sábado, 20 de outubro de 2012

Comentário lição 4 Salvação: a única solução

Lição 4 – Salvação: a única solução


Por Otoniel de Lima Ferreira, D.Min.
Professor de Evangelismo e Crescimento de Igreja.
SALT, IAENE


Introdução
“Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16).

Esse texto mostra a grandeza do coração de Deus, a ponto de levá-Lo a entregar Seu único Filho para morrer em favor da humanidade. NEle está a salvação para o pecador. Cristo afirma: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (vida abundante e com propósito; Jo 10:10, NVI). Então, surge a pergunta: “Por que a maioria das pessoas não está experimentando essa “vida abundante”? Na verdade, todos têm o direito à vida, mas nem todos creem em Jesus. Só recebe essa vida abundante, ou seja, a salvação, aqueles que nEle creem. O dever do cristão é crer e apresentar essa crença a todos aqueles que ainda não conhecem Jesus.

No livro O que é Salvação, de Hans La Rondelle, se encontra a seguinte declaração: Salvação, no contexto bíblico, “é uma experiência de fé que redime noss passado, enche de gozo nosso presente e aguarda com esperança um futuro glorioso” (p. 8). Gosto dessa definição, pois diz exatamente o que a salvação causa no coração do cristão. Na verdade, a salvação está disponível a nós, porém é necessário crer.
Embora seja necessário crer em Jesus para a salvação, isso não é tudo. A Bíblia diz que o diabo também crê em Deus, e estremece:“Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?” (Tg 2:19, RC). O diabo crê, estremece, mas não obedece. O cristão precisa crer, estremecer e obedecer. De nada adiantará crer e não obedecer, pois assim não haverá diferença entre o cristão e o maligno.

A extensão do problema
Infelizmente, o problema do pecado não se restringiu aos primeiros habitantes da Terra, mas se propagou com os filhos do casal. O fato de Caim ter matado seu irmão Abel, foi uma extensão trágica do pecado de Adão e Eva que, com certeza, sofreram muito com a morte do filho. Da mesma forma que Deus havia sofrido com a desobediência de seu filho Adão, ele sofreu com a perda de seu filho Abel e com a desobediência de seu filho Caim. Todas as vezes que cometemos pecados devemos estar cientes de que as consequências irão além do que imaginamos. Outras pessoas sofrerão como consequência de meu pecado. Por exemplo: Se um homem comete adultério, várias pessoas serão prejudicadas. Em primeiro lugar, a pessoa traída vai sentir mágoa, rancor e desprezo. E se desse adultério vem a ocorrer o nascimento de uma criança, ela vai crescer sem a presença do pai, gerando uma deficiência na formação do caráter e na educação. Outra consequência é que o pai terá que pagar uma pensão, tendo assim que sustentar duas famílias. O filho cresce desestruturado e forma outra família com as mesmas características, gerando uma extensão do problema que se repete a cada geração.

A consequência final do pecado é a morte eterna. Na carta aos romanos, o apóstolo Paulo declarou que "o salário do pecado é a morte”(6:23). Ele também afirmou: “Como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5:12). Esses dois textos mencionados acima nos deixam totalmente perdidos e sem esperança. Pelo fato de Adão ter pecado e recebido a sentença da morte, restou para todos os seres humanos essa triste herança.
Parece que não há solução para o problema que se estende a todas as pessoas. O que nos alegra é que o mesmo texto citado acima diz que “...o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6:23). Jamais devemos cessar de dar glórias a Deus por Seu ato de morrer em nosso lugar. Jamais devemos deixar de amar esse Deus maravilhoso que nos ama e nos restaura. Jamais devemos deixar de pregar sobre esse amor que salva, transforma e liberta o ser humano da escravidão do pecado.

A provisão de Deus
Quando se sente os efeitos do pecado, um sentimento de impotência e fragilidade toma conta do pecador, que não vê nenhuma saída pela qual possa ser liberto. Porém, Deus, em Sua infinita bondade, proveu um plano de salvação, cujo propósito é: “Todo aquele que nEle [Jesus] crê não pereça mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).

