sábado, 24 de novembro de 2012

Meditação Matinal - Novembro 2012


Meditação Matinal - Novembro 2012

1º de novembro Quinta


O Homem do Deserto


Houve um homem chamado João, que foi enviado por Deus. João 1:6, NTLH

O homem do deserto caminhava com a cabeça erguida. Bronzeado pelo calor do deserto da Judeia, seu olhar era firme e penetrante, estava acostumado a viver sozinho – uma voz solitária. Deus o enviou. Nascido de pais de idade avançada, Zacarias e Isabel, que havia muito tempo tinham abandonado a esperança de ter um bebê, ele foi o fruto de uma gravidez miraculosa. Deus o trouxe à existência; Deus tinha uma mensagem para aquela época, e ele foi escolhido para transmiti-la.

Sua vida, assim como a dAquele que João foi chamado a proclamar, foi interrompida no auge de sua mocidade. Apesar de curta, sua vida brilhou como uma candeia romana, brilhou na escuridão da Palestina do primeiro século. “João era uma candeia que queimava e irradiava luz, e durante certo tempo vocês quiseram alegrar-se com a sua luz” (Jo 5:35).

Durante certo período, João foi imensamente popular. Multidões vinham de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a região ao redor do Jordão para ouvi-lo e para ser batizadas para o perdão de seus pecados (Mt 3:5). Até os fariseus, meticulosos na observância da religião, e os saduceus foram vê-lo no deserto. Até mesmo os soldados e os cobradores de impostos (Lc 3:12, 14).

Tão grande era o entusiasmo popular que algumas pessoas começaram a se perguntar se João Batista não seria o tão esperado Messias. A atenção da hierarquia religiosa em Jerusalém se voltou para ele e decidiram enviar uma delegação até o deserto com a pergunta: “Quem és tu?” (Jo 1:19, ARA).

João, porém, por mais que brilhasse, não era a Luz. “Ele veio como testemunha, para testificar acerca da Luz, a fim de que, por meio dele, todos os homens cressem” (v. 7). João conhecia sua missão; ele nunca alegou ser mais do que Deus havia designado que fosse. Alguns de seus discípulos ficaram ressentidos quando Jesus entrou em cena e as multidões diminuíram ao redor de João. Mas João não se sentiu diminuído. “É necessário que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3:30).

Deve ser uma experiência amarga ver sua popularidade diminuir pouco a pouco. Uma situação ainda mais difícil para ser enfrentada com dignidade é a de ser alvo da fúria dos governantes simplesmente por dizer a verdade. Isso aconteceu com João. Ele foi preso por falar contra a união ilícita do rei Herodes Antipas com a esposa de seu irmão Filipe. Essa figura solitária do deserto morreu sozinha no calabouço de Herodes. Uma vida desperdiçada? Não aos olhos de Deus!


2 de novembro Sexta


Por que Creio na Vida Após a Morte


Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido. 1 Coríntios 13:12

Eis as razões por que eu creio – e creio intensamente – na vida após a morte:

Impressões da imortalidade. Apesar de estar cercado pelo temporário, sonho com a eternidade. Envolvido pela mudança e decadência, contemplo a vida imortal. Nada em minha experiência é perfeito, muito menos eu; mas posso imaginar a perfeição e anseio por ela.

Essas impressões (pois isso é tudo o que são) reprovam na análise e averiguação fria e científica. Mas negá-las não seria deixar de lado apenas parte de minha vida, mas talvez a parte mais nobre e refinada, a parte que aponta para além de mim mesmo para uma existência muito mais elevada.

Justiça e desigualdade. Ao meu redor, vejo o fraco abatido e tratado com injustiça. Em todo lugar os ricos se dão muito melhor nos tribunais; a corrupção está em toda a parte.

A vida não é justa. A vida não é imparcial. Mas meu coração diz que deveria ser justa, deveria ser imparcial. Que o fraco deveria ser tratado com justiça nos tribunais e o pobre deveria ter sua porção de pão.

A Bíblia me fala sobre Deus – o Deus que arde em zelo em favor do fraco e do pobre, que fará justiça a Seu tempo quando Ele intervier como juiz.

Propósito. Sem a vida após a morte, nossa existência seria uma jornada sem objetivo, um amor que perece sem ser consumado. Vemos em parte, compreendemos em parte. Mas chegará o dia, diz Paulo, em que veremos e conheceremos face a face (1Co 13:9-12).

Jesus. Os três argumentos acima foram desenvolvidos por mim, mas este está enraizado na história; é a evidência suprema. Jesus de Nazaré ressuscitou dentre os mortos! Ele foi crucificado numa cruz romana, Seu corpo foi colocado no sepulcro recém-esculpido de José de Arimateia, uma grande pedra foi colocada à entrada e alguns soldados montaram guarda para evitar qualquer trapaça. Mas o corpo desapareceu. Na manhã de domingo a pedra foi removida, os soldados fugiram e o sepulcro ficou vazio.

Creio na vida após a morte porque Jesus, que ressuscitou dentre os mortos, prometeu isso para mim. “Eu sou a ressurreição e a vida”, declarou Jesus. “Aquele que crê em Mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11:25).

3 de novembro Sábado


À Deriva


Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos. Hebreus 2:1

Num dia tempestuoso de abril, dois garotos, de 17 e 15 anos, decidiram sair para velejar na Ilha Sullivan, Carolina do Sul, EUA. O Instituto Nacional de Metereologia dos Estados Unidos advertiu as pequenas embarcações a permanecer em terra, mas Josh e Troy mesmo assim decidiram partir em um barco a vela de quatro metros. Não demorou muito e eles perceberam que estavam com problemas. Tentaram nadar para a costa, puxando a embarcação atrás deles. As pessoas na praia não ouviram os gritos por socorro. A correnteza os puxava com força mar adentro. Sem alimento e sem água doce, deixados à mercê do vento e das ondas, eles sabiam que a situação era crítica. As horas se transformaram em dias. O Sol os queimou sem piedade. Tubarões circundavam a embarcação, esperando o momento certo para atacar.

Os rapazes saciavam a sede com água salgada e pulavam no oceano de quando em quando para refrescar a pele, mas os tubarões faziam com que voltassem rapidamente para o barco. À noite, eles usavam uma única roupa de mergulho para se proteger do frio. Sozinhos por vários dias no vasto Oceano Atlântico, os adolescentes chegaram a pensar que tinham cruzado o oceano e estavam se aproximando da costa africana. Na verdade, eles estavam a 160 quilômetros ao norte do local de onde partiram. Ao sexto dia, a última esperança se desvaneceu. Troy, de 15 anos, pediu que Deus o “levasse”.

Apenas algumas horas mais tarde, pescadores avistaram os garotos e os retiraram da água. Queimados pelo Sol, desidratados e exaustos, eles foram transferidos para a embarcação da Guarda Costeira, onde receberam cuidados médicos e entraram em contato com os pais angustiados. “Estávamos orando por um milagre e o recebemos”, afirmou o comandante da Guarda Costeira. O pai de Troy, ao receber a ligação do filho, começou a gritar: “É o meu garoto, é o meu garoto! Ele foi encontrado!”

Que livramento miraculoso! Retirados das águas da morte no momento em que não mais restava esperança alguma. Uma história da graça.

Uma lição para nós também. Assim como Troy e Josh, às vezes seguimos nossa própria vontade, sem a menor consideração para com os avisos de mau tempo. Logo ficamos à deriva, longe da costa. Os tubarões começam a nos rodear, esperando para atacar.

Podemos estar à deriva e não nos darmos conta disso! O único caminho seguro? Entesourar a Palavra; nos apegarmos a ela.

4 de novembro Domingo


Salvo por uma Cachorra de Rua


Pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse se esquecer dele, Eu, todavia, não Me esquecerei de ti! Isaías 49:15, ARA

Por meio do profeta Isaías, o Senhor perguntou: “Pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama?” Trata-se de uma pergunta retórica, sendo a resposta implícita “não”. Uma mãe abandonar o fruto de seu ventre parece algo impossível, incompreensível.

No entanto, o incompreensível está acontecendo cada vez com mais frequência em nossos dias. Em muitos países, incluindo os “avançados” como os Estados Unidos, recém-nascidos estão aparecendo na porta das casas, do lado de fora de hospitais e até mesmo em latas de lixo.

Que terríveis circunstâncias levariam uma mulher a fazer uma coisa dessas? Que desespero, que falta de esperança levaria uma mãe a cometer tal ato antinatural? Unicamente Deus, que conhece e entende, pode sondar as profundezas a que essas pobres mulheres baixaram.

