sábado, 27 de outubro de 2012

Meditação Diária - Semana 29/10/2012

Meditação Diária - Outubro 2012

 


     
27 de outubro Sábado

      Prisioneiros e Pizza

 

O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Ele Me ungiu para pregar boas-novas aos pobres. Ele Me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos. Lucas 4:18

Algum tempo atrás, a rebelião em um dos presídios australianos terminou de maneira inusitada. Um grupo de prisioneiros assumiu o controle da área da recepção da prisão de segurança máxima em Hobart, capital da Tasmânia. Exigindo melhor tratamento e melhorias nas celas, os prisioneiros fizeram uma lista de 24 itens. Eles imobilizaram um dos guardas e o fizeram de refém até que as exigências fossem atendidas. Após dois dias, a rebelião terminou pacificamente, sem a agitação do pelotão de choque munido de escudos e armas fogo, sem gás lacrimogêneo, sem tiroteio. A pessoa responsável pela negociação garantiu a liberação do guarda sem sofrer nenhum dano após a entrega de 15 pizzas. Aparentemente, nenhuma das 24 exigências listadas provaram ser tão urgentes quanto a necessidade de uma refeição diferente!

Pessoas angustiadas, pessoas que pensam que não têm nada a perder, agem com desespero. Mas a calma paciente de um mediador (e a expectativa de deliciosas pizzas após dois dias sem comer) pode acabar com o desespero de qualquer ser humano.

Em vários lugares da Bíblia encontramos os seguidores de Deus em prisões – não por causa de algum ato ilegal, mas por obedecerem à sua consciência. O jovem José, falsamente acusado pela mulher de Potifar, foi encarcerado. Muitos séculos mais tarde, o profeta Jeremias foi preso porque predisse a derrota de Jerusalém para os babilônios. No Novo Testamento, João Batista foi colocado atrás das barras de ferro e finalmente executado após denunciar o casamento ilícito do rei Herodes Antipas com a cunhada. O apóstolo Paulo foi preso várias vezes. No livro de Hebreus lemos a respeito de cristãos, cujos nomes não foram registrados, que foram presos por causa de sua fé (Hb 10:34; 13:3). E o relato bíblico é concluído com o Apocalipse, revelado pelo Senhor a João, durante seu exílio na ilha de Patmos (Ap 1:9).

Entre todos esses personagens bíblicos, nenhum jamais causou tumulto, fez reféns ou exigiu melhor tratamento. Eles confiaram em Deus; suportaram as dificuldades através dos olhos da fé nAquele que é invisível. Na verdade, todos nós somos prisioneiros, cristãos e não cristãos. O carcereiro é severo e cruel; Satanás é seu nome. Mas Jesus proclama liberdade para os prisioneiros: libertação das algemas do pecado, um novo começo. E um dia, o próprio cruel carcereiro será preso (Ap 20:1-3).


28 de outubro Domingo


O Caso da Galinha Distraída

 

Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes Eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! Lucas 13:34

A humilde galinha, seja batendo as asas em voo ou ciscando o chão, carece de graça. Nenhum soneto de amor jamais a invocará; nenhum artista jamais a fará objeto de um afresco. Ela parece existir estritamente para propósitos utilitários – botar ovos e servir de alimento para os carnívoros. Pobre galinha! Nunca será elogiada como o pássaro azul, o sabiá ou a cotovia; nunca atingirá as alturas como a águia. Tudo o que recebe são gozações, como na fútil brincadeira: “Por que a galinha atravessou a estrada?”

Essa brincadeira, porém, foi levada a sério. Certa galinha foi multada (não estou inventando isso) por atravessar a estrada distraidamente! A multa foi emitida pelo delegado de Kern County, Califórnia. Na verdade, a galinha não recebeu a multa, presumidamente porque se recusou a recebê-la, mas os donos da galinha, sim.

A ré foi multada por impedir o tráfego em Johannesburg, uma pequena comunidade rural próxima a Ridgecrest, cerca de 350 quilômetros a nordeste de Los Angeles.

Agora, sim, sabemos por que a galinha atravessou a estrada: ela não sabia que atrapalhar o tráfego era ilegal. Mas isso não é tudo. A comunidade em que a galinha infringiu a lei tem uma população de apenas 50 residentes! Com uma multidão dessas, uma galinha distraída obviamente causaria um congestionamento.

