dias escuros em cânticos de esperança e nova vida. Nós que professamos seguir Jesus devemos hoje também ser agentes de cura. Estejamos ou não envolvidos no ministério médico, nossa missão é ajudar pessoas enfermas a encontrar cura.

 



 

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