Às vezes, histórias trágicas como essas têm um final feliz; geralmente é o que acontece. De Nairóbi, Quênia, surgiu uma história interessante. Uma cachorra de rua encontrou um bebê recém-nascido abandonado na floresta. Ao que parece, a cadela atravessou uma estrada movimentada com o bebê e passou pela cerca de arame farpado até o local em que estava a sua ninhada. O bebê, coberto com panos rasgados, tinha sido abandonado dentro de um saco plástico. Pesando 3,5 kg, o recém-nascido foi levado para o hospital e recebeu medicamentos. De acordo com a última informação, o bebê estava passando bem e respondendo ao tratamento. Os agentes de saúde entraram em contato com o Serviço de Assistência Social. Ninguém apareceu alegando ser o responsável pela criança, mas assim que a notícia do resgate maravilhoso foi publicada, doações de fraldas e roupas de bebê começaram a chegar.

Depois que o Senhor fez a pergunta: “Pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama?”, Ele continuou: “Ainda que esta se esquecesse, Eu, todavia, não Me esquecerei de ti!” Mais fiel do que o amor materno, mais forte do que o amor paterno, é Seu amor por nós.

“Que linguagem mais convincente ou mais terna poderia ter sido empregada do que essa que Ele escolheu para exprimir Seu amor para conosco? [...] Olhem para cima, vocês que duvidam e tremem, pois Jesus vive para fazer intercessão por nós” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 54).

5 de novembro Segunda


O Mundo Não O Reconheceu


Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dEle, mas o mundo não O reconheceu. João 1:10


Ao redor do globo, um nome é muito mais pronunciado a cada dia do que qualquer outro. Apenas o Senhor é capaz de contar os milhares, bilhões de vezes que esse nome sai dos lábios das pessoas: Jesus Cristo.

Infelizmente, na maioria das vezes Seu nome é usado de forma descuidada. As pessoas o pronunciam como uma blasfêmia, até mesmo em contextos obscenos. Será que, embora o mundo tente esquecer Jesus, tente apagá-Lo de sua consciência inquieta tornando Seu nome uma interjeição comum e pejorativa, Ele ainda esteja por perto? Será que todas as tentativas de sufocar Sua voz suplicante resultam apenas em torná-la mais audível?

A Palavra Se fez carne. Ele que criou o mundo veio ao mundo. E o mais impressionante é que o mundo não O reconheceu. Tal é o mistério do pecado, o poder do diabo de cegar.

O mundo não O reconheceu porque não quis. Escolheu não reconhecer. Exatamente como hoje.

G. A. Studdert Kennedy expressou a agudeza da rejeição de Jesus, no passado e hoje, em seu poema “Indiferença”:

Quando Jesus chegou ao Gólgota, O penduraram no madeiro, cravaram grandes pregos em Suas mãos e pés, perfurando-os por inteiro. Colocaram em Sua fronte uma coroa de espinhos, Suas feridas eram profundas e ensanguentadas, pois aqueles foram dias rudes e cruéis, e a carne humana foi maltratada.

Quando Jesus chegou a Birmingham, simplesmente O desprezaram, jamais tocaram num só fio de cabelo, mas à morte O abandonaram; pois os homens ficaram mais sensíveis, não Lhe causariam sofrimento, apenas O deixariam sob a chuva, sofrendo ao relento. Ainda assim Jesus clamou: “Perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem, Pai.” E aumentava a chuva fria que O ensopava mais e mais.

As multidões foram para casa, deixando o ambiente solitário, Jesus apoiando-Se em uma coluna clamou pelo Calvário.

6 de novembro Terça


Como se Tornar Cristão


Contudo, aos que O receberam, aos que creram em Seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus. João 1:12


Aqui encontramos a fórmula mais simples para se tornar cristão: receber Jesus. Abra sua vida para Ele, permita que Ele seja seu Salvador. Receba-O em Seu amor. Receba-O em Seu perdão. Receba-O em Seu poder transformador. Receba-O em Sua contínua presença. Receba-O em Sua graça infinita.

Muitas pessoas, especialmente aquelas que se opõem ao cristianismo ou que nasceram na igreja e a abandonaram quando atingiram a maioridade, enxergam o cristianismo de forma negativa. Para elas, Jesus atrapalha o caminho da diversão, de passar bons momentos, de ser você mesmo e tudo o que pode ser. Cristianismo significa desistir, abrir mão. É uma série de “nãos”, de sentimentos de culpa e de pessoas carrancudas prontas a criticar e condenar.

Não, diz João o amado. De forma alguma! No cristianismo não se perde, se ganha. Sim, abre-se mão, mas também se recebe. É verdade que, quando recebemos Jesus, nossa vida sofre uma mudança. Não porque Ele ordena que nos conformemos com Suas regras, mas porque nossas atitudes, desejos e motivações mudam. Queremos ser como Ele; queremos viver como Ele. Recebê-Lo significa que Ele preenche nossa vida.

Receber Jesus é como apaixonar-se. Um jovem apaixonado procura estar na presença da amada em toda e qualquer oportunidade. Observe como os hábitos mudam. Talvez esse jovem estivesse sempre atrasado para tudo, mas então passa a ser sempre pontual, chega até mais cedo, para encontrá-la. Antes não se preocupava muito com a aparência, mas agora a primeira coisa que faz no dia é se barbear, manter-se sempre bem-vestido e perfumado, procura estar sempre bem apresentável.

Há muitos anos, um famoso pregador proferiu um sermão intitulado: “O poder expulsivo de uma nova afeição”. Na linguagem moderna, esse título pode parecer um pouco pesado, mas a ideia principal do sermão é: um novo amor expulsa maneiras antigas de agir. Estamos seguindo com a vida, aparentemente felizes. Mas, então, “uma nova afeição” entra em nossa vida – uma pessoa nova, um vislumbre do que pode ser uma vida muito mais rica e grandiosa, muito mais bela. E o novo expulsa o antigo. É exatamente isso que acontece quando recebemos Jesus.

7 de novembro Quarta


A Princesinha na Loja


Quando os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei viram as coisas maravilhosas que Jesus fazia e as crianças gritando no templo: ‘Hosana ao Filho de Davi’, ficaram indignados. Mateus 21:15

Concentrado na lista de compras numa sexta-feira à tarde, me dirigi para a ala das frutas do supermercado. Estava vazia, exceto por uma garotinha, uma princesinha, empurrando seu pequeno carrinho de compras. Ela estava caminhando pelo corredor, muito séria e compenetrada em sua tarefa. Aproximei-me da prateleira repleta de belas maçãs vermelhas; ela acabou parando bem ao meu lado, onde as maçãs estavam expostas. Ao colocar outra maçã no saco plástico em minhas mãos, deixei-o escapar e bater contra o canto da prateleira.

– Cuidado! – ela me repreendeu.
Como pode? Uma princesinha daquele tamanho dando bronca num homem no mínimo dez vezes mais velho do que ela! Segurando o riso, respondi:

– Essa foi por pouco! Quase deixei cair.

Quebrou-se o gelo.

– Você que faz as compras em sua casa?

– Sim, minha esposa está hoje aqui, mas geralmente eu faço as compras.

Um largo sorriso.

– Geralmente os rapazes não gostam de fazer compras.

– Eu sei. Eu odiava. Faço isso para ajudar minha esposa. Agora eu gosto.

– Eu também. Acho divertido.

Próximo dali, soou uma voz: – Tracy!

E ela respondeu. Lançando um sorriso para mim, se despediu e foi embora. Logo em seguida, Noelene apareceu e perguntou o que havia acontecido. Contei-lhe do encontro e ela percebeu que eu havia apreciado muito.

Jesus também ficou muito alegre no último domingo de Sua vida quando ouviu as crianças gritarem no Templo: “Hosana ao Filho de Davi.” Os líderes religiosos ficaram indignados. Afinal, aquele era o território deles!

Eles tentaram descarregar a raiva que sentiam contra o elemento mais frágil – as crianças. “Não estás ouvindo o que estas crianças estão dizendo?”, perguntaram, exigindo que Jesus as repreendesse. Mas Jesus simplesmente respondeu: “Sim, vocês nunca leram: ‘Dos lábios das crianças e dos recém-nascidos suscitaste louvor?’” (Mt 21:16, 17).

Jesus defendeu as crianças. Ele ainda o faz.

8 de novembro Quinta


A Conspiração da Bondade


Deem, e lhes será dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem também será usada para medir vocês. Lucas 6:38

Durante os dias escuros de 1940, à medida que forças de Hitler assumiam o controle da Europa com poder aparentemente impossível de ser detido, uma luz de graça brilhou com força e coragem. Ela brilhou através de um diplomata japonês que, num momento crucial de sua vida, ficou com o destino de milhares de pessoas nas mãos.

O pai de Chiune Sugihara tinha planejado uma carreira promissora para o filho na área da medicina, mas Chiune não queria ser médico. Quando fez o exame de admissão para a escola de medicina, ele deliberadamente reprovou. O pai descobriu a razão da reprovação e, furioso, recusou-se a ajudar o jovem a prosseguir nos estudos.