Os donos da galinha alegam que foram multados porque reclamaram que os policiais não estavam executando satisfatoriamente o dever de supervisionar e controlar os veículos na estrada de terra. “Não”, foi a resposta dos guardiões da lei. “As galinhas na estrada é que são a causa do problema.”

Jesus certa vez relacionou Seu ministério à atitude de uma galinha com seus pintinhos. Dirigindo-Se ao povo de Jerusalém, Ele chorou diante do fato de que foram rejeitados Seus desejos e esforços em reunir o povo sob Seus cuidados. Ele ainda chora. Ele chora pelo mundo. Ele chora por nós.

Somos realmente tolos como os pintinhos que se afastam da mamãe galinha, recusando-se a atender seu cacarejo avisando do perigo; seu chamado para voltar à segurança de suas asas protetoras. Tolos como as galinhas distraídas. Mas a graça é para pessoas tolas como você e eu.


29 de outubro Segunda


A Canção da Eternidade

 

No princípio era Aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. João 1:1

Misteriosas, intrigantes, profundas, as palavras de abertura do Evangelho de João atraem nossa atenção. A linguagem em si é simples, tanto em nosso idioma quanto no texto original em grego, mas nos encanta. Trata-se de uma canção que ecoa desde a eternidade.

“No princípio...” Nossa mente é remetida para as primeiras palavras da Bíblia. “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1:1, ARA). O princípio do Evangelho de João, no entanto, remete-nos para muito antes do nascimento da Terra e de nosso sistema solar: antes da criação do mundo, antes da existência do Universo, antes do tempo, antes de todas as coisas. Trata-se do princípio que antecede todos os princípios que possamos imaginar.

Somos criaturas de tempo e espaço; somos seres humanos. Mesmo que atingíssemos a média de idade bíblica, mesmo que vivêssemos por mais de um século, o número de nossos dias seria como uma fração de segundos em comparação com a eternidade. Pense no Universo, incompreensível em sua vasta imensidão, com estrelas tão distantes que a luz que irradiam, viajando a 300 mil quilômetros por segundo, leva milhões de anos para atingir nosso planeta. Essas estrelas estão tão distantes que muitas vezes já se apagaram há muitos anos, mas a luz que vemos continuou sua longa jornada até atingir nosso campo de visão.

E o princípio sobre o qual escreveu o apóstolo João é ainda mais distante, anterior a todos os princípios. Estejamos certos de que João se refere a um Ser que sempre existiu. A Palavra não é um ser recém-chegado na cena das eras. Tente imaginar a época mais distante que conseguir e ainda encontrará a Palavra.

A Palavra entrou no tempo e no espaço. Ela armou Sua tenda entre nós, tomou a forma humana. João fala resumidamente sobre isso e dedica o restante de seu Evangelho para descrever a glória da Palavra que Se fez carne. Essa Palavra que Se fez carne, a quem as pessoas chamaram de Jesus, parecia ser como qualquer outra pessoa. Mas não era. Veio de eras e eras, da eternidade.

De todas as considerações sobre Jesus de Nazaré, a pergunta suprema, a mais importante, é: Foi Jesus apenas um homem, ou Ele foi algo mais? João nos informa desde o princípio que Ele foi mais, muito, muito mais! Ele é eterno. Ele é Deus.

Ao longo da história, as pessoas têm questionado se Deus ou deuses existiram, têm procurado fazer contato com eles, satisfazê-los, apaziguá-los. João diz: Sim, Deus existe. Desde a eternidade. E Deus Se fez carne. Ele deixou a eternidade e Se submeteu ao nosso tempo e espaço. Ele veio para nos salvar. Jesus!


30 de outubro Terça


O Criador de Todas as Coisas

 

Todas as coisas foram feitas por intermédio dEle; sem Ele, nada do que existe teria sido feito. João 1:3

A Palavra eterna, Aquele que é o grande comunicador da Divindade, é também o agente da criação. Estamos habituados a pensar em Jesus, a Palavra que Se fez carne, como nosso Salvador. Com menos frequência nos damos conta de que Ele também é nosso Criador. Mas Ele é. João afirma que “sem Ele, nada do que existe teria sido feito”. Paulo vai ainda além: “Pois nEle foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele” (Cl 1:16).

Tal visão transforma nossa maneira de olhar o mundo ao redor. O mundo natural com suas variedades deslumbrantes de árvores, plantas, flores e ervas; com maravilhosa imensidão de espécies de vida animal – Ele criou tudo. Não aconteceu por acaso; é Sua criação.