De acordo com a Bíblia, esse plano foi instituído bem antes de o homem pecar. Por isso o chamamos de a provisão de Deus. Tito declarou: “Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos” (Tt 1:2). A Palavra de Deus ainda declara: Também nos elegeu nEle antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dEle em caridade; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para Si mesmo, segundo o beneplácito de Sua vontade” (Ef 1:3-5). O Comentário Bíblico Adventista comenta: “Paulo aqui estava expressando um pensamento semelhante concernente à igreja, ou o Israel espiritual. Isto é uma eleição geral dos fiéis e não uma eleição individual. O termo usado, nEle, quer dizer que Cristo é a esfera em que a escolha deve ser feita, porque toda vida espiritual é centralizada nEle”. E ainda: “Uma pessoa vindo a Cristo é escolhida para ser salva da mesma forma que uma pessoa que decide participar de um coral é escolhida para cantar”1 (The Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 6, ed. Francis D. Nichol; Review and Herald Publishing Association, 1980, 998).

A maior provisão de Deus para o ser humano foi ter enviado Seu Filho para morrer em nosso lugar. Na verdade, a morte de Cristo supre a necessidade humana de salvação pela justificação, reconciliação com Deus e santificação e glorificação, o que motiva o cristão a viver de acordo com a vontade de Deus, aguardando um futuro glorioso.

Devemos glorificar o nome de Deus todos os dias pelo fato de termos recebido do Pai a provisão necessária para viver neste mundo e no mundo por vir. Louvemos a Deus pelo fato de termos direito à salvação, mesmo sem merecermos. Louvemos ao Senhor porque, pela presença do Espírito Santo, somos guiados na jornada da vida cristã e no processo da santificação.

A experiência da salvação
Em uma reunião da Escola Sabatina, um professor declarou que é muito difícil saber quando se está salvo. “Eu mesmo não tenho certeza da salvação”, disse ele. Na verdade, essa dúvida está no coração de muitos membros da igreja.

Você tem certeza da salvação? Você já experimentou o prazer de ser salvo? Existe um hino no Hinário Adventista que exemplifica a experiência da salvação:

“Que prazer é ser de Cristo, nEle crer e confiar,
Aceitar os Seus ensinos, Sua paz e amor gozar!
CORO:
Cristo! Cristo! Já confio em Teu nome, em Teu poder.
Cristo! Cristo, bem-amado, faze em mim a fé crescer.
Oh, que bênção crer em Cristo, crer no sangue que verteu!
Pois os meus pecados todos sepultou e os esqueceu!
Oh, quão bom é crer em Cristo, ter certeza do perdão!
Receber de Cristo mesmo, vida, paz e salvação.
Sim, feliz eu sou em Cristo, dEle aqui desejo ser;
Quero, pois, humildemente, ao Senhor obedecer.
(Hinário Adventista, 271).

Estar feliz com Cristo e ter prazer em obedecer-Lhe, cumprindo o propósito de Deus para nossa vida, deve ser, com certeza, a alegria da salvação. Uma das maiores alegrias expressas por Paulo tem ver com a salvação de outras pessoas. Paulo tinha um profundo desejo de salvar seus compatriotas israelitas. Ele expressou esse desejo em Romanos 9:1-4: “Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência: tenho grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne. São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas” (Rm 9:1-4).

Embora esse forte interesse por parte do apóstolo não tenha obtido muito resultado, vemos sua preocupação sempre expressa em sua vida de oração: “Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação”2 (Rm 10:1). Em minha opinião, a alegria da salvação está no fato de salvar outros. “Mais bem-aventurado é dar do que receber” (At 20:35). Seria muito egoísmo de nossa parte receber de graça o dom da salvação e não repartir com aqueles que ainda não a têm. Ninguém é tão pobre que não possa compartilhar, nem tão rico que não possa receber. “De graças recebestes, de graça dai” (Mt 10:8).

Conclusão
Nossa oração deve ser: Senhor, “guia-me na Tua verdade e ensina-me, pois Tu és o Deus da minha salvação, em quem eu espero todo o dia” (Sl 25:5). Há prazer em servir a Cristo, especialmente quando você faz isso por amor. Nosso lema deveria ser: “Paixão por Deus, paixão pelas pessoas, paixão em servir”. Nossa única salvação está em Cristo Jesus, nossa Rocha.

1.The Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 6, ed. Francis D. Nichol (Review and Herald Publishing Association, 1980), p. 998.
2. John F. MacArthur, Jr., Alone With God, MacArthur Study Series (Wheaton, IL: Victor Books, 1995), p. 134.

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