Assim, Chiune trilhou os próprios caminhos. Ele trabalhou para juntar os recursos, matriculou-se na universidade e graduou-se em Inglês. Ao deparar-se com o anúncio para o serviço diplomático, ele ganhou uma bolsa de estudos ao concorrer com muitos outros candidatos. Fluente em vários idiomas, esse diplomata educado e de boa aparência deu início a uma carreira que parecia destinada a notáveis realizações. Em Manchuria, ele negociou um acordo importante com a Rússia. Em seguida, com o início da guerra, foi enviado para o estado báltico da Lituânia para fazer parte da inteligência das tropas de ação.

Em 1940, Hitler determinou que os judeus fossem exterminados. Com as forças nazistas ganhando terreno ao oeste e os exércitos russos fechando o cerco ao leste, o tempo estava se esgotando. Os judeus buscavam um lugar para se refugiar e o encontraram em Curaçao, ilha de domínio holandês no Caribe, que exigia visto de entrada. Mas, primeiro, tinham que passar pelo Japão, o que significava que tinham que conseguir um visto japonês para cruzar a Rússia.

Milhares de judeus desesperados rogaram a ajuda de Sugihara. Sem permissão de Tóquio e trabalhando 18 horas por dia, ele emitiu mais de dois mil vistos, assinando-os até o último minuto quando o trem o levou para assumir responsabilidades em outro lugar.

No fim da guerra, Sugihara retornou para Tóquio e foi removido do corpo diplomático. Ele foi forçado a realizar trabalhos servis para manter a família. Por muitos anos Sugihara se recusou a falar sobre sua atitude durante a Segunda Guerra Mundial. Por fim, pressionado a explicar a razão de ter desobedecido às ordens, visto que isso não lhe trouxe nenhum benefício, ele simplesmente respondeu: “Fazemos o que é certo simplesmente porque é certo.”

9 de novembro Sexta


O Primogênito de Deus


Os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus. João 1:13

A Luz veio ao mundo, mas o mundo deu as costas para a Luz. Em vez de receber a Luz, sua resposta foi: “Apaguem a Luz!”

Mas não todos; não o mundo inteiro. Alguns receberam a Luz. E algo maravilhoso aconteceu: a Luz, que realmente expôs seus defeitos, também cobriu suas imperfeições. A Luz tinha o maravilhoso poder renovador.

“Mas aos que O receberam, aos que creram que Ele foi quem alegava ser, Ele fez com que conhecessem quem realmente são, filhos de Deus” (Jo 1:12, The Message).

Verdade no passado, verdade hoje. A maioria das pessoas segue o próprio caminho, até os que professam ser cristãos. Mas alguns ainda recebem a Luz. Alguns ainda descobrem quem realmente são: filhos de Deus.

Deus é o nosso lar. Somente quando chegamos ao lar nos tornamos pessoas completas. Esses são os filhos de Deus, aqueles que chegam ao lar. Deus criou o homem na Criação; Deus recria o homem na nova criação. Macho e fêmea os fez, à Sua imagem; homem e mulher Ele os recria, à Sua imagem. “E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a Sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito” (2Co 3:18).

Os cristãos são uma nova espécie. Somos separados e distintos. Nossa linhagem, no entanto, não depende de genes, não é definida por “sangue”. Na verdade, o “sangue” de todas as nações da Terra se mistura no sangue dessa nova categoria ilustre. Apenas um fator constitui esse grupo: somos filhos de Deus.

Não por sangue nem por “carne”. Não pela vontade humana – não pela ambição, pelo esforço, pela cruel exigência – consegue-se fazer parte dessa classe. “O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito” (Jo 3:6). Não pelo desejo de primogenitura, não pela relação sexual nem com o auxílio de clínicas de fertilidade. Apenas de uma forma: o Primogênito de Deus.

10 de novembro Sábado


Folhas que Curam


No meio da rua principal da cidade. De cada lado do rio estava a árvore da vida, que frutifica doze vezes por ano, uma por mês. As folhas da árvore servem para a cura das nações. Apocalipse 22:2


Gosto de juntar folhas. Em cada outono essa atividade é realizada em nosso quintal, onde imponentes carvalhos deixam cair grande abundância de folhas. Aguardo ansioso por esse momento; amo o cheiro singular desse carpete vermelho e amarelo, marrom escuro e alaranjado. Sempre fico feliz quando a última das 37.492.187 (uma estimativa) das folhas cai lá do alto para o descanso.

O poeta norte-americano Robert Frost escreveu sobre o ato de juntar folhas:

Tanto faz pá ou colher
Para juntar essas folhas;
E o saco que elas enchem
Pesa o que pesam rolhas.
Mas as montanhas que eu ergo
Escapam de meu enlace,
E tombam entre meus braços
E voam na minha face.

Esse homem realmente sabe o que é realizar essa tarefa. É assim mesmo. É preciso entrar nesse oceano de leveza para apreciar as palavras do poeta.

A tarefa de juntar folhas em minha casa leva, em média, 20 horas. Um ano de grande abundância requer mais trabalho, mais tempo.
Noelene e eu juntamos tudo, trabalhamos juntos, ou sozinhos se uma viagem nos leva para longe de casa. Juntamos as folhas em montes, arrastamos os montes para um canto ou para um terreno vazio e pegamos o triturador. Geralmente o ato de triturar as folhas leva de 10 a 12 horas e nos deixa cobertos de pó.

Mas esse monte de matéria vegetal é o segredo de nosso jardim. Depois de molhado, é misturado com a terra. A decomposição ocorre durante o inverno. Na primavera, tudo será utilizado como adubo para nutrir o jardim inteiro. As folhas do outono voltam em cores brilhantes, arbustos cheios de vida e belas árvores.

O Senhor nos assegura que na Terra renovada haverá folhas que curam.

Cristo é a árvore da vida. Sua graça cura as nações, cura as pessoas, cura todos nós. Ele nos liberta de nossas enfermidades espirituais.

11 de novembro Domingo


Jesus, Exegeta de Deus


Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, O tornou conhecido. João 1:18

Ao descrever de que maneira Jesus, o Filho, revela Deus, o Pai, João utiliza um verbo interessante. Traduzido por “O tornou conhecido”, o verbo é exegeomai, que significa “mostrar”, “explicar”, “revelar”, “interpretar”. Dessa palavra se originaram os termos “exegese” (interpretação da Bíblia) e “exegeta” (intérprete da Bíblia).

O Filho, afirma o amado João, é o Exegeta de Deus. Ele interpreta Deus para nós, não apenas ao mostrar o significado dos escritos sagrados, revelados através do Espírito Santo, mas revelando Deus em Si mesmo. Quem vê Jesus, vê Deus; quem conhece Jesus, conhece Deus.

O próprio Jesus afirmou isso. Diante do pedido de Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”, Jesus respondeu: “Você não Me conhece, Filipe, mesmo depois de Eu ter passado com vocês tanto tempo? Quem Me vê, vê ao Pai” (Jo 14:9).

Em outra ocasião, Ele disse aos discípulos: “Ninguém conhece o Filho a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho quiser revelar” (Mt 11:27).

Você quer conhecer quem Deus realmente é? Existe apenas um Intérprete capaz de fazer a verdadeira descrição: Jesus, o Exegeta de Deus. As pessoas podem dizer isto ou aquilo, apresentar longos argumentos e lógicas complexas; mas esqueça tudo isso e busque apenas Jesus. Permita-Lhe revelar o Pai a você.

Há milhares de exegetas da Bíblia, milhões de exegetas de Deus. Quase todo mundo acredita em Deus ou “deus”; todos O interpretam à sua maneira.

Mas apenas uma interpretação é válida: a do Filho, o Exegeta de Deus. Leia o que Ele nos fala a respeito de Deus nos quatro Evangelhos. Melhor ainda, estude e medite em Sua vida – e morte. Ali encontramos a revelação de Deus.

Que Deus! Um Deus bondoso e amoroso, que está ao nosso lado, que nunca nos decepciona, cheio de graça e verdade.

12 de novembro Segunda


O Deus dos Pedaços


Deus tornou a minha vida completa no momento em que eu coloquei todos os pedaços diante dEle. Quando corrigi meu procedimento, Ele me deu um novo começo. 2 Samuel 22:21, The Message
Segundo Samuel 22 é um longo salmo escrito, de acordo com o verso de abertura, por Davi depois que o Senhor o livrou da mão de Saul e de todos os seus inimigos. A canção está repleta de louvor e gratidão quando ele assim exalta Jeová: “a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador” (v. 2).

Davi havia passado por águas revoltas. Sua carreira floresceu muito cedo. A vitória emocionante sobre o gigante Golias o tornou o herói nacional e o tema principal das canções populares. Ele rapidamente conquistou um elevado cargo no exército do rei. Saul lhe concedeu a mão da filha em casamento. O jovem se tornou uma celebridade. Todos começaram a falar dele como o futuro rei de Israel.