Os seres humanos em especial são o auge de Sua atividade criativa. Ele nos criou um pouco menores do que os anjos, à Sua imagem, à semelhança de Deus. Por meio do ato da criação, Ele conferiu dignidade a cada homem e mulher nascido neste mundo. É verdade, a imagem de Deus foi quase removida pelo pecado, mas restam alguns traços. A pessoa que zomba de outro ser humano zomba do Criador; a pessoa que prejudica outro ser humano, um dia terá que prestar contas ao Criador.

A conclusão dessa grande verdade é: Ele também me fez. Sou especial. Tenho valor. Minha origem é divina, a despeito de quão modestas tenham sido as circunstâncias de meu nascimento. Tenho um destino divino, pois Ele quer que eu viva para sempre em Sua presença.

Carregamos os traços da imagem divina, possuímos o desejo e a habilidade de “criar” também, ainda que em nível muito inferior. Algumas pessoas compõem músicas maravilhosas; eu não. Algumas pessoas fazem peças de mobília, constroem casas; eu não. O mais próximo que meus esforços chegam da criatividade é por meio da escrita. Para mim, escrever tem sido um hobby vitalício. Criar textos me traz muita satisfação. Notei um fenômeno interessante: aquilo que escrevo assume vida própria. Cada leitor interpreta meu artigo ou livro de acordo com sua própria experiência. Eles encontram significado em trechos que eu não incluí conscientemente. Se eu protestar, dizendo: “Mas não foi isso que eu quis dizer!”, eles respondem: “Bem, mas foi assim que eu entendi!”

De certa forma, assim ocorre com Deus e conosco. Ele nos criou, mas Ele permite que sigamos o caminho que escolhemos.

31 de outubro Quarta


O Triunfo da Luz

 

A Luz da vida brilhou nas trevas, e as trevas não conseguiram apagá-La. João 1:5, The Message

Nunca conseguiram, nunca conseguirão: as trevas não podem apagar a luz. Às vezes, as trevas são tão densas que parece que conseguiremos tocá-las. São impenetráveis, parecem estar totalmente distantes da Luz; mas a Luz vem e dissipa as trevas.

Sou otimista. De vez em quando, encontro ou fico sabendo de pessoas terrivelmente preocupadas com o estado do mundo. Está tudo arruinado, dizem; as coisas nunca foram tão ruins. Elas conseguem enxergar apenas o pior para o futuro. Às vezes lançam seu olhar negativo para a igreja: ela se corrompeu e está piorando; tempos ainda piores virão.

Mas as trevas não podem apagar a Luz. Nunca conseguiram, nunca conseguirão. Ao longo dos séculos, em meio à maldade e à ignorância tão escuras como a meia-noite, Deus sempre teve um povo que O amou e O serviu, um povo que brilha como a luz de velas, dispersando a escuridão.

Assim também foi antes de Jesus iniciar Seu ministério. O povo vivia em trevas, de acordo com a Bíblia (Mt 4:16). Mas entre aqueles que habitavam na sombra da morte surgiu uma luz brilhante. Primeiro, João Batista, que Jesus chamou de “candeia que queimava e irradiava luz” (Jo 5:35). Em seguida, o próprio Jesus. Ele foi, e é a Luz do mundo. Assim, o período de profunda ignorância e escravidão, ao pecado e ao diabo, deu lugar a uma era de luz incomparável.

A mais densa escuridão ainda surge pouco antes do alvorecer. No momento em que parece não mais restar esperança, a ajuda está prestes a aparecer.

No século 19, uma expedição liderada pelos exploradores Robert Burke e William Wills partiu de Melbourne na tentativa de cruzar pela primeira vez a Austrália, de norte a sul. Finalmente, chegaram a Cooper’s Creek, uma região muito remota. O grupo permaneceu ali, enquanto Burke e Wills prosseguiram, com o objetivo de chegar ao mar. Os que foram deixados para trás esperaram por muito tempo, mas os líderes não retornaram. Por fim, concluíram que Burke e Wills tinham morrido. Levantaram acampamento, mas antes enterraram alguns alimentos sob uma árvore em cujo tronco escreveram: “Cave.”

Logo depois que partiram, Burke e Wills apareceram e encontraram os alimentos enterrados. Mas os líderes e o grupo nunca mais se encontraram, e Burke e Wills acabaram perecendo. Tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe!

Nunca se esqueça disto: a Luz ainda brilha e sempre brilhará.








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