Chegou o dia, porém, em que a “bolha estourou”. Enciumado com a popularidade e sucesso de Davi, Saul se voltou contra ele. Num ataque de ira tentou matá-lo. Davi foi obrigado a fugir para salvar a vida. Num curto período de tempo ele deixou de comer à mesa do rei para se esconder com um bando de rebeldes na caverna de Adulão. Tornou-se o líder de 400 homens “em dificuldades, os endividados e os descontentes” (1Sm 22:2). Um exército de fracassados! Que decadência!

A vida de Davi estava despedaçada. Ele havia perdido tudo – menos Deus. O Senhor era sua rocha, sua fortaleza, seu libertador. Ele colocou todos os pedaços diante dEle, e Deus tornou sua vida completa.

Amigo, você sente que sua vida está despedaçada? Coloque todos os pedaços diante de Deus. Ele pode restaurá-los, Ele pode dar-lhe uma vida completa. O dia que se estende à sua frente pode parecer assustador. Você fica imaginando como conseguirá enfrentá-lo. Agora mesmo, coloque seu dia nas mãos de Deus.

Alguns versos adiante, Davi canta: “O Senhor reescreveu o texto da minha vida quando eu abri o livro da minha vida perante os Seus olhos” (2Sm 22:25, The Message).

Deus, o grande restaurador, aquele que coloca tudo em seu devido lugar, é também Deus, o autor. Ele pode reescrever o roteiro de sua vida. Talvez tudo o que você consiga enxergar para a história da sua vida seja um fim triste. Você não quer pensar nisso. Abra o livro diante de Deus. Permita que Ele mude o texto. Ele ama finais felizes.

13 de novembro Terça


Justiça Salvadora


Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: “O justo viverá pela fé.” Romanos 1:17

Muito tempo atrás, um jovem sincero tentou tudo o que a igreja de sua época tinha a oferecer, e nada deu certo. Uma nova religião nasceu.

Martinho Lutero, intelectualmente dotado, mas atribulado em espírito, renunciou ao mundo e a seus prazeres para seguir a vida solitária do claustro. Monge da ordem franciscana, ele castigou seu corpo na tentativa de encontrar paz com Deus. Orações, jejuns, penitências, vigílias – ele era incansável em sua busca.

“Fui um bom monge, e segui as regras de minha ordem de maneira tão rígida que posso dizer que, se um monge alcançasse o Céu por seu comportamento, eu seria essa pessoa”, Lutero escreveu mais tarde. “Se tivesse continuado um pouco mais, teria me matado com as vigílias, orações, leituras e outras obras.”

Lutero, então, teve a oportunidade de visitar Roma. Cheio de alegria, contemplou todos os lugares sagrados e as relíquias encontradas ali que, segundo acreditava, poderiam saciar a alma sedenta. Mas todas elas falharam em trazer-lhe o conforto que tanto almejava.

A igreja prescreveu a confissão, e foi exatamente isso que ele fez por horas a fio, até esgotar a paciência de seu confessor. Mas, no silêncio da noite, ele se lembrou de algo que não tinha confessado. Ou pior: e se houvesse outros pecados dos quais não conseguisse se lembrar?

A igreja também prescreveu algo místico: lançar-se no oceano do amor de Deus. Mas, ao contemplar Cristo vindo para julgar o mundo, Lutero não conseguiu amá-Lo. “Amar Deus? Eu O odiava!” Foi sua resposta desesperadora.

Em seguida, ele foi escolhido para ensinar Bíblia na Universidade de Wittenberg. Começando com Salmos, ele se deparou com o clamor de desamparo que Jesus proferiu da cruz: “Meu Deus! Meu Deus! Por que Me abandonaste?” (Sl 22:1). Esse também era o clamor do coração de Lutero! Ele concluiu Salmos, começou Romanos e, em seguida, Gálatas. Lutando para compreender o que Paulo quis dizer com “justificação”, ele finalmente descobriu que “a justiça de Deus é a justificação pela qual, por meio da graça e da absoluta misericórdia, Deus nos justifica pela fé”.

Lutero foi libertado, e nasceu a Reforma.

14 de novembro Quarta


Casamento no Céu


Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-Lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a Sua noiva já se aprontou. Apocalipse 19:7

De vez em quando a mídia apresenta histórias de pessoas que se casam em lugares exóticos, como embaixo d’água. Mas nenhum casamento de que já tive notícia foi mais surpreendente do que o realizado no dia 30 de maio de 2005, no topo do Monte Everest!

Com 8.850 metros, o Everest é o ponto mais alto do nosso planeta. Até mesmo durante o verão, o ar rarefeito é de um frio cortante, e os ventos violentos revolvem o cimo do monte. A montanha é assassina; milhares já perderam a vida tentando conquistá-la. Mas dois jovens alpinistas nepaleses conquistaram o Monte Everest: Moni Mulepati, 24, e seu noivo, Pem Dorjee, 23. Com o clima cada vez mais ameaçador, eles tiraram por alguns instantes as máscaras de oxigênio e seguraram flores artificiais ao fazerem os votos e trocarem alianças.

Nada de música, nada de entrada de padrinhos, nada de daminhas nesse casamento. Apenas o carpete branco da neve e uma vista de tirar o fôlego. Mas havia convidados. Alguns amigos subiram com eles e fotografaram o evento. Devido às condições perigosas, a cerimônia foi breve, de apenas dez minutos de duração. Em seguida, os recém-casados e seus amigos desceram a montanha e voltaram para Kathmandu, surpreendendo os pais com a notícia.

Um casamento nada convencional, nem mesmo para os habitantes locais.

A noiva pertence à comunidade Newar, e o noivo é sherpa, um casal incomum num país em que os casamentos são normalmente arranjados pelos pais e as pessoas tendem a permanecer em suas próprias castas. “Com nosso casamento inter-racial nós também quisemos transmitir a mensagem de que a casta e a etnia não apresentam barreiras quando se trata de casamento”, afirmou Dorjee, o noivo.

Que casal! Que coragem! Que casamento – no céu!

Mas o maior casamento de todos ocorrerá em breve. Ele será realizado num lugar muito além da Terra; no lugar mais desejado do Universo. Ali não há perigo; não há necessidade de uma cerimônia breve e uma retirada rápida.

Breve, muito breve Jesus tomará Sua noiva, Sua linda noiva. Ela estará vestida de puro branco, o linho finíssimo de Sua justiça (Ap 19:7, 8). Que dia será! Façamos planos para estar lá.

15 de novembro Quinta


Jesus, a Pérola


O Reino dos Céus é como um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e a comprou. Mateus 13:45, 46

O negociante estava sempre em busca. Ele comprava e vendia pérolas; negociava apenas as melhores. Certo dia, ele encontrou a pérola mais bela que já tinha visto – grande, perfeita em sua forma, brilhante. Era incrível, quase perfeita demais para ser verdade.

Ele desejou profundamente ter aquela pérola! Mas uma pérola como aquela não era algo barato – o preço era exorbitante, totalmente fora de suas condições financeiras. Mas como desejava aquela pérola! Ele avaliou todas as alternativas. Fez os cálculos. Pensou bastante. Por fim, encontrou uma forma de obtê-la. Se vendesse todos os seus bens, cancelasse todos os seus compromissos financeiros, colocasse à venda as ações que possuía, juntasse todo e qualquer centavo – sim, ele conseguiria! Todas as outras pérolas teriam que ser vendidas, seu lar, seu iate, seu carro do ano – tudo!

Ele, porém, teria a pérola. Isso era tudo o que importava.

Você reconhece o valor de algo quando o vê? Você já encontrou Jesus, a pérola de inestimável valor? Está disposto a abrir mão de tudo para tê-Lo em sua vida?

“Cristo mesmo é a pérola de grande preço. NEle está comprovada a glória do Pai, a plenitude da Divindade. É o resplendor da magnificência do Pai e a expressa imagem de Sua Pessoa. A glória dos atributos de Deus é expressa em Seu caráter. Cada página das Sagradas Escrituras irradia Sua luz. A justiça de Cristo, como uma pérola branca e pura, não tem defeito nem mácula alguma. Nenhuma obra humana pode aperfeiçoar a grande e preciosa dádiva de Deus. É irrepreensível. Em Cristo ‘estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência’ (Cl 2:3). ‘Para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção’ (1Cr 1:30). Tudo que pode satisfazer às necessidades e anelos da vida humana, para este e para o mundo vindouro, é encontrado em Cristo. Nosso Redentor é a pérola tão preciosa, em comparação com a qual tudo pode ser estimado por perda” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 115).

Note o paradoxo da graça. A graça nos é concedida como um presente, absolutamente imerecido. No entanto, como no caso do negociante, ela requer tudo de nós. A graça não é “gratuita”, afinal? Sim e não. A graça é para todos, sem dinheiro e sem preço. Mas apenas aqueles que a recebem, recebem Jesus, a encontram. E quando Jesus assume o controle, Ele nos possui por inteiro. Ele é o nosso Senhor!

16 de novembro Sexta


Ele Não Consegue Dizer “Jesus”


Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Filipenses 4:11, ARA

Na visão de qualquer um, David Ring é um ministro do evangelho bem‑sucedido. Esse evangelista que não professa nenhuma denominação já pregou em mais de seis mil igrejas e em rede nacional de televisão. Todo ano ele recebe mais de 400 convites de congregações que ouvem falar da inspiração que suas mensagens transmitem.

Esse pregador, no entanto, diz a respeito de si mesmo: “Não consigo nem mesmo dizer ‘Jesus’ direito.” Ele não pronuncia bem as palavras e manca ao caminhar. Quando se alimenta, as mãos tremem violentamente. David sofreu paralisia cerebral quando seu cérebro ficou sem oxigênio por 18 minutos por ocasião do seu nascimento. Ele cresceu se sentindo rejeitado, suportando a gozação de outras crianças sobre a sua maneira engraçada de falar e caminhar.

Havia, porém, uma pessoa que o amava. Uma pessoa em cuja companhia ele sempre encontrava aceitação e segurança. Com ela, sua mãe, ele se sentia seguro.

Então, aconteceu uma tragédia. A mãe contraiu câncer e faleceu. David Ring, aos 14 anos de idade, desejou morrer também. A vida parecia dura demais para ser vivida. Ele ficou órfão (o pai tinha falecido antes da mãe) e desesperadamente sozinho no mundo. Deus, porém, enviou um raio de luz da graça à vida triste e solitária desse adolescente. Certo dia, David foi à igreja e descobriu Jesus. Antes, ele tinha certeza de que Deus não o amava porque ele havia nascido com paralisia cerebral. Mas então ele soube que era amado por Jesus do jeito que ele era.

Sua atitude mudou; sua vida mudou. Daquele momento em diante, ele começou a realizar uma série de coisas “impossíveis”: concluiu a faculdade, se casou e se tornou pai de quatro filhos. E talvez o mais surpreendente de tudo: aceitou o chamado divino para ser ministro do evangelho.

“Olhe para mim”, ele diz. “Eu tenho paralisia cerebral. Qual é o seu problema?” Ele desafia as pessoas a parar de reclamar e a começar a testemunhar, contar as bênçãos e deixar Deus conduzi-las a um novo e mais profundo nível de serviço em Sua obra.

Ele gosta de citar as palavras de Paulo a respeito de estar sempre contente (Fp 4:11) e em seguida o verso 13: “Tudo posso nAquele que me fortalece” (ARA). Essa é a história de David. Como ele diz, todos nós mancamos em direção ao reino, mas, ao chegarmos lá, correremos!

17 de novembro Sábado


A Rede de Pesca


O Reino dos Céus é ainda como uma rede que é lançada ao mar e apanha toda sorte de peixes. Mateus 13:47

Quando eu era garoto, costumava passar muitas horas à beira-mar. Um parente possuía uma rede de pesca, e geralmente meus irmãos, todos mais velhos do que eu, organizavam expedições ao oceano para usá-la. Carregávamos a rede mar adentro em um bote a remo, lançávamos a rede dentro da água e a esticávamos, segurando bem firme cada uma das pontas. Em seguida, arrastávamos a rede de volta para a praia e aguardávamos curiosos para ver o que haveria dentro dela.

Quanto mais perto chegávamos da praia e mais a rede subia à superfície, mais empolgados ficávamos. Que coisas estranhas, retiradas do fundo do oceano, encontraríamos ali? Encontramos uma maravilhosa variedade de animais e vida vegetal. Caranguejos e peixes, camarões e polvos, criaturas pegajosas e seres muito estranhos, juntamente com areia, algas marinhas e diversos objetos. A rede apanhava tudo.

Já faz muitos anos que “pesco” pessoas em vez de peixe. A igreja do Deus vivo é como a pesca no oceano. Os cristãos não são o resultado de uma linha de produção; eles não recebem uma estampa comum que os separa do restante da humanidade. Eles são negros, mulatos e brancos; são ricos, pobres e de classe média; são trabalhadores rurais, profissionais e pessoas de negócios; são jovens, de meia-idade e idosos; são homens e mulheres. Eles vêm de todas as partes do mundo.

Precisamos preservar essa individualidade. Somos fortes coletivamente, assim como somos fortes separadamente. Alguns membros enfatizam um aspecto do viver saudável; outros ressaltam um aspecto doutrinário em especial. Essa variedade é positiva, contanto que evitemos o espírito de julgamento e estejamos unidos em realizar a tarefa que Deus nos confiou. Meus irmãos e eu costumávamos separar os peixes bons dos ruins, mas na igreja esse trabalho é designado aos anjos, não a nós (ver Mt 13:49, 50).

Em Apocalipse lemos que a palavra “águas” é utilizada para representar “povos, multidões, nações e línguas” (Ap 17:15). A rede da última mensagem de Deus está sendo arrastada por essas águas. Delas sairão o povo de Deus que habitará com Ele para sempre. Que gloriosa pesca será essa!

18 de novembro Domingo


Graça Comum


Não lhes dizia nada sem usar alguma parábola. Quando, porém, estava a sós com os Seus discípulos, explicava-lhes tudo. Marcos 4:34

As parábolas de Jesus têm uma característica distintiva. Estudiosos pesquisaram os escritos judaicos e de outros povos, mas nunca encontraram ensinos que se igualassem aos de Jesus. Sim, há semelhanças, mas as parábolas de Jesus são únicas.

Suas parábolas não são um recurso pedagógico, como também não são contos curiosos com uma lição de moral. Apesar de apresentadas em linguagem simples e fáceis de ser compreendidas superficialmente, têm uma qualidade existencial, uma relevância que mexe conosco ainda hoje. Somos atraídos para viver as histórias; elas falam conosco e nos desafiam a tomar uma decisão.

O primeiro ponto e mais óbvio de se notar a respeito das parábolas é que elas partem de fatos comuns. Várias delas foram extraídas do mundo natural: a semente que é lançada em tipos diferentes de solo; o joio que cresce junto com o trigo; a minúscula semente que se desenvolve em um grande arbusto e os estágios do crescimento de uma planta. Outras abordam coisas cotidianas e apresentam uma pequena história: o pescador que arrasta a rede para a praia e separa os peixes bons dos maus; o viajante assaltado na estrada para Jericó; o filho que abandona o lar e desperdiça toda a sua herança; casamentos, as duas pessoas que vão ao templo adorar; os trabalhadores da vinha; a ovelha perdida; o administrador desonesto; a moeda perdida; o juiz corrupto e assim por diante.

Nada fantasioso, nada de animais falantes, monstros ou acontecimentos bizarros. Tudo é previsível. Exceto que as parábolas não são previsíveis. A conclusão contraria as expectativas. O primeiro se torna o último; o último, o primeiro. As parábolas, aparentemente assim tão comuns, falam sobre o reino.

O comum oculta o extraordinário.

As parábolas falam da graça, pois essa é a essência da vida de Jesus – e de Sua morte. Esta é a essência do reino de Deus: o Senhor governa o coração e a vida dos homens e mulheres que aceitam a oferta de vida nova, aqui e agora.

As parábolas ensinam que Deus atua por meio do comum, do cotidiano. Ele atua através da natureza; Ele atua no coração humano. Ele atua através da vida cotidiana no trabalho, na escola, no lar, na igreja. Não há necessidade de irmos a outro lugar para encontrar Deus. Ele está bem aqui conosco, agora. Basta abrirmos o coração para Ele.

19 de novembro Segunda


A Venda


Ele disse: “Vejam como todo estudante bem treinado quanto ao reino de Deus é como o dono de uma venda que pode colocar as mãos em tudo o que vocês precisam, antigas e novas, exatamente quando vocês precisam delas.” Mateus 13:52, The Message

Por acaso passei por uma antiga venda numa pequena cidade na região central dos Estados Unidos. Não é mais uma venda (hoje ali se comercializa comida pronta), mas pude perceber onde costumavam ficar o balcão e as prateleiras com todos os tipos de produtos.
Lembrei-me da venda do Hamer, na estrada Mahatma Gandhi, em Pune, onde costumávamos fazer as compras quando moramos no Spicer College, Índia.

A venda do Hamer era incrivelmente desorganizada, mas tinha tudo de que precisávamos. Era impossível encontrar qualquer coisa sozinho: fazíamos a lista e os atendentes corriam para encontrar os itens, subindo em escadas, desaparecendo no fundo da loja e movendo coisas de um lado para o outro. Mas sempre apareciam com uma caixa cheia de bons produtos, exatamente como esperávamos.

Voltei recentemente à Índia. Caminhei pela estrada Mahatma Gandhi procurando pela venda do Hamer. Somente depois de caminhar até o fim da estrada e voltar foi que a encontrei. Bem menor do que me recordava, parecia até mesmo mais lotada de coisas do que antigamente e em desarmonia com o crescimento econômico que acompanha os supermercados.

A venda! Boa em servir e atender. Jesus afirmou que o estudante bem treinado quanto ao reino de Deus é como o dono de uma venda. Servir é a sua melhor qualidade. Ele sabe exatamente onde está cada item de que o cliente precisa. Ele traz mercadorias conhecidas, mas também traz novidades.

A graça de Cristo fará isso conosco, se permitirmos que Deus cumpra o plano que estabeleceu para nossa vida. Continuamente cresceremos em Seu conhecimento e em Sua Palavra – e partilhar o que sabemos será nosso prazer!

“A verdade, como é em Jesus, pode ser experimentada, mas nunca explicada. Sua altura, largura e profundidade ultrapassam nosso entendimento. Podemos exercitar ao máximo a imaginação, e veremos então só tenuemente o esboço de um amor inexplicável, tão alto quanto o Céu, mas que baixou à Terra para gravar em toda a humanidade a imagem de Deus” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 129).

Senhor, faze de mim um gerente da Tua venda.

20 de novembroTerça


A Canção do Turno da Noite


Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Todo-Poderoso descansará. Salmo 91:1, ARC

Certo dia, Bill Longard, que trabalhou por anos no setor de impressão da Review and Herald, entrou em meu escritório. Ele puxou um antigo cartão de ponto e me mostrou o que escreveu durante o turno da noite. Ele pegou um dos salmos mais amados, o Salmo 91, e o transcreveu em rimas:

Oh, preciosa promessa de em Sua sombra descansar,
No esconderijo do Deus Altíssimo para sempre habitar!
Ele é nosso refúgio e fortaleza. As preocupações devemos a Ele confiar,
Pois Ele prometeu de todas as pestes e inimigos nos libertar.
Com que conforto somos abrigados debaixo de Suas asas protetoras,
Resguardados com o escudo e broquel de Sua verdade salvadora.
Não há temor do pavor noturno nem da arma destruidora,
Nem da peste da escuridão, nem da praga desoladora.
Ao caírem mil ao nosso lado e à nossa direita dez mil,
Contemplaremos a sorte dos ímpios junto Àquele que nos remiu.
Por termos escolhido o Senhor Altíssimo por refúgio e habitação,
Mal nenhum nem desgraça alguma trará sobre nós devastação.
Seus anjos protegerão e guardarão de tropeçar o crente,
Este não terá medo e pisoteará o leão e a serpente.
Oh, que maravilhosa promessa de por Ele ser resgatado,
Ser, enfim, liberto e habitar para sempre com o Amado!
Clamaremos e Ele responderá, auxílio presente na adversidade,
Seremos libertos do mal e honrados por toda a eternidade.
Como podemos rejeitar a salvação à qual todos o Senhor convida?
Busquemo-Lo com alegria e sincero arrependimento, digamos sim à vida.

Esse é o nosso Senhor! Ele ilumina a escuridão; transforma a exaustiva tarefa em um tempo de comunhão com o Refúgio Eterno. Ele é o Deus do meio-dia – e do turno da noite.

21 de novembro Quarta


A Evidência da Graça


Este, ali chegando e vendo a graça de Deus, ficou alegre e os animou a permanecerem fiéis ao Senhor, de todo o coração. Atos 11:23

Durante os primeiros anos da igreja cristã, os apóstolos e outros seguidores, que eram todos judeus, pregaram as boas-novas somente ao seu povo. Ainda não tinham se dado conta de que Jesus tinha vindo para salvar o mundo, não apenas os filhos de Israel ao redor dele.

Foi preciso uma visão do Senhor para abrir os olhos de Pedro. Somente depois disso é que ele se dispôs a aceitar a verdade de que não deveria chamar nenhum homem de impuro ou imundo (At 10:28). Mesmo assim, a porta da salvação se abriu aos poucos para os gentios. Em Atos 11, no entanto, lemos a respeito de um grande movimento nesse sentido, ocasião em que “alguns deles, todavia, cipriotas e cireneus, foram a Antioquia e começaram a falar também aos gregos, contando-lhes as boas-novas a respeito do Senhor Jesus” (v. 20). Muitas pessoas creram na mensagem e se voltaram para o Senhor.

Antioquia (na Síria, em contraste com a Antioquia localizada no extremo ocidente da Pisídia) rapidamente se tornou um importante centro para os “seguidores do Caminho”, como os cristãos eram chamados na época. A igreja, sediada em Jerusalém, ouviu as notícias e decidiu enviar o amado Barnabé para ver o que estava acontecendo. Chegando ali, ele logo notou a evidência da “graça de Deus” (v. 22), alegrou-se e animou os novos fiéis a permanecerem firmes no Senhor.

Qual foi a evidência da graça que Barnabé viu e fez com que se alegrasse? Certamente, a transformação de vidas pelo poder do evangelho. Sempre que a graça encontra morada no coração, ela transforma completamente o ser. Quem sabe vagarosa e imperceptivelmente, mas, no fim, homens e mulheres se tornam novas pessoas; nascem de novo. “Cristo deu a vida a fim de tornar possível ao homem ser restaurado à imagem de Deus. É o poder de Sua oração que une os homens na obediência da verdade” (Ellen G. White, Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 249).

Que alegria é observar a evidência da graça na vida de outros! Já pude observá-la na Índia; já pude observá-la em sociedades desenvolvidas. Creio piamente na habilidade das pessoas de mudar, a despeito do que são e das circunstâncias em que se encontram. Com júbilo observo a evidência da graça nas pessoas que conheço e amo profundamente. Observo-as se tornarem pessoas generosas e atenciosas, preocupadas com o próximo, e sei que essa é uma evidência da graça em ação.

Será que eu demonstro em minha vida a evidência da graça?

22 de novembro Quinta


O Intruso


Quando o trigo brotou e formou espigas, o joio também apareceu. Mateus 13:26

Certa primavera, decidi substituir algumas plantas perenes do grande canteiro de flores por plantas diferentes. Ao ver alguns livros de jardinagem, meus olhos foram atraídos para as fotos de uma rudbeckia, popularmente conhecida como margarida-amarela, recomendada para a região de Washington. Assim, saí de minha loja de jardinagem predileta com várias mudas dessa planta totalmente nova para mim.

Parti em uma viagem internacional pouco tempo depois de ter plantado as margaridas-amarelas. Voltei ansioso para ver o jardim. Como será que estavam as flores? Tudo estava bem. Até bem demais. Uma delas estava mais alta, vigorosa. Era maior do que as outras; na verdade, parecia diferente.

Observei e aguardei. Aquela planta grande ficou ainda maior e mais cheia de folhas. Definitivamente as folhas não tinham o mesmo formato das outras margaridas-amarelas, que logo começaram a soltar botões. Nesse momento, dúvidas começaram a cruzar minha mente. Quantas mudas de margaridas-amarelas eu havia levado para casa? Será que realmente eu havia colocado aquela planta enorme na extremidade do canteiro? Tudo era muito suspeito – nada de botões, nada de flores.

Por fim, fiquei convencido de que se tratava de um intruso no jardim. Arranquei-o do canteiro.

Jesus contou a parábola do joio na plantação. Certo fazendeiro semeou trigo, mas à noite o inimigo veio e semeou joio entre ele. O trigo brotou, e o joio também. Por algum tempo foi difícil notar a diferença entre o trigo e o joio. Eles cresceram juntos, lado a lado. Com o passar do tempo, porém, a diferença ficou evidente. O trigo formou espigas; o joio não. Alguns dos empregados do fazendeiro quiseram arrancar o joio. “Ainda não”, disse o fazendeiro. “Pode ser que ao arrancar o joio vocês arranquem também o trigo. Deixem os dois crescerem juntos até a colheita; então arrancaremos o joio e o queimaremos.”

O pecado é um intruso no jardim de Deus. O Senhor não fez com que aparecesse; o diabo é seu autor. Mas Deus sabia que o pecado surgiria e tomou providências para enfrentá-lo. Muito antes de termos nascido, antes mesmo de o mundo vir à existência, a aliança divina – a aliança da graça – foi formada no Céu. O Filho viria, tomaria sobre Si nossa culpa e reconquistaria tudo o que foi perdido para o intruso.

O intruso tomou posse de tudo; o Salvador conquistou tudo de volta.

23 de novembro Sexta


O Mistério da Graça


Ele prosseguiu dizendo: “O Reino de Deus é semelhante a um homem que lança a semente sobre a terra. Noite e dia, estando ele dormindo ou acordado, a semente germina e cresce, embora ele não saiba como.” Marcos 4:26, 27

Aqui vai uma sugestão para qualquer pessoa que queira entender a graça: cultive plantas. Se você possui um quintal com espaço suficiente para ter canteiros, melhor ainda. Se você mora em uma casa pequena ou apartamento, ainda é possível cultivar plantas em floreiras junto à janela, ou em vasos dentro de casa.

Se você é iniciante, comece com coisas simples. Talvez seja mais indicado comprar plantas adultas e cuidar delas até adquirir confiança em suas habilidades em jardinagem. Espero que mais cedo ou mais tarde (mais cedo do que mais tarde), você volte às raízes e comece a plantar sementes, bulbos ou tubérculos. Assim, janelas do mistério da vida – e mistério da graça – serão abertas diante dos seus olhos.

Nos poucos anos de minha experiência em jardinagem, cada vez me surpreendo mais com o ritmo da vida que o Senhor introduziu no mundo natural. Dependendo do local em que você mora [no Hemisfério Norte], você observará açafrões abrindo caminho pelo solo, talvez cobertos de neve, com flores amarelas, brancas e roxas, prematuramente em janeiro, ou em março, como de costume. Um pouco depois vêm os narcisos silvestres, os jacintos e em seguida as tulipas em abril e maio. Nesse período, os lírios do vale já cresceram e exalam seu perfume no ar. Com a chegada do verão, as dálias, os lírios e os gladíolos assumem o comando.

Que maravilha! Cada semente, bulbo ou tubérculo possui seu próprio relógio biológico. Quem é capaz de sondar o mistério da vida contido numa semente?

Tampouco posso eu explicar o mistério da graça. De igual maneira não posso explicar como a semente do evangelho – uma palavra proferida, uma mensagem lida há muito tempo num pedaço de papel, um encontro “por acaso” com um estranho – fica escondida no coração por dias, meses, anos ou décadas até que o alarme divino a desperte para a vida. Não posso explicar isso, mas vejo sempre acontecer.

Ellen White certa vez afirmou que a agricultura é o ABC da educação. Exatamente. À medida que as crianças trabalham o solo, plantam a semente e observam o desenrolar do milagre da vida, sua mente é aberta para o milagre da vida em Jesus.

24 de novembro Sábado


O Tesouro Escondido


“O Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo.” Mateus 13:44

As pessoas que passaram pela grande depressão da década de 1930 adquiriram uma desconfiança eterna nos bancos. Algumas perderam quase ou todas as suas economias quando as instituições financeiras da América do Norte foram à falência e, desde então, passaram a guardar o dinheiro em locais que julgavam ser mais seguros. O problema foi que muitas dessas pessoas desceram ao túmulo com seus tesouros particulares escondidos em lugares que ninguém mais conhecia. Anos mais tarde, alguém encontrava um baú no sótão repleto de dinheiro, ou uma velha poltrona almofadada com várias notas enfiadas por dentro do tecido.

Muito semelhante à parábola de Jesus do tesouro escondido. Ali se encontra um homem que arrenda um pedaço de terra para plantar. Ao preparar a terra, se depara com algo rígido. Uma pedra, talvez? Não; uma caixa de metal. Imediatamente o homem se dá conta de que encontrou uma fortuna. Ele deixa o arado e corre para casa, pede, empresta e faz tudo que pode para juntar o valor daquele pedaço de terra. A terra custou tudo o que possuía, mas ele está feliz – e como! –, pois agora possui um tesouro.

Jesus contou essa parábola juntamente com a história do negociante de pérolas que procura – e encontra – uma pérola magnífica. Em vários aspectos essas duas parábolas tratam do mesmo assunto, mas há uma diferença importante entre elas: o negociante estava à procura da pérola enquanto o lavrador encontrou o tesouro aparentemente por acaso.

Algumas pessoas encontram a salvação porque a procuram; outras encontram graça aparentemente por acaso. Durante meus anos de ministério observei os dois casos. Recordo-me da manhã em que Henry apareceu na igreja quando eu ministrava um seminário sobre o sábado na história cristã. Henry estava interessado na história, não na igreja. Ele participou do seminário até o fim; em seguida começou a frequentar a igreja apenas por causa da música. Por anos esteve ligado à igreja, mas sem a intenção de se unir a ela. Certo dia, porém, algo aconteceu: Henry decidiu se tornar membro da igreja. Mais tarde, sua esposa também tomou a mesma decisão. Com o tempo, Henry decidiu se aposentar mais cedo de seu trabalho junto à NASA e se tornou ministro da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Henry apareceu naquela manhã buscando conhecimento. Mas o Senhor o conduziu ao tesouro escondido.

25 de novembro Domingo


O Hipopótamo e o Jabuti


Pois Ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade. Efésios 2:14

Do Quênia vem a bela história de uma amizade incomum. Quem poderia imaginar que um hipopótamo faria amizade com um jabuti? O hipopótamo, apelidado de Owen pelos guardas-florestais, é apenas um bebê e pesa cerca de 300 quilos. Owen foi arrastado pelo rio Sabaki abaixo até chegar ao Oceano Índico e, em seguida, foi empurrado para a praia pelas ondas do tsunami que atingiu a costa do Quênia em 26 de dezembro de 2004, dia do grande terremoto subaquático.

Os hipopótamos são animais sociais por natureza e gostam de ficar ao lado da mãe por quatro anos. Owen, com menos de um ano de idade, perdeu a mãe ao ser arrastado pela correnteza. Traumatizado, Owen procurou uma mãe substituta e a encontrou em um jabuti macho gigante no centro de recuperação de animais na cidade portuária de Mombassa. O jabuti, com aproximadamente 100 anos, parece estar muito feliz em ser a nova “mãe” de Owen.

O hipopótamo segue o jabuti exatamente como os hipopótamos costumam seguir a mãe. Se alguém se aproximar, Owen fica agressivo, como os filhos costumam fazer para proteger a mãe biológica. O hipopótamo e o jabuti, a dupla mais estranha que poderíamos imaginar, nadam, se alimentam e dormem juntos.

Eu teria sentido dificuldade em acreditar nessa história se não tivesse visto as fotografias que registram essa grande amizade. Essa relação incomum me fez pensar em outras amizades bíblicas que contrariam as expectativas.

Rute e Noemi: é uma amizade que faz cair por terra todas as piadas envolvendo as sogras. Davi e Jônatas: mais uma amizade improvável. O príncipe e o jovem pastor: aquele que nasceu para ser rei e o escolhido para ser rei. Eles tinham tudo para ser rivais, não melhores amigos. Rute e Boaz: quem poderia imaginar que a amizade dos dois daria em casamento? Rute não tinha nada, nem mesmo um lar, era viúva e estrangeira. Boaz era mais velho do que ela, bem de vida, respeitado. Mas eles se uniram (quer dizer, o Senhor os uniu). Dessa união, apenas três gerações seguintes, veio o maior rei de Israel, cujo reinado marcou para sempre a história evocando lembranças nostálgicas. Após muitas outras gerações, nasceu “Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1:1). Com Ele desmoronaram as barreiras antigas: o preconceito, o orgulho da raça, a hostilidade. Ele é a nossa paz, tornando-nos um com Ele.

26 de novembro Segunda


O Silêncio da Graça


E contou-lhes ainda outra parábola: “O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher tomou e misturou com uma grande quantidade de farinha, e toda a massa ficou fermentada.” Mateus 13:33

Nosso mundo se tornou muito barulhento. Em programas de auditório (uma abominação moderna), os convidados tentam se sobressair aos demais interrompendo a fala alheia sem a menor educação, elevando o tom da voz e falando sem parar para que ninguém mais consiga proferir uma palavra sequer. Na televisão, o volume aumenta sozinho assim que os comerciais entram no ar. O espaço à nossa volta está congestionado de sons musicais de qualidades variadas, conversas ao celular e pessoas comercializando produtos em voz alta.

Deus trabalha de maneira completamente diferente. Ele não grita; mas nos fala com “voz mansa e delicada” (1Rs 19:12, ARC). Quando Deus veio à Terra (nós O chamamos de Jesus), Ele não veio munido de megafones, faixas chamativas ou sistemas de som de primeira linha. “Não gritará nem clamará, nem erguerá a voz nas ruas”, predisse o profeta a Seu respeito (Is 42:2).

A graça age silenciosamente. É como o fermento, disse Jesus. O fermento é misturado à farinha para fazer o pão. Hoje temos à disposição fermentos que agem de forma rápida, diminuindo muito o tempo na cozinha. Seja, porém, rapidamente ou devagar, o fermento age silenciosamente, permeando a massa completamente, fazendo-a crescer.

O fermento na parábola “ilustra o poder vivificante e assimilador da graça de Deus”, escreveu Ellen White com palavras animadoras.

“Ninguém é tão vil, ninguém tão decaído, que esteja além da operação desse poder. Em todos quantos querem submeter-se ao Espírito Santo deve ser implantado um princípio novo de vida: a perdida imagem de Deus deve ser restaurada na humanidade” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 96).

Creio piamente que todo mundo pode mudar. A despeito da idade ou das circunstâncias, não precisamos continuar no mesmo ciclo de vida. Creio que podemos crescer, avançar, abrir asas e voar alto. O segredo, porém, se encontra fora de nós mesmos. Está além de nós, mas pode se tornar parte de nosso ser. Assim como o fermento misturado à farinha, silenciosamente, misteriosamente, a graça de Cristo pode mudar as pessoas – pode mudar você e eu.

Não precisamos permanecer irritados nem mal-humorados. Podemos mudar! Oremos hoje pela graça transformadora de vida.

27 de novembro Terça


Como Cristo Perdoou


Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Colossenses 3:13

No início da década de 1980, uma onda de terror assolou os moradores de King County, no estado de Washington. Jovens mulheres começaram a desaparecer. Alguns corpos foram encontrados no rio Green, que corta a mata. As autópsias revelaram que as jovens foram estupradas e em seguida assassinadas. Outras mulheres simplesmente desapareceram sem deixar vestígios.

Os desaparecimentos continuavam a aumentar e a polícia lançou mão de todos os recursos disponíveis para encontrar e prender o assassino em série, que ficou conhecido como o assassino do rio Green. Várias evidências ligaram as vítimas a um jovem que trabalhava pintando caminhões. No entanto, ao vasculhar a casa, a polícia não encontrou nada que o incriminasse.

A série de assassinatos cessou tão de repente quanto começou. A investigação esfriou; a equipe da força-tarefa foi reduzida até permanecer apenas um detetive no caso, que por fim também começou a cuidar de outras responsabilidades. Quase 20 anos se passaram. Nesse período, houve grandes avanços nos métodos científicos utilizados pela polícia – em especial, o teste de DNA para a identificação de indivíduos. O caso do assassino do rio Green foi reaberto, com poderosos resultados. Os testes de DNA relacionaram três das vítimas com o rapaz que a polícia suspeitou no início. Exames microscópicos das partículas de tinta relacionaram o mesmo rapaz com outros quatro assassinatos. Detido e diante das evidências de sua culpa, o pintor de caminhões confessou os crimes.

Finalmente chegou o dia do julgamento. À medida que o juiz lia a lista de vítimas, nome após nome, o réu se declarava culpado. O número de vítimas aumentava cada vez mais. Cada uma delas tinha sido especial para um parente, irmão ou amigo e, acima de tudo, para Deus. A lista parecia infindável até que a contagem se encerrou em 48 vítimas. Durante a leitura da longa lista, o assassino não demonstrou nenhum sentimento, nenhuma emoção, nenhum remorso ou arrependimento. Parecia que nada podia atingi-lo. Chegou o momento em que o juiz deu oportunidade para os parentes das vítimas se expressarem. Um senhor de barba branca se levantou e disse ao assassino que o perdoava. Ele disse que o Senhor nos ensinou a perdoar, a despeito da seriedade da questão, e, assim, por mais difícil que fosse, ele o perdoava.

O assassino, aparentemente feito de pedra, caiu em prantos. O perdão derrete o gelo. O perdão despedaça as pedras. Exatamente o que o Senhor fez com nosso coração frio e endurecido.

28 de novembro Quarta


A Disputa Entre a Vida e a Morte


Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o Seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus. 2 Coríntios 5:20

Susan Torres gozava de perfeita saúde ao descobrir no mês de fevereiro que estava grávida. Ela e o esposo, Jason, receberam a notícia do segundo filho com a mistura comum de alegria e apreensão. Susan estava com 26 anos. Aos 17 anos, os médicos haviam removido uma pinta escura e disforme de seu braço e a biópsia havia indicado que se tratava de melanoma. Na ocasião, porém, os médicos lhe deram alta e a garantia de que estava tudo bem.

Então, no fim de abril, Susan começou a reclamar de um pouco de náusea. Começou também a sentir dores de cabeça cada vez mais fortes. Ao persistirem os sintomas, Jason a levou ao hospital e os médicos disseram que ela estava apenas um pouco desidratada. O casal voltou para casa.

Em 7 de maio, o esposo de Susan preparou o jantar e a ajudou a se alimentar, pois ela estava de cama. Susan pediu desculpas por dar tanto trabalho. “Não se preocupe, querida”, o esposo respondeu.

Momentos depois, Susan parou de respirar. Jason chamou a ambulância e deu início à ressuscitação cardiopulmonar. No hospital, os médicos submeteram Susan à tomografia computadorizada e não detectaram nenhuma atividade cerebral. Susan tinha um tumor na parte posterior da cabeça que havia entrado em metástase e sangrado, pressionando o cérebro. Aos 26 anos, Susan Torres sofreu morte cerebral. Ela estava com cinco meses de gestação.

Após uma reunião com Jason, os pais de Susan e os médicos, foi tomada uma decisão corajosa: eles tentariam manter o corpo de Susan vivo através de máquinas e manteriam o feto nutrido e hidratado na esperança de que o bebê conseguisse chegar às 25 semanas (metade de julho), fase em que teria a chance de sobreviver fora do útero. Essa também seria uma disputa contra o melanoma mortal que se espalhava pelo corpo de Susan e tinha a capacidade de penetrar a placenta e atacar o feto. Foi imensa a pressão que Jason Torres sofreu, ao tentar cuidar da esposa e do filho de dois anos. A conta do hospital era astronômica: mais de um milhão de dólares.

Por que ele decidiu agir assim? Por que os médicos apoiaram essa decisão? Para dar a uma criança a chance de viver.

Por que o apóstolo Paulo se dedicou completamente à pregação do evangelho, sem se poupar? Para dar a um filho de Deus a chance da vida eterna.

Vida! Essa é a questão.

29 de novembro Quinta


Hino de Ação de Graças


[Deus] mostrou Sua bondade, dando-lhes chuva do céu e colheitas no tempo certo, concedendo-lhes sustento com fartura e um coração cheio de alegria. Atos 14:17

Já cortaste o trigo do campo dourado,
A cevada, a aveia e o grão de centeio,
O milho doce e o arroz perolado?
Pois o inverno se aproxima sem receio.
Colhemos tudo de outeiro a outeiro,
E o grão está a salvo dentro do celeiro.
Já colheste as uvas da vide rosada
Os belos frutos campestres,
A flor e a erva perfumada,
E o mel de abelhas silvestres?
Nossos são a ameixa, a maçã e o pêssego adocicado
E o favo de mel de lindas flores fabricado. [...]
Mantenha, pois, nos lábios uma canção de louvor!
Em suas mãos traga um presente!
Ao eterno Doador da vida,
Demonstre gratidão e espírito contente!
Pela alegria e a promessa da primavera,
Pelo nascer do forte refilho,
A cevada, o centeio e a aveia,
O arroz, o trigo e o milho.
Ação de graças! Ação de graças! Ação de graças!
Alegremente, gratamente, proclama,
Deus, o mantenedor do homem,
O generoso Pai que a todos ama.

Anônimo, Agricultural Almanac 1894

30 de novembro Sexta


O Leão Protetor


Então um dos anciãos me disse: “Não chore! Eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.” Apocalipse 5:5

A cena descrita em Apocalipse 5 é uma das mais poderosas de toda a Bíblia. João, chorando porque ninguém foi encontrado digno de abrir o livro do destino, ouve palavras consoladoras: o Leão da tribo de Judá abrirá o livro! João aguarda ansiosamente para ver o Leão, mas em vez disso, observa um Cordeiro que parecia ter sido morto.

Geralmente pensamos nos leões como animais ferozes que ameaçam nossa segurança e a própria vida. A Bíblia, porém, apresenta nessa cena outro lado desse animal. Jesus como leão é o nosso grande protetor que afugenta tudo aquilo que busca nos prejudicar.

A Associated Press publicou uma história incrível sobre o instinto protetor do leão. Uma menina de 12 anos de idade da Etiópia foi levada por sete homens que queriam forçá-la a se casar com um deles. Eles a raptaram e a espancaram brutalmente. Uma semana depois de seu desaparecimento, a polícia e os parentes a encontraram na periferia de Bita Genet, capital de uma província cerca de 560 quilômetros a sudoeste de Adis Abeba, capital do país. Ao ser encontrada, a menina estava sob a proteção de três leões que aparentemente haviam espantado os sequestradores. Assim que a equipe de resgate chegou, os leões “a deixaram como se fosse um presente e voltaram para a floresta”, afirmou o sargento da polícia. “Se os leões não a tivessem resgatado, certamente a situação teria sido muito pior”, disse. “Todo mundo tem certeza de que isso foi um milagre, pois os leões normalmente atacam as pessoas.”

Os leões da Etiópia, famosos por suas enormes jubas negras, são o símbolo nacional do país. Eles dão forma a representações artísticas e adornam a moeda local. Apesar da proibição imposta pelo governo, os caçadores matam esses animais por causa da pele, que chega a custar mil dólares. Restam apenas cerca de mil leões etíopes no mundo.

Nós também fomos sequestrados e espancados severamente. Nosso adversário é forte e diabolicamente inteligente. Ele anda ao redor como um leão, procurando alguém para devorar.

Mas não tenha medo dele. Não perca tempo pensando em seus ardis e poder. Alguém muito mais forte está ao nosso lado para nos proteger. Diante dEle o diabo e suas hostes fogem com medo